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História Traída ( Kim Taehyung ) - Onze


Escrita por: birdgirl

Capítulo 12 - Onze


Eu estava quarenta minutos atrasada.

Eu simplesmente havia me esquecido de por o celular para carregar e isso fez com que meu sono pesado só fosse interrompido por conta das lambidas famintas do meu cachorro; cerca de quarenta minutos depois do meu horário programado.

- Por que inferno nada dá certo na minha vida? – Resmunguei enquanto corria para colocar um bule de café e uma panela com verduras no fogão, ao mesmo tempo em que escovava os dentes.

Havia uma lista de coisas que eu precisava fazer antes de viajar para Seul e o pouco tempo que me restava só piorou ainda mais meu humor.

Nesse meio tempo, acabei decidindo ligar para o Taehyung.

- Bom dia. – Eu disse, enquanto apoiava o celular no ombro e dobrava algumas roupas do varal. - Eu esqueci meu despertador, então irei me atrasar um pouco. – O escutei bocejando do outro lado e revirei os olhos. Eu não iria me irritar com ele também. – Eu posso ir em outro.

- Calma, calma. – Taehyung riu. – Como assim?

- Resumindo, eu irei me atrasar. – Suspirei. – Se quiser pegar o voo na frente.

- Eu não iria poder mesmo se eu quisesse. – Respondeu Tae. – As passagens estão juntas e não são reembolsadas caso perdidas. – Quando ele me ouviu bufar de raiva, se apressou em acrescentar. - Mas não se preocupe, é só daqui a duas horas.

- Tudo bem, vou tentar apressar mais. – Quando terminei com as roupas, fui para a cozinha novamente. – Te encontro lá.

- Você tem muita coisa para fazer ainda? – Taehyung perguntou. – Eu posso ir para aí ajudar.

- Hein? – Franzi o cenho e parei no meio da cozinha, com os braços cruzados. - Você? Vir para cá?

- Sim.

- Amo seu bom humor. – Retruquei.

- Que bom humor o quê, maluca. Com essa sua lerdeza a gente só embarca amanhã. – Ele suspirou. -  Eu estou indo para aí. Até mais.

E desligou.

- Ah, como se eu fosse abrir. – Ainda com a testa franzida, balancei negativamente a cabeça. – Que idiota.

Acabei fazendo cerca de quase tudo que tinha para fazer, nos quinze minutos seguintes. Eu conseguia ser bem rápida quando queria e aquilo havia sido a prova da minha ótima capacidade de multitarefas.

Apesar de ainda não ter arrumado as malas ou me vestido direito, eu já não estava tão estressada quando escutei a campainha do meu apartamento ressoar.

- Não será possível... – Murmurei enquanto girava as chaves para abrir a porta.

- Bom dia. – Quase caio para trás quando vi Taehyung parado em frente a porta. Ele passou por mim e foi direto para a cozinha. – Isso aqui vai queimar, você não está sentindo o cheiro não?

Tranquei a porta e corri até ele, com a expressão mais confusa que eu podia fazer.

Eu realmente não esperava que Taehyung viesse até minha casa; e com tanto pouco pretexto.

Ele vestia uma camisa social azul marinho, passada na calça preta e um cinto da mesma cor. Um dos botões da camisa estava aberta e ela própria não estava totalmente justa, dando o ar despreocupado de Taehyung a roupa.

- Com licença. – Eu disse, tocando seu ombro. – Eu dei permissão?

- Deu quando não me socou ao me ver. – Taehyung retirou a panela do fogão e a colocou na pia. Virando-se para mim, ele ficou um tempo calado.

- O quê? – Perguntei, sentindo minhas bochechas começarem a avermelhar. Eu havia esquecido totalmente da roupa que usava.

- Você ainda tem esse pijama? – Taehyung engoliu em seco e fitou meu vestido do ursinho japonês Rilakkuma.

- T-Tenho, ora. Ainda cabe em mim. – Eu dei de ombros e rebati, rapidamente. – Por quê? Você acha feio?

- De jeito nenhum. – Ele sorriu e balançou a cabeça. – Você fica linda nele.

Não respondi nada.

- E eu já te falei isso. – Taehyung acrescentou e caminhou com passos lentos até a sala. – No dia em que você o comprou.

Aki, o cachorrinho que eu encontrei com a mãe de Taehyung, era um vira lata tricolor de pelo longo; quando percebeu a presença de Taehyung na sala, correu do meu quarto até ele, pulando e pedindo colo.

- Como você cresceu, Aki. – Escutei Taehyung dizendo. – Venha cá.

- Eu preciso ligar para a Chae-Rin. – Eu disse alto, para que ele ouvisse. – Ela vai ficar com o Aki enquanto eu estiver em Seul.

Fui para a sala e observei o sujeito sentado no chão, brincando de cabo de guerra com meu cachorro.

- Eu ligo para ela. – Tae respondeu. – Vai arrumar as coisas.

Fui para meu quarto e tranquei a porta; ficando olhando por um tempo minha mão na maçaneta dourada.

Era tão estranho ele estar ali na sala, brincando o Aki.

“Parece até antigamente.” Pensei, andando em direção ao meu armário e começando a retirar minhas roupas e dobra-las em cima da cama bagunçada.

Nisso, me dei conta do quando minha vida estava bagunçada.

Taehyung havia aparecido de novo, e agora custava uma alma para eu conseguir não pensar nele por mais de vinte minutos seguidos.

O que eu estava fazendo era totalmente sem logica, e completamente imbecil. Afinal, eu estava me relacionando com uma pessoa que havia me traído, traído minha confiança; e aquilo, por uma parte, me deteriorava mais e mais.

Mas não era como se eu escolhesse aquele caminho, não totalmente, porque as coisas apenas aconteciam.

Taehyung sempre estava no momento e no lugar certo. Sempre havia sido daquele jeito; em todas as coincidências que a gente passava desde que nos conhecemos naquela cafeteria a anos atrás.

Infelizmente, as memorias batiam com força na porta de minha mente e a todo instante que eu parava para raciocinar, eu voltava para aquela cena em meu quarto, a quatro anos atrás.

Era complicado me livrar daquela visão, até mesmo quando eu estivesse acordada.

Taehyung com Min-Ki.

Por que era tão difícil aceitar aquilo?

Eu gostaria de não ter caído por todas as declarações e palavras bonitas.

- Foi tudo em vão mesmo. – Eu sorri de lado e engoli um nó na garganta. – Nada foi real. – Dobrei mais uma peça e retirei minha mala do armário.

Era estranho pensar naquilo novamente, já que eu havia prometido a mim mesma não voltar nunca mais a esse assunto, e que supostamente tudo teria tido um fim quando eu saí daquele apartamento e o deixei.

Mas o destino parecia não querer um ponto final para aquela história.

Eu também me perguntava o que eu realmente queria.

Queria que ele falasse comigo ou que me ignorasse? Que me abraçasse ou que me desse um empurrão? Que tudo aquilo não passasse de uma pegadinha? Que Taehyung sumisse para sempre?

Eu não confiava mais nele, em nenhuma palavra que ele me dissesse; então... qual o sentido de toda a atuação?

Mesmo tendo aqueles momentos físicos, eu não me sentia confiante, pois algo sempre me redirecionava novamente para aquele dia. Como aquela borboleta que sempre me seguia, e me lembrava do meu pecado que havia sido se apaixonar perdidamente por Taehyung.

Meu pecado de ter se entregado de corpo e alma, aos prazeres carnais de uma adolescente de dezesseis anos.

- Eu deveria ter te escutado, mãe. – Apoiei a mala na cama e comecei e despejar as roupas lá; rindo sozinha como uma louca. – Olha só o que eu ganhei.

E ali estava minha recompensa: Uma traição nas costas para levar para o resto da vida.

Mas do que esperar das pessoas? Nós nem nos conhecemos por completo e queremos dizer que conhecemos as pessoas.

Decidi ir para a varanda e sentir a brisa gelada da primavera. Minhas flores brancas estavam melhores do que nunca, com suas pétalas abertas e um aroma natural indiscutível. Não me surpreendi quando uma borboleta azul bateu suas asas, próximo ao meu rosto e pousou em uma das rosas.

- A Coréia deve estar com surto dessas borboletas. – Franzi o cenho e dei um meio sorriso. - Quase todo dia eu vejo essas borboletas azuis.

Na verdade, eu tinha passado a vê-las depois que eu me encontrei com o Taehyung na cafeteria, mas parecia ridículo demais tentar acreditar em alguma superstição imbecil. Voltei a minha mala.

Pensar muito daquela forma só me traria mais dor de qualquer forma.

O jeito era empacotar tudo como minhas roupas e trancar em uma mala bem fechada; assim como Taehyung deveria estar fazendo.

- Já liguei para a Rin-Rin. – Disse Tae, sorrindo para mim.

Olhar para ele doía demais, mas eu fiz meu melhor para disfarçar, e concordei com a cabeça.

Passou-se alguns minutos e minha mente ainda não havia se silenciado como eu queria.

Então decidi dar um pouco de atenção a ela.

- Eu posso te perguntar uma coisa? – Engoli em seco e comecei.

- Pode. – Ele guardou o celular e me encarou. – O que é?

- Por que você me traiu?

Taehyung arqueou uma das sobrancelhas e ficou calado, voltando a olhar pro cachorro com um sorriso estranho no rosto amarronzado.

- Hein? – Perguntei.

Ele deu uma pequena risada e voltou a me fitar. Seus olhos transmitiam uma provocação nos orbes marrons.

- Me diga primeiro, Aily. – Eu franzi o cenho com seu tom de voz indiferente. Taehyung perguntou, por fim. – Por que você acha que eu te trairia?

- Mas que tipo de pergunta é essa? – Retruquei, já começando com uma pequena revolta na voz. – Você é estúpido?

- Na verdade, deixe me refazer a pergunta. – Ele se aproximou de mim, perto o bastante para eu sentir o cheiro doce do seu perfume. – Do que você se lembra de antes daquele dia?

Pela primeira vez eu fiquei sem palavras e meu corpo tremia da cabeça aos pés.

Taehyung havia descoberto.

- E então? – Ele gritou impaciente. – O que tem a me dizer, Alysson?

Era a primeira vez em anos que eu o ouvia gritando; e sua voz grossa com aquele tom me assustava.

A caixa com o exame positivo de gravidez e o laudo médico junto com os remédios, que eu tomei depois de ter abortado, estavam todos em cima de mesa.

- Dessa vez eu não acredito. – Disse Taehyung. - De verdade.

Mordi o lábio, eu buscava de todas as formas encontrar algo para dizer, mas as palavras não vinham.

- Alysson, eu não quero acreditar que você ficou grávida e não me disse. – Ele deu uma pausa e expirou, balançando a cabeça negativamente. – E que ainda abortou.

- P-Para de gritar. – Foi a única coisa que eu consegui dizer.

- Parar de gritar? – Ele franziu o cenho. – Quer que eu pare de gritar? E faça o quê? Passe a mão na sua cabeça e diga que vai ficar tudo bem?

Neguei com a cabeça e ganhei uma risada irônica.

- Muito bom. – Ele disse. – Obrigado por ter escondido isso de mim. Me sinto honrado em saber que você abortou um filho meu.

- Cala a boca. – Rebati, não conseguindo segurar o choro depois. – Para de falar como se eu tivesse culpa por isso.

- Eu só quero saber por que você não me disse. - Ele grunhiu e apertou as pontes do nariz. -  Ou vai me dizer agora que você estava gravida de outro. Hein? Só falta isso para completar o meu dia.

- Olha, você não me julga desse jeito. – Eu bati a mão na mesa e gritei com ele. – Você não tem esse direito.

- Por que é bem normal, engravidar de um cara, perder a criança e não contar para ele. – Taehyung me encarou com sarcasmo e balançou a cabeça mais uma vez. – Quando foi isso? – Eu não respondi e ele falou mais alto. – Hein, Alysson?

- No dia que você chegou de Seul.

- Ah! – Sua entonação sarcástica continuou. – Ainda bem que você me contou tudo e eu pude te ajudar.

- Você não tinha em que ajudar, já havia acontecido mesmo. – Respondi, dando de ombros. – Seria inútil.

- Gosto de saber que sou um inútil também. – Taehyung se encostou na parede e cruzou os braços. – É brincadeira isso.

- N-Não foi isso que eu quis dizer. – Eu tentei me aproximar dele, mas ele desviou, me olhando com desprezo.

Aquele olhar me machucou tanto quanto o acontecimento.

- Claro, não foi o que você quis dizer. – Sua voz saiu fria. – E quer saber? – Ele desencostou da parede e pegou o blazer preto. – Está na hora do meu expediente.

Antes de sair pela porta, Taehyung se virou para mim e disse com um sorriso triste.

E naquela hora, eu percebi suas lágrimas.

- É bom saber que você confia em mim o tanto que eu confio em você.

ʚĭɞ

 


Notas Finais


" Ela não iria demorar a postar? "
Então gente, é que esse capitulo, uma parte dele, já estava escrito KKK
Ai ontem de madrugada terminei e resolvi postar hoje para vocês :3

Falando em ontem, gente vocês viram o que rolou com o Taehy?
Ai mano, aquilo doeu tanto
E ao mesmo tempo me deixou tão forte.
Ele estava sofrendo, mas continuou sorrindo.
Estava com um sofrimento pesadíssimo nas costas, mas continuou lutando.
De alguma forma me me motivou a seguir em frente, me motivou a ser que nem ele.
Por isso eu amo aquele garoto. ♥

De qualquer forma, Espero que vocês tenham gostado!
Um Xero Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


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