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História Traída ( Kim Taehyung ) - Dois


Escrita por: birdgirl

Capítulo 3 - Dois


Fanfic / Fanfiction Traída ( Kim Taehyung ) - Dois

O mau humor me atingiu assim que me lembrei do incidente da cafeteria; e eu não sentia nenhuma vontade de me levantar e ir trabalhar quando olhei que faltavam dez para as oito. 

Ele é pai.

O Taehyung está casado e com uma filha.

– Eu não quero sair hoje. - Cobri meu rosto com o lençol grosso e grunhi. - Que merda. 

Desativei os alarmes e acabei adormecendo com o plano de fingir alguma doença para faltar no expediente, mas que acabou sendo terrivelmente falho com o soar do meu celular ao meu lado.

Franzi o cenho e estiquei a mão para pegar o aparelho que tocava a música de chamadas e não de alarme. 

- Alô? – Eu disse, tentando disfarçar minha sonolência junto com o mau humor.

- Aily? - Chae-rin, com seu familiar tom animado, perguntou. - Querida, eu te acordei?

Merda.

- Não, eu já estava acordada, Chae. – Respondi, revirando levemente os olhos. – Qual o problema?

- Ah, Aily. - Chae começou. - Eu estou tão atarefada com a empresa hoje que não terei tempo para deixar a Tzuyu na escolinha e fazer as compras do dia.

Nossa, nem inventa.

– Você pode me fazer o favor de ir deixá-la e buscá-la? E fazer as compras? Por favor. - Chorou Chae. - Eu te poupo do expediente hoje.

Eu odeio a minha vida.

- Claro, relaxa, pode deixar comigo. – Tampei novamente o rosto com as cobertas, amargurada. Agora sim, meu plano de ficar o dia todo na cama havia sido arruinado. – De que horas pego a Tzuyu?

- A aula dela começa às nove, você pode passar a hora que quiser.

- Certo, às nove. – Eu disse, sufocando um gemido com o cobertor. – Certo, já chego ai.

- Eu te amo, Aily. – “Ok, ela realmente não bate bem.” Pensei. – Eu preciso escrever um livro com todos os seus favores que salvam meu dia.

Respondi qualquer coisa e logo desliguei o telefone, suspirando pesadamente na cama.

- Que ótimo, arranjei um trabalho secundário.  – Eu olhei novamente as horas, restavam cerca de quarenta minutos para me arrumar e pegar a pirralha na mansão da Chae-rin. – Mas que droga... – Fiz um bico, ainda sem mover um músculo para levantar.

Meu cachorro me incentivou a sair da cama, mordendo de leve os dedinhos de meus pés mostrando que estava faminto e que eu havia me esquecido de deixar seu café da manhã já pronto, como sempre fazia. Finalmente me levantei e tomei um banho, vestindo qualquer roupa depois.

Saí do meu apartamento, dei bom dia ao simpático porteiro e a faxineira com a qual eu dividia os segredos de minha traição. 

Fiz meu caminho até a casa de Chae-rin e busquei Lee Tzuyu e a levei para a escolinha que ia até a quinta série.

Eu não podia negar que era uma instituição bem metida a besta, com uniformes caros e um prédio bem pintado com vários andares e jardins. Desci do meu carro e ajudei a Lee a sair.

- Tia, a senhora entrará comigo? – Tzuyu pegou em minha mão e fez cara de cachorrinho. – Eu ainda não sei muito bem onde fica minha sala...

- Claro. Deixe-me apenas pegar sua mochila. – Eu puxei sua bolsa para fora do porta-malas e segui para dentro do colégio.

Informei-me de onde ficava a sala com o porteiro; que apontou para uma janela do segundo andar, e continuei a andar de mãos dadas com Tzuyu, contando as salas metalmente. 

De repente, enquanto estávamos no corredor da sala dela, Tzuyu começou a gritar e logo soltou minha mão, correndo em direção a uma menininha que também corria.

- Taegeuk! – As duas se abraçaram felizes.

- Tzuyu! Achei que você não viria para a escola hoje. – A tal Taegeuk respondeu, animada. – Ei, aquela é sua mãe? – Ela apontou para mim.

- Não. A minha mãe é muito ocupada para vir me deixar na escola. – Tzuyu respondeu, em um tom decepcionado, mas logo voltou a sorrir – Ela é minha tia Aily.

- Taegeuk! – Uma terceira voz atiçou meus ouvidos, era fortemente familiar. – Ô, peste! Você tem que parar de sair correndo assim, vai matar me com um infarto desse jeito. – Ele se apoiou nos joelhos, arfando.

- Espere... Eu já a vi em algum lugar. – Então, como uma bigorna caindo em cima de mim, eu arregalei meus olhos quando reconheci aqueles dois. – Papai! É aquela sua amiga da cafeteria!

Senti que meu corpo cairia para trás quando o Taehyung levantou os olhos para mim. Seus olhos dilataram um pouco e sua boca tremeu. Por um momento parecia tudo havia congelado, menos minha face que parecia que haviam colocado brasas quentes nela.

- Papai, não é dela que você vive contando história? – A garotinha disse quebrando o gelo, divergindo o olhar entre mim e o pai. – Que até a mamãe não pode ouvir e...

- Ei! – Ele tampou sua boca e sorriu para mim, envergonhado. – Fique quietinha, tudo bem?

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça. Eu fiquei sem reação para aquela revelação bombástica então apenas acenei rindo de leve.

- Então, a aula já vai começar. – Fui à frente de Tzuyu e entreguei sua mochila, tentando ao máximo não encarar os dois malucos. – Querida, quando terminar peça na telefonia para me ligar, tudo bem? O número está na sua agenda.

- Tudo bem. – Ela me deu um beijo na bochecha e eu afaguei seus cabelos. – Até mais tarde, tia.

- Se comporte.

- Vamos, Taeug. – Tzuyu foi em direção a outra garotinha, que era centímetros mais alta que ela.

- Tchau, papai! - Taegeuk abraçou o pai.

- Até depois. - Ele deu um beijo na bochecha dela e entregou a bolsa. - Não vá conversar na aula.

As duas seguiram juntas para dentro da sala, de mãos dadas, nos deixando sozinhos naquele corredor bem iluminado. Minha mente me forçava a correr para fora dali, mas meu corpo parecia não querer responder aos comandos, então ficamos lá, nos encarando. O fitar parecia reviver aquele meu sentimento amoroso antigo.

Como uma forma de defesa de meu coração, uma crise de raiva atacou minha mente, me fazendo lembrar de tudo aquilo que eu passei; das noites em claro, dos choros e das tantas puxadas de cabelo com o ódio acumulado.

Sim, eu havia o perdoado, mas a raiva não deixava de bater à porta às vezes.

Ele me olhava com dúvida, como se estivesse com medo de ir embora e ao mesmo tempo de falar comigo. Quando finalmente Taehyung ia se pronunciar, eu o cortei, rispidamente.

- Não quero saber. – Eu dei as costas e sai andando, antes de sentir minha mão sendo segurada.

- Ei. - Ele chamou. Meu pulso queimava com o toque suave de seus dedos.

- Já disse que não quero saber. – Eu continuei sem me virar. – Agora me deixe ir, estou com pressa.

- Não mais do que eu. – Me puxou para perto dele, me fazendo ficar de frente para o problema que eu tentava fugir. – Aily, você vai me escutar agora.

- Depois de quatro anos? – Não pude deixar de arquear uma sobrancelha. – Se toca, Taehyung, não tem para quê. Você já está casado e ainda mais com uma filha. – Essas últimas palavras saíram atropeladas por conta da vontade de chorar que agora invadia minha mente.

- Não me importo. – Tae, com um sopro, retirou a franja de seus olhos. Com o movimento notei que algo brilhara em seu pescoço, mas logo voltei a encará-lo – Pode se passar dez anos, eu ainda quero falar.

- E por qual razão? No que isto irá mudar?

- Eu não quero que morra com ódio de mim.  – Ele desviou o olhar. – Pelo menos quero que morra com um pouco menos de ódio.

- Eu não odeio você, Taehyung. – Respondi indiferente, dando de ombros. Ele voltou a me encarar. – Eu só não suporto olhar para sua cara.

- Tá. Então não quero que morra com nojo de mim.

- Você não mudou nada. – Eu revirei os olhos, deixando um pequeno riso surgir por conta de sua frase refeita e da tensão do momento. – Continua idiota.

- E você continua chata. - Taehyung respondeu, como se não se importasse de me xingar de brincadeira depois de tanto tempo.

Infelizmente, aquilo fez meus olhos marejarem Lembrou-me das nossas discussões por coisas idiotas como: Qual filme iriamos assistir no cinema ou qual sabor de pizza pedir.

Droga.

- Olhe... – Eu fechei pesadamente os olhos, para drenar as lágrimas para dentro do corpo novamente, e toquei a lateral de seu rosto. – Você não precisa me dar satisfação, Taehy, de verdade, isso só destruiria meus pensamentos adquiridos nesses quatro anos.

Ele me fitou um pouco e deixou um meio sorriso invadir seus lábios.

- Taehy... - Taehyung repetiu, olhando por cima da minha cabeça. Percebi que ele se esforçava para não deixar aquele sorriso florescer.

Que merda. Eu o havia chamado pelo apelido com a força do habito que ainda existia mesmo depois de tanto tempo.

- Oh. Desculpe. – Me afastei rapidamente dele, tampando o rosto. – Eu esqueci! Perdoe-me pela falta de respeito. – Curvei-me rapidamente, mas minha vontade era de pular daquela janela e morrer.

- Que besteira, Aily. – Ele riu, naturalizando a vergonha daquela situação. – Está com medo de quê? Pode me chamar assim. – Taehyung se aproximou novamente de mim e acrescentou. – Eu só tive um reflexo do passado quando você pronunciou o apelido.

- A-Ah... – Passei a mão pelo cabelo. Ele continuava a me olhar, como se esperasse alguma coisa. Mordi o lábio, nervosa. Taehyung sorriu e tocou em meu ombro.

- Eu tenho que ir, já está tarde. - Ele disse, por fim.

- Eu também. – Eu suspirei - Ou a patroa me mata.

- Dois. – Ele riu. – Bom, até mais.

De início nós dois não sabíamos que tipo de contato físico fazer, como se todos tivessem um “porém” que o impedia. Então, para dar um fim naquela confusão, estendi minha mão e sorri, ele correspondeu a apertou. Demorou mais do que o normal, como se uma cola estivesse lá. Dei mais uma olhada em seu anelar e novamente estava lá, a aliança dourada indicando que todas as formas que meu coração encontrasse para se apaixonar por ele novamente eram fúteis e sem sentido.

“Ele está casado” Essa frase rodava em minha cabeça desde ontem, e se não fosse essa, era: “Ele está casado e com uma filha”.

E mais uma vez eu estava para baixo. As borboletas em meu estômago ainda não haviam descansado e se chocavam umas com as outras, me causando tontura. Toda aquela vida que planejamos juntos, até o nome da criança, ele estava tendo ela com outra mulher, e aquilo me destruía de uma forma incrível. Eu achava que tinha superado, mas foi só me encontrar com ele novamente que todo aquele sentimento ressurgiu, como uma fênix.

Quando me toquei de mim mesmo, ele já havia ido embora. Deixando-me naquele corredor iluminado pela luz do sol, porém ao mesmo tempo tão frio como uma noite escura. Por um momento não vi graça em minha vida sem ele, algo que para Tae não era problema, já que sua vida possuía sentido com sua mulher e sua filha.

- Senhora? – Uma mulher tocou em meu braço. – A senhora está bem? – Nem me toquei que eu chorava compulsivamente.

Mesmo sem conhecê-la, atirei-me em seus braços. Eu precisava de algum ombro para chorar não importasse de quem fosse, porque eu apenas... Precisava chorar. Foi aí que tive um pequeno reflexo dele novamente, dessa vez notando em algo que não notei antes. O brilho que vinha de seu pescoço era do pingente que eu o havia dado, a metade de uma borboleta azul.

- Ei, Aily! – Taehyung abriu a porta de meu escritório naquele dia chuvoso, fazendo os pequenos sininhos que haviam perto, ressoarem em um som agradável.

- Diz. – Eu respondi sem o olhar, ainda digitando arduamente em um dos computadores. O dia havia sido cheio e eu precisava terminar aquele relatório antes do expediente acabar.

- Mas você tem que olhar para mim. – Ele disse com uma voz manhosa e percebendo que eu não olharia tão cedo, cedeu ao xingamento. – Olha logo, idiota.

- Diz, Tae – Eu me virei impaciente, tentando esconder a cara emburrada. – Eu estou ocupada.

- Eu tenho algo para te pedir. – Taehyung ignorou minha postura e se distanciou um pouco, sorrindo bobo. – Desculpe, eu deveria ter escolhido um dia melhor, mas eu não quero esperar muito.

- O que é? - Perguntei, suavizando minha expressão e cruzando os braços.

Ele retirou do bolso uma caixinha e me entregou. Era azul pastel com a borda dourada. Senti meu coração acelerar quando a abri e retirei o filtro que encobria a joia. No começo pude ver um pingente de borboleta azul, mas logo percebi que eram metades, que combinavam formavam o inseto azul e prateado. As correntes eram prateadas.

Preso junto a parte superior da caixinha estava um papel rosa pastel com uma letra um tanto caprichada.

- Lê o papel primeiro. – Taehyung se se encostou à parede, com a cabeça abaixada e as mãos para trás, a timidez havia o atacado em cheio e aquilo me fez soltar uma pequena risada.

Abri o papelzinho e não pude deixar de sorrir de uma ponta a outra.

“Eu achei esse colar a coisa mais linda e quis comprar para você, mas quando a mulher me atendeu e eu pedi para retirá-lo da vitrine ela me olhou e disse: Que namorada sortuda a sua. Então eu pensei: Para eu te dar aquele colar eu precisaria te pedir em namoro primeiro (・~・)?  Bom, então vou tentar a sorte.

Se até um pingente tem sua metade, será que eu posso ter a minha?

Alysson, quer namorar comigo? ♥  ”

ʚĭɞ

 

 


Notas Finais


Nya ʚĭɞ
Até Maaaaaaais


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