1. Spirit Fanfics >
  2. Traída ( Kim Taehyung ) >
  3. Cinco

História Traída ( Kim Taehyung ) - Cinco


Escrita por: birdgirl

Capítulo 6 - Cinco


- O quê? – Eu perguntei enquanto tampava minha boca para controlar uma risada.

- Pois é. – Taehyung deu uma pausa antes de continuar. - Do mesmo jeito que eu te trai, ela me traiu também.

- Tem certeza disso?

- Absoluta. – Taehyung me fitou, mantendo a expressão séria. – E ela sabe que eu sei.

- É uma sensação tão boa né? – Eu disse, em um tom irônico.  

Antes que ele pudesse responder, Tzuyu e Taegeuk voltaram, ambas vestidas de princesas, e começaram a cantar uma música que haviam aprendido mais cedo. Ao terminarem, batemos palmas para elas.

- Viu? Conseguimos cantar sem errar. – Tzuyu disse para a outra que se encontrava com o rosto um pouco avermelhado.

- Cantamos bem mesmo? – Ela perguntou.

- Claro que sim. – Taehyung respondeu e ela sorriu de uma ponta a outra.

- Tia. – Tzuyu se aproximou de mim. – Estou com fome.

- Oh, verdade. – Lembrei-me de meu último compromisso. - Sua mãe me disse que era para eu te levar para o McDonald’s.

- Poxa, eu achei que ela que iria me levar. – Suspirou triste. – Minha mãe está sempre ocupada.

- Espere! Tzuyu você está indo para o McDonald’s também? – Taegeuk se pronunciou. – Eu estou indo para lá.

- Sério? Caramba que demais. – Ela se alegrou. – Unnie, vamos pedir aquele lanche que vem uma miniatura das Super Gatinhas.

- Sim! Precisamos ir logo. – Ela puxou a mão do pai. – Vamos, pai.

- Se você quiser carona, Aily. – Ele disse, casualmente.  

- Estou de carro. - Eu dei um meio sorriso. - Obrigada.

- Então nos vemos lá. – Tzuyu disse. – Vamos, tia.

Pela insistência de Taegeuk e Tzuyu acabamos sentando na mesma mesa, me fazendo ficar extremamente desconfortável. Quem vai saber se aquela doida do supermercado não vai brotar aqui e me agredir?

- Que pulseira bonita. – Ela apontou para meu pulso. – Um minuto, eu acho que a já vi em outro lugar...

- Eu já vi seu pai com uma parecida. – Tzuyu disse.

- Essa aqui? – Taehyung arreganhou as mangas do terno, mostrando o acessório que brilhava com a luz do estabelecimento.

- Parece com aquelas pulseiras que as garotas dos doramas dão de presente para os namorados. – Ela disse para a amiga.

- Ahn? – Tzuyu parecia confusa. – E por que eles têm isso?

- Ei! Por que vocês não vão brincar logo? - Cortei aquela conversa antes que fosse mais longe. - Logo teremos que ir, Tzuyu.

Após elas saírem, me recuperei do susto que eu havia levado com a pergunta dela, apontei para seu pulso e perguntei.

- Por que ainda usa?

- Por que você ainda usa? – Retrucou, arqueando uma das sobrancelhas e sorrindo cínico.

Taehyung pegou-me desprevenida. Por que eu usava mesmo? Nem eu sabia o motivo de nunca ter tirado aquela pulseira, talvez eu só achasse bonita e não gostaria de jogar meu dinheiro fora.

Ou talvez eu só não quisesse esquecer o significado dela.

- Eu não jogaria fora uma pulseira cara por um motivo tão besta.

- Besta, é? – Ele riu de minha resposta, que provavelmente tinha feito par com minha cara que negava aquilo que eu disse, mas logo voltou a me encarar sério novamente. – Eu uso porque acho bonita. – Tae se apoiou na mesa, e se aproximou de meu rosto. – Apenas isso.

Murmurei algo e retirei o celular do bolso para tentar neutralizar meu nervosismo ate notar que o mesmo me fitava indiscretamente.

- O que foi? – Perguntei, dessa vez soando ríspida.

- Eu fui um idiota.

- Eu sei. – Eu suspirei. – Você estragou tudo.

Ele não respondeu apenas assentou com a cabeça, logo voltando a olhar para o colo. Seu celular que se encontrava em cima da mesa vibrou e eu não pude deixar de ver na tela um alarme com o nome: Antidepressivo.

Taehyung não percebeu então bati na mesa propositalmente para que ele pudesse notar o celular. Quando ocorreu de ele perceber o alarme, deu uma desculpa de que “Faria uma ligação” e saiu rapidamente.

“Antidepressivo? Ele estava tomando antidepressivos novamente? Por quê? Qual a razão?” Eu queria perguntar, mas o medo de ser intrometida demais me impedia. Quando ele voltou parecia meio zonzo e fora do mundo.

- Ei. – Eu chamei. – Está tudo bem?

- Está. - Pelo seu tom havia estranhado minha pergunta. - Por que não estaria?

- Deixa para lá. – Eu pigarreei e retirei a franja de meus olhos com as pontas dos dedos.

Passou-se uns minutos até Taehyung falar novamente.

- Eu posso te perguntar uma coisa?

- Pergunte. - Respondi, dando de ombros.

- Para onde você foi depois de sair de casa?

- Seu irmão me acolheu. – Eu respondi, mantendo o tom indiferente. – Achei que você soubesse.

- Eu fui tantas vezes para lá e nunca te via, achei que era mentira dele. - Taehyung se encostou na cadeira e franziu os lábios.

- Não, eu realmente estava lá. Até tomar vergonha na cara e voltar ao apartamento para pegar minhas coisas.

- Essa parte eu vi.

- Você viu? – Eu franzi o cenho. – Mas não tinha ninguém em casa.

- Eu estava saindo quando te vi chegando.

- Ah… Você continuou lá?

- Não por muito tempo. - Ele maneou com a cabeça e desviou o olhar para uma das pilastras do restaurante. - Era meio que insuportável ficar naquele lugar.

- E a empregada? - Eu perguntei, tentando não soar amargurada em lembrar-me daquela situação.

- Ela me chamou para ir morar com ela, e como eu não tinha muitos lugares para ir, acabei aceitando.

- Entendo. – Respondi, tediosa. No fundo, eu esperava que ele tivesse sofrido um pouco sozinho.

- Entende? – Taehyung arqueou uma sobrancelha. - Como assim?

- O Baekhyun fez a mesma coisa. - Eu expliquei, gesticulando. - Não é como se eu fosse voltar para o Brasil para ficar com meus pais.

- É verdade.

Aproveitei a meada da conversa para perguntar sobre sua filha, que eu tanto tinha curiosidade.

- E você foi morar com a Min-Ki e ela engravidou?

- Resumindo.

“Muito curto.” Pensei enquanto formulava uma outra pergunta, mas logo fui interrompida por suas palavras soadas tristes.

- Você nunca gostou de crianças, não é, Aily?

Eu tentava a todo custo não gritar mais do que eu já gritava. A dor era insuportável e ficar em pé se tornava mais difícil a cada segundo passado. Mordi uma toalha com tanta força que parecia que meus dentes cairiam e ficar grudados nela.

Um líquido rosa claro descia por minhas pernas, acompanhado de um rio vermelho e juntos com uma cólica tão dolorosa que uma facada doeria menos. O chão já estava banhado de vermelho. Meu banheiro agora parecia uma cena de assassinato e eu me parecia com a vítima.

Não fazia muito tempo de que eu descobrira que estava grávida, uma infelicidade para mim já que nunca gostei de crianças e em nenhum momento de minha vida pensara em ter um filho. Nisso, decidi não contar para Taehyung e manter segredo até a barriga crescer, por não querer lidar com sua cara de reprovação ao ver minha cara de desaprovação.

Bom, seria assim até hoje eu sentir uma dor infernal em minha barriga.

- Senhor... Me ajude. – As contrações ficavam cada vez mais forte, não gritar agora era impossível.

Um tempo se passou e a agonia agora desaparecia lentamente. Consegui-me por de pé e observar tudo ao meu redor.

Eu havia tido um aborto espontâneo.

Mordi o lábio inferior tentando não entrar em pânico. Meu corpo tremia dos pés a cabeça e eu me sentia tonta. Sentei-me na privada e pus as mãos na cabeça procurando uma solução para aquilo tudo. Eu precisava urgentemente ir a um hospital.

Olhei para o relógio que marcava nove e cinquenta e sete da manhã, Taehyung chegaria de duas e meia da tarde, daria tempo de limpar tudo e ir ao médico. Mesmo com toda aquela dor, consegui dar um jeito naquela bagunça e me banhar para ir me consultar.

Afinal, eu contaria para ele?

- Ele gosta tanto de crianças. – Enxuguei uma lágrima que descia pelo meu rosto. – Tae sofreria muito.

Decidi não contar, não faria nenhum mal ele saber disso, não é?

- Você está meio pálida. – Taehyung disse, enquanto tocava meu rosto. – Está tudo bem?

- Está sim. – Me soltei dele, evitando olhar em seus olhos. – Como foi o trabalho?

- Aily. – Ele puxou meu braço, me pondo de frente para si. Sua voz agora estava mais séria. – Você está bem mesmo? Está eufórica desde que eu cheguei e suas mãos estão suando.

- Eu só estou um pouco cansada. – Tentei sorrir para ele, mas aquilo acabou transparecendo meu cansaço. – Não precisa se preocupar, Taehy.

- Você sabe que pode confiar em mim. – Tae me puxou para um abraço, suspirando – O que foi, meu amor?

Aquilo só fez a lembrança de hoje de manhã voltar para minha mente. Por que eu não contava a ele? Não seria mais fácil carregar aquele sofrimento com alguém? Mas algo me impedia e era mais forte do que minha dor.

Eu não queria que ele sofresse também.

Comecei a chorar em seu peito. Eu me sentia tão estranha com tudo aquilo, talvez por ser muito nova ou imatura, talvez por um filho meu tivesse morrido, talvez por carregar aquela dor sozinha. Depois de algum tempo abraçados, Tae olhou no fundo de meus olhos e perguntou novamente com a voz suave.

 - O que aconteceu?

- Eu... Eu só estou com saudades dos meus pais.

ʚĭɞ

 


Notas Finais


E foi isso por hoje!
Até mais, borboletinhas! ʚĭɞ


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...