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História Traída ( Kim Taehyung ) - Oito


Escrita por: birdgirl

Notas do Autor


Espero que Gostem!

Capítulo 9 - Oito


- Caso 997. Criminoso detido. Levar para a central 12. – Eu disse para o secretario ao meu lado, sem tirar os olhos da tela do computador. – Caso 998. Estuprador identificado. Mandar viaturas para a rua Shiniama, 92, Seulgi. – Elevei o tom de minha voz para que a novata escutasse.

Os dois responderam e eu pude finalmente recuperar o fôlego.

- E alguém me traga um café. – Suspirei, por fim, deixando minhas costas finalmente se encostarem a cadeira de rodinhas. O dia estava sendo puxado na central e minha noite mal dormida não estava ajudando em nada.

- Aily, querida. – Escutei uma voz atrás de mim. Chae-rin tocava em meu ombro, segurando um expresso que exalava um cheiro maravilhoso. – Caramba, hein. – Ela voltou a falar, enquanto percorria com os olhos minha mesa entupida de papeis. – Parece que estamos tendo um dia cheio hoje.

- Muito. – Tomei um gole do liquido que desceu quente por minha garganta e soltei o ar, satisfeita com a cafeína sendo absorvida por meu estomago vazio. – Mas é bom por uma parte, saber que estamos cumprindo com nosso trabalho.

Chae-rin sorriu e concordou com a cabeça, puxando uma cadeira vazia ao meu lado e se sentando logo depois.

- Sei que não está se desopilando muito, dá pra ver na sua expressão. – Ela cruzou as pernas e acenou para que eu me aproximasse mais dela e antes que eu retorquisse, perguntou. – Você está livre amanhã à noite?

- Me deixa adivinhar. – Franzi os lábios, soltando uma pequena risada logo depois. - Cuidar da Tzuyu.

- Hein? Claro que não. – Chae-rin soltou uma gargalhada e deu pequenas tapinhas na minha coxa. – Amanhã é o aniversário de casamento da Wendy, esqueceu?

Eu neguei com a cabeça e respondi.

-  Ela tinha me convidado semana passada. – Meus olhos percorreram o teto por um segundo, enquanto eu procurava uma desculpa para não ter que ir para a festa. – Mas eu prefiro descansar.

Chae-rin suspirou, me olhando com uma expressão desapontada nos traços delineados perfeitamente.

- Não. Não é por isso. – Disse ela, me encarando fundo com os olhos castanhos. – Você não me engana, nos conhecemos a mais de dez anos.

- Chae. – Antes que eu pudesse falar, ela me cortou.

- Sei que não gosta de viver antigas lembranças ao sair com seus antigos amigos. – Chae-rin apontou sutilmente com o dedo para meus colegas concentrados atrás de seus computadores.  – Mas saiba que ainda gostamos e nos importamos bastante com você e sua presença.

Dei um meio sorriso. Não sabia o que responder.

- Tenta ir. – Por fim, ela se levantou e colocou a mão no meu ombro. – Tenho certeza que vai ser legal, fora que a Wendy e o Chany ficariam muito felizes.  

• 

Acabei cedendo. Não queria ter de desapontar Wendy e Chanyeol, que foram por muito tempo, meus melhores amigos da faculdade de direito.

Junto com Taehyung.

Que agora estava mais presente que nunca na minha vida.

Mais uma vez; e minha mente não tinha ideia de como lidar com isso.

Todos os encontros davam errados de alguma forma e no começo isso foi contornado com uma troca de expediente na delegacia, feita por ele, onde os dias em que o mesmo precisava trabalhar, eram os meus de folga.

Por conta disso, e de algumas gambiarras que eu fazia para não ter de trombar com ele uma vez ou outra, nosso contato foi rapidamente cortado e demorava mais do que duas semanas para eu o ver de longe na central.

Mas agora, isso não estava mais funcionando. Como se o universo moldasse todo o espaço para que nós dois nos encontrássemos, não importando o quão inconveniente fosse ficar depois.

Minha cabeça já doía o suficiente quando cheguei em casa, por volta das onze da noite, e só piorou quando me lembrei de que muito provavelmente eu não iria poder escapar de mais um encontro com Taehyung.

Óbvio que ele havia sido convidado e óbvio que ele iria comparecer.

E mais óbvio que eu iria me sentir uma idiota perto dele.

• 

Estranhamente o dia inteiro passou devagar. Talvez devagar demais, ou minha mente estava inconscientemente ansiosa para o evento que só iria começar as dez e meia da noite.  

Dei voltas e mais voltas por meu apartamento, com meu cachorro ao meu pé, me perguntando como iria me comportar na frente de todos; sabendo que Taehyung estaria no mesmo lugar, na mesma hora.

E provavelmente deslumbrante.

Mordi meu lábio inferior e me sentei no chão, com raiva de mim mesma por ainda ser tão imatura e não saber lidar com aquela situação.

- Por que eu sou assim? – Perguntei para mim mesma, suspirando frustrada. – Nem era para eu ir pra essa festa.

Naquela hora, meu relógio de parede fez um barulho, indicando que já eram nove da noite. Geralmente eu odiava essa função barulhenta dele, mas só naquela hora eu agradeci por ele ter me lembrado do quão nervosa.

Com alguns passos relutantes cheguei ao meu closet e percorri com os dedos alguns dos vestidos nos cabides, sem ter muita noção de qual eu vestiria.

• 

O salão era incrivelmente grande e incrivelmente tedioso. Eu simplesmente me sentia deslocada em festas, não importasse qual fosse eu sempre iria me sentir desconfortável. Escutei umas vozes me chamando e logo vi a mesa de meus amigos de trabalho, convenientemente, a maior do local.

Dei um aceno rápido para eles e procurei por Wendy, para entregar-lhe seu presente.

- Eu fico tão feliz que você tenha vindo. – Ela me abraçou. Seu vestido era lindo, uma versão mais casual de um vestido de noiva. – E que roupa linda.

- Obrigada. – Sorri para ela. – E você está deslumbrante.

- Aily! – Disse Chanyeol, quando me avistou e veio até nós duas. – Fico feliz que tenha comparecido.

- Como vai? – O abracei e cruzei os braços, fazendo uma expressão satisfeita. – Eu jurava que vocês não chegariam nem ao casamento, pareciam que se odiavam no colégio.

 - E não era? – Wendy gargalhou. – Mas acontece que eu amo essa criaturinha.

- Poderia ter dito isso antes, sem transformar minha vida em um inferno na escola. – Ele suspirou.

Ficamos um tempo juntos, rindo ao lembrarmo-nos de nossa época de escola. Voltei para a mesa onde meus colegas estavam e a quantidade de elogios sobre, especificamente minha beleza, foram imensas, até para o que eu imaginava.

Outro motivo pelo qual eu não gosto de festas. Bebidas. Estavam todos bebendo os whiskies, cachaças e runs mais caros do mundo e pareciam estar se divertindo. Chae-rin já estava completamente inconsciente quando começou a se agarrar com o perito Kai e o resto da mesa começou a gritar e fazerem piadas maliciosas.

- Esperem que ainda tem a valsa! – Wendy passou rapidinho em nossa mesa. -  Quero ver todos dançando, inclusive você, Aily. – Apontou para mim.

- Essa eu passo, Wendy. – Gesticulei com as mãos. – Não sou boa em dançar.

Todos se viraram para mim e eu me lembrei de que eu sempre dançava nas festas com o bendito Taehyung, e que eu gostava disso.

- Digo, não estou com vontade de dançar hoje. – Sorri atrapalhada.

- Mas hoje você vai dançar, por que é meu aniversário. – Ela disse confiante. – Só por hoje.

- Certo, então. – Eu disse derrotada. Wendy possuía uma áurea de convencer a todos com sua maneira de falar. – Quando a valsa começar eu volto. – Me levantei da mesa.

Na verdade eu precisava de um pouco de ar lá fora. Todo aquele clima de música, bebidas, risadas e casais se agarrando me trazia uma sensação nostálgica, ruim, mas nostálgica e aquilo estava me desgastando aos poucos. Fui para uma parte mais calma da festa, a varanda do salão.

Olhei as horas e vi que já marcavam duas da manhã. A valsa começaria as três e o bolo seria cortado quando finalizasse a dança. Eu não estava cansada, poderia ficar ate amanhecer o dia, mas não nego que estava meio avoada.

Cheguei à varanda do salão. Era grande e iluminada. Algumas videiras decoravam as paredes do local e de lá dava para ver toda a cidade iluminada de Daegu. O vento gelado de inicio incomodou minhas pernas e braços nus, mas logo me acostumei.  Me apoiei na varanda sentindo o ar.

Suspirei e tentei me concentrar em continuar naquele lugar sem ter um chilique interno. Eu sentia estar sendo falsa comigo mesmo, já que por fora eu parecia estar adorando a festa, mas por dentro eu queria correr dali.  

Eu estava tendo um bombardeio de memorias em minha mente. Não estava conseguindo me concentrar em uma conversa por muito tempo, ou simplesmente me divertir. Como se algo me impedisse, como se estivesse faltando alguma coisa a mais. Suspirei e apoiei minha cabeça em minha mão, sentindo a brisa.

Vi por minha visão periférica alguém se encostar ao meu lado e beber alguma coisa em um copo. De início não me importei muito, mas depois tive que me virar para ver quem era por curiosidade mesmo. Quase coloco a bebida para fora quando vi quem era. Kim Taehyung

E ele estava absurdamente lindo. Não sei se era o efeito do álcool em minha cabeça, mas fora uma das vezes que ele estava mais bonito. Senti um frio na barriga seguido pelas dormências em minhas pernas e lembrei-me de que: Eu ainda ficava nervosa perto dele.

Taehyung não parecia me notar, olhava para o salão e seus dedos tamborilavam o mármore da varanda. Voltei a minha posição inicial, evitando qualquer contato. Logo me não iria demorar muito para que ele me percebesse, então dei meia volta e sai de cabeça baixa dali. Ou tentei.

Senti uma mão agarrando delicadamente meu pulso e me puxando para trás.

- Então você veio. – Disse Taehyung, com um sorriso satisfeito. – Tinha quase certeza que não viria.

- É. – Puxei minha mão para junto de mim. – Tinha quase certeza também.

Antes de ele responder, deu um pequeno gole no copo de whisky ao seu lado e o pousou novamente na varanda de pedra.

- Está bonita, Alysson. – Ele piscou, percorrendo minha extensão corporal com os olhos puxados. – Faz tempo que não te vejo assim, você está sempre fugindo de mim.

- Acredito eu ter motivo para fugir de alguém como você. – Rebati e cruzei os braços por cima do meu vestido azul marinho. – Nem deveria falar contigo pra começo de conversa.

Taehyung deu uma meia risada e olhou para o lado, se desencostando da varanda de pedra e ficando mais próximo de mim. Seu perfume familiar se misturou com o cheiro do whisky e me envolveu por completo.

- Então por que fala? – Perguntou, com um tom provocativo na voz grossa. Eu tomei o ar em meus pulmões e tentei controlar meu coração que martelava em meu peito. – Hein?

- Me deixa em paz, Taehyung. – Estendi minha palma em seu peito, o empurrando e encarando seus olhos com desprezo. – Eu te odeio.

Antes que eu retirasse minha mão, ele a tomou junto com a sua e me puxou mais para perto.

- E eu ainda gosto de você. – Sua boca estava a centímetros da minha e foi praticamente impossível não a encarar enquanto o mesmo repetia aquelas palavras tão gostosas de se ouvir. - E você sabe.

Eu não respondi. Evitei a todo custo ter de falar algo idiota, entretanto, naquela hora o efeito do álcool já se mostrava mais presente que tudo e minha visão não desagarrou dos lábios de Taehyung. E ele percebeu. Porque olhava diretamente para a minha.

- Não vai fazer diferença, vai? – Ele perguntou mais uma vez, sutilmente acariciando meu antebraço com a ponta dos dedos. – Eu sei que não é unilateral, Alysson.

O encarei nos olhos mais uma vez, já deslizando minha mão por seu tórax; passado por seus braços, costas e até sua nuca, a fixando lá.

- Não. Não vai.

Eu nunca consegui descrever como eu me sentia ao beijar Kim Taehyung e dessa vez não foi diferente. Nada de pressa, sua forma era lenta e sutil, o que deixava a experiencia cerca de cem vezes melhor. E assim como a primeira vez, nossa altura se encaixava perfeitamente; tudo se encaixa perfeitamente com ele.

E aquilo fez meu coração apertar, formando pequenas lágrimas ao redor de meus olhos fechados e me fazendo intensificar o beijo. Só de raiva.

Eu o beijei com raiva. E o levei para a cama naquela noite.

Só mais uma vez não iria fazer diferença.

 ʚĭɞ

 


Notas Finais


OH MY LADIEEEES
PUT YOUR HANDS UP

Genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Desculpa pela demora para postar ;-;-;
Eu estive muito ocupada chorando pela morte do Glenn/Abraham/Vida -q
Mas enfim, saiu e espero muito que vocês tenham gostado!

Um Beijaaaaao <3


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