Se o espelho somente mostrasse o meu corpo refletido em sua superfície talvez não estivesse prestes a descrever os diversos tons que minha alma transmite em volta de mim neste momento. Um aspecto sinestésico faz meus sentidos, de uma forma que muitos acusariam ser sobrenatural, integrar-se a esse espaço composto por três linhas imaginárias que ditam as leis físicas de um mundo, diga-se de passagem, também físico. O X, Y e Z que falta na equação do meu interior não humano, não material, algo mais sutil.
Um campo de energia incomum ao espectro eletromagnético convencional é o que parece ser meu cobertor individual, que me protege do frio existencial e dos monstros pessoais, que guarda todas as lembranças do passado e, quem sabe, do futuro.
Sinto agora, através do espelho, um fogo dançar em espiral, subir à espinha e ir direto ao topo da minha cabeça, transformando os estímulos nervosos em lembranças ancestrais. O fogo se converte em uma imensa chama e ao redor vejo antigas civilizações se aquecendo, contando histórias e aprendendo sobre a vida.
Num dado instante deste estranho devaneio o espelho confunde-se com a realidade, mostrando que não existe a realidade enquanto não sabemos distingui-la da ilusão.
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