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História Transformado - Capítulo 9 - sou um péssimo mentiroso


Escrita por: Jefflucio

Notas do Autor


Vamos para mais um capítulo ?? 😀😀

Capítulo 9 - Capítulo 9 - sou um péssimo mentiroso


Fanfic / Fanfiction Transformado - Capítulo 9 - sou um péssimo mentiroso

O último sino do dia tocou e Jack parou em frente ao seu armário. Ele olhou para a combinação impressa em um pequeno pedaço de papel em sua mão, girou o botão e puxou.

Não funcionou. Ele tentou a combinação novamente. Desta vez, ele abriu.

Ele olhou para o armário vazio de metal. A parte interna da porta estava coberta com pichações. Fora isso, não havia mais nada. Deprimente. Ele pensou em todas as suas outras escolas, em como ele corria para encontrar o seu armário, abri-lo, memorizar a combinação e cobrir a porta com fotos de garotos das revistas. Era a maneira dele ganhar um pouco de controle, de sentir-se em casa, de encontrar seu único cantinho na escola, de tornar algo familiar.

Mas em algum momento, a algumas escolas atrás, ele ficou menos entusiasmado. Ele começou a se perguntar para que fazer o esforço, já que era só uma questão de tempo até que ele tivesse que se mudar novamente. Ele começou a ficar cada vez mais lento para decorar o seu armário.

Desta vez, ele não iria nem sequer começar. Ele fechou a porta com força.

“Jack..?”

Ele pulou.

Parado ali, à 30 centímetros de distância, estava Jonah.

Ele usava grandes óculos de sol. Ele podia ver que a pele embaixo deles estava inchada.

Ele estava chocado em vê-lo ali. E feliz. Na verdade, ele estava surpreso com o quão feliz ele estava. Uma sensação quente e nervosa estava centrado em seu estômago. Ele sentiu sua garganta secar.

Haviam tantas coisas que Jack queria perguntar a ele: se ele havia chegado bem em casa, se ele havia visto os agressores novamente, se ele o viu lá... Mas, por alguma razão, as palavras não conseguiam ir do seu cérebro para a sua boca.

“Oi,” foi tudo o que Jack conseguiu dizer.

Ele ficou parado ali, olhando. Ele parecia não saber como começar.

“Senti sua falta na aula hoje,” Jack disse, e imediatamente se arrependeu da sua escolha de palavras.

Burro. Você devia ter dito, “Eu não vi você na aula.” “Senti falta” soa como desespero.

“Eu cheguei atrasado,” Jonah disse.

“Eu também,” ele disse.

Jonah se mexeu, parecendo desconfortável. Jack percebeu que a viola dele não estava ao seu lado. Então aquilo foi real. Não tinha sido apenas um pesadelo.

“Você está bem?” Jack perguntou. - apontando para os óculos dele.

Ele levantou a mão e os retirou lentamente.

Seu rosto estava roxo e inchado. Haviam cortes e curativos em sua testa e ao lado do seu olho.

“Eu já estive melhor,” Jonah disse. Ele parecia constrangido.

“Meu Deus,” Jack disse, sentindo-se péssimo com aquela visão. Ele sabia que deveria pelo menos se sentir feliz por tê-lo ajudado, por poupá-lo de mais danos. Mas, em vez disso, ele se sentiu mal por não ter chegado lá antes, por não ter voltado para ajudá-lo. Mas depois que... aquilo havia acontecido, tudo havia ficado embaçado. Ele não conseguia nem mesmo lembrar como havia chegado em casa. “Eu sinto muito.”

“Você soube como aconteceu?” Jonah perguntou.

Ele o observou atentamente, com seus olhos verdes brilhantes, e Jack sentiu que ele o estava testando. Como se ele estivesse tentando fazê-lo admitir que estava lá.

Ele o tinha visto lá? Não poderia. Ele estava inconsciente. Ou não estava? Será que ele teria visto o que aconteceu depois? Jack deveria admitir que havia estado lá?

Por um lado, ele estava louco para contar para Jonah como o havia ajudado, ganhar a sua aprovação e sua gratidão. Por outro, não havia como explicar o que ele havia feito sem parecer um mentiroso ou algum tipo de aberração.

Não, ele concluiu internamente. Você não pode contar para ele. Não pode.

“Não” Jack mentiu. “Eu não conheço ninguém aqui, lembra?”

Ele pausou.

“Eu fui atacado,” Jonah disse. “Indo para casa depois da escola.”

“Eu sinto muito,” ele disse novamente. Ele parecia uma idiota, repetindo a mesma frase estúpida, mas ele não queria dizer nada que o comprometesse.

“É, meu pai está furioso,” Jonah continuou. “Eles pegaram a minha viola.”

“Isso é péssimo,” Jack disse. “Você vai comprar uma nova?”

Jonah balançou a cabeça lentamente. “Ele disse não. Ele não tem como pagar. E disse que eu deveria ter tido mais cuidado com ela.”

Preocupação cruzou o rosto de Jack. “Mas eu pensei que ela era a sua passagem para sair daqui?”

Ele encolheu os ombros.

“O que você vai fazer?” Jack perguntou.

“Eu não sei.”

“Talvez a polícia a encontre,” Jack disse. Ele se lembrava, claro, que a viola havia sido quebrada, mas ele pensou que, dizendo isso, ajudaria a provar para Jonah que ele não sabia.

Jonah o observou cuidadosamente, como se tentasse decidir se ele estava mentindo.

Finalmente, ele disse, “Eles a quebraram.” Ele pausou. “Algumas pessoas simplesmente sentem a necessidade de destruir as coisas dos outros, eu acho.”

“Meu Deus,” Jack disse, tentando ao máximo não revelar nada, “isso é terrível.”

“Meu pai está furioso comigo por não ter lutado... mas eu não sou assim.”

“Que idiotas. Talvez os tiras os encontrem,” Jack disse.

Um leve sorriso passou pelo rosto de Jonah. “Isto que é estranho. Eles já levaram o troco.”

“O que você quer dizer?” Jack perguntou, tentando parecer convincente.

“Eu encontrei aqueles caras no beco, logo depois. Eles apanharam mais do que eu. Não estavam nem se movendo.” Seu sorriso aumentou. “Alguém os pegou. Eu acho que Deus existe.”

“Que coisa estranha,” Jack disse.

“Talvez eu tenha um anjo da guarda,” Jonah disse, olhando para Jack atentamente.

“Talvez,” ele respondeu.

Jonah o encarou por um longo tempo, como se esperasse que Jack contribuísse com algo, que insinuasse algo. Mas ele não o fez.

“E aconteceu uma coisa ainda mais estranha do que tudo isso,” ele disse, finalmente.

Ele retirou algo de dentro de sua mochila, e o segurou.

“Eu encontrei isso.”

Jack olhou para baixo, chocado. Era o seu caderno.

Imediatamente Jack sentiu suas bochechas corarem quando o pegou, feliz por tê-lo de volta e horrorizado por saber que Jonah tinha uma prova de que ele havia estado lá. Agora, ele devia ter certeza de que Jack estava mentindo.

“O seu nome está aí. Ele é seu, não é?”

Jack assentiu com a cabeça, examinando-o. Estava tudo lá. Ele havia esquecido dele.

“Haviam algumas páginas soltas. Eu juntei todas e as coloquei de volta. Espero ter pego todas,” Jonah disse.

“Você pegou,” Jack disse suavemente, emocionado, constrangido.

“Eu segui a trilha de páginas e o engraçado é que… elas me levaram até o beco.”

Jack continuou a olhar para o diário, se recusando a fazer contato visual.

“Como você acha que o seu diário foi parar lá?” ele perguntou.

Jack olhou nos olhos dele, fazendo o possível para manter uma expressão séria.

“Eu estava indo para casa ontem à noite, e o perdi em algum lugar. Talvez eles o tenham encontrado.”

Jonah o estudou.

Finalmente, ele disse, “Talvez.”

Os dois ficaram parados ali, em silêncio.

“A coisa mais estranha de todas,” ele continuou, “é que, antes que eu ficasse totalmente inconsciente, eu poderia jurar que vi você lá, em pé na minha frente, gritando com aqueles caras para me deixarem em paz… Não é estranho?”

Ele o olhou, e Jack retornou o olhar dele, diretamente nos olhos.

“Eu teria que ser bem maluco para fazer uma coisa dessas,” Jack disse. Contra sua própria vontade, um pequeno sorriso surgiu no canto de sua boca.

Ele pausou, depois deu um sorriso largo.

“Sim,” Jonah respondeu, “você teria.”


Notas Finais


Minha criatividade voltou, agora terão que aguentar meus longos capítulos 😂😂😂😉


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