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História Translucent - 0.4 Flutuar


Escrita por: Faye1D

Capítulo 7 - 0.4 Flutuar


-Você não irá me deixar, não é?

Sinto os cabelos da minha nuca arrepiarem, conforme alguns fios de meu cabelos se mexem minimamente com o sopro de suas palavras, me fazendo questionar o quão perto ele está de mim. Não tenho coragem de me movimentar, sinto meu corpo tenso e seguro minha respiração, um sistema de autodefesa criado sem eu se quer dar conta. Não sinto mais minha pele arde pelos machucados, ou a dor em meus pulmões pela falta de ar, ou até o cansaço pela adrenalina gasta. Apenas não sinto nada, como se todos os meus sentidos tivessem sido substituídos pelo medo e o receio.

-E po-por que eu i-iria ficar?- Digo com uma pequena fagulha de coragem que logo desaparece.

Não posso dizer sua proximidade, não consigo sentir sua presença e nem ouvir o som de sua respiração. Mas sei que ele está ali, me vigiando sobre seus olhos verdejantes e sombrios, como um animal faminto cercando de todos os lados sua presa, que no caso seria eu, um pequeno e indefeso coelho contra uma forte e vistosa víbora, sem a minima chance de escapar ou vencer.

-Porque eu quero que fique.- Murmura e quase simultaneamente me viro para o encarar, porém recuo me encostando mais ainda contra a grade assim que vejo-o quase colado a mim, percebendo sua altura considerável e intimidante contra a minha pequena e vulnerável.

-E se...se eu não quiser ficar?-Sussurro engolindo em seco imaginando de onde todo aquela coragem veio.

-Então eu imploro que fique.

-Porque? O-oque você quer de mim? Porque não...não me deixa ir embora?- Bombardei-o de perguntas surpreendendo-o e a mim mesma.

-Porque...eu preciso de você, mas...,- Faz uma pausa e leva sua mão para acariciar meu rosto me fazendo recuar ainda mais, entretanto ele para a si mesmo abaixando a mão em seguida me olhando tristemente, me fazendo franzir o cenho em confusão.- Mas se quiser você tem toda a liberdade para ir.- Suspira e passa a língua entre seus lábios os umedecendo.- Não posso de impedir de ficar aqui contra sua vontade, porém a imploro que me de uma nova chance para recomeçar, sim?

-Oque?- Pergunto perplexa.- Você está louco? Eu mau o conheço, e até agora só o vi como um lunático aproveitador, como tem coragem de pedir que eu fique?

-Peço perdão pelo jeito que agi.- Diz e quase posso ver o arrependimento em seu olhar, mas imagino que ele deve ser um belo ator.- Não estou acostumado á interagir com, bem você sabe....

-Com pessoas?- Ironizo.

-Sim.-Sussurra e eu o olho sugestivamente. Ele só pode está brincando com a minha cara.- Por favor só me deixe te mostrar uma coisa, e caso se depois de saber te tudo quiser ir embora, tudo bem, eu não irei a impedir.

-Você não me deve satisfações, nem ao menos me conhece, por que eu deveria acreditar em suas palavras?

- Eu a conheço mais do que imagina Livy.- Arregalo meus olhos em espanto, não lembro-me de dizer meu nome em momento algum para ele.

-Co-como?

-Já disse, eu conheço-te, sei que és uma garota que lutou muito na vida, que sofreu quando jovem pela perda da mãe, que se fecha para todos porque tem medo de se abrir novamente a alguém e a perde, mas eu também sei que é forte e determinada, além de doce, adorável, compreensível e generosa. Sei que ama flores, e chora em todos os filmes de romance que vê, eu sei de tudo Livy, acredite em mim, eu nunca fária um mal nenhum a você propositalmente.

-V-você é algum tipo de perseguidor?

-Não, olha...Apenas me deixe te mostrar...-Suspira.- Por favor...

-Não! você é maluco, saia de perto de mim an- Paro assim que percebo que meus pés não estou mais a tocarem no chão. Grito em pânico e não consigo me mover. Sinto que poderia desmaiar a qualquer momento, o pensamento mais logico que se forma na minha mente confusa é que eu provavelmente esteja ficando louca, mas não havia nada me segurando. Eu estava flutuando como uma pena desfeita no ar. Meus gritos estavam cada vez mais roucos, quando aquela coisa ia se movendo novamente para dentro de casa, enquanto meu corpo simultaneamente o seguia sem que eu pudesse fazer nada para o impedir.- O-oque é-é v-você?- Perguntava entre o soluços que me escapavam.- O-oque es-está fa-fazendo comigo?- Mais e mais perguntas que fizera e que soavam ao vento, sendo rapidamente esquecidas e aparentemente insignificantes para o ser que me guiava.

Porra, eu nunca havia sentido tanto medo na minha vida como agora e, Deus que me perdoe, mas eu nunca odiei tanto uma pessoa como aquela maldita freia. Eu pensei que eu finalmente tinha alguém que se preocupava comigo, e que eu podia correr quando precisava, mas eu estava enganada, eu estava sozinha, como sempre estive depois da morte de minha mãe. Eu nunca deveria ter confiado nela.

As pessoas só servem para isso, as traírem, e usa-las. Você pode pensar que está tudo bem, mas do nada surge algo que estraga tudo, elas sempre vão embora e te deixam como um peso qualquer, para ser jogada em qualquer lugar para ser tratada como lixo, Como minha mãe me deixou e agora Judith fez. Eu sempre deveria saber que era melhor não confiar naquela velha senhora muito doce para ser real, é isso para onde toda aquela bondade vai, para a mãos de um desconhecido, uma aberração, um ser que provavelmente não pode ser humano. Tenho certeza que foi ela que contou todas aquelas coisas a ele, para que conseguisse me persuadir, mas como não cai em seus joguinhos, agora estou aqui, tremendo de pânico, com uma simples camisola entrando em um quarto qualquer, escuro e empoeirado. E só posso rezar a Deus, para que nada me aconteça, como ser violentada.

Nunca acreditei em coisas sobrenaturais, entretanto no que acreditar, em sua mente insana ou no que está diante de seus olhos? prefiro muito mais está louca do que pensar que tudo isso seja real, porém não posso deixar de pensar que este ser me carregando-de algum modo-, seja um demônio ou algo do tipo, porque com certeza, um ser humano, está bem longe de ser uma das suas características. Está tudo ligado, um horrendo mostro preso em um belo rapaz de aparência considerável, para ser mais fácil de conquistar suas vitimais, provavelmente, Judith- se é que esse é seu nome verdadeiro.-, o está ajudando em um complô.

Céus, eu ao menos sei oque estou pensando agora. Isso não deve ser real, provavelmente é só um sonho ruim, que eu vá acordar a qualquer momento. Essas merdas não são reais, é impossível que seja, não é?

-Chegamos.- Ouço sua voz rouca proferir fazendo-me soltar para fora de meus pensamento.- Desculpe por isso.-Me encara.- Você não facilitou muito as coisas, então...- Deixa suas palavras suspensas no ar, enquanto eu sinto meu pés de volta ao chão, sinto minhas pernas bambas e caio de joelhos ao chão frio.

Permaneço nessa mesma posição de cabeça baixa com os olhos fechados, e conto até dez mentalmente esperando minha respiração ofegante se abrandar. Aperto minhas mão gélidas uma contra a outra na esperança que as mesmas parem de, ridiculamente tremerem.

-P-por...- Engulo em seco e limpo minha garganta que estava dolorida pelos gritos de apouco.- P-por q-que f-fez i-sso?-Pergunto roucamente, e tão baixo que duvido que o mesmo tenha ouvido, mas percebo que ele fez quando ouço o mesmo suspirar.

-Olhe... me perdoe- Escuto seus paços em minha direção e me encolho rapidamente fazendo que o mesmo pare e eu finalmente tomo coragem para olha-lo, ele está hesitante? Suponho que um sequestrador não deveria ficar assim.- Eu...eu só vou...uhm... pegar umas coisa,.. espere.- Me olha perdidamente e se afasta desaparecendo logo em seguida no breu escuro pela parte mal iluminada do comodo em que nos encontrávamos.

Pensei em fugir agora, entretanto logo descarto isso, sei perfeitamente que ele me pegaria antes mesmo de passar pela porta, estou fraca e machucada, para além de não comer a horas, fugir agora não seria a coisa mais sensata a se fazer. Não tenho certeza se isso é um sonho ou não, mas não seria o mais adequado a se arrisca nessa situação, mesmo com uma pequena possibilidade que isso seja apenas um pesadelo.

-Aqui está!- Exclama e consigo, por meio dos ecos formados pelas paredes vazias do quarto, ouvir um baque estridente e logo vejo-o voltando com algo em suas grandes mãos. 

Assim que o ser de cachos vem até mim, ele se agacha e pousa o baú médio de madeira a minha frente. O encaro confusa, porém o mesmo apenas faz um pequeno aceno em direção ao objeto, dando ao entender, pelo menos eu acho, que era para eu abri-lo.

Hesitante ergo minha mão tremula até ele e passo os dedos nos baixos relevos em sua tampa. Apesar da madeira parecer um pouco desgastada e velha, era algo muito bem conservado, bem, como toda a casa era.

Batalho uma guerra interna comigo mesma, se devo ou não abrir o baú, tenho receio do que irei encontrar. Poderia ser peças de outras vitimas, como vi em muitas series polícias, No entanto, algo me dizia que oque estivesse naquele compartimento, poderia responder a todas minhas questões. Respiro fundo, e acabo deixando minha curiosidade levar o melhor. Guio meus dedos até a pequena trava da mesma e a desbloqueio facilmente. Pergunto-me uma ultima vez se isso é o melhor a se fazer, mas antes que minha parte racional volte a comandar, já tenho o recipiente aberto.

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Hey flowers como estão? Gostaram deste mini capítulo? Sorry pelo tamanho, eu até ia continuar, mas estou morrendo de sono, e tenho prova de matemática amanhã, então como não quis deixar vocês na mão resolvi postar logo, já que demorei bastante para postar esse, e não queria demora. Bom espero que estejam preparas para o próximo capítulo que vem cheio de revelações. Até a próxima atualização. Bye.

Xoxo

-☠ F A Y E ☠

 



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