História Transtornos amorosos - Fase 1 - Capítulo 1

Era manhã, umas 9:30, estava ensolarado, com poucas nuvens no céu.

Eu estava fazendo o de costume, indo tomar um café apaixonado e torradas antes de ir trabalhar. 

Quando ia me sentar na mesa de costume, havia um casal, me fazendo pensar o quão velha eu ficaria sem ninguém, apenas eu e meu gato.

Então vejo uma mesa no canto, do ladinho da janela, ideal para ficar olhando a movimentação na rua, enquanto como.

Indo em direção a mesa, avisto um garoto que estava prestes a se sentar, e então foi onde minhas decisões pararam de ser únicas e se tornaram NOSSAS:

- Desculpa, eu posso me sentar, ou está esperando alguém... - falo colocando inesperadamente minha mão sobre a dele.

- Ah não, pode se sentar. - ele tragava um cigarro barato enquanto disse isso.

É engraçado como o universo joga pessoas aleatórias na sua vida, e faz tudo mudar, repentinamente...

- Desculpa pergunta, mas você é uma garota? 

-Sim..- Ela da um leve sorriso de canto, que poxa, me desmoronou.

- Sei que parece estranho, me desculpa jurava que era um garoto...

-Tudo bem, algumas pessoas acreditam mesmo que eu seja um menino. - ri disfarçadamente enquanto bebia seu café.

Ela era incrivelmente linda, estava usando um gorro, e um óculos, o que realçava seu olhar, que me deixava querendo saber mais,me dava sede de saber sobre ela, mas me calava. Sua roupa preta discreta era sexy, por fazer ela ter uma aparência de urbano, de conceitual. Foi quando pensei em perguntar mais sobre a tal moça que me chamou tanta a atenção.

- Você sempre causa esse impacto nas pessoas? - a observando fumar.

- De medo? Sim, elas sentem medo de vir falar comigo, por isso não liguei de se sentar ao meu lado. Gosto das pessoas, mas elas tem medo de mim.

- Você não tem uma aparência muito amigável, talvez se tirasse a touquinha...- Me levanto tentando tira - la

Num reflexo muito rápido ela peteleca com seus dedos o cigarro, e para minha mão bem em frente ao seu rosto, segurando meu pulso levemente, me olhando bem no fundo dos olhos. De repente, eu sinto um frio, com calor, uma imensidão e vazio em seus olhos, sinto tudo, e nada ao mesmo tempo. Sem reação me sento de novo.

- De...Desculpa...Eu não deveria ser tão chata. - Olho no relógio, era quase 10 horas.

- Não, tudo bem... - ela fica sem graça, tira a touca, passando a mão suavemente em seus cabelos. - Só não sabia como reagir a uma garota tão meiga agindo assim, geralmente sou... Estúpida, faço e ajo errado.

- Você está vermelha? - ela passa sua mão em meu rosto - Seu rosto está muito quente

- Ahh... Olha só, meu horário... Eu preciso ir!

- Ir? - pergunta instigada a saber onde iria.

- Sim, preciso trabalhar, mas se quiser saber mais, o endereço ta aqui onde trabalho - entrego um cartão - foi um prazer lhe conhecer... Senhorita...

Ela se levanta para me cumprimentar, me abraçando, e diz no meu ouvido:

- Hespanhol... 

Respiro fundo, e saiu da cafeteria, sem muito assunto, sem muito papo, mas saí angustiada por não saber muito, mas senti sua pele macia tocando no meu rosto, aqueles olhos castanhos me olhando, e a estranha sensação de que ao me abraçar ela suspirou, aspirando meu perfume.

Sim, percebo muitas coisas, mas uma delas seria que, aquela garota ainda me viria mais.

E antes de virar a esquina, a veja sair da cafeteria, ascendendo um outro cigarro. Olho para atras, aceno, ela retribui, e fim.

Viro a esquina, e não a vi mais, isso foi mais que inusitado.

Foi estranho e engraçado, fico imaginando como outra pessoa atuaria no meu lugar...