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História Treacherous Destination - Mudando de Vida


Escrita por: _-Ruby-_

Notas do Autor


Oi meus amores!
Me perdoem a demora, minha rotina não ajuda muito kkk
Espero que gostem.
Boa Leitura.

Capítulo 17 - Mudando de Vida


Fanfic / Fanfiction Treacherous Destination - Mudando de Vida

Ah como é doce e poluído o ar de Empire City. Acho que moro aqui desde que nasci. Uma cidade iluminada e brilhante como o próprio céu estrelado. Eu já andei por cada canto, viela, rua, loja e vários outros lugares. Devo admitir que essa mudança repentina realmente não estava nos meus planos. É tão difícil abandonar algo que gostamos tanto. Porém, eu tenho que ser sincero, não deveria ter aprontado semana passada. Digamos que por acidente eu acabei destruindo parcialmente o carro da subdiretora do colégio. Eu realmente não deveria mexer com projetos de química numa feira de ciências num estacionamento. E como vou pagar por isso? Bom, minha irmã Rebecca ficou putassa e depois que fui suspenso, ela foi até a escola e pediu minha transferência para uma Centro de Ensino Médio em Beach City. Dá pra acreditar?! Eu só destruí um carro, e foi por acidente! 

Enfim, não posso mudar isso, infelizmente. Ontem Rebecca ligou para uma tia nossa que mora em Beach City. Já imagino uma casa cheia de gatos com uma velha surda e ranzinza me enchendo o saco. Argh! Eu realmente não estou preparado pra deixar esse lugar, meus amigos, meu café preferido, a loja de rosquinhas e nem mesmo minha irmã... Bom, ela já queria sair daqui depois que uma garota assassinou o diretor de uma universidade aqui perto, mas mesmo assim, eu não quero isso. Encaro minhas malas feitas sobre a cama e depois todo o meu quarto. Sei o quanto estou triste a partir do momento que uma lágrima tímida desce por meu rosto. Não há mais volta, eu vou embora e é isso, acabou. 

- O táxi chegou. – escuto Rebecca gritar de algum cômodo do apartamento. 

- Já estou indo. – digo quase sussurrando, mas não saio do lugar. Meus olhos ainda chovem, agora como uma tempestade em alto mar. 

- Hey?... – minha irmã entra no quarto, com seus habituais óculos de grau e o cabelo curtinho desarrumado, ela suspira e vem em minha direção. - ... o que foi? 

- Eu não quero ir embora. – digo limpando o rosto. 

- Eu não tenho escolha, se ficar a subdiretora vai foder com sua vida naquele colégio. – ela me abraça de lado. 

- Okay, acho melhor eu ir logo. – me desvencilho dela, coloco minha mochila CheeseBurguer e minhas malas e saio ao seu lado. Descendo dez andares, logo entramos no táxi. O caminho foi tranquilo, não escutei nenhum som desta bela cidade novamente, preferi apenas colocar meus fones e ouvir Suicide Boys. O clima está nublado, parece até que combina com meus sentimentos. Ao longe vejo o aeroporto. Aviões subindo e descendo... isso me lembra de quando Rebecca e eu brigamos por uma nave de brinquedo. Eu peguei pra mim muito rápido mesmo ela sendo mais velha, mas logo depois eu percebi que a nave além de ser de plástico não se comparava a presença dela. Depois daquele dia eu fiquei mais próximo dela e nós acabamos morando juntos. Nunca fiquei tão longe dela assim... esse talvez seja o momento mais difícil da minha vida. 

- Chegamos. – o taxista para o veículo. 

- Pegou tudo? – minha irmã pergunta depois que coloco as malas para fora do carro. 

- Sim. – respondo baixo. Entramos no aeroporto e seguimos para o segundo andar, onde há várias lanchonetes. Ainda falta uma hora pro voo sair então não estou com pressa.  

- O que vai querer? – Rebecca abre sua bolsa a procura de dinheiro. 

- Um cappuccino e um saquinho de mini pães-de-queijo. – falo tirando os fones de ouvido. 

- Eu sei que está muito triste, mas tente ver pelo lado bom, você vai conhecer a praia. – ela sorri enquanto pega a bandeja com nossos pedidos. Sorrio. 

- É verdade, eu finalmente vou ver o mar. – começo a comer. 

- Nossa tia disse que vai estar te esperando na zona de desembarque. – ela fala bebericando um suco de uva. 

- Ela tem idade pra ficar esperando? – ela ri e me dá um soco no ombro. 

- Ela não é uma idosa. 

- O que sabe sobre ela? 

- Sei que ela é apenas uma tia distante que mora em Beach City, ela foi embora depois que brigou com nossos avós. – Rebecca gesticula. 

- Ela era uma rebelde? Gostei. – sorrio e ela me encara com desdém. 

- Terminou de comer senhor rebelde? 

- Yeah. – nos levantamos e seguimos para o andar de baixo, tenho que fazer o check-in. Depois de alguns minutos na fila, entrego meus documentos e deixo as malas maiores para o despacho. Apenas com minha mochila, subimos para o terceiro andar. 

- Não fique ansioso, eu sei que nenhum de nós dois vai se acostumar com isso tão cedo, mas eu sei que vamos lidar com isso, pelo menos por um tempo. – ela sorri pra mim. 

- Espero que isso passe o mais rápido possível, tenho certeza que você não vai arranjar outra pessoa que te perturbe mais que eu. – bagunço seu cabelo. Rimos. 

- Você chega ainda hoje em Beach City, e amanhã já começam as aulas do segundo ano. – ela diz. 

- Mas já?! 

- Sim senhor, e eu quero você estudando, pedi para nossa tia me manter informada sobre você! – ela faz um gesto com as mãos, como se estivesse de olho em mim. 

- Chamada para o voo de Beach City, zona de embarque número 4. – a voz da mulher informante me faz suspirar. 

- Vamos? 

- Vamos. – digo andando lentamente. Após alguns minutos chegamos a zona de embarque.  

- Eu quero que você seja uma ótima pessoa com todos, okay? – sua voz sai embargada, sei que está segurando um choro que logo virá. 

- Pode deixar. – engulo em seco. 

- Vou sentir saudades. – ela me abraça e eu retribuo fortemente. 

- Promete que vai me mandar mensagens e que não vai esquecer de mim? – digo, já chorando. 

- Prometo. – ela me dá um beijo na bochecha. 

- Até logo. – dou um beijo em sua testa. 

- Até. – nos separamos e sigo para o detector de metais. Olho para trás uma última vez e vejo minha irmã chorando e acenando lentamente para mim. Sinto meu coração falhar. É, esse com certeza é o pior momento da minha vida até agora. Depois do detector de metais, pego minha mochila e entro no avião. Por sorte meu acento é próximo a janela. Coloco meu capuz e inclino a poltrona. Não estou afim de chorar perto de um desconhecido, então me forço a dormir.  

Fechando os olhos, tento imaginar tudo de bom que pode me acontecer, mesmo sentindo tanta tristeza preciso pensar com otimismo. Sei que Rebecca vai saber se virar muito bem sozinha, afinal ela trabalha como cartunista para uma empresa de desenhos animados. Então além de estudar terei que arranjar um emprego, essa nossa tia com certeza não poderá me dar dinheiro toda hora. Depois de meia hora finalmente o sono chegou. Sinto algo me tocando freneticamente. Abro os olhos lentamente e vejo que o avião está parado. 

- Rapaz, já chegamos. – um homem de meia idade me encara. 

- Obrigado por me acordar. – digo, me levantando e pegando minha mochila. Desço do avião e sigo para a esteira em busca na minha mala. Agora são exatamente 23:30. Depois de pegar três malas começo a procurar por minha possível tia. Não vejo nenhuma velhinha ali, o que deixa meio desesperado. Será que ela esqueceu de mim? 

- Poço ajudar senhor? – uma funcionária vem falar comigo. 

- Estou procurando minha tia. – digo, tentando manter a calma. 

- Deve ser aquela moça, ela está procurando seu sobrinho. – ela aponta para uma mulher ao longe. Alta e esbelta. Cabelos cor de rosa. Uma feição doce, mas com olheiras. Ela usa vestido longo, branco. Encaro-a até perceber que está com uma plaquinha nas mãos, com meu nome escrito nela. Pelas estrelas cósmicas, essa mulher é realmente minha tia?! Vou em sua direção. 

- Oi. – digo timidamente, ela é realmente muito alta, deve ter 1,95 de altura. 

- Olá! – ela esboça um belo sorriso. 

- Você que é minha tia? 

- Você é o irmão de Rebecca? 

- Sim. – sorrio. 

- Meu nome é Rose Quartz, muito prazer. – ela aperta minha mão. 

- Encantado, meu nome é Steven S. Demayo. -  beijo sua mão e ela ri. 

- Que cavalheiro, desse jeito vai conquistar todas as garotas da sua futura turma. -  ela fala gentilmente.  

- Oh, acabei de lembrar que não sei onde fica minha nova escola. – digo. 

- Fique tranquilo, amanhã vou lhe explicar tudo, agora você precisa descansar e eu também, afinal eu também estudo. - ela suspira.  

- Sério?! Quantos anos você tem? – pergunto surpreso. 

- Imagino que você achou que eu era um velha... – rimos. - ... tenho 21 anos e você? 

- Tenho 17 anos, com carinha de 10. – rimos. 

- Vai se dar bem com todo mundo, já estou até vendo. Você tem o mesmo carisma que Helen. 

- Todos falam isso. – sorrio. Seguimos para fora do aeroporto e pegamos um táxi. Ao longo do caminho Rose me mostrou alguns lugares, como o Big Rosquinha, Frybo, Pizza Peixe Cozido e vários outros lugares que eu com certeza vou visitar. Ela me disse que amanhã eu poderei ver a praia. Estou realmente muito entusiasmado. 

- Chegamos. – ela diz assim que paramos de frente para um prédio não muito alto. 

- Você mora com mais alguém? – pergunto. 

- Morava até ontem, agora estou totalmente só. – ela diz, séria. Entramos no prédio e seguimos para o elevador. Assim que chegamos ao andar, Rose acha seu apartamento e entramos no local. Um cheiro de rosas invade minhas narinas rapidamente e admiro a decoração agradável do lugar. Há muitas plantas aqui e várias caixas em um canto da sala, onde há sofás brancos e uma mesinha de centro com várias revistas.  

- Essas coisas são suas? – aponto para as caixas. 

- Não, são da minha ex namorada, ela vai vir aqui buscar. – ela é lésbica? Penso rapidamente. 

- Vocês estavam juntas a muito tempo? – pergunto meio reprimido, acho que estou sendo muito evasivo. Droga. 

- Desde o Ensino Médio, mas ela é muito ciumenta e mesmo que me ame ela nunca vai confiar em mim principalmente por que me aproximei de um rapaz. – ela diz levando minhas malas pra um quarto no final do corredor, sigo logo atrás. 

- Mas se você é lésbica, por que ela não confia em você? – pergunto sem ao menos pensar. Ela ri. 

- Eu sou bissexual e mesmo que ela quisesse estar comigo, sempre desconfiou de mim. As pessoas sempre acham que ser bi é ser um pegador desenfreado. – ela fala gentilmente, mas sinto tristeza em sua voz. 

- Eu já escutei isso várias vezes. Eu não exatamente qual é minha orientação sexual, mas gosto de ser livre para estar com quem eu quiser, independentemente do sexo. Pra alguns eu sou apenas um gay enrustido e isso me incomoda as vezes. – falo calmamente, como um pequeno desabafo. Sinto que ela é muito compreensiva e isso me deixa confortável. 

- Steven não se sinta incomodado, essas pessoas falam o que não sabem. Então seja você mesmo o tempo inteiro e se caso alguém desconfiar de você por causa da sua sexualidade, essa pessoa não merece estar com você. – ela sorri e bagunça meus cabelos. 

- Já estou amando estar aqui com uma tia tão top. – ela ri. 

- Bem- vindo ao seu quarto sobrinho top. – ela coloca as malas no chão. 

- Gostei da cor. – falo admirando os tons de salmão das paredes. 

- Descanse, amanhã temos que acordar cedo. Boa noite. – ela me manda um beijo no ar. 

- Boa Noite, tia. – digo sonolento. Ela fecha a porta do quarto enquanto eu abro uma mala e procuro por uma samba canção. Após encontrar umas delas com estampa de biscoitos gatinho me jogo na cama fortemente. Em poucos minutos um vórtice de sono me leva para os meus melhores sonhos. 

. . . . . . . . 

 - Quem sabe ainda sou uma garotinha... esperando o ônibus da escola... sozinha. -  uma voz angelical me desperta. Olho as horas no celular e vejo que falta dois minutos para as 6:30 da manhã. Nem adianta querer dormir mais um pouco. Me espreguiço e sento-me na cama. Droga, esqueci que não tenho o uniforme da escola. Vou ter que procurar uma roupa no meio dessas malas enormes. 

- Onde foi que eu botei minha jaqueta? – digo revirando a mala e espalhando tudo no chão. 

- Já está acordado? – me assusto com a voz de Rose na porta entre aberta e logo me sinto envergonhado, afinal estou seminu.  

- Eu acordei agorinha, estou procurando uma roupa pra ir à escola. – digo finalmente achando minha jaqueta. 

- Pegue essa toalha, o café estará pronto daqui dez minutos, o banheiro fica na segunda porta a esquerda. -  ela sorri e me entrega a toalha branca saindo logo em seguida. Retiro minha samba canção e me enrolo. Pego minhas escova de dentes, meu pente e um hidratante para o rosto. Saio do quarto e ando em passos rápidos até o banheiro. Até os objetos daqui são cor de rosa. Penduro a toalha e ligo o chuveiro no frio, ainda estou com muito sono e preciso acordar pra valer. Após alguns minutos, desligo o chuveiro e me enrolo na toalha agora indo escovar meus dentes. Olho- me no espelho e vejo o quanto minha barba cresceu. Está meio rala ainda, mas está bonita. Depois de enxaguar a boca e passar meu hidratante, saio do banheiro e vou me arrumar. 

- Rose, eu mereço uma segunda chance! – uma voz melancólica chama minha atenção, deve ser a ex namorada de Rose. 

- Pérola, você tomou atitudes que me feriram profundamente. Sei que não estava certa de mentir pra você sobre Greg e fazer tudo aquilo na festa, mas beijar outra mulher na frente de várias pessoas foi o cúmulo. - Rose fala calmamente. 

- Você estava trocando mensagens com ele! Eu vi no seu celular. – Pérola parecia estar chorando. 

- Sim eu estava! Eu faço isso com todos os meus amigos. – minha tia agora parece estar mais alterada. 

- Rose, me diga, você fez mais alguma coisa com ele? – a ex dele perguntou. 

- Depois que você tomou aquela atitude, eu transei com ele. – levo minha mão a boca, estou tão surpreso quanto Pérola, que obviamente deve ter tido a mesma reação que eu. 

- Você foi atrás de mim depois que beijei Amethyst, me deu um tapa e ainda transou com ele?! Pelas estrelas Rose. – consigo escutar um pequeno choro. 

- Nosso relacionamento acabou depois daquele beijo Pérola e infelizmente eu colaborei com isso mentindo pra você. – minha tia fala suspirando. 

- Rose eu amo você e eu não quero que acabe assim, eu faço tudo que você quiser e esqueço o que você fez, por favor nos dê uma chance. – Pérola não desiste. 

- Preciso pensar Pérola, nos falamos na universidade, okay? – Rose fala. 

- Okay. – escuto uma porta sendo fechada e logo me distancio da porta do quarto me vestindo rapidamente. Após colocar uma calça jeans rasgada, uma camiseta preta com uma rosa em preto e branco no meio, um tênis all star azul marinho e minha jaqueta jeans escura começo a arrumar meus belos cachinhos. Depois de alguns minutos termino de me arrumar e lembro-me de última hora de passar desodorante e perfume, vai que acabo encontrando a morena dos meus sonhos hoje. 

- Já estou pronto. – digo saindo do quarto com minha mochila CheeseBurguer contendo apenas dois cadernos e um estojo. 

- Tome seu café, é o tempo que eu termino de arrumar meu cabelo. – ela fala desamarrando seus longos cabelos cor de rosa e indo em direção ao banheiro. 

- Tá um delícia. – digo comendo os ovos mexidos. 

- Obrigado, só sei cozinhar bem por que sou ajudante de gastronomia na universidade. – ela fala ainda no banheiro. 

- Deve ser maravilhoso fazer isso né. – falo terminando de comer. 

- Às vezes sim, mas quando um aluno acidentalmente explode um bolo, não é tão legal. – rimos. 

- Você faz faculdade de que? 

- Medicina. – ela aparece com sua bolsa e com os cabelos amarrados. 

- Caramba. – me surpreendo, afinal nem todos conseguem fazer Medicina. 

- Vamos, temos que fazer uma caminhada de vinte minutos até sua nova escola. – ela fala pegando uma maça e indo em direção a porta. Saio logo atrás dela. Depois descer vários andares, agora estamos na rua. São sete horas em ponto e a cidade inteiro está acordada como se fosse meio dia. O caminho inteiro foi tranquilo, Rose fala praticamente com todo mundo que passa. Assim que vejo um enorme muro cinza com vários adolescentes na frente, constato que acabamos de chegar. 

- Você não pode entrar comigo e fazer amigos por mim? – brinco. 

- Não fique nervoso, tenho certeza de que vai ser amigo de todos. – ela ri e me abraça. 

- Boa aula. – digo gentilmente. 

- Pra você também, se precisar de algo me ligue... – ela pega meu celular e digita seu número. - ... aquele prédio ali atrás daquelas árvores é onde eu estudo. – Rose aponta para um enorme prédio azul com um símbolo de quatro losangos. 

- Tomara que eu não precise ir correndo pra lá com medo do primeiro dia de aula aqui. – rimos. 

- Relaxa garotão, toma isso aqui pra você comer no intervalo e quando sair da escola, eu vou passar no chaveiro quando sair da universidade então você terá que me esperar até lá. – ela me entrega algumas notas de dinheiro. 

- Que horas você sai de lá? 

- Umas 18:30. 

- Como eu só estudo de manhã, acho que vou no fliperama e de lá vou ao seu encontro. – digo gesticulando. 

- Você lembra onde é? Só te mostrei o caminho ontem à noite. 

- Lembro sim, não vou me perder. Tenho memória de elefante. – me gabo. 

- Tome cuidado e não se perca, até mais tarde. – ela diz dando um tchauzinho. 

- Pode deixar, até. – digo e ela toma seu rumo enquanto eu atravesso a rua em direção a minha nova escola. Que as estrelas do cosmos me protejam. Há vários carros andando lentamente para deixar alunos na portaria. Vejo grandes portas douradas com um homem alto ao lado cumprimentando os alunos que iam entrando, presumo que seja o porteiro ou o segurança. Ando tranquilamente até a entrada observando a quantidade de adolescentes que não paravam de falar por um minuto. Como é possível que eu, um adolescente, odeie adolescentes? Nem eu sei a resposta dessa pergunta. 

Passo pelas portas cumprimentando o porteiro com um sorriso de canto. Vejo um corredor extenso logo em seguida que dava para um pátio florido e muito agradável. Atrás dele havia um corredor mais largo com várias salas. Presumo que uma delas seja da minha nova turma. Ando em direção a uma das funcionárias uniformizadas para saber onde é minha sala. 

- Bom dia, eu gostaria de saber onde é minha sala. - sorrio. 

- Você é novato? - a mulher alta com cabelos castanhos me questiona. 

- Sim. 

- Sempre encaixamos novatos na turma da última sala do corredor a esquerda. - ela fala gentilmente. 

- Muito obrigada Senhorita... 

- Stevonnie. - ela sorri e eu sigo em direção a sala. Como o sinal não havia tocado todos estão dispersos em grupinhos pela escola. Eu entro na sala e me sento numa cadeira próxima a janela, a segunda da última fileira a partir da porta. Abrindo minha mochila e pegando meus materiais, começo a escrever o resto da música que estou desenvolvendo. Eu me considero um amador, mas tenho certeza que um dia chegarei ao sucesso.  

- Hey. - me assusto com uma voz ao meu lado. Me viro e vejo um rapaz mais ou menos da minha idade, com dreads loiros e curtos e uma barba rala. 

- Oi. - digo timidamente. 

- É melhor você trocar de lugar, quem senta na sua frente é o garoto mais estranho da turma. - ele fala num tom sombrio. 

- Não tenho medo de cara feia. 

Antes que ele falasse mais alguma coisa, o sinal finalmente tocou e uma manada de alunos atravessou a porta como rinocerontes selvagens.  Todos se sentaram com tanta rapidez que nem pude analisa-los. Olho para a porta e vejo que há um garoto loiro com um topetinho, ele deve ter pelo menos uns 14 anos então por que está numa turma de terceiro ano do Ensino Médio? Observo que a única vazia é a que está na minha frente. Será que ele é esse tal garoto estranho? 

- Tarde demais. - o garoto ao meu lado falou entre os dentes. Olhei para ele com incoerência, afinal era praticamente uma criança comparado a todos da sala. Assim que me viro para frente meu coração quase para de susto ao ver o garoto sentado a minha frente, me encarando. 

- Oi... - digo sorrindo. Ele não fala nada. - ... Tudo bem com você?... - ele continua calado, seu olhar começa a me dar medo. 

- Bom dia classe! - uma mulher alta de cabelos arrepiados com mechas verdes entra na sala. O toc toc do salto alto ecoa pela sala. Ela está com uma calça social e uma blusa de mangas longas verde escuro. Tudo combina perfeitamente com seu tapa olho losangular no olho direito. Ela carrega uma porção de livros em capa dura. Quando se senta em sua cadeira, um som de pum ecoa por toda a sala, todos caem na risada, inclusive eu. 

- Hey Emerald, por que não foi ao banheiro antes de entrar na sala? - um garoto fala do fundo da sala. Ele tinha uma expressão sarcástica, cabelos cor de rosa e uma cicatriz no olho esquerdo. 

- Quem ousou colocar isso na minha cadeira?! - ela grita e bate a mão contra a mesa.  

- Tenho certeza que a professora ficará furiosa quando se sentar na cadeira. - uma garota de cabelos curtos e platinados, sorri com a franja tapando os olhos. 

- Lars, se você tiver algo a ver com isso... - a professora fala com ódio. 

- Eu jamais faria uma coisa dessas. - Lars finge surpresa. A professora respira fundo. 

- Tudo bem, vamos começar nossa aula, mas antes eu gostaria que o novo aluno se apresentasse a turma. Podem vir aqui na frente por favor. - eu me levanto já sentindo meu rosto ficar vermelho e me ponho à frente da turma inteira. 

- O-oi, Bom dia! Meu nome é Steven Demayo, eu tenho 17 anos e pretendo ser legal com todos da turma. - digo gentilmente. 

- Seja bem-vindo Steven. - todos falam em um coro. Volto ao meu lugar já pegando meus materiais. Emerald passou a aula inteira tentando ensinar sobre o poder da gravidade dentro das naves da NASA, porém o gruprinho do fundão realmente não a deixaram em paz. Após as 3 primeiras aulas, finalmente chegou a hora do intervalo. Guardei meus materiais e segui para a cantina que estava lotada. Fui direto pra fila esperando chegar a minha vez. Enquanto ela andava meus olhos focaram numa garota sentada sozinha lendo um livro. Antes que eu pudesse ver seu rosto, ela se levanta e deixa sua pulseira cair. 

- Oi. - o mesmo garoto de dreads da sala se aproxima com seu lanche. 

- Eai. - falo, pegando meu lanche e indo em direção a mesa que a garota estava. 

- Desculpe não me apresentar antes, meu nome é Peedee. - ele estende a mão e eu o comprimento. 

- Steven, muito prazer – pego a pulseira disfarçadamente e ponho em meu bolso. 

- Se quiser sentar comigo e com meu irmão, estamos naquela mesa. - ele aponta para uma mesa distante com um cara gordinho que também usa dreads cutucando um celular. 

- Claro, muito obrigado por oferecer a mesa. - digo sorrindo. Ele vai para mesa e assim que pego meu lanche também sigo o mesmo rumo. Todas as mesas estão lotadas. Sento-me colocando a mochila de lado, já que não tenho meu armário ainda. 

- Esse é meu irmão, Ronaldo. - o comprimento. 

- Você também é aluno do terceiro ano? - pergunto. 

- Não, estou aqui como estagiário, dou aula de Filosofia para o primeiro ano e fico segurança a noite. - ele fala limpando os óculos. 

- Ele tem uma mania chata pra caralho de criar teorias incoerentes, por isso finge que trabalha aqui a noite. - Peedee fala calmamente enquanto come uma maçã. 

- Não desdenhem do meu trabalho! Eu vou provar que nossa sociedade é formada por descendentes de pedras polimórficas espaciais! - ele fala com certa agressividade. 

- Okay, okay... tanto faz. - Peedee revira os olhos. Rio silenciosamente e meus olhos se perdem na enorme cantina até pararem em Lars, fazendo gracinha numa mesa com algumas garotas. 

- Hey cara, mochila maneira. - um garoto de óculos escuros e cara fechada para ao lado da mesa junto a uma garota negra e um rapaz loiro. 

- Valeu. - respondo. 

- Se quiser dar um rolê depois, cola com a gente. - ele falou e tomaram rumo para outra mesa. 

- Caraaaaa, o Buck Dewey falou com você! - Peedee me olha com estrelas nos olhos. 

- E? 

- Ele é do grupo dos Descolados, sempre sentam na mesa do canto. - olho da direção deles e os vejo sentado numa mesa perto a uma das janelas enormes que iluminam a cantina. 

- Pare de idolatra-los Peedee, você só mostra o quanto hierarquias escolares afetam seus neurônios fracos de minoria. - Ronaldo especula. 

- Não entendi nada que você disse. - o mais novo o encara em dúvida. 

- Por que aquele cara da nossa turma está nos encarando? - falo. 

- Quem? O Lars? Ele deve ter ficado bolado por que era um Descolado, talvez não tenha gostado que Buck tenha falado com você. - Peedee fala. 

- Por que ele não é mais um Descolado? 

- Ele viajou por muito tempo para outro país e a quase "namorada" dele entrou para os Descolados, quando ele voltou ficou revoltado com isso e saiu do grupo. - ele gesticula. 

- O Lars é um grande otário. - Ronaldo fala, sério. 

- Meu irmão e ele eram amigos, mas o Lars não ajudou muito. 

- Aposto que a quase namorada dele deve ser incrível para estar no grupo deles. - digo. 

- Tá brincando?! Ela é demais, junto com os Descolados ela formou uma banda maneiríssima.  - Ronaldo fala com entusiamo. 

- Sábado eles vão se apresentar no Beach a Palooza junto com algumas bandas de fora. 

- Nada melhor que ir a um show na minha primeira semana aqui. - sorrio. 

- Depois você me passa seu número e marcamos de ir juntos. - Peedee fala desviando o olhar. Antes que eu pudesse responder o sinal toca rapidamente e todos se levantam. Deixo a bandeja perto da cozinha da cantina e sigo em direção ao corredor. 

- Hey garoto, é novo aqui? - uma voz feminina chama minha atenção. 

- Oi, sou sim. - viro-me e vejo uma garota um pouco maior que eu, cabelos cacheados em tons loiros usando uma roupa meio largada e acompanhada por três pessoas, Buck, uma garota negra, alta e muito bonita que está conversando com um rapaz albino de calça laranja. 

- Muito prazer, sou Sadie e esses são Buck, Creme Azedo e Jenny. - ela estende a mão. 

- O prazer é todo meu, sou Steven. 

- Buck disse que te achou super maneiro com essa mochila, o que de conhecer a escola conosco? - ela fala. 

- O-obrigado, mas e a aula? 

- Não vai querer estragar seu primeiro dia aqui na aula de química né? - Creme Azedo fala ironicamente. 

- Faltar uma vez não vai me matar. - sorrio enquanto saímos por uma porta no fim no corredor que dava para quadra de esportes. Caminhamos mais um pouco até sentarmos embaixo de uma árvore. Buck pegou seu violão e junto a Jenny e Creme Azedo começaram a inventar uma música. Sadie pegou um caderno e começou a escrever até que algumas turmas começaram a entrar na quadra.  

- Eles podem nos expulsar daqui? - pergunto. 

- Não, sabem que se vierem aqui vão acabar apanhando. - rimos. 

- Você é novo aqui então precisa entender como funciona a hierarquia desta escola. - Jenny fala pegando uma folha e um lápis. 

- Hierarquia? 

- Sim, o Ensino Médio é o lugar que você precisa se encontrar, principalmente aqui. - Buck gesticula. 

- Falando em se encontrar, vamos começar pelo grupo das Off Colors, elas são aquelas que nunca acharam seu grupo então fizeram o próprio. - Jenny fala. 

- É lá que uma certa pessoa está agora. - Sadie fala seriamente. 

- O Lars? - falo sem pensar e Buck me repreende com o olhar. 

- Não vamos estragar tudo com esse assunto. - Creme Azedo fala. 

- Enfim, Lars escolheu estar com elas e parece estar bem. 

- Você pode reparar que eles sempre sentam na mesa do fundo da cantina, e de trás para frente vem em seguida o grupo de Drogados, os Dramáticos da Companhia de Teatro, Os Nerds, Os Esportistas, Os Dançarinos, As melhores pessoas do mundo que somos nós e... Argh! - Jenny revira os olhos. 

- E? 

- As Poderosas. - ela fala colocando dois dedos da goela. 

- Falando nelas. - Todos olham em direção a quadra. 

- Quem são as poderosas? 

- São a realeza adolescente, se elas fossem uma revista com certeza seriam a Vogue. - Creme Azedo gesticula. 

- Aquela ali é a Padparadscha, todos chamam ela de Pad, ela é de longe a garota mais burra que eu já vi, além de ser um ex Off Color. - Sadie continua e eu vejo os cabelos platinados em contraste com a pele morena da garota. 

- Tá vendo aquela baixinha? O nome dela é Navy, ela é reconhecida por ser próxima de uma jogadora importante da UPABB, não se engane com a cara fofa, ela pode te destruir em segundos além se saber os podres de todos dessa escola. - Jenny faz cara de nojo ao olhar a garota de black power. 

- E aquela ali é a Aquamarine, o mal em figura de gente. Ela parece uma garotinha egoísta, traiçoeira e descarada, mas na verdade ela é muito mais do que isso. Não se engane com aquele laço fofo e a sainha rodada. - Sadie encara os cabelos azuis da garota que combinavam perfeitamente com o piercing em forma de gota próximo ao olho. 

- Ela é a abelha rainha, as outras duas são apenas os zangões dela.  - Buck fala e vejo a luz de seus óculos refletirem no meu rosto. 

- Aquamarine, como eu posso explicar a Aquamarine? - Jenny semi serra os olhos.

. . . . . . 

- A Aquamarine é perfeita! 

- Ela tem duas guarda costas só pra ela! 

- A mãe dela é uma das diretoras da UPABB. 

- Soube que faz comerciais de roupa feminina, no Japão! 

- O filme que ela gosta mais é Meninas Malvadas. 

- Um dia ela me socou no rosto, isso foi irado. 

- Por causa dela, nas quartas – feiras nós usamos rosa. 

- Okay... - cumprimento mais uma pessoa na minha frente. Depois que conversei com Os Descolados passei o dia querendo saber sobre As Poderosas, pelo visto elas realmente fizeram uma lavagem cerebral nessas garotas. Pelo menos agora eu não corro risco de arranjar confusão sabendo dessa “hierarquia” escolar. Acho que vou entrar para o grupo de dança, ou seria melhor o de teatro? Na dúvida, vou escolher os dois. 

- Steven. - a voz de Jenny me assusta. 

- A galera vai me levar até a UPABB, eu trabalho lá, vamos tomar sorvete no caminho, vem com a gente. - ela sorri. 

- Vocês podem me esperar um pouco? Eu vou me escrever no grupo de dança e de teatro.  - Jenny ri. 

- É sério que você quer ter aulas com um cafetão? - me surpreendo. 

- COMO É?! 

- Isso mesmo senhor Steven, o professor de teatro e dança é dono da maior casa de prostituição de Beach City. - ela afirma. 

- Como sabe disso? - pergunto. 

- Muitas alunas da UPABB trabalham pra ele pra conseguirem pagar a faculdade, todas elas falam que ele é uma pessoa horrível. 

- Isso é realmente muito triste, mas vou me inscrever no mesmo jeito, acho que ele pode ser melhor que isso. Afinal, se não fosse não estaria numa escola dando aula. - falo com convicção. 

- Queria ter sua fé nas pessoas Steven, isso é muito bonito. - Jenny sorri de canto. 

- Você sabe onde posso me inscrever? 

- É só ir até a sala 011, lá vai encontrar o professor, seu nome é Jamie. 

- Eu vou lá rápido e já volto. - digo rapidamente e sigo em direção a sala 011. Assim que me aproximo da porta percebo que a sala está vazia e há apenas um papel sobre a mesa escrito “Alunos de Teatro”. Sem pensar muito assino meu nome abaixo de alguns outros e vou de encontro a Jenny que me esperava na entrada do colégio junto a Creme Azedo, Buck e Sadie. Sorrio ao chegar perto e começamos a andar em direção ao Centro onde passaríamos da sorveteria. O caminho foi tranquilo, mesmo com Os Descolados dizendo que a cidade estava perigosa.  Ao longe consigo avistar uma placa escrito “Ice Cream Paradise”. Entramos na sorveteria e pude ver a agradável decoração estilo anos 80. Havia um quadro de fotos com apenas três perto a mesa que sentamos. Em uma das fotos havia uma garota de cabelo cacheado e outra de cabelo azul. Pareciam ser um belo casal. 

       Depois que fizemos nossos pedidos, reparei que Sadie estava com uma camiseta do Big Rosquinha que é uma das lanchonetes que vi no caminho pra cá. Com certeza ela trabalha lá. Por um instante me perto em meus pensamentos, tenho a sensação de que já estive aqui antes, como um djavú. Nossos pedidos chegaram e eu ataquei meu milkshake com tudo. Ficamos na sorveteria por pelo menos 20 minutos até pagarmos a conta e seguirmos para a UPABB. Jenny passou o caminho inteiro dizendo o quanto odiava trabalhar lá, mas preferiu isso do que ficar na pizzaria do seu pai. Após alguns minutos chegamos a universidade. A quantidade de pessoas e os enormes blocos de quatro cores diferentes me deixam espantado.  

- É exagerado dizer que quero me matricular aqui neste exato momento? - pergunto olhando os alunos no gramado. 

- É melhor você ficar no Ensino Médio mesmo, esse lugar é um inferno. Desde que eu entrei seis pessoas já se suicidaram aqui. - Jenny fala com um tom de tristeza. 

- Eu prefiro reprovar no terceiro ano 1 milhão de vezes do que vir pra cá. - Buck fala, sério. 

- Sem contar que a diretora mais nova das quatro foi assassinada. - Sadie fala. 

- Estou começando a acreditar que essa cidade é realmente perigosa. - falo. 

- Eu queria entrar com vocês, mas preciso trabalhar, até logo gente. - Sadie sorri e pega um caminho diferente, suponho que seja um atalho. Logo em seguida seguimos para dentro pelo meio do bloco rosa. Aquela sensação familiar retorna, eu sinto que já vi esse lugar. Meus olhos se perdem rapidamente na decoração losangular das paredes. Vários alunos com jaquetas rosas passam por mim e quando olho para frente não vejo mais Jenny, Creme Azedo e Buck. Pelo cosmos, eu não acredito que me perdi! Começo a andar rapidamente pelos corredores que mais pareciam labirintos até chegar no que parecia ser o centro da universidade. Há uma enorme estátua com vários braços exatamente no meio do bloco. É tão grande que nem consigo ver o topo, é esplendida. 

Volto a realidade e percebo que uma sala de funcionários próxima ao bloco azul. Vou em sua direção com pressa até meu corpo esbarrar em alguém no meio do caminho. 

- Olha por onde anda garoto. - uma mulher gordinha de cabelos grandes fala comigo. 

- Você derrubou meus livros seu... seu... tonto! - a menina que eu esbarrei estava vermelha de raiva. 

- Me desculpe, eu só estou meio perdido. 

- Você é calouro? - uma delas pergunta. 

- Sou calouro na cidade e não na universidade. - dou uma risadinha. 

- Carne nova no pedaço hein, eu sou Amethyst. - a de cabelos roxeados estende a mão e eu a aperto. 

- Muito prazer, eu sou Steven. 

- Essa extressadinha aqui é a Peridot. - a loira faz uma carranca. 

- Sorte que meu livro não amassou. - ela ajeita os óculos. 

- Hey  Steven, se quer conhecer a cidade tem que começar pelo lugar certo. - Amethyst fala. 

- Se for a sorveteria eu acabei de sair de lá. 

- Estou falando da praia, vamos te levar até lá. 

- Vamos? - Peridot questiona em tom de ironia. 

- Sim, temos que ser legais Pery. - a outra responde. Agora eu estou na companhia de duas mulheres totalmente diferentes indo em direção à praia. Já me sinto o próprio Ronaldinho Gaúcho de tanto ir em rôles aleatórios. Depois tento falar com Os Descolados. Junto a elas, seguimos para fora da universidade e andamos por apenas 30 minutos. Acho que perdi todas as calorias do milkshake. Elas nem parecem sentir cansaço! Isso não pode ser normal. 

- Chegamos? - digo ofegante. 

- Sim! - Amethyst responde e minha visão sente calmos raios de sol ao horizonte que tocavam o mar com serenidade anunciando um belo pôr do sol. Os tons alaranjados e rosados do céu pareciam deixar tudo mais harmonioso e belo. Eu nunca estive tão admirado na minha vida inteira até agora. 

- Gostou? - a gordinha sorri de canto. 

- Isso é lindo... - falo lentamente. 

- Quer dar uma voltinha? 

- Claro! - sorrio para elas. Seguimos pela areia andando lentamente, retirei meus sapatos e pude sentir a água morna em meus pés. Olhando para o lado pude reparar no quanto Amethyst fazia Peridot rir. Por que eu acho que elas dariam muito certo juntas? Hm, vai que eu estou certo. 

- Só podemos vir até aqui, daqui a pouco escurece e temos que voltar. - Peridot afirma assim que paramos de frente para uma caverna. 

- Podemos vir aqui mais cedo depois para descobrir o mistério dessa caverna. - Amethyst fala como um detetive. Seguimos pelo mesmo caminho que voltamos. Depois de alguns minutos rindo das brincadeiras da pequena agitada eu reparei numa pessoa sentada na areia ao longe. A mesma garota da cantina. Reconheci pela capa do livro que está lendo. Acho que devo devolver sua pulseira. 

- Esperem um minuto, já volto. 

- Okay. - uma delas respondeu. Me aproximo totalmente relutante. Não queria interromper a leitura dela. Meu coração vai explodir de tão nervoso que eu estou. 

- O-oi. - falo. 

- Oi. - ela responde sem me olhar. 

- E-e-eu vim devolver isso. - como pode um cara de 17 anos gaguejar falando com uma garota?! Alguém por favor me dá um tiro. Abro minha bolsa e pego a pulseira. 

- Como achou ela?. - ela finalmente tira o livro do rosto. As cores do céu deixam sua pele negra em tons belíssimos. Os cabelos curtos combinam com seu rosto e com os enormes olhos castanhos.  

- Você deixou cair na cantina da escola. - digo. 

- Muito obrigado, eu não sei o que seria de mim sem essa pulseira. - ela sorri de canto e me olha nos olhos. Tenho certeza que estou parecendo um tomate neste momento. Retribuo seu sorriso. 

- Meu nome é Steven. - estendo a mão. 

- Muito prazer, meu nome é Connie. - ela aperta minha mão. Como ela é linda. 


Notas Finais


Não escrevi um cap maior por que tbm estou escrevendo as outras histórias
Espero que tenham gostado da primeira aparição do Steven.
Por que será que ele teve djavús? hmmm
Comentem o que acharam, a opinião de vcs é muito importante pra essa história.
Se tiverem perguntas, dúvidas, ideias, críticas é só falar galera
Até o próximo cap.
Beijos de bombom S2


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