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História Treasure Lifelong - Love hits hard.


Escrita por: coffeefactl

Notas do Autor


Desculpem qualquer erro.

Capítulo 3 - Love hits hard.


O sol refletia intensamente contra as vidraças, eu sabia que estava sonhando, mas não com o quê exatamente. Mesmo sonolento, eu escutava os mínimos sons que se faziam ao meu redor, e eu sabia o que significava: Fazia um ano e sete meses que eu deitava naquela mesma cama macia todas as noites e que deixamos de nos pegar nos cantos do hospital escondidos, e descansava, então, minha alma e meu coração, agora tão leves e diferentes da primeira vez que entrei no hospital que se tornaria minha moradia por determinado tempo. Não demorou muito para que eu estivesse rente a pequena cama, dobrando e arrumando cuidadosamente as roupas dentro da pequena mochila. Eu não possuía tantos objetos pessoais ou roupas para guardá-los, eu nem mesmo sabia que poderia dobrar os tecidos de maneira certa apenas para ver o tempo passar o mais rápido possível. Eu estava tão ansioso que meu coração poderia sair pela boca no momento que ele cruzasse aquela porta atrás de mim.  

No instante em que fechei o zíper da mochila e estava prestes a arrumá-la em minhas costas, eu escutei o tom típico da sola dos sapatos baterem firmes e fortes, confiantes contra o assoalho. Eu conhecia os seus sons, eu não precisei me virar para saber quem era que estava parado, estático, na porta, se decidindo se entrava ou não. Eu ri, ainda de costas, levei as mãos para os fios de cabelo bem cortados, agora tingidos num loiro dourado. 

— O que achou? Eu mesmo pintei, achei que seria uma boa ideia. —  Afinal, Hoseok não entrava no meu quarto haviam dias, desde quando me dera alta do hospital. Era uma surpresa após o fim do seu plantão. 

Ele não respondeu-me, os sons no piso foram ceifados, e somente nossas respirações podiam ser ouvidas. Eu normalmente me sentiria afetado com sua falta de resposta para minha pergunta, mas eu tinha plena consciência de que ele não estava pronto. Por algum motivo, eu tinha o conhecimento que ele não passará por aquela porta de imediato, não correu para meus braços ou para meus beijos, porque em sua cabeça, passará centenas de pensamentos. Uma bomba caía naquele homem naquele instante, seus pensamentos se perderam, mas seus olhos continuaram centrados em mim. Eu sentia. Eu podia ler seus pensamentos.  

Esse é o tipo de amor que esperamos e merecemos. É o tipo de amor por qual se vive, e espera a vida toda se necessário. 

Eu não sei o que fiz para merecê-lo, mas um dia, ele bateu na porta do meu coração. Ele não quis arrombá-la, ou destruí-la. Ele queria roubar algo de dentro da minha moradia, mas não era objetos de valor, dinheiro, ou alguns dos anéis baratos que eu possuía de mercados de rua, ele queria era me roubar para si. Carinhosamente. Lentamente. Jung Hoseok desejava ter tudo que eu tinha, fazer em mim sua morada, sua casa e seu lar. Gostaria que ele soubesse que ele era todo o suporte dessa moradia. O fogo da lareira, a maciez do tapete vermelho sangue felpudo da sala de estar, a manta de onça macia e perfumada, o bolo fofo que derrete assim que é colocado na boca e é degustado maravilhosamente bem... 

— Eu nunca vi nada mais perfeito. — As palavras calmas e baixas que saíram por entre seus lábios me disseram, o hálito quente batendo contra minha nuca. Oh, Deus. Eu amava quando ele agia dessa forma, levando tudo embora de mim. Eu não poderia controlar meus pelos de se eriçarem contra minha vontade, quando eu nem mesmo havia notado que ele se aproximara.  

Senti quando suas mãos viraram-me de frente para si, suas mãos segurando meus ombros como se eu pudesse fugir no momento em que olhasse para ele, mas eu nunca fugiria. Ele sorriu para mim. Seus olhos pareciam sorrir consigo. Eu sorri. Eu sorri com os meus olhos para ele também, sorri com o meu fígado e todos os órgãos e átomos do meu corpo. Fora questão de segundos até seus lábios chocarem-se aos meus, sua mão ser direcionada para minha cintura e puxar-me para perto, de modo que eu podia sentir como seu corpo estava quente, parecia pegar fogo. Seus lábios me arrebataram, levaram-me ao topo, beijando-me tão docemente. Ele não estava desesperado para perdemos o ar, muito menos eu, então, nos beijamos como se nada pudesse nos impedir ou sermos flagrados por qualquer enfermeiro. Eu ainda estava no processo de alta, seria um erro se fossemos pegos, mas não ligávamos. Eu devo tê-lo levado para o caminho errado com minhas mãos, o caminho da rebeldia, de querer fazer errado, pois fazer errado parecia o mais certo. Nossos lábios moviam-se calmamente um contra o outro, nossas cabeças inclinadas para o lado oposto, encaixando como quebra-cabeças perfeitos. Os olhos incrivelmente cerrados, desfrutando do que nos era dado. A dádiva que nem todos possuem. Minhas mãos agarradas a sua camisa surrada, o tecido apertado contra meus dedos, para em seguida, uma de minhas mãos escorregarem para a curvatura de seu pescoço, arranhando, puxando sem força no ato os pequenos fios de cabelo crescidos demais ali enquanto sua mão não estava mais frouxa em minha cintura, apertava-me, buscando me colar contra seu corpo. Eu nunca deixaria de suspirar toda vez que o mais alto me segurasse com tanta possessividade, e essa não seria a primeira vez, suspirei pesadamente contra seus lábios, deixando leves selares naqueles lábios inchados. Os meus não estavam diferentes, e eu orgulhava-me disso.  

Quando voltamos a abrir os olhos, juntos, e encontramos as orbes tão próximas, sorrimos novamente, inebriados de amor. As orbes castanhas me passavam tanta confiança e segurança. Eu poderia pisar no chão com a mesma confiança, sem sentir minhas pernas falharem ou que cairia contra o chão frio e duro. Eu não controlava meus sorrisos bobos, eu sabia que minhas bochechas doeriam depois daquele momento imerso em felicidade. Eu acabei acertando mais uma vez.  

Hoseok pegou a mochila de cima da cama, mesmo que insistisse em deixar que eu mesmo levasse, estava mais leve do que quando dei entrada na recepção do local. Ele me olhou seriamente pela primeira vez desde que entrou no quarto, como se me mandasse deixar com ele, bufei audível para que escutasse e soubesse do meu desencantamento. Ele não se importava, e eu agradecia todas as noites por esse pequeno fato que encontrei nele em um dia chuvoso no consultório.  Nos direcionarmos para a saída, eu não olhei para trás ou me senti incompleto. Disseram que isso poderia ocorrer quando eu finalmente ganhasse alta para ir pra casa.  

Casa.  

Eu senti uma mão segurar a minha rapidamente e entrelaçar nossos dedos, eu sabia que olhar ele direcionava para mim, mesmo sem olhar para ele. Era sempre o mesmo quando ele me reconfortava. Apertei meus dedos fortemente contra os dele, e finalmente ergui minha cabeça para encará-lo, acenando com a mesma, dizendo que podíamos ir para casa. 

 

 All your lights are red, but I'm green to go... 
 ...Only seeing myself when I'm looking up at you. I want you, I'll colour me blue. 
 There's nobody home. 
 Swore I'd never lose control, then I fell in love with a heart that beats so slow... 
 I want you.  

 

Eu não estava voltando para casa e não voltar para casa não estava sendo ruim no final de tudo. Nos meses que se passaram depois que fomos embora, nós tivemos pequenas discussões, meu coração batia tão forte contra os ossos de meu peito que eu poderia sentir que tudo em mim vibrava, eu pensava sempre que seria o fim. Eu nunca fui acostumado com o fim, então, eu não me controlava. Eu não sabia como evitar ficar nervoso ou ansioso para que acabasse todo o desentendimento, algumas vezes, eu também ficava ansioso quando apenas eram conversas mais sérias que as outras. Ele me olhava com aqueles olhos profundos, parecia que minha alma era um vidro e ele estava disposto a quebrá-la quando olhava-me com tanta intensidade, ele estava disposto a me ver despido. Não somente de roupas, mas de alma  e coração. Ele ainda não havia compreendido que por mais que eu sempre fosse uma caixinha de surpresas, tanto para mim quanto para ele, eu era transparente toda vez que sua mão tocava a minha e entrelaçava fortemente nossos dedos. Como se quisesse me impedir de dar mais dois passos para longe. Sua pele quente. Toda vez que ele se aproximava de mim, onde ele tocava, se acendia, esquentava como o inferno, mas não era incomodo, ao contrário. Eu era completamente apaixonado por tudo de nós.  

Hoseok não me deixava esquecer dos remédios. Existiu vezes em que esqueci, alguns outros momentos, eu não queria tomá-los, ele segurava meus pulsos nesses momentos tão forte que me prendia. Meus pulsos poderiam facilmente ter a marca de seus dedos apertando e deixando a pele naquela vermelhidão tão comum. E em seguida, seus braços rodeavam meu corpo com outra característica sua. Segurança. Apertava-me contra seu corpo, era cuidadoso, ao mesmo tempo que eu não tinha escapatória, assim ocorria também quando meu corpo insistia em tremer, meus joelhos chocavam-se contra o chão e as lágrimas desciam por minhas bochechas sem que eu pudesse conter. Ele sabia que quando meus próprios braços envolviam meu corpo, eu precisava dele. Somente dele. Após algum tempo, ele parou de agir como um psiquiatra ridículo que agia como um robô quando me consultava. Ele sabia que me irritava, então, procurou outras saídas para termos conversas sem que eu batesse a porta do quarto na pequena casa em que morávamos.   

Aquela casa cheirava a madeira, terra molhada e amor

Na noite antes daquele dia em especial, eu dormi com o pedido de acordar antes de Hoseok que dormirá ao meu lado, cansado de um longo dia de trabalho no hospital, e incrivelmente, eu acordei horas antes. Eu tive tempo o suficiente para sair do quarto na ponta dos pés, segurando risinhos baixados e com as mãos tampando minha própria boca para nem mesmo um ruído chegar aos ouvidos do homem estirado entre os lençóis. Antes de sair do quarto, dei uma última olhada, me certificando que ele ainda estava em seu sono pesado.  

 Trinta minutos depois, o corredor estava repleto de bexigas rosas e barbantes brancos pendurados. Era impossível passar por este sem esbarrar em alguma bexiga grudada no teto da casa. E pela primeira vez, eu quis que ele acordasse de seu sono profundo sem que eu lhe desse um beijo de amor verdadeiro, mas eu esperaria o tempo que fosse necessário.  

Após algum tempo decidindo se deveria deixá-lo dormir ou não, resolvi que ele acordaria sozinho, então, peguei uma das mantas que estavam jogadas no sofá e joguei-a em minhas costas, enrolando em meu corpo da melhor maneira antes de destrancar a porta da entrada e sair da casa que possuía aquele tom de rosa desbotado que tanto agradavam meus olhos. Alguns meses após nos mudarmos para a casa, resolvi criar um pequeno jardim na frente da mesma, e plantei pequenas flores, sendo elas somente rosas vermelhas. A visão de frente da casa era, com toda a certeza, a visão dos meus doces sonhos. A casa era afastada do centro da cidade, meus olhos enxergavam tanta área verde que me manteve encantado todos os dias que olhava para fora da janela de nosso quarto. As árvores secavam e floresciam para encher meu coração de alegria. Eu gostaria de ressaltar como nosso quarto era pequeno, o tom pastel de amarelo, e apenas um colchão para dormirmos e nos fundirmos nas horas vagas – essas que ainda eram um pouco difíceis. 

Hoseok deu a ideia de concretarmos um pequeno banco de madeira entre as flores, o caminho de pedras nos levaria exatamente para ele. Ele parecia tão concentrado em seus planos que não notou de imediato que eu ria de suas ideias, que por algum motivo escondido de nós, se completavam com as minhas.  Lhe dei um singelo beijo nos lábios quando ele parou de falar entusiasmado e me olhou com duvida, concordando que seria incrível nos sentarmos naquele banco que caberia apenas nós dois nas tardes de pôr do sol bonito. Eu sentaria naquele lugar até mesmo em tardes chuvosas. 

E eu sentei-me ali. Completamente enrolado nos panos da manta. Eu me perdi rapidamente em pensamentos, o céu se encontrava sem nuvem nenhuma, o sol resplendia-se, iluminando e queimando minha pele gostosamente. A brisa era tão leve, o vento gélido fazia com que eu me sentisse inteiro, e... Vivo. 

Será que alguma vez eu tinha visto um céu tão lindo como aquele?  

— Eu sinceramente esperava que meu namorado estivesse pelado na cama comigo quando eu acordasse no dia do meu aniversário, não fora de casa. Me sinto um pouco decepcionado com você. — A voz soou atrás de mim, o tom sério, a voz ainda rouca e nasalada, o humor evidente. Em determinado momento da nossa vida, eu não sabia mais quantos sorrisos eu havia dado especialmente por causa de seu comportamento e de sua pessoa.  

—Eu tive muito trabalho com os balões. — Tombei a cabeça para trás para olhar para seu rosto amassado de tanto dormir, recebendo um selar em meus lábios de bom dia. Em sua mão estava uma de minhas xícaras de borboletas, deduzi que era um de seus chás. Algumas pessoas não gostariam de dividir seus bens, mas eu adorava quando ele precisava roubar minhas coisas para usá-las, pois eu escondia as suas.  — Você nem se deu ao trabalho de vestir uma camisa? — Ri soprado, fingindo tão indignado como eu não estava, na verdade.

As minhas marcas estavam escancaradas em seus ombros. 

Quando Hoseok sentou-se finalmente ao meu lado, passei um de meus braços sobre seus ombros, envolvendo o corpo para esquentá-lo e impedir que a brisa lhe tocasse a pele explicitamente. Senti seus lábios em minha testa antes de voltar a olhar para a paisagem, dessa vez acompanhado de quem eu chamava de amante nos meus dias coloridos de púrpura.  

Antes que eu pudesse desejar um feliz aniversário por seus vinte e nove anos, ele bebericou a xícara e dirigiu a mim seu pequeno interrogatório.  

— Jimin... O que você vê de bom em ser meu aniversário hoje? Eu estou ficando mais velho. — Eu não soube definir o que tinha em sua voz, mas ele não olhou para mim enquanto perguntava. 

Eu quis beijá-lo até nossos lábios sangrarem. 

Eu aprendi com o tempo que eu sempre desejava beijá-lo, não importa que hora do dia era. Eu era loucamente apaixonado por aquele homem, por seus lábios e por sua alma.  

— Eu devo ter algum tipo de fetiche por velhos, eu prefiro eles. — Ele me olhou, eu podia ver pelo canto dos olhos, surpreso. Meu coração tinha acabado de pedir licença para descansar, mas ele se encontrava desesperado. — Eu prefiro você. Se eu tivesse de escolher e você fosse uma das opções, eu escolheria você. Meu coração e minha alma são suas. Eu nunca mais deixarei você escapar de meus dedos, pois você sempre esteve neles, e eu não enxergava o suficiente. Eu sei que demorei para finalmente te encontrar da forma que você é, mas presentes bons chegam atrasados, não é? Ou não chegam na hora. Eu sempre vou me encantar por você e por nós dois, de como nós somos. Eu sinto no meu sangue e em cada parte dos meus ossos. Você é a minha alma, você sou eu. E eu sou você. Eu olho você por inteiro, como se meus olhos pudessem ver você por dentro. Eu acredito que já vi alguns dos seus pequenos defeitos nesses meses, mas eu não me importo. Eu os amo, e nenhum deles chega perto de ser como suas qualidades são. Eu amo como você me ama, eu amo como eu amo você. 
Eu conheci uma pessoa que me disse que ela tinha perdido um pouco do sentido da vida dela depois de um tempo, eu também pensei, eu não vou mentir para você, mas eu encontrei o sentido em você. Tem também quem diga que sou religioso, toda vez que alguém me diz isso, eu lembro que sempre que rezo, rezo por você. Rezo para que nada aconteça a você, que seja feliz, inteiramente feliz e que peço para que, eu possa sempre te fazer feliz e sempre ser quem você chama de lar. Eu nunca fui tão feliz como eu sou agora olhando para ti, e eu quero passar a minha vida com você. — Eu o olhei, e como se fosse a primeira vez que nos vimos, nossas almas se entrelaçaram e as palavras tão doce como chocolates escaparam de nossos lábios sincronizados. 

Eu amo você. 
 
 

Lebenslangerschicksalsschatz significa do alemão: "o tesouro do destino ao longo da vida".


Notas Finais


Agradeço infinitamente a minha namorada por me fazer começar e terminar pela primeira vez alguma coisa que decidi fazer.


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