História Treat You Better - Deixe-o em paz

 

Stiles Stlinski
             Middleton High 

Meus olhos não param de mirar nos dele. É muito notável a raiva que ele nutri agora, pois seu maxilar estava travado e seus olhos pareciam traiçoeiros, mas diferente do que eu pensei, ele soltou o braço de Lydia. A marca roxa que ficou na pele branca é a primeira coisa que eu noto e agora, eu também estava tão bravo quanto ele. Me preparei para um soco, ou algo vindo de seus amigos atrás de si, mas ele apenas sorri.

— Nos vemos por aí, Stilinski.

Então seu corpo some de minhas vistas. Lydia corre até mim, abraçando meu corpo. Seus braços rodeiam minha cintura, apoiando a cabeça no meu peitoral.

— Você não sabe que ele podia partir sua cabeça em mil pedaços? — Sua voz soa desesperada. — Nunca mais faça algo assim.

— E deixá-lo machucar você? — Afasto seu corpo, encarando seus olhos assustados. — Ele ia humilhar você.

— E você ia apanhar.

— Um mês vale muito para mim.

Ela sabia sobre o que eu falava. Após saber que a Lydia sofria com um relacionamento abusivo, sabia que tudo ia resultar em mais pancadaria. Então, entrei em uma academia de luta que o tio da Malia dava aula, ela até ia comigo. Os que sabiam se limitava a ela, Scott e Lydia. Mas eu não poderia guardar toda aquela informação do quão ela sofria apenas para mim, então contei para a Hale o que tanto me intrigava, e ela realmente sentiu pena da Martin, nem vi ela implicando mais com a garota, nem com as suas amigas (principalmente porque Jéssica praticamente roubou Isaac dela). O impressionante é que ela não parecia ligar muito, e eu e Malia somos um só, não tem nenhuma amizade parecida com a nossa — bem, com exceção a ligação que eu tinha com Scott. —. Eu a agradeço tanto, pois se não fosse por ela, eu não teria mudado fisicamente.

Digamos que eu não sou mestre em lutas, mas esse um mês me fez saber bastante defesas. 

— Eu só... Por favor, não faça isso mais. 

Lydia se tornou muito frágil desses dias para cá. De acordo com ela, não tinha nada para se preocupar, afinal ela aceitava todos as agressões e não tinha ninguém que soubesse, ou que se preocuparia com ela, até que eu cheguei. Agora, tudo o que me envolve a deixa sensível, embora ela não queira deixar isso visível para ninguém.

Nenhuma pessoa tinha que saber que Lydia Martin, a rainha de Middleton High, sofria assim. 

— Tudo bem. — Balanço a cabeça, o relógio marcava 3h45 da tarde. — Vou deixá-la em casa.

Saímos lado a lado, mas sem dar as mãos ou qualquer coisa do tipo. Vejo o quão ela estava abalada. De qualquer modo, a antiga Lydia ainda existia e ela sempre irá manter uma aparência impecável. 

Fomos em seu carro, já que ela disse que não poderia deixá-lo mais uma vez no estacionamento para não levar multas. O caminho até sua casa não durou mais que dez minutos. Assim que estaciono naquela enorme mansão, continuo encarando o volante, e ela a janela. Não sei quanto tempo continuamos assim.

— Você...

— Quer...

Falamos ao mesmo tempo, isso me arranca uma risada assim como ela.

— Pode falar. — Ela diz..

— Não, fala você.

— Eu só ia perguntar se você quer entrar. — A ruiva dá de ombros.

— Eu marquei de estudar com a Malia, ela está reprovando em duas matérias. 

Isso visivelmente a deixa triste, ela suspira e sussurra um "tudo bem". 

— Mas... — A garota me olha confusa. — Estou sem planos para hoje a noite, então queria saber se você gostaria de... Sei lá...

— Sair?

— É... A gente vem sido amigos, e eu... Gosto da sua... — Ao ponto que ela sorri, eu gaguejo ainda mais. — Da sua presença.

Seu rosto aparentemente fica vermelho, mas ela não fica com uma expressão tão boba, sempre recebeu elogios.

— Eu aceito, garotinho.

— Eu adorava esse apelido, eu juro.

Lydia acena e deixa o carro, fazendo com que eu respire aliviado. Já estava planejando fazer isso tem dias, mas nada nunca saía da minha boca. Ok, eu só tenho um encontro com a garota mais linda do colégio inteiro.

ESTOU COMPLETAMENTE FERRADO.

[...]

POV Malia Hale 

— Eu não gosto de física.

Concluo. Stiles me olha com a cara de quem diz "sério?". Cínico. 

— Você tem que gostar para se formar.

— Eu estou no segundo ano, você no primeiro. 

— E eu ainda estou te ensinando uma matéria! — Diz frustrado. Solto uma risada alta, o que o faz rir também. — Sua risada é muito feia, Malia.

— É, todos tem uns defeitos. — Dou de ombros. — Faremos uma pausa.

— Estamos estudando a apenas 18 minutos.

— O suficiente para uma pausa. — Pisco, fazendo-o fechar o livro. Stiles me lança um olhar, aquele que eu tanto odiava. — Ah! O que foi?

— Quero saber como você está.

— Ah Stiles, sem essa. Você acha que eu estou sofrendo? — Reviro os olhos. Ele abaixa a cabeça, suspirando baixo. — Não fique assim.

— Eu te amo, Malia. Você é a minha melhor amiga, e eu quero que seja sincera comigo. 

— Eu também te amo, Stiles. E, eu tento ser sincera mas... Você já tem problemas demais.

Me refiro ao que vem acontecido com a Lydia.

Quando soube, fiquei perplexa. Ok que não parecia um namoro muito bonito, mas eu nunca teria pensado que ela sofria agressão sexuais e era espancada. Houve um momento que eu vi as pernas dela com manchas vermelhas, e toda vez que eu perguntava — não porque me preocupava, mas por pura curiosidade —, ela dizia que era por treinar muito em casa. E pode ser hipocrisia, ou sei lá o que chamam, mas parece que o ódio que eu sentia simplesmente sumiu.

           — Ei. — Ele segura minhas mãos. — Independente do que está acontecendo comigo, você é minha amiga e eu também preciso dar atenção a você.

— Stiles... Lydia estava certa. — Ele me olha confuso. — Eu ainda estou apaixonada por você.

Seus olhos arregalaram, ele soltou minha mão e entreabriu a boca várias vezes. Gargalho pela sua expressão assustada do tipo "o que acontecerá agora?" ou "não sinto o mesmo".

— Mas não dói. — Seguro suas mãos novamente. — Não dói ver você com ela, ou com a prima de segundo grau, ou a Samanta, nunca doeu. Você é meu melhor amigo, e mesmo que sentisse o mesmo, eu não iria aguentar namorar você. Não se preocupe, pois eu não sofro por isso. 

— E o...

— Isaac? Eu gostei dele, ainda gosto. Conversamos bastante e ele não terminou comigo, nós terminamos juntos. Foi um término tão maduro que eu me imaginei bem crescidinha. Jéssica é minha amiga, e o fará feliz. — Stiles sempre foi emotivo, por isso uma lágrima escorre do seu olho e isso me faz querer chorar também. Ele acha que eu estou quebrada. — Eu sou a sua garota, e a do Scott também. Somos um trio que ninguém pode atrapalhar, e desde que éramos crianças você tenta me proteger.  E eu sei que sou chata, isso não irá mudar, mas é por proteção, não por ciúmes. Eu irei apoiá-lo e morrer de raiva de você várias vezes, mas isso é o que nós somos. Ninguém mudará isso, nem você, nem eu, nem Scott, ou as triofecta. — Zombo do nomezinho, isso o faz rir. — Agora vamos voltar a estudar.

— Malia Hale, você é demais.

— É, eu sei.

[...]

Stiles e eu estudamos por duas horas e meia, depois ele disse que tinha que sair com a garota perfeição. Admito que ainda sentia repulsa dela, afinal, sempre a achei esnobe demais, mas se caso ela precisasse de alguém, eu estaria lá por ela. 

Ninguém pode descrever o que ela passa.

Resolvi ir no bar que tinha ao lado da minha casa, meus pais estavam viajando e o cara que trabalhava lá não me pedia carteira de identidade, o que o tornava um grande amigo meu. 

Após tomar banho, visto uma saia preta, uma blusa azul, e saltos. Minha maquiagem estava bem fraca, afinal eu não queria me arrumar muito. Atravessei a rua, vendo que o céu agora estava escuro e que estava quase dando oito da noite. Entro no estabelecimento, vendo cerca de umas oito a dez pessoas. Me sentei na cadeira que tinha na frente do balcão. Joe se apoia no mesmo, sorrindo.

— Ei, Malia. O que vai querer?

— Uma dose de uísque. 

Invés de responder, um homem responde por mim. Ele se senta ao meu lado, comendo os amendoim que tinha na taça cristalizada.

Ele é bastante bonito.

— Duas. — Ele corrige. 

— Quem é você e por que acha que pode pedir minha bebida?

— Porque eu quero lhe pagar um drink.

Seu tom é bastante desafiador, e intimidante.

— É, mas eu não planejo beber muito.

Meia hora depois...

— Mais um! — Berro.

— Malia, essa é vigésima quinta dose que você bebe.

— Joe, não seja chato. — Gargalho, encarando o homem em minha frente. — Eu nem sei seu nome. É meio errado aceitar bebidas e dançar com alguém que eu não sei o nome, mas você é bonitinho então não preciso...

— É Derek. — Ele ri. — Meu nome é Derek.

— Eu sou a Malia. 

Então a minha música toca.

— Adoro essa música. — Falamos em unissono.

Estamos tão bêbados que começamos a dançar por cima das mesas e das cadeiras, cantando a música por cima do balcão e fazendo os clientes rirem, cantarem, aplaudirem e dançarem.  A música dura em torno de seis minutos, até que termina.

— Obrigada, obrigada.

Fazemos reverência, agradecendo a "platéia". Começo a encará-lo, ele realmente era bonito. Olhos verdes, barba escura mas feita, cabelos que eu jurava querer muito tocar.

— Você quer...

— Quero.

Então vamos em direção do banheiro.

POV Lydia Martin

— E essa?

— Lydia, é um primeiro encontro. Você tem que estar fofa, mas não tanto, para que ele não fique com medo de tirar sua roupa.

Jogo um travesseiro em Chloe. Definitivamente, uma péssima irmã.

— Bem, acho que essa roupa lhe cairia bem.

Ela me deu uma blusa branca com detalhes em preto, em seguida uma saia de couro preta e uns saltos da mesma cor. Realmente, não era tão ruim. 

Stiles chegou as 8:35. Desci as enormes escadas, abrindo a porta de vidro. Ele estava completamente lindo. Uma blusa azul de botões, uma calça jeans escura e vans preto.

— Você está... — Ele gagueja, tirando atrás de si uma rosa azul. — Eu... Ahm... Queria trazer um buquê, mas aí eu teria que pintar todas as rosas de azul, e eu pintei de azul porque é a sua cor favorita, então eu...

— Stiles! Calma. 

Rio dele, o que o torna nervoso. Ele coça a nuca, estendendo a rosa. Seguro-a com cuidado por causa dos espinhos, chamando a governanta. Entrego-a e peço para deixar em um bom lugar. 

Entramos no carro.

— Onde vai me levar?

— Para um lugar aí.

Ele dá de ombros. Começo a bater a perna várias vezes, era muito curiosa.

Depois de um tempo, Stiles estaciona em frente a um restaurante. Era bonito, todo feito de madeira. Me deslumbrei ao entrar, pois tinha karaokê, pessoas que cantavam suas músicas, bar, e um ambiente muito agradável. 

Após comermos, fomos para a área do bar. Ele comprou duas cervejas para nós, indo até a sinuca.

— Acha que consegue me vencer? — Ele me olha desafiador.

— É um desafio?

— Vamos começar.

Stiles era realmente bom na sinuca e eu? Um desastre. O taco nem firme na minha mão ficava.

— Está fazendo do jeito errado.

Ele ri e se aproxima. Encosta o corpo junto ao meu, colocando a sua mão por cima da minha, mirando.

— Aí você mira e...

— E...

O ar estava intenso. Ele sussurrava contra meu pescoço, me levando a loucura.

— Você acerta.

Duas bolas foram pelo buraco. Dou uma risada para descontrair, ao passo que ele se afasta de mim.

— E agora... Stuart Stilinski. — Ouço a voz no microfone, arregalando os olhos.

— Ué, Stuart... Você vai cantar?

— É, eu acho que sim.

Voltamos para a área de restaurante. Tinha um pequeno palco que você podia simplesmente cantar, ou se divertir com karaokê. Ele sobe no mesmo, se sentando em uma simples cadeira preta, com um violão marrom.

— Olá, eu sou o Stuart Stilinski. — Gargalho, o lugar estava cheio e as pessoas riram. Realmente, um nome estranho. — Eu compus essa música para alguém especial. Eu era apaixonado demais por essa garota, e ainda sou. Apenas ontem eu acabei e apenas hoje tive a decência de mostrar para ela. Ela se chama Treat You Better.

Suas mãos iam de encontro com o violão, eu prestava atenção em cada palavra da música, e eu sentia que era para mim. Meu coração parecia saltar pela boca.

I won't lie to you

I know he's just not right for you

And you can tell me if I'm off

But I see it on your face

[ Eu não vou mentir para você

Eu sei que ele não é certo para você

E você pode me dizer que estou enganado

Mas eu vejo em seu rosto ]

When you say that he's the one that you want

And you're spending all your time

In this wrong situation

And anytime you want it to stop

[ Quando você diz que ele é o que você quer

E você está desperdiçando todo o tempo

Nessa situação errada

E quando você quiser que isso pare ]

 

I know I can treat you better

Than he can

And any girl like you deserves a gentleman

Tell me why are we wasting time

On all your wasted crying

When you should be with me instead

I know I can treat you better

Better than he can

[  Eu sei que posso te tratar melhor

Do que ele

E qualquer garota como você merece um cavalheiro

Me diga por quê estamos perdendo tempo

No seu choro inútil

Quando você deveria estar comigo, em vez disso

Eu sei que posso te tratar melhor

Melhor do que ele ]

 

I'll stop time for you

The second you say

You'd like me to

I just wanna give you the loving

That you're missing

Baby, just to wake up with you

Would be everything I need

And this could be so different

Tell me what you want to do

[ 

Eu pararei o tempo para você

No segundo em que você disser

Que também gosta de mim

Eu só quero te dar o amor

Que você está perdendo

Querida, só para acordar com você

Seria tudo o que eu preciso

E isso poderia ser bem diferente

Me diga o que você quer fazer ] 

 

I know I can treat you better

I know I can treat you better

Promise I'll never let you down

Cause I know I can treat you better

Than he can

And any girl like you deserves a gentleman

Tell me why are we wasting time

On all your wasted crying

When you should be with me instead

I know I can treat you better

Better than he can

Better than he can

Better than he can

Better than he can

Better than he can

[ Eu sei que posso te tratar melhor

Eu sei que posso te tratar melhor

Eu sei que posso te tratar melhor

Prometo que nunca vou te desapontar

Porque eu sei que posso te tratar melhor

Do que ele

E qualquer garota como você merece um cavalheiro

Me diga por quê estamos perdendo tempo

No seu choro inútil

Quando você deveria estar comigo, em vez disso

Eu sei que posso te tratar melhor

Melhor do que ele ]

A música termina. Meu rosto já estava melado de tanto choro, pois a música realmente era sobre mim e ela era tão linda. Aplaudi de pé, assim com o lugar inteiro. Ele acena e se despede, vindo até mim. Eu me jogo em cima dele, o abraçando com toda a força.

— Gostou?

— Muito! Obrigada.

— Aqui está a letra.

Ele me entrega um papel de rascunho, sorrio o dando um selinho. 

Estava tarde, então ele resolve me levar para casa. Saímos de mão dada do lugar, sendo que em uma das minhas mãos estava meus saltos e meus cabelos — que estavam em coque —, estão agora soltos. Estávamos atravessando a rua, quando vejo Jack e mais cerca de cinco garotos. 

— Ora ora ora. — Ele ri, mascando o famoso chiclete como sempre. — Se não é o Stiles e a Lydia. 

— Jack, por favor. Nos deixe ir, eu resolvo isso com você amanhã.

— Claro, mas não sem antes dar um troco no seu namoradinho. — Olho para Stiles, ele não parece intimidado. — Achou que ia me ameaçar hoje e eu não ia fazer nada?

— Tudo bem, podemos resolver. Mas você vai falar comigo, não com a Lydia.

— Ela é minha namorada! 

— Eu não sou nada sua! — Grito na mesma intensidade. — Só vá embora.

— Não vou aceitar ser corno.

Foi tudo muito rápido. Stiles me empurrou para trás, e foi atingido por um soco. Ele revidou com um gancho no olho de Jack, o que o deixou ainda mais irritado. Ele teve chance de machucar alguns deles, mas todos foram para cima e começaram a chutá-lo e socá-lo. Um deles me segura, me fazendo chorar em desespero e tentar ir até ele.

— PARA! — Gritava, mas eles não paravam de bater nele. — Deixe-o em paz!

Era tudo em vão. Dois deles seguraram Stiles, colocando seus dois braços para trás. Jack o fazia cuspir sangue de tanto que batia nele, era até patético resistir, mas eu continuava gritando. 

— Se eu vê-lo com essa vadia de novo, eu acabo com você. Lydia, entre no carro. — Jack diz. Os dois me soltam, mas nesse momento eu corro até Stiles, ajoelhando em sua frente. — ENTRE NO CARRO.

— Se você não sair daqui em cinco segundos eu juro que ligo para a polícia. Estamos em frente a um restaurante, não vai conseguir me sequestrar.

— Quer pagar para ver?

Eu chorava, chorava demais. Ainda era submissa a ele.

— Vamos, cara. Essa rua é movimentada, vai dar ruim. 

Então ele vai embora. Todos eles riam e atiravam cuspe em nossa direção.

— Eu vou cuidar de você.