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História Treat You Better - Capítulo Um - One Of Those Nights


Escrita por: Elleven

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS INCIAIS E FINAIS, POR FAVORZINHO!

Olha eu aqui de novo com uma fanfic nova! Que Deus me ajude a postar duas histórias ao mesmo tempo! Já faz meses que eu to planejando essa história, desde que eu fiquei viciadas em Shawn Mendes, porem resolvi que iria postar ela só mais pra frente, só que meus amigos, eu sou uma pessoa ansiosa e isso acabou não rolando! Preciso dizer que essas fanfic é em um universo TOTALMENTE paralelo a Teen Wolf, alguns personagens vão ter as mesmas características, outros não, então mantenham as mentes bem abertas, seus lindos! E bora ler!

Tradução do título do capítulo: Uma noite daquelas. (é uma musica do Shawn também, vou tentar colocar o nome de uma música dele como título em cada capítulo, mas não vou prometer)

PS: Eu vi que uma autora lançou uma fanfic com o mesmo nome, eu até tentei em pensar em outro titulo, porem eu já estava com a capa pronta a tempos e eu me apaguei muito a Treat You Better, essa música é meu atual amorzinho, então resolvi deixar esse nome mesmo. Mil desculpas a outra autora.

Capítulo 1 - Capítulo Um - One Of Those Nights


Era a terceira vez naquela noite que Stiles acordava por causa dos gritos no apartamento de cima. Parecia que os moradores de lá estavam tendo uma briga memorável, porque ela simplesmente não acabava nunca. Ele já havia conseguido voltar a dormir nas outras vezes, porem Stiles sabia que agora seria impossível, seu sono fora embora pela noite junto com sua paciência. Stiles olhou para o relógio que ficava na cômoda ao lado, marcava três horas da matina. O garoto bufou, se levantando da cama e saindo do quarto irritado. Em sua primeira noite na casa da avó, iria brigar com os vizinhos, muito conveniente.

Saiu do apartamento, que ficava no térreo, sentindo a brisa fria daquela madrugada. O prédio era um antigo hotel barato reformado de dois andares, os apartamentos não ficavam em fileiras em um corredor dentro do estabelecimento, suas portas vermelhas davam para o lado de fora, ao ar livre, com uma vasta varanda com piso de madeira e gradil.  

Stiles respirou fundo, talvez não fosse necessário ir até lá em cima. Respire fundo, Stiles, pense em coisa legais, unicórnios, os Mets ganhando, sanduíches. O rapaz encostou-se no gradil da varanda, observando o céu - era uma mania que ele tinha sempre que precisava se acalmar, sempre funcionava. Stiles havia se esquecido como em Beacon Hills todas as estrelas podiam ser vistas, bem diferente de Boston, onde a poluição já havia tomado conta de tudo. Ela teria gostado de ter vindo aqui. Stiles sentiu o seu coração apertar no peito, ele não deveria pensar nela, era por isso que tinha fugido para cá, deixar a dor e a tristeza para trás.

Os vizinhos já não gritavam mais, finalmente haviam parado. Stiles se espreguiçou, estava voltando para dentro de casa quando ouviu a porta do apartamento de cima bater com força. O garoto voltou para perto da varanda, curioso, então viu uma jovem ruiva, que aparentava ser um pouco mais nova que ele, descer as escadas correndo. Ela não pareceu vê-lo, estava mais preocupada em observar um carro do outro lado da rua – um Silver Porsche 911 de cor chumbo. A ruiva correu até lá, entrou no lugar do passageiro e logo o carro já não estava mais ali. Havia ido embora em alta velocidade pela rua.

- Estranho. – Stiles comentou, voltando para dentro de casa. Ao entrar no quarto, pegou o iPod e colocou os fones de ouvido. A música entrava em sua mente, emanando uma onda de prazer e calma. Stiles relaxou o corpo, fechando os olhos, sendo absorvido para seus sonhos novamente. Na manhã seguinte, foi sua avó que o acordou. Ela bateu na porta delicadamente chamando-o para ir trabalhar.

Abby Stilinski era uma velha empreendedora em Beacon Hills. Possuía um prédio que a muito tempo fora um hotel, mas que hoje em dia servia como pequenos apartamentos, onde ela própria morava, e também uma livraria de esquina no centro de Beacon Hills. Por muito tempo, somente o hotel era o que a sustentava, foi com ele que Abby pagou a faculdade do pai de Stiles, porém dava muito trabalho, por isso ela resolveu reformá-lo e o transformar no que era hoje em dia, assim ela só se preocupava com os pagamentos de aluguel. A livraria fora mais um sonho antigo realizado. Abby era uma fanática em livros e desde pequena sonhava em ter uma, então, assim que o velho senhor Perkins disse que queria vender a única livraria que tinha em Beacon Hills, ela tratou de compra-la. Esse negócio fora feito a menos de uma semana, quando a senhora soube que Stiles iria passar um tempo com ela, logo tratou de o por para trabalhar lá.

Stiles sentou-se na cama, coçando os olhos. Seu corpo mostrava claros sintomas da noite mal dormida. Levantou-se indo até o banheiro, que ficava no quarto, tirando a roupa e ligando o chuveiro logo em seguida. Esperou poucos segundos para água esquentar antes de entrar. Stiles ficou quase meia hora debaixo do chuveiro, relaxando. Vira e mexe, ele desenhava desenhos abstratos no vidro do box que já estava embaçado por causa do vapor. Stiles também pensava, aquele era o único momento que ele se permitia sofrer, onde ficava totalmente vulnerável. O garoto encostou a cabeça na parede do banheiro, sentindo as lágrimas escorrem pelo rosto e se misturar com a água. Respirou fundo, soltando um grito silencioso. Socou a parede do banheiro, extravasando a raiva guardada dentro dele e ali ficou, até não sobrar mais lágrimas, até ele voltar a esconder a sua dor bem fundo no coração.

•••

— Achei que tivesse morrido dentro do banheiro. – sua avó brincou, assim que Stiles adentrou na cozinha. Era um lugar pequeno, porém muito confortável. Possuía armários brancos, uma geladeira azul já antiga, que Stiles imaginou que estava lá desde a época que seu pai ainda morava ali, as paredes possuíam azulejos coloridos, que mostrava bem a personalidade da sua avó. Abby já estava sentada na mesa tomando seu café da manhã, com um jornal nas mãos. – Olha, está até vermelho por causa da água quente. – apontou para os ombros de Stiles, quando ele se sentou.

— Sou branquelo, vó. Qualquer coisa me deixa avermelhado. – Stiles disse, colocando café em uma das xícaras. – Nossa, vó, precisa adoçar o café desse jeito! – ele reclamou após tomar um gole.

— Ora, menino! Não vou deixar de fazer o meu café do jeito que eu gosto porque as pessoas na cidade grande acham gostoso tomar café amargo. –Abby ralhou. – Deve ser por isso que as pessoas de lá vivem ranzinzas, eles precisam adoçar a vida. – Stiles soltou uma risada contida, ele sabia como sua avó odiava cidades grandes, bastou ela ter passado um verão todo em Boston para dizer que só voltaria lá se fosse um caso urgente ou amarrada.

— Café amargo não é uma questão de costume de cidades grandes, é mais uma questão de gosto, Dona Abby. – Stiles disse, sorrindo para a mais velha. Abby cerrou os olhos para o neto.

— Tudo bem. – ela disse conformada. – A partir de amanhã eu faço ele puro, só porque não quero ficar como uma velha ranzinza. – e voltou a ler o jornal. Stiles começou a comer então um pouco de cereal, até que bateu uma curiosidade.

— Hm, vó? – ele a chamou.

— Fala, Stiles.

— Você conhece os vizinhos que moram no apartamento de cima? – Stiles perguntou inocentemente.

— Não, Stiles, não os conheço. Quem paga o aluguel deles é o fantasma do prédio, se você prestar atenção no silêncio da noite, dará para ouvir os seus uivos de lamentação. – Dessa vez Stiles não conteve e deu uma risada alta, sua avó também o acompanhou. Se tinha uma coisa que os Stilinski tinham era um bom senso para o sacarmos. – Lógico que eu os conheço, Stiles. Conheço todos os meus inquilinos. Mas porque a pergunta?

— Ontem eles ficaram brigando a noite toda, não me deixaram dormir em paz. – Stiles contou, enfiando uma colher cheia de cereal com leite na boca.

— Ah. – Sua avó soltou. Seus olhos mostravam uma imensa tristeza. – É comum essas brigas, logo você se acostuma.

— Certo. – Stiles concordou. - É normal também a filha deles saírem no meio da noite com um cara louco que não conhece o limite de velocidade?

— Então você conheceu a Lydia. Como? Ela por acaso veio aqui em casa?  – Abby disse preocupada. Stiles percebeu que não era pelo fato de alguém ter batido na porta de madrugada, é sim porque a tal de Lydia poderia ter precisado dela.

— Não, vó. Eu saí lá fora para espairecer as ideias e vi ela. 

— Bom, bom. – A avó sussurrou. – Respondendo a sua pergunta, sim Stiles, é bem comum também. A vida naquela casa não é muito fácil. – o garoto percebeu que a avó não queria continuar no assunto.

— Você vai para a feira hoje? – Stiles perguntou, Abby confirmou com um aceno. – Quer ajuda para carregar as coisas?

— Ah, não precisa, tem uma pessoa que me ajuda sempre. – Abby olhou através da janela pensativa. – Você vai para a livraria, né?

— Sim. – Stiles se levantou da mesa, limpando a boca com um guardanapo de papel. – Na verdade estou indo para lá nesse momento. Ver como está aquilo lá, catalogar os livros, arrumar a bagunça.

— Claro, claro. – Abby concordou. – Depois que voltar da feira eu vou lá te ajudar. A chave da livraria está atrás da porta da sala, uma dourada.

— Okay. – Stiles respondeu. – Até mais tarde então.

— Até. – sua avó respondeu.

Stiles saiu da cozinha, passando no quarto rapidamente para pegar algumas coisas. Saiu do apartamento, descendo os poucos degraus depressa, indo em direção ao seu jipe. Era um Jeep CJ-5 azul e preto, o xodó de Stiles. Havia sido seu primeiro carro e provavelmente seria até morrer. Stiles colocou as chaves no buraco da porta, para abrir o automóvel, quando ele percebeu a garota ruiva, que agora ele sabia que se chamava Lydia, descer as escadas do segundo andar. Então ela voltou para casa.

Stiles pode vê-la melhor agora a luz do dia. Os cabelos ruivos compridos não eram tão avermelhados, puxavam para o laranja. A menina também não era muito alta e tinha um rosto delicado, cheio de sardas e uma boca carnuda. Stiles tentou decidir qual era a cor dos olhos dela, mas ela estava longe demais, podiam ser verdes ou castanhos. Ela era muito linda. Stiles percebeu pela mochila nas costas que provavelmente estava indo para a escola. Lydia estava passando ao lado dele, já um pouco apressada, quando Stiles sentiu uma necessidade estranha de falar com ela, sua garganta formigava, implorado para que ele dissesse qualquer coisa.

— Bom dia. – ele falou, porem saiu um pouco mais alto do que queria. Lydia pulou de susto, ela não havia visto aquele rapaz ali. Porem deu um sorriso. Não era aqueles sorrisos alegres, Stiles percebia isso, era mais “Um estranho me cumprimentou, vou ser educada”.

— Bom dia! – Ela respondeu animada, logo voltando para seu caminho. Lydia nem sequer olhou para trás, o garoto duvidava que ela ao menos prestou atenção nele. Stiles a viu indo na direção do mesmo Porsche da noite passada. Lydia entrou e novamente, o carro saiu em alta velocidade, deixando qualquer carro que estava na via comendo poeira. Stiles suspirou. Alguém tinha que multar aquele cara!

O garoto entrou no jipe e logo estava saindo do estacionamento, que não era bem um estacionamento, era uma área que ficava na frente do prédio que as pessoas usavam para colocar os carros. Stiles ligou o rádio que tocava Hello da Adele. O garoto sorriu, começando a cartar a música, logicamente desafinando lindamente nas notas e assim, continuou sua pequena viajem até o centro de Beacon Hills.

•••

Lydia tentava o máximo que podia prestar a atenção no que a Profª Turner dizia, mas aquele não era um dia que dava para aprender álgebra. A garota ainda se lembrava da horrível briga que havia tido com o seu pai na noite passada. Se ela soubesse que iria dar naquilo quando reclamou da desorganização da casa, Lydia nem teria aberto a boca. Mas era seu pai, Lydia nunca sabia qual reação que ele teria em qualquer situação. Gabe Martin era um cara que vivia bêbado e drogado, bipolaridade era seu nome do meio. E ainda para melhorar seu dia, Jackson – o namorado de Lydia, havia tido um ataque de ciúmes histérico sem motivo algum naquela manhã só porque um cara qualquer tinha cumprimentado a garota.  Sinceramente, as pessoas nem podem ser mais educadas, Lydia pensou, enquanto anotava no caderno mais um logaritmo que a professora passava na lousa.

A aula se alastrou por mais meia hora até que o sinal tocasse, anunciando finalmente que era hora do intervalo. Lydia se levantou da carteira, jogando o material na bolsa e saindo da sala. Todos os alunos no corredor se dirigiam para o refeitório, o que dificultou para Lydia, que queria ir contra a multidão, para guardar algumas coisas no armário. Ela se sentia como o Simba no meio dos Gnus, em Rei Leão. Ao conseguir chegar no armário, o abriu para colocar o livro de álgebra lá dentro e pegar o de história. Até que sentiu braços forte em volta da sua cintura.

— Eu já mandei você trocar essa foto. – mumurrou Jackson, no ouvindo dela. Ele falava da fotografia dos dois juntos, que estava colada dentro do armário. – Tem muitas outras que eu estou bem mais bonito.

— E eu já disse que gosto dessa foto. – Lydia respondeu, fechando a porta do armário e encostando as costas no mesmo. – É uma foto natural, não parece que estamos nos esforçando para ficar bonitos. – Jackson revirou os olhos, colocando as mãos no metal, cercado Lydia com seus braços.

— Me desculpa pela cena de manhã. – Jackson sussurrou, aproximando o rosto no de Lydia. – É que eu odeio ver qualquer cara perto de você ou falando com você.

— Mas eu disse para você que não foi nada, era só um cara. – Lydia falou, colocando as mãos na nuca do namorado. – Existem pessoas educadas nesse mundo, Jackson, você pode não estar acostumado, mas elas estão por aí. – O garoto bufou, prensando Lydia mais contra o armário, começando a beijar o pescoço dela com fúria. A garota soltou um gemido baixo. – A gente está no meio do corredor.

— Então é só ir para um lugar mais reservado. – Jackson disse, puxando Lydia até uma porta, já aberta, que tinha uma plaquinha grudada dizendo “Sala do Zelador”.

Ao entraram, Lydia só teve tempo de trancar a porta, Jackson já estava atacando seu pescoço novamente, as mãos firmes do garoto já apertavam sua bunda. Com um impulso, Lydia entrelaçou suas pernas no quadril de Jackson.

— Você é insaciável. – Lydia sussurrou. Jackson só deu um sorriso sacana, batendo as costas de Lydia com força na parede livre da sala, beijando os lábios carnudos da garota. Logo eles já não estavam com suas roupas e se alguém parasse perto da sala do lado de fora, daria para escutar gemidos roucos de prazer.

•••

Lydia e Jackson entraram no refeitório, já lotado, de mãos dadas, como se nada tivesse acontecido. Os dois andaram até a mesa que ficava no centro, cheia de caras altos com a jaqueta do time de lacrosse. Cheios de músculos, porem com o cérebro mais vazio que o vácuo do espaço, Lydia pensou. Ela odiava sentar naquele lugar, se sentia como um peixinho fora d’água, mas Jackson a obrigava porque “A namorada do capitão do time tem que se sentar sempre ao seu lado”. O casal nem se acomodou direito, que Lydia arrumou uma desculpa para sair dali, dizendo que iria pegar comida para os dois. A última coisa que Lydia escutou antes de sair andando para longe dali foi Jackson marcando mais um racha para aquele final de semana.

Jackson Whittemore pertencia a uma das famílias mais ricas de Beacon Hills – talvez a mais rica naquela área do Estado. Porém o dinheiro dos pais nunca foi o suficiente para ele, Jackson tinha seu próprio negócio. Ele fazia rachas nos finais de semanas, lucrando com as apostas e também correndo e as vezes também com vendas de drogas. Ser rico facilitava comprar substâncias ilegais e também facilitava vende-las. Lydia quando descobriu, foi totalmente contra, mas Jackson a fez mudar de ideia dizendo que o dinheiro que ela ganharia seria ótimo para a faculdade. Lydia sabia que Gabe não se daria o luxo de pagar o ensino superior dela, então sim, o dinheiro falou mais alto e ela começou ajuda-lo no negócio, tanto que já correra em algumas corridas e em modéstia parte, Lydia era uma ótima corredora, nunca perdeu uma corrida se quer.

A garota parou na fila da cantina, onde as merendeiras serviam o prato do dia – hambúrgueres, batata frita, uma salada de alface e pudim de chocolate. Lydia pegou a bandeja e pediu dois hambúrgueres e uma batata frita. Quando parou na parte de bebidas, reconheceu a garota de cabelos castanhos parada na sua frente.

— Allison! – Lydia chamou-a animada.

— Hey Lydia! – Allison respondeu.

— Você sumiu no último final de semana! Tentei te ligar, mas só caiu na caixa postal. Aonde esteve? – Lydia perguntou, pegando uma garrafinha de suco de uva e outra de laranja.

— Fui passar o final de semana com os meus tios em São Francisco. – Allison respondeu. As duas começaram a andar pelo refeitório, voltando para a área das mesas.

— Certo. – a ruiva concordou. – Quer sentar lá na mesa com a gente? – Lydia perguntou esperançosa, seria ótimo sentar com alguém que ela gostasse sem que fosse o Jackson. Allison fez uma careta.

— Não sei, eu estou devendo para o Jackson, você sabe como ele é.

— Achei que tinha parado de se drogar. – Lydia murmurou.

— E eu parei, só não paguei o Jackson ainda. – Allison se defendeu. - Eu estou limpa já faz dois meses. 

— Isso é muito bom, Allison! – Lydia exclamou, abraçando a amiga com um braço só. – E você vai se sentar comigo, a mesa também é minha. – não tinha como Allison dizer não para a amiga, sorriu concordando e as duas andaram até a mesa. 

Allison e Lydia tinham uma longa história juntas. Elas se conheceram ainda pequenas, seus pais eram vizinhos de frente e ainda por cima, suas mães eram melhores amigas desde a época da faculdade e isso acabou passando para as filhas. As duas eram unidas, como carne e unha, faziam tudo juntas, tomavam banho juntas, estudavam juntas, comiam juntas e se os pais deixassem, dormiam juntas. Foi desse jeito até os doze anos de Lydia, quando sua mãe morreu, depois disso, a vida da garota virou de pernas para o ar. O seu pai se meteu nas drogas e acabou perdendo a casa deles por causa de uma dívida de jogo, o que acabou afastando um pouco elas e depois, para piorar Allison e seus pais se mudaram para São Francisco, ela só voltou para Beacon Hills anos mais tarde, quando Lydia já estava no segundo ano do High School. Como elas perderam contato, foi difícil a aproximação das duas de novo, porem uma amizade tão forte como aquele não sumia mesmo com anos de distância e lá estavam ela, juntas de novo e inseparáveis.

Lydia se sentou na mesa ao lado de Jackson, dando batidinhas no lugar ao lado dela para Allison se sentar, timidamente, a morena fez o que Lydia pediu.  Jackson estava tão entretido na conversa com os companheiros de time que demorou para perceber Allison ali, porem quando a viu, deu uma risada descrente.

— Allison, não sei com que coragem você se senta nessa mesa. – Jackson ironizou. – Se eu devesse aquela quantia de dinheiro, nem pisar no refeitório eu pisaria.

Os caras do time riram. Allison se escolheu no seu lugar, ruborizada. Lydia bufou irritada.

— Jackson, será que dar para parar? Eu que chamei ela aqui. – Vociferou Lydia. Jackson fuzilou a namorada com o olhar.

— E quem te deu o direito de chamar alguém para sentar na minha mesa, Lydia? – Jackson perguntou, com uma sobrancelha arqueada.

— Eu me dei o direito, eu também sento aqui, posso chamar quem eu quiser. – Jackson soltou uma risada alta, que fez todo o refeitório olhar para eles. Lydia sentiu o seu rosto queimar de raiva, se tinha uma coisa que ela odiava era as cenas que o namorado fazia.

— Pega sua comida e vaza daqui e leva sua amiga drogada com você. – Jackson mandou.

— Jackson, como assim? – Lydia indagou, desacreditada. – Você ta ficando louco?!

— Cala boca, Lydia. Vaza. – um cara loiro do time empurrou a bandeja de Allison, derrubando o suco da menina no colo dela. Lydia soltou um grito contido, se levantando da mesa puxando Allison com ela. A ruiva saiu do refeitório xingando alto, enquanto ouvia as risadas do namorado atrás dela.

Lydia e Allison pegaram uma roupa reserva no armário de Lydia e foram para o banheiro feminino. Durante todo o caminho ela reclamou de Jackson, Allison ficou apenas quieta, esperando até as duas entrar no banheiro para dizer alguma coisa.

— Sabe Lydia, se você tem tanta raiva dessas graças que o Jackson faz, por que não termina com ele? – Allison falou, entrando em um dos cubículos em que ficava o vaso sanitário para se trocar. Lydia se encostou na pia do banheiro, suspirando.

— Jackson pode ser um babaca as vezes, mas ele é ótimo para mim, Allison. – ela respondeu.

— Ótimo em te humilhar na frente da escola toda, só se for. – Allison ralhou, saindo do cubículo já com a outra roupa.

— Não, Allison. Eu já te disse, Jackson me ajudou muito e ainda ajuda com todos os problemas com o meu pai. Ele foi o único que me amparou quando precisei, durante muito tempo. Ele só tem um temperamento difícil. – foi Allison que suspirou dessa vez.

— Eu não vou mais discutir, mas você vai perceber um dia que merece coisa melhor do que um riquinho mimado. – Allison foi até Lydia e abraçou-a. – Você é incrível, Lydia! Sem você eu provavelmente estaria jogada em alguma esquina drogada.

Lydia apertou a amiga em seus braços. Allison começou a se drogar por causa de uma desilusão amorosa. Ela namorou uma vez um cara, assim que voltou para Beacon Hills, mas o babaca acabou traindo-a e na primeira festa pós fossa ela conheceu uma garota que lhe mostrou a cocaína e então ela se afundou nas drogas como um refúgio para seu coração partido. Foram meses e meses, com Lydia tentando fazer a amiga colocar juízo na cabeça, até que um dia, quando Allison quase teve uma overdose, ela decidiu parar com aquilo e se tratar.

— Eu só fiz a minha parte como melhor amiga. – Lydia sussurrou. – Era horrível te ver naquele estado, Alli.

— Então você entende como para mim é horrível ver você com esse babaca. – Allison acrescentou. Lydia desfez o abraço.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. – Allison ia tentar retrucar, quando o sinal tocou. – Vamos, temos aula de história juntas. – e puxou a morena para fora do banheiro, indo direto para sala de aula.

•••

Lydia resolveu pegar uma carona com Allison após o fim da aula, já que não queria ter que pedir favores para Jackson.

— Quer ir lá em casa estudar? – Allison perguntou, enquanto tirava seu carro da vaga.

— Não vai dar, tenho um compromisso. – Lydia respondeu.

— Ah, verdade. Com a Dona Abby, né? – a ruiva confirmou. – Manda um oi para ela, adora aquela velhinha.

— Ela me disse ontem que o neto dela vai passar uns tempos aqui. – Lydia comentou. Allison franziu o cenho.

— Mas ele não estava fazendo faculdade em Havard? Ela vivia se gabando disso.

— Pois é! Parece que ele trancou. Dona Abby não quis dizer o porquê, nem insisti, parecia ser um assunto bem particular. – Allison parou no sinal vermelho, ligando o rádio.

— Bom, se ele for gato, pede o número dele e me passa. – Allison disse marota. Então no rádio começou a tocar What´s Up do 4 Non Blondes. – Oh meu deus! Lydia, vamos cantar! – Allison gritou animada. Lydia soltou uma risada alta.

— Okay, minha sensate! – então elas começaram a cantar, fazendo caras e bocas no meio de altas risadas.

Allison deixou Lydia na frente do prédio, as duas se despediram e Lydia desceu do carro. A morena voltou a dirigir, buzinando quando virou a esquina. Lydia andou até as escadas que davam para o segundo andar lentamente. Ela não sabia se o seu pai estava lá, na maioria dos dias naquele horário ele estaria no que chamavam de trabalho, Lydia chamava de chance para passar o dia todo sentando sem fazer nada, já que ele trabalhava em vigiar as câmeras de segurança do shopping, mas como sempre tinha um ajudante, Gabe colocava todo o trabalho em cima do garoto e passava o dia bebendo a cerveja e vendo jogos na pequena TV que tinha ali.

Lydia pegou o chaveiro dentro da bolsa e abriu a porta do apartamento, dando de cara com uma sala totalmente devastada, com latinhas jogadas pelo chão e pedaços de pizza no sofá. Ela soltou um longo suspiro, estava cansada daquilo tudo. Pelo menos Gabe não estava lá. Foi até a porta do seu quarto e pegou a chave que ficava no chaveiro e abriu a porta. Sim, ela tinha que trancar a porta do quarto, se não ele provavelmente viraria o puteiro particular de Gabe quando ela não estava, já que o quarto principal vivia imundo. Quando entrou, jogou a bolsa na cama e tirou o tênis, indo até o armário. Lydia estava com a mesma roupa da noite passada, já que naquela manhã só havia passado ali rapidamente para pegar o material. Ela escolheu um vestido verde cinturado que depois soltava em uma saia rodada que ficava a dois palmos do joelho e o vestiu. Prendeu o cabelo ruivo em um coque e colocou um rasteira simples. Pegou uma bolsa pequena, colocou a carteira e o celular e logo já estava saindo do quarto de novo, trancando-o. Saiu do apartamento depressa, estava atrasada, provavelmente levaria uma bronca de Abby. Chegou no apartamento dela rapidamente, tocando a campainha. A mais velha abriu a porta quase que imediatamente.

— Desculpa, Dona Abby, sei que estou atrasada. – ela disse, abrindo espaço para a senhora passar.

— Que isso, Lydia. A feira não vai sair andando por aí se atrasarmos alguns minutos. – Abby disse, saindo de casa e trancando a porta. – Como você está? – a senhora perguntou preocupada. As duas foram andando até o carro de Abby.

— Ah, indo. Ontem eu discuti como o Gabe, falei que não iria mais limpar aquele muquifo que ele chama de casa. – Lydia falou, mostrando irritação na sua voz. – Eu limpei aquele lugar ontem de tarde, quando cheguei de madrugada, tava tudo para o ar. – as duas entraram no carro.

— Eu já disse para você que pago uma faxineira para limpar, não é problema algum, Lydia. – Abby comentou. Ela ligou o carro, saindo do estacionamento.

— E você sabe que eu nunca vou aceitar isso, você já faz o bastante dando um desconto no aluguel e pagando a conta de luz. – Lydia respondeu. Abby Stilinski era como um anjo na vida de Lydia. Fazia quase 2 anos que ela morava no prédio e desde então, a senhora fazia de tudo para ajudar Lydia. Depois de Jackson, era em Abby que Lydia se amparava.

— Falando em aluguel, Lydia. – Abby começou a falar cuidadosa. – Seu pai atrasou de novo o pagamento. – Lydia suspirou.

— Deve ter gastado o dinheiro do mês em jogatina de novo, mas não se preocupa, eu pago você na segunda. Esse final de semana eu vou ganhar uma grana. – Abby cerrou os olhos para Lydia.

— Naquele negócio nojento do babaca do seu namorado? – ela questionou. Abby sabia tudo sobre a vida de Lydia.

— Dona Abby, não fala desse jeito. – Lydia queixou-se. Hoje as pessoas em sua volta tinham tirado do dia para criticar Jackson. – Já disse para você que o Jackson é legal e o negócio dele está me ajudando a juntar dinheiro para a faculdade.

— Já disse que posso te dar um trabalho lá na minha livraria, você que não aceita.

—A senhora já fez muito por mim, entende? Não posso aceitar mais nada. - Abby bufou, aquela ruivinha era uma garota muito difícil. – Mas me conta, seu neto chegou bem de viajem?

— Muito bem, cansado, mas bem. Chegou de noite. – Abby contou. – Está lá na livraria trabalhando agora.

— Hmmm, que neto prestativo. – Lydia brincou fazendo Abby rir. A senhora estacionou.

— Ele é um ótimo garoto mesmo, depois da feira a gente passa lá para você conhece-lo. – Elas desceram do carro.

— Seria ótimo! Se ele for tão bom e legal como a senhora, vou adora-lo. – Lydia falou.

A feira ficava em um bairro próximo aonde elas moravam. Pegava toda uma rua larga e vendia as mais variadas coisas, desde legumes e frutas a artesanato. As barracas eram coloridas e muito convidativas, em todo canto se ouvia gritos dos feirantes fazendo propaganda dos seus produtos. “Os morangos mais deliciosos e suculentos vocês só encontram aqui!”, “Compre melancias por metade do preço!”, “Os jarros de barro mais bem feito do estado da Califórnia!”.  As duas passaram uma hora na feira, fazendo as compras de casa para Abby, que acabou comprando algumas coisas para a casa de Lydia também, que contestou no começo, mas acabou aceitando no final. Elas até acabaram comendo hambúrgueres caseiros de uma das barracas, que eram vendidos por uma senhora muito gentil e conversadeira, que roubou minutos das mulheres, contanto sobre as aventuras sexuais dela e do seu falecido esposo, Lydia e Abby tentavam ao máximo segurar as risadas em respeito a animada senhora. Quando voltaram para o carro, estavam com as mãos cheias de sacolas com verduras, legumes, frutas e cereais derivados, entre outras coisas. Elas montaram no automóvel e saíram da vaga indo direto para a livraria.

A livraria ficava na esquina de uma bifurcação, ou seja, ela tinha forma de V, onde a entrada ficava na parte mais estreita e ao longo ia se abrangendo. Sua frente era toda de madeira, o que dava um toque vintage. Ela tinha uma vitrine com vários livros ainda bagunçados, Abby comentou sem graça que ainda tinha que arrumar aquilo. A porta era de madeira, com uma janela de vidro e quando abria, tilintava um sininho que avisava que alguém estava li. Lá dentro, o cheiro de papel exalava por todo lugar, as paredes eram forradas de prateleiras cheias de livros, dos mais derivados tamanhos e cores, alguns mais novos, outros mais velhos. No centro da loja, havia algumas mesas de madeira, onde as pessoas podiam se sentar para ler e no canto perto da porta, um balcão, onde se pagava pelo produto. Lydia observou aquele lugar admirada, mesmo bagunçado, trazia uma sensação de conforto.

— Incrível, Dona Abby. – Lydia sussurrou. Então ela escutou um barulho no fundo, de algo caindo e logo depois um grito frustrado.

— Deve ter sido o meu neto, ele é muito desastrado. – Abby disse, indo até aos fundos ver o que tinha acontecido. Quando voltou, estava acompanhada por um cara alto de cabelos castanhos, Lydia teve uma sensação estranha que já tinha visto ele. – Stiles derrubou uma caixa cheias de tranqueira do Sr. Perkins. Bom, deixa eu apresenta-los. Lydia, esse é o Stiles, meu neto. Stiles, essa é Lydia, um anjinho que vem me ajudando muito nos últimos tempos. – Abby apresentou os dois, apontando de um para o outro.

Stiles e Lydia ficaram se encarando por um tempo. Lydia pode observar o rosto dele melhor. O neto da Dona Abby era muito bonito. Lembrar de falar isso para Allison, Lydia pensou. Stiles tinha algumas pintinhas por toda face, que deixavam ele com um charme incomum, seus olhos tinham um tom amendoado muito fascinante e a boca dele, tinha formato de coração, muito beijáveis. OPA, LYDIA! Você é comprometida, não pense assim de outros caras!

— Prazer, Lydia. – Stiles começou a conversa, um tanto ansioso, dando sua mão para um aperto. Lydia deu um sorriso tímido, apertando a mão do garoto.

— Prazer. – falou. – Sabe, eu sinto que te conheço de algum lugar, mas não consigo me lembrar.

— Ah, claro. Eu te cumprimentei hoje de manhã. – Stiles respondeu. Então Lydia se lembrou, Stiles era o cara parado junto ao jipe que havia lhe cumprimentando, até as roupas eram as mesmas. Ela estava com tanta pressa que nem prestou atenção direito nele.

— Sim! Eu me lembro. – Lydia exclamou.

— Agora que vocês já se conhecem, vamos arrumar um pouquinho dessa bagunça. – Abby falou, batendo palmas. – É lógico, se você quiser ajudar, Lydia.

— Que isso Dona Abby, sabe que é um prazer ajudar a senhora. – Lydia comentou. A ruiva colocou as mãos na cintura. - Então, por onde eu começo?

E assim os três passaram aquela tarde de quinta-feira arrumando a livraria. Lydia e Stiles ficaram juntos catalogando e separando os livros no fundo da loja, onde estava um computador já um pouco antigo. Os dois tinham uma química ótima, se deram bem na mesma hora. Abby começou a fazer uma limpeza naquele lugar, tirando os livros das estantes, passando pano para tirar o pó e tudo mais. No meio de tudo, os três conversavam sobre coisas variadas, desde assuntos banais, até coisas mais sérias, como política. Stiles estava impressionado com Lydia. Ela era uma garota muito inteligente, a forma como expressava a sua opinião era de alguém que sabia muito bem do assunto. Lydia também estava impressionada com Stiles, não pela inteligência dele, já que para alguém que estudava em Havard, ela já sabia que ele era. Era pela gentileza do rapaz, como ele teve calma em ensinar Lydia a catalogar os livros e mesmo quando ela errava, ele dava um sorriso simples e dizia que não foi nada. Lydia não estava acostumada com aquilo.

— Nossa! – Abby gritou lá na frente. – Estou atrasada para o meu encontro com algumas amigas! Lydia, meu anjo, será que você pode pegar uma carona com o Stiles? – ela pediu suplicante.

— Mas é claro. – Lydia disse. – Lógico, se ele quiser me dar uma carona.

— Mas é lógico que eu vou dar. – Stiles confirmou. – Pode ir em paz, vó, eu levo a Lydia.

— Tudo bem então, queridos. – Abby abriu a porta da livraria. – Vejo vocês mais tarde. Beijos. – e saiu, deixando os dois sozinhos. Eles riram.

— Sua avó é maluquinha. – Lydia disse entre as risadas.

— Concordo com você plenamente. – Stiles falou. – Você e minha avó se conhecem a muito tempo?

— Quase dois anos, mais ou menos. – Lydia respondeu, pegando um livro meio acabado em uma pilha. – Acho que esse daqui está meio feinho para pôr à venda. Pilha de doação? – Stiles concordou com um aceno. Lydia colocou o livro em uma outra pilha, um pouco mais baixa e anotou o nome do livro em um caderno.

— Vocês são bem próximas, né? – Stiles perguntou novamente. O garoto estava muito curioso para saber a relação que Lydia tinha com a sua avó.

— Sim, muito. – Lydia encarou Stiles. – Ela diz que eu sou um anjo na vida dela, mas é totalmente ao contrário. – Stiles sorriu. Ele queria perguntar sobre a briga, mas ele não conhecia Lydia o suficiente para tal pergunta tão intima.

Os dois ficaram mais algumas horas fazendo aquilo. Agora conversando sobre os dois, para se conhecerem melhor. Lydia falou um pouco por cima sobre sua vida, abafando o assunto “Pai drogado e babaca”. Falou sobre Jackson e Allison, histórias engraçadas dela com Abby e sobre sua mãe, Lydia sempre falava da sua mãe para qualquer pessoa. Natalie Martin era um espirito livre quando viva, Lydia queria continuar aquela imagem mesmo ela não estando mais naquele mundo. Stiles escutou tudo com muita atenção.

— E você? – Lydia perguntou curiosa. – Boston é uma cidade incrível. Deve ter umas histórias bem interessantes para me contar.

— Ah, nem tanto. – Stiles disse. – Eu era um nerd hiperativo na escola sabe, muitas histórias de mim correndo dos valentões pelo refeitório.

— Que saco isso. – Lydia disse, pensando em Jackson, ele era como um daqueles valentões. A garota sentiu-se um pouco envergonhada.

— Que isso, já passou. Faz quatro anos que eu terminei o high school. – Ele comentou, sorrindo para Lydia. – Quando a gente entra na faculdade, as coisas mudam para muito melhor.  

— Não vejo a hora. Estou no último ano, mas parece que falta décadas para acabar.

— Quando ficar próximo de acabar, você vai ver, passa bem rápido. – Stiles disse tocando o ombro da garota. Uma corrente elétrica passou por ele, na mesma hora ele a soltou. Lydia o encarou, como se também tivesse sentindo aquilo. Stiles limpou a garganta.

— Bom, e a namorada? – Lydia perguntou, mudando de assunto. – Sua avó comentou a muito tempo que você namorava, estava até pensando em noivar.

Os olhos de Stiles desfocaram-se. Seu coração se apertou em seu peito. Ele segurou a respiração. A garganta se fechou.

— A gente não está mais juntos. – ele murmurou, a voz estava rouca. Eles ficaram algum tempo em silêncio até Stiles se levantar. – Acho melhor irmos embora. Já escureceu, não quero arranjar problemas para você com o seu pai.

Lydia concordou se levantando também. Ela havia percebido a repentina mudança de Stiles assim que falou da ex, pelo jeito o termino deles não foi muito bom. Stiles arrumou os livros das pilhas de uma forma que não fossem cair de madrugada e Lydia desligou o computador e colocou o caderno que usava para escrever o nome dos livros em um canto. Após organizarem tudo, os dois foram para frente da loja, onde Stiles abriu da livraria para Lydia passar, logo saindo também e a trancando a porta. Stiles guardou a chave dourada no bolso e pegando a do jipe.

— Meu carro está lá na esquina. – ele comentou para Lydia. Ela não disse nada, apenas o seguiu. Os dois chegaram no jipe, Stiles abriu a porta do passageiro para Lydia entrar e logo já estava ao seu lado. Ele pegou o volante pensativo. – Desculpa ter ficado estranho de repente. – Lydia arregalou os olhos.

— Não precisa se desculpar não, eu que fiz uma pergunta pessoal demais. – Lydia exclamou. – Além do mais, estou acostumada com mudanças de humor bruscas. Meu pai e meu namorado são campeões nisso, então relaxa.

— Mesmo assim, não foi uma coisa legal da minha parte. – Stiles disse, dando um sorriso. – Está com fome? Posso passar em algum lugar e pegar comida para gente?  

— Para falar a verdade, eu estou sim. – Lydia respondeu, colocando a mão na barriga, sentindo ela dando um ronco. Stiles soltou uma risada.

— Ta certo. Comida chinesa, que tal? Eu parei em um restaurante ontem quando eu cheguei, a comida era maravilhosa.

— Eu amo comida chinesa! – Lydia falou animada.

— Temos muitas coisas em comum, senhorita Martin. – Stiles brincou, dando partida no carro. Lydia riu, fazendo o mais velho rir também.

A viagem até o restaurante foi cheia de assunto, nada pessoal, os dois tentaram evitar momentos constrangedores. Quando Stiles chegou ao local, entrou no delivery. A voz da atendente pelo interfone perguntou o que queriam, Lydia disse e Stiles fez o pedido dos dois. Demorou uns 6 minutos até que uma janelinha se abriu e uma loira baixinha entregou a comida deles.

— Será que eu posso comer já? – Lydia perguntou, esfomeada, sentindo o cheiro delicioso do frango xadrez.

— Lógico. Pode abrir o meu também? – Lydia acenou. Ela abriu o pedido dos dois, colocando um garfo no de Stiles e ela comeu com hashi mesmo.

— Hm, que sabores dos deuses! – ela disse, fechando os olhos, saboreando a comida. Stiles riu.

— Amém. – e comeu também.

O resto do caminho foi quase silencioso, a única coisa que falava no jipe era uma música que tocava baixinho no rádio. Lydia estava muito mais preocupada em matar sua fome e Stiles em fazer isso e dirigir ao mesmo tempo. A vezes, soltava um comentário engraçado sobre algo que acontecia na rua, fazendo Lydia cair na gargalhada, mas não passou disso. Ao chegaram no prédio, Stiles entrou na sua vaga do estacionamento, na frente do apartamento da avó. Seus olhos focaram para um cara com jaqueta de couro sentando nas escadas que davam para o segundo andar.

— Quem será aquele cara? – Stiles perguntou preocupado, apontando para o rapaz. Lydia franziu o cenho, olhando na direção que ele apontava, ali abriu a boca pasma.

— Caralho, é o Jackson! – ela gritou assustada. Aquilo fez Jackson olhar na direção do jipe. Seu semblante estava mostrando pura ira, ele se levantou indo na direção deles. – Merda! – Lydia sussurrou, descendo do carro apressada. Stiles estava totalmente confuso e também desceu do carro. 

Jackson se aproximava deles com os punhos cerrados. Lydia o observou. Aquilo definitivamente não iria acabar nada bem, ela pensou, nada bem mesmo.


Notas Finais


Primeiro capítulo postadinho! UHHUUUL! E ai, o que acharam? Lembrando que como primeiro capítulo, é como uma apresentação para os personagens, as tretas vão começar logo logo. Mas já tiveram um gostinho do relacionamento da Lydia com o Jackson. Dos problemas da nossa ruiva favorita, do sofrimento do Stiles e da dinâmica dos nosso otp!
Preciso dizer que Abby Stilinski é a minha protegida, então espero que amem ela da mesma forma que eu a amo. Lembrando a vocês que outros personagens aparecerão, agora só mostrei os mais importantes nesse começo de história.
Bom, não sei como vai funcionar as postagens, acho que uma semana sim, uma semana não, mas não sei! Depende da minha inspiração e dos comentários também, porque sério, quando comentam parece que meu cérebro funciona a mil e me da uma super vontade de escrever! HAHAHAHAAHA Espero que tenham gostado, pequenos gafanhotos <3

HORA DO VABA! Eu tenho outra fanfic Stydia também, só que focada no mundo da serie, se quiserem dar uma passadinha lá, dar uma lida e comentar, ficaria muito agradecida <3 Aqui está o link: https://spiritfanfics.com/historia/supplicium-6116588

Beijos e queijos!


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