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História Treat You Better - This could be so different


Escrita por: camillarolim

Notas do Autor


QUEM VOLTOU A ESCREVER????? AÊÊÊ

Capítulo 1 - This could be so different


Fanfic / Fanfiction Treat You Better - This could be so different

— O prazo final para a entrega dos trabalhos que valerá a última nota do semestre é daqui a quatro dias. — O professor avisou enquanto juntava seu material e se retirava da sala.

Coloquei meu material da aula dentro da bolsa bem depressa e guardei o celular no bolso traseiro da calça. Saí apressada da sala e fui direto para o hall de entrada do curso.

“12:00”. Olhei o visor do celular. Estava bem na hora dessa vez.

Avistei um banco vazio perto da porta e sentei para esperar meu namorado chegar para me buscar. Respirei fundo me perdendo nos pensamentos.

Eu tinha ido para o Canadá há quase dez meses atrás para fazer um intercâmbio. Sou brasileira e moro no Rio de Janeiro com os meus pais e minha irmã mais nova. Terminei o ensino médio no final do ano passado e decidi fazer intercâmbio enquanto não decidia o que iria fazer na faculdade. Meus pais me apoiaram e me deixaram passar seis meses. No final do prazo da viagem, acabei me envolvendo com um canadense e pedi para passar mais um tempo.

— ANDA, GABRIELA! — Escutei um grito de uma voz conhecida, seguida por uma buzina.

Vi que o carro do Roan estava parado na frente do curso e impedindo os carros que estava atrás de passar. Levantei apressada e corri em direção ao carro. Entrei depressa e coloquei o cinto de segurança enquanto Roan pisava no acelerador.

O carro na verdade era do pai de Roan, que lhe emprestava ocasionalmente. Exalava cheiro de menta e sempre tinha alguns materiais espalhados nos bancos.

— Como foi a aula? — Roan perguntou me dando um selinho rápido quando parou no sinal.

— Foi normal, mas eu preciso terminar o trabalho semestral. — Falei bufando.

— Vamos almoçar em algum lugar e depois eu te levo pra casa. — Ele falou dirigindo em direção a um restaurante japonês.

Paramos num restaurante que ficava perto de uma praça que eu amava. Escolhemos uma mesa na área externa e fizemos os nossos pedidos.

— Você está bem calada hoje. — Roan falou quando a garçonete se afastou com os nossos pedidos anotados.

— Falei com meus pais ontem de noite antes de dormir. Eles não estão nem um poucos felizes de passar o dia do meu aniversário longe de mim. — Falei tentando fazer uma expressão tranquila.

— Você já falou para eles sobre a minha proposta? — Ele perguntou tentando encontrar o meu olhar, enquanto eu desviava a todo custo.

— Roan, eu não quero me casar prestes a fazer 18 anos. — Falei encarando, finalmente, aqueles olhos verdes.

Meu namorado tinha me chamado a atenção desde a primeira vez que nos vimos, principalmente, por sua aparência. Ele tinha 21 anos, era bem mais alto do que eu (o que não é tão difícil, considerando que tenho 1,62m de altura), cabelos negros e um olhar que faz qualquer pessoa se derreter.

— Não vamos discutir sobre esse seu argumento estúpido outra vez. — Ele falou com a cara fechada enquanto se afastava da mesa para acender um cigarro.

Roan sempre mostrou ser um parceiro compreensível e carinhoso, mas desde que eu comecei a argumentar sobre esse seu pensamento sobre casamento para me manter no Canadá, ele se mostrava completamente irritado e impaciente.

Avistei-o de longe fumando enquanto mexia distraído no celular. Bufei passando as mãos nervosamente pelos cabelos. Eu tinha que pensar numa forma de tornar aquilo menos complicado do que já estava se tornando.

Algum tempo depois nossa comida chegou e Roan voltou para a mesa sem mencionar o motivo da nossa discussão. Na verdade, ele não mencionou nenhuma palavra durante toda a refeição.

Quando a conta chegou, Roan pagou sem nem me deixar ver e seguiu para o carro sem se importar em checar se estava seguindo-o.

— Você vai começar com essa palhaçada de novo, Roan? — Falei batendo a porta do carro com força quando entrei no mesmo e me virando para ele.

— Quem começou com essa estupidez de voltar para o Brasil foi você. — Ele falou sem nem olhar para mim.

— Minha família mora lá e eu estou com saudades. — Falei tentando voltar ao controle emocional.

— Sua família pode vim lhe visitar aqui. — Ele falou me encarando sem esboçar emoção.

— Roan, você sabe que eu posso voltar pra cá pra te visitar sempre. — Falei tocando sua mão que estava apertando o volante com mais força do que eu imaginava.

— MAS EU NÃO QUERO QUE VOCÊ ME VISITE, GABRIELA. EU QUERO QUE VOCÊ MORE PERTO DE MIM. — Ele gritou me fazendo recuar o toque.

— Nesse tempo que estamos juntos você nunca gritou desse jeito comigo. — Falei com a voz um pouco trêmula.

— Pois as coisas mudaram. — Ele falou destravando as portas. — Pode voltar pra sua casa de outro jeito.

Olhei-o incrédula. Ele estava mesmo me mandando sair do seu carro e ir para casa andando?

— Vou voltar para a minha casa sim, mas a minha casa do Brasil. — Falei descendo do carro e batendo a porta com toda a força que pude.

Vi o carro sendo arrancado e cantando pneus enquanto eu tentava absorver o que tinha acabado de acontecer.

Senti um líquido quente escorrendo por minhas bochechas e foi quando caiu a ficha que eu estava chorando descontroladamente no meio fio de uma rua pouco movimentada.

Olhei para os lados, limpei meu rosto com as mãos rapidamente, cobri minha cabeça com o capuz do casaco e segui para o meu apartamento o mais rápido que pude.

Em nenhum momento do caminho eu parei pra olhar algo sequer. Ouvi várias buzinas enquanto atravessa as ruas sem me importar em olhar se o sinal de pedestre estava aberto.

Cheguei ao meu apartamento e notei que tinha esquecido as chaves no meu quarto. Toquei a campainha na esperança que minha colega de apartamento já estivesse em casa.

— Esqueceu as chaves de novo, não foi? — Emma abriu a porta rindo enquanto tentava equilibrar todas as suas roupas lavadas nos braços.

— Foi. — Respondi brevemente e segui direto para o meu quarto.

Eu dividia um apartamento com Emma. Ela veio para o Canadá fazer o High School e já estava no último ano. Ela veio da Alemanha e tinha aparência típica alemã: olhos claros, cabelos longos e loiros, alta e com um corpo de dar inveja. Não conversávamos com muita frequência. Ela tinha seu grupo de amigos meio esquisitos que eu não gostava muito de ficar por perto. Inclusive conheci Roan numa festa que ela me fez ir logo no começo do meu intercâmbio.

— Gabriela, o porteiro ligou avisando que chegou visita pra você e eu disse que podia subir. — Escutei a voz da Emma gritando do corredor.

Nem me dei ao trabalho de responder, estava cansada. Estava deitada na cama encarando o teto por algum tempo e escutei a porta se abrindo bruscamente.

— Roan, não estou afim de conversar com você. — Falei sem me dar ao trabalho de olhar em direção à porta.

— Não sou o Roan. Não quer falar comigo também? — Escutei a voz que eu mais queria no mundo.

Dei um pulo da cama e vi minha melhor amiga, a Abigail. Nos conhecemos no meu primeiro dia em Toronto. Eu estava conhecendo os arredores do novo apartamento e acabei conhecendo-a num parque. Logo ficamos amigas e logo nossa amizade cresceu. Sabe aquela pessoa que você passou a vida toda procurando? Pra mim, ela era essa pessoa.

Corri em direção a ela e dei o abraço mais apertado que pude.

— Eu pensava que você tinha saído com o Roan, por isso não estava respondendo as minhas mensagens. Resolvi vim pra cá te esperar e te encontro nesse estado deplorável. — Ela falou se afastando e me analisando com aqueles olhos castanhos cheios de compaixão.

— Mencionei voltar para o Brasil e ele surtou de novo. — Falei cabisbaixa. — Só queria que ele me compreendesse um pouco e parasse de ser egoísta.

— Vamos assistir algum filme e não conversar sobre coisas ruins agora, tá? — Ela falou me empurrando para a cama e pegando o meu notebook.

Abigail colocou algum filme que eu nem me importei em prestar atenção, ao contrário dela que estava completamente compenetrada. Parei um instante para analisá-la. Ela estava completamente focada no filme e nem notou quando comecei a olhá-la. Ela tinha a mesma altura que eu, magra e com os cabelos loiros e lisos bem compridos. Ao contrário de mim que tenho algumas curvas brasileiras e os cabelos pretos levemente ondulados.

Levantei para procurar meu pijama e me encarei no espelho durante alguns segundos. Estava com o rosto inchado e o cabelo completamente bagunçado. Decidi tomar um banho quente e demorado para relaxar. Devo ter demorado quase meia hora embaixo do chuveiro. Vesti meu pijama e voltei para o quarto. Abigail ainda estava assistindo o filme e fazendo caretas estranhas. Segurei o riso e fui na sua direção.

— Está se sentindo melhor depois de acabar com toda a água de Toronto? — Ela perguntou rindo enquanto pausava o filme, que notei ser de suspense.

— Um banho quente pode resolver muitas coisas, ok? — Falei tentando não rir.

— Quer conversar agora? — Ela perguntou me analisando com cautela.

— Podemos deixar para amanhã? — Falei deitando a cabeça no seu colo.

— Como você quiser. — Ela falou soltando seu sorriso mais sincero.

Puxei o cobertor e me cobri enquanto Abigail se ajeitava na cama. Ela começou a mexer nos meus cabelos, fazendo cafuné. Fechei os olhos e não notei quando peguei no sono.

Acordei quando me estiquei e senti que estava sozinha na cama. Abri os olhos depressa e notei que tinha anoitecido. Levantei e fui até o banheiro ver se Abigail estava lá. Vazio. Andei por todo o apartamento procurando por ela, mas não achei. Voltei para o quarto e vi que sua bolsa ainda estava lá. Deitei de novo na cama e peguei o celular para tentar ligar para ela. Antes de apertar o botão de ligar, a porta abriu lentamente e a vi.

— Aonde você foi? — Perguntei enquanto ela entrava.

— Pedi para o  Trevor  comprar pizza e trazer uma coisa que eu esqueci em casa. — Ela falou se aproximando da cama com uma caixa enorme de pizza.

Trevor é o namorado da Abigail desde que eles começaram a estudar juntos no High School, há quatro anos.

— Pizza de mozzarella? — Perguntei com os olhos brilhando.

— Claro, e eu tinha escolha? — Ela falou me entregando a caixa e sentando do meu lado.

­— O que você esqueceu em casa? — Perguntei tentando esconder a minha curiosidade.

— Na verdade eu não esqueci. Eu só ia te entregar no dia do seu aniversário, mas revolvi adiantar cinco dias. — Ela falou puxando um envelope do bolso de dentro do casaco.

— Meu presente? — Perguntei encarando o envelope em suas mãos.

— Sim. E espero que seja o presente mais incrível que você possa ganhar. Melhores amigas têm que dar os melhores presentes, não é mesmo? — Ela perguntou dando uma piscadela.

Lembrei do presente que eu dei para ela no seu aniversário de 18 anos, alguns meses atrás. Eu, Roan e Trevor compramos passagens para nós quatro passarmos duas semanas na Disney. Foi uma viagem maravilhosa e, de acordo com ela, foi o melhor presente que ela já tinha ganhado.

­— Me passa logo esse envelope. Não aguento suspense e mistério. — Falei esticando a mão.

Ela colocou o envelope na minha mão rindo.

Antes de abrir eu observei bem detalhadamente todo o envelope e não tinha nenhuma pista do que poderia ser. Olhei para Abigail e ela me encarava cheia de expectativa.

— Abre logo isso! — Ela falou me dando um susto.

Abri o envelope de uma vez e vi que tinha um papel. Comecei a ler o que tinha escrito e fiquei sem reação alguma.

Depois de alguns longos segundos, levei minha mão vazia até a boca para abafar meu grito e logo depois vieram várias lágrimas.

— Espero do fundo do meu coração que essas lágrimas sejam de felicidade. — Abigail falou sentando do meu lado.

— Abi, isso... Isso... É a melhor coisa que alguém poderia me dar de presente. — Falei me jogando em cima dela gritando e a enchendo de beijos, fazendo-a rir descontroladamente.


Notas Finais


AVISO: Shawn deve aparecer no segundo ou terceiro capítulo, tudo depende do tamanho que vai ficar o segundo capítulo.
Quanto a frequência de postagem: pretendo enviar um capítulo todos os dias ou em dias alternados (um dia sim, um dia não).
Espero que tenham gostado desse primeiro contato com essa história e me contem o que estão achando e o que esperam dos próximos capítulos! O QUE VOCÊS ACHAM QUE É O PRESENTE?
Fiz um trailer pra essa história (CONTÉM SPOILERS): https://youtu.be/M6ctKlkUgPc


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