1. Spirit Fanfics >
  2. Trégua Suspensa >
  3. Last goodbye

História Trégua Suspensa - Last goodbye


Escrita por: caulaty

Capítulo 18 - Last goodbye


 -Nós temos que parar com isso.

Kenny esfregava o rosto suado com uma toalha. Virou-se em direção ao som rouco daquela voz, os dentes roçando hesitantes no lábio inferior que estava um pouco inchado. Sua respiração ainda estava ofegante, visto que há pouco mais de dois minutos, estava dentro do corpo de Kyle. O loiro demorou a reagir porque Kyle ainda estava deitado na cama com a barriga lisa e macia suja pelo próprio sêmen, com a porra de Kenny escorrendo pelas coxas durinhas, coberto de suor. Era uma cena simplesmente maravilhosa. Os cabelos ainda pareciam mais alaranjados pela luz do sol de final de tarde que timidamente atravessava as cortinas e invadia o quarto. Era difícil tirar os olhos dele.

-O quê? - Perguntou, quase distraído.

-Isso não vai mais continuar.

Kyle se levantou da cama completamente nu e descalço, puxando o lençol azul para se enrolar. O pé, tão delicado, tocou o chão como que ele flutuasse em vez de andar. Kenny já estava de pé, o membro flácio à mostra, a toalha úmida sobre o ombro, terminando um cigarro na janela. Era o único ponto do apartamento que Kyle permitia que ele fumasse. Não respondeu. O ar gélido lá fora colidia agressivamente com a pele quente e suada, fazendo com que Kenny esfregasse o braço e estremecesse de frio. Bagunçou o cabelo com a mão livre, desviando o olhar para a vista da cidade de cima, segurando o cigarro entre o indicador e o polegar para uma última – e longa – tragada.

-Nós nem deveríamos ter começado. - Kyle acrescentou, agoniado com o silêncio.

Mas o silêncio não foi quebrado. Esmagou o cigarro no cinzeiro posto sobre o parapeito da janela e se virou de frente para olhar para o outro homem. Era difícil decodificar a expressão no rosto de Kenny McCormick, pelo menos para aqueles que não tivessem crescido com ele e presenciado seu olhar de resignação inúmeras vezes frente a situações que fariam qualquer um chorar. Kenny era um homem bastante flexível com tudo o que não pudesse mudar, provavelmente devido à sua condição. Não gastava seu tempo choramingando, instistindo em coisa alguma. Mas havia algo a mais em seu rosto naquela noite, bem como na noite em que seu pai o expulsou de casa, bem como em todas as noites em que sua mãe o esbofeteava quando ele era mais jovem, louca demais pelo crack para se lembrar de algo no dia seguinte. Kenny nunca sorria diante de tais situações – pois o sorriso seria, naturalmente, forçado -, mas tampouco chorava. Havia sempre um requinte de ironia nos lábios que quase, mas quase, esboçavam um sorriso no canto da boca. Era uma pincelada de divertimento, como se ele já soubesse que aquilo estava por vir e também como se pudesse ver o futuro.

-É um pouco tarde para uma crise de consciência. - Kenny finalmente respondeu sem qualquer alteração no rosto.

-Não se trata disso.

O loiro soltou um riso irritado, nervoso, com o ar escapando pelas narinas como se estivesse bufando.

-Claro. - Voltou a dar as costas, apoiando-se ao parapeito da janela. - Você o ama.

Kyle pensou em se sentar novamente, incerto do que fazer com o próprio corpo. Em vez disso, ajeitou o lençol à sua forma, segurando até uma parte do peito, e começou a caminhar em direção ao outro. Não se aproximou demais.

-O Eric sabe.

Por mais indiferente que Kenny gostaria de parecer diante de qualquer coisa que saísse da boca do ruivo, foi impossível não morder o interior da bochecha e franzir o nariz como se a informação doesse. Estava tudo bem, Kyle não podia ver seu rosto. Percorreu a língua pelos dentes, projetando uma careta para segurar qualquer coisa que tentasse sair de dentro dele.

-Você contou?

-Não. - A voz de Kyle, que normalmente era tão firme, agora era cruelmente suave aos ouvidos. - Mas ele sabe. E ele... - Levou a mão à boca para cobrí-la por apenas um momento, os olhos oscilantes e úmidos. As palavras foram mastigadas na boca, saindo trêmulas, fracas. - Ele está disposto a esquecer. A fingir que ele não vê nada. Eu preciso... Eu preciso cuidar do meu relacionamento.

Ele esperou alguns instantes por qualquer reação de Kenny, mas continua como se encarasse uma parede em branco. Atreveu-se a esticar a mão para colocá-la no ombro nu do loiro, sentindo a pele quente, um pouco grudenta pela camada fina de suor cobrindo suas costas. Kyle apertou os dedos no ombro ossudo e se aproximou por trás dele lentamente, descansando o rosto contra a parte superior das costas de Kenny. Ele correspondeu contraindo os músculos, desconfortável, mas não se moveu.

-Fala comigo.

Kenny abaixou a cabeça e apertou o osso do nariz com o polegar e o indicador, fechando os olhos com impaciência. Enfim, esquivou-se dos braços do outro, saindo de perto da janela e andando de forma desorientada para dar a volta na cama.

Apesar de sua honestidade característica – que nem sempre condizia com o senso de educação, mas era difícil caracterizá-lo como uma pessoa grosseira simplesmente por ser espontâneo -, Kenny não era adepto do vômito de palavras. Não estava acostumado a externalizar algo ruim com tanta facilidade. Por isso, ficou até surpreso ao cuspir na direção de Kyle as palavras:

-Você é um puta de um covarde.

Ele estava começando a desejar que não estivesse completamente nu naquele momento. Não costumava ter um problema com a nudez, nem mesmo enquanto discutia com o corpo tão exposto daquela maneira, mas isso somente quando tinha algum tipo de controle sobre a situação. As coisas tinham escorregado pelos seus dedos mais rápido do que ele pudesse se dar conta e tudo o que ele queria era colocar suas roupas de volta e acender mais um cigarro bem no meio do quarto, principalmente para dar nos nervos de Kyle.

-Bem, eu estou tentando não ser mais. Estou tomando uma decisão aqui. - O ruivo lhe disse com a sua firmeza corriqueira, parado próximo à janela, encarando-o do outro lado do quarto.

-É, a decisão errada.

-Kenny...

-Não, quer saber? - Ele andou até seus jeans que haviam sido atirados ao chão, agachando-se para pegar o maço de cigarro no bolso de trás, prendendo um entre os lábios e puxando antes mesmo de se levantar. Quando enfim o fez, mantendo-se de costas para Kyle, suado e irritadiço, Kenny finalmente começou a vestir a calça, sem se preocupar em encontrar a cueca que estava em algum canto da cama, entre os lençóis, pois Kyle a tirou dolorosamente devagar enquanto o chupava. A lembrança fez o loiro se contorcer de leve. - Você está absolutamente certo. Como sempre, Kyle. Nenhuma novidade aqui.

-Pare com isso. Não aja como se você estivesse sendo abandonado só porque o seu ego está doendo.

-O meu... - Ele usou a mão para tirar o cigarro da boca, ainda não aceso, esquecendo-se de fechar o botão do jeans. Os pelos pubianos loiros estavam expostos pela calça aberta, provocando Kyle despretensiosamente, mas o ruivo tentava desviar o olhar. - O meu ego?! Você tá me zoando. - Kenny deixou escapar uma gargalhada alta e amarga. Era quase genuíno, como se ele realmente achasse graça. Estava habituado a combater determinadas coisas com um humor obscuro quando elas eram absurdas demais para o seu cérebro processar. Mas a dor logo transpareceu na voz, enquanto apontava o cigarro na direção de Kyle como um dedo acusatório. - Se eu ainda tivesse um pingo, mas um pingo de orgulho restante, eu daria o fora dessa cidade de merda sem pensar. Eu não teria ficado aqui como um retardado acreditando que talvez, só talvez, você decidisse largar esse seu rancor imbecil por algo que eu fiz quando eu era jovem e idiota. E cadê a porra do meu isqueiro?!

Kyle soltou o lençol em que estava enrolado, correndo a mão pelos cabelos enquanto o outro homem marchava até a mesinha de cabeceira onde estava seu isqueiro vermelho. Não era o que ele normalmente usava. Kyle respirou profundamente e deixou que o silêncio caísse sobre eles, aproximando-se da cama lentamente para se sentar na cama, o lençol escorregando até a sua cintura, expondo sua pele clara e macia. Seus movimentos eram como os de um homem idoso que mal podia se mexer.

-Isso não é sobre você, Kenny.

O loiro agiu como se não tivesse ouvido aquelas palavras pesadas, mas a voz rouca e densa de Kyle, repleta de melancolia, ecoava dentro do seu crânio. Deu uma longa tragada no cigarro que pareceu acalmar seus sentidos, anestesiando-os.

-Eu não acredito em você. - Uma pausa. Seus olhos azuis não pararam de encará-lo. - Eu sei que você não me esqueceu, Kyle, e você sabe que nós temos algo que só se encontra uma vez. Então que merda você tá fazendo com ele?

-Você não faz ideia do que está falando, Kenny. - Kyle sussurrou, fechando os olhos, pois aquelas coisas eram difíceis demais de ouvir. Doía tão fundo que ele mal podia respirar.

-Certo. - Ele assentiu, levando uma das mãos ao peito nu como se aliviasse a dor, gesticulando com a outra que segurava o cigarro entre dois dedos. A fumaça saía pela boca enquanto ele falava. - Então me diz que você tá com o Cartman porque ele é o homem da sua vida e é ele que você ama. Só... Fala que você me superou, eu vou respeitar isso. Mesmo que eu não entenda, mesmo que ele seja um filho da puta egoísta. Fala que isso aqui foi só nostalgia, um erro, e eu vou te deixar em paz. Se é isso que você quer.

Kyle abaixou o rosto e cobriu os olhos com as mãos, sacudindo a cabeça enquanto ouvia as palavras de Kenny em uma voz dolorosamente gentil. Não havia mais raiva ou acusação, era apenas o mesmo rapaz que ele conhecia a sua vida inteira, sendo genuíno e justo como sempre foi. Kyle preferia quando ele estava gritando. Quando seus olhares se encontraram novamente, o loiro segurava o cigarro próximo ao rosto e soprava a fumaça ansiosamente, com o nariz um tanto franzido, inquieto com a falta de reação do outro.

Aquilo não era justo com Kenny, ele sabia. Precisava falar.

-Quando... - Começou, mas precisou parar por mais um instante. Kenny se virou para ele de imediato. - Três anos atráss, minha mãe teve câncer de mama.

A única reação que Kenny pôde oferecer foi franzir a testa, mesmo que com hesitação, mas simplesmente cruzou os braços e esperou. Seu rosto já parecia muito mais suave do que há poucos instantes. O ruivo suspirou antes de prosseguir. Era um ponto da memória que ele não visitava frequentemente. Não ficava menos difícil com o tempo.

-Foi... Foi foda. Era do tipo bem ruim. Nós descobrimos em um estágio muito avançado, ela ficou... Não parecia ela mesma. Meu pai entrou em uma depressão muito profunda e acabou perdendo o emprego. Nós não tínhamos ideia de como pagaríamos o tratamento, era dívida em cima de dívida, ele não tinha mais plano de saúde e ela precisava de cirurgia com urgência. Foi um inferno.

-Kyle, eu... Eu sinto muito, eu não fazia ideia. - Kenny respondeu quietamente, olhando para baixo como se não soubesse ao certo o que fazer com o próprio corpo, encarando o cigarro que queimava preso entre seu indicador e o dedo médio. - Mas por que você tá me contando isso agora?

-Porque até hoje eu não faço ideia do que nós teríamos feito se não fosse pelo Eric. Me aterroriza imaginar isso. Nós dois nem estávamos juntos na época, mas ele pagou por cada uma das despesas daquela maldita doença. Ele pagou pela cirurgia, por cada viagem ao hospital em Denver, pelo quarto particular dela, tudo. Ele se certificou de que ela estivesse confortável durante todo o processo, que ela ficasse bem. Nunca aceitou nenhum pagamento da minha família depois que ela foi curada e meu pai voltou a trabalhar. Muito menos aceitou algo de mim.

As cinzas do cigarro estavam prestes a cair, pendendo para baixo. Kenny lambeu os lábios de forma tensa e desviou o olhar para a parede em branco com uma pequena pintura de uma cabana de pescador e um barquinho. Esfregou a testa com a mão livre, formando uma careta sem exagero, apenas esboçando a sua dificuldade de reagir. Tudo o que se passava em seu cérebro era indelicado ou feio demais para ser dito em voz alta, então ele apenas ficou ali de pé em silêncio.

-Não se trata do dinheiro. - Kyle disse de repente, como se pudesse ler os pensamentos do outro. - É claro que isso também me surpreendeu, o quanto ele foi... Altruísta, talvez seja a palavra. O quanto ele deu tanto sem pensar duas vezes. Não parece coisa do Eric que eu sempre conheci, mas isso, por si, não seria suficiente para mudar tanto a forma como eu enxergava. Eu sei que qualquer um dos meus amigos de infância faria o mesmo se pudesse. O que realmente me pegou foi o fato de que ele abriu mão de boa parte da vida pessoal dele pra ficar no hospital comigo em tempo integral, o máximo possível. Ele esteve lá o tempo inteiro. O mesmo Cartman que cresceu comigo e que todo mundo, inclusive eu, costumava julgar como esse canalha sem sentimentos que não se importava com ninguém. Esse foi o homem que se certificou de que eu comesse e dormisse e nunca ficasse sozinho na época mais medonha da minha vida.

Havia lágrimas nos olhos verdes dele, mas logo Kyle as limpou com a palma da mão de forma agressiva. Kenny não moveu um músculo. Continuava olhando o quadro na parede com os olhos vazios, o maxilar apertado, a boca em uma linha reta e tensa.

-Eu sei que ele não passa de um “filho da puta egoísta” pra você. E que você provavelmente acha que ele merece o que eu estou fazendo com ele.

-Cristo, Kyle. - As cinzas finalmente caíram sobre o carpete. - É óbvio que eu não penso isso, ninguém merece a merda que nós estamos fazendo com ele. - Ele respondeu com a voz mais alterada, virando para olhar para o ruivo. - Eu acho é que ele te ama, mas é fodido demais que ele esteja disposto a te perdoar fácil assim. Não parece coisa do Cartman aceitar migalha de ninguém.

-Não é migalha.

-Mas é! É sim! Você deve a ele gratidão e respeito, você não deve fingir que o ama da mesma forma que ele.

-Então o que eu deveria fazer? Agora que você está aqui, foda-se tudo que eu e ele construímos juntos? Você não esteve aqui por oito anos, caralho, você cagou com tudo e se mandou. É por isso que eu não confio mais em você, não por você ter comido outra pessoa. Claramente, amor não é o bastante.

Kenny caminhou em direção à janela enquanto Kyle levantava a voz, para agarrar o cinzeiro e apagar o cigarro, rudemente fechando a janela com um estrondo porque estava ele estava quase congelando. Os pelos em seu corpo estavam arrepiados, mas por dentro, seu sangue estava prestes a ferver. A voz de Kyle era alta e assombrosa aos seus ouvidos, uma acusação que ele já conhecia de cor. Mas o loiro segurou uma expressão tranquila no rosto quando o outro parou de falar, bufando antes de responder qualquer coisa.

-Então você ainda me ama. - Kenny disse. O resto não parecia importante.

Aquilo pegou Kyle de surpresa, mas isso não fez com que ele hesitasse. Pelo contrário, a resposta veio violenta, como se precisasse repetir uma obviedade.

-É claro que eu ainda te amo. Por que você acha que eu não consigo me desfazer dessa merda? Você está em mim. - Ele sacodiu a cabeça, perdido, acrescentando com fraqueza no tom. - Mas eu não quero isso.

-Não faz isso, Kyle. - Kenny disse quase em um sussurro, dando um passo a frente. - Por favor...

Apesar da expressão relutante de Kyle, o loiro continuou a se aproximar com aquele movimento felino que, ainda que intenso, era suave demais para o outro se esquivar. Kyle continuou sentado, com as mãos entre as coxas, contrastando com o lençol azul escuro, encolhendo-se no lugar. Kenny se sentou ao lado dele, levando uma das mãos até o joelho dele e escorregando com delicadeza até o meio da coxa, sentindo-o de forma intensa, como se fosse um alívio tocá-lo. A respiração do loiro estava alterada, colidindo contra a lateral do pescoço de Kyle, similar a um gato que busca por um carinho, roçando o rosto na pele macia do ombro, inalando o cheiro dele.

-Você sente isso também, eu sei disso... - O loiro sussurrou ao ouvido dele, a respiração quente arrepiando os pelos da nuca de Kyle, que fechou os olhos. - Você não pode jogar isso fora.

Kyle virou a cabeça para olhar dentro daqueles olhos imensamente azuis, seu rosto repleto de uma dor peculiar, como a ultra-sensibilidade de uma ferida em carne viva. Havia quase um sorriso nos olhos dele, mesmo que os lábios continuassem sem expressão. Sua mão pequena cobriu a de Kenny sobre sua coxa, apenas para uma carícia breve, logo subindo para o rosto dele, passando a palma pela bochecha suavemente, deitando a cabeça de lado.

-Não fui eu que joguei fora, Kenny. - Ele disse, pela primeira vez sem qualquer acusação, como se explicasse com toda gentileza do mundo a uma criança que não compreende porque o céu é azul. - Você não é feliz aqui. Nada deveria te manter em um lugar em que você não quer estar.

Como se não ouvisse, ou não processasse as palavras, Kenny segurou o rosto dele com mais intensidade e colou sua testa na de Kyle, apertando os olhos de dor e roçando os lábios pelo canto da boca dele, sentindo o calor e o cheiro mesclados como se fosse a última vez. A ideia fazia seu coração descer até as entranhas, deixando a cavidade das costelas com um rombo irreparável.

-Eu sou louco por você. - Murmurou com os lábios pressionados nos de Kyle, entreabertos, sem propriamente beijá-los. Kyle acariciou o braço dele de cima abaixo, apertando os músculos um tanto agoniado com a proximidade.

Mas acabou cedendo de forma quase desesperada, porque compreendeu que Kenny não estava prestes a protestar. Não era mais uma discussão, ele estava resignado. Talvez fosse um alívio. Kenny em South Park era um animal engaiolado, talvez agora ele finalmente estivesse livre. Kyle o beijou segurando-o o mais perto possível, como se fosse a última vez.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...