História Três Amigas, Uma Sorte. - A Visita Inesperada.

Eu entrei na casa de Liam pela primeira vez no dia seguinte. Ele tinha me convidado para jantar lá, onde poderíamos conversar e ficar tranqüilos. Era uma casa espaçosa e aconchegante.

Ele abriu a porta e me recebeu com o topete impecável, a barba bem feita e uma camisa branca. O resto da sua roupa estava tampada por um avental vermelho e eu comecei a rir, sem conseguir me segurar. Ele fechou a cara e esperou eu terminar.

- Pronto? Vou cuspir na sua comida. – Ele falou mal humorado enquanto eu entrei na casa.

- Vá fazer minha comida, mulher. – Eu fiz piada e ele bufou.

- Nossa, como você é engraçada. – Ele fechou a porta e me acompanhou até a sala.

- Não fique assim. Você está um charme. – Eu o provoquei e ele colocou a mão na cintura, fazendo pose.

- Você me agarraria assim?

- Com certeza. – Eu me aproximei dele e ele segurou na minha cintura.

- Hoje podemos terminar o que começamos ontem. – Ele falou, malicioso, me dando um selinho.

- Você já está pensando nisso? – Eu fingi estar ofendida e ele se assustou.

- Não, não. Eu estou preparando um jantar e nós podemos ver um filme. – Ele começou a tagarelar. – Se você não quiser, não precisa rolar nada. Eu não quero te pressionar e...

- Liam, pelo amor de Deus, você é sempre tão certinho e gentil. – Eu comecei a rir da cara dele, o fazendo fechar a cara.

- Se eu sou grosso, você reclama. Se eu sou gentil, você reclama.

- Eu não reclamo de uma coisa. – Eu disse, sorrindo.

- Do quê?

- Do seu beijo. – Eu falei, maliciosa e ele voltou a sorrir.

- Eu beijo bem mesmo.

- Convencido.

- Você sempre me chama assim. Eu nem me ofendo mais. – Ele deu de ombros e pressionou sua cintura contra a minha, enquanto eu passei meus braços em volta do seu pescoço.

- Eu, pelo menos, consigo admitir alguma coisa. Admiti que gosto do seu beijo. – Eu fiz uma careta para provocá-lo.

- Eu admito que acho você linda. – Ele falou, calmo, e me deu um beijo no rosto, me fazendo sorrir. – E admito que quero terminar o que a gente começou ontem.

- Você só está pensando nisso mesmo. – Eu ri, me divertindo e ele beijou meu nariz.

- O que é que você tem, Stéfane? Eu não tiro você da cabeça mais.

- Não tente me tirar, então. – Eu sorri e ele me beijou lentamente. Eu correspondi, deixando sua língua passar. Ele me pressionava contra a sua cintura e eu desci as mãos, apertando seus braços de leve. Agora era diferente. Nós sempre brigávamos e eu sentia que estava o incomodando. Agora eu me sentia tão a vontade perto dele que poderia agir da maneira que eu quisesse. Eu não sentia medo algum.

Então, decidi empurrar ele no sofá. Ele me olhou surpreso, mas logo quis tirar o avental. Eu ri e montei sobre ele, não deixando ele tirar.

- Não?

- Não tire.

- Isso é alguma fantasia? – Ele riu, se divertindo.

- Eu disse que você ficava um charme. – Eu ri junto com e o beijei. Ele passou os braços em volta de mim, me abraçando com delicadeza. Mas, toda essa calma durou apenas alguns minutos. O Liam gentil de ontem não estava ali. Agora, ele descia os beijos ávidos pelo meu pescoço, num ritmo mais frenético. Eu passei a mão pelo seu cabelo, também sem querer esperar mais. Sem que eu percebesse, Liam sorrateiramente colocou a mão embaixo da minha camiseta e quando percebi, ele estava massageando meus seios por cima do sutiã. Eu gemi baixinho em aprovação. Ele estava com vontade e não fazia questão alguma de esconder.

Ele puxou minha camiseta e a tirou. Eu percebi que iríamos fazer ali e não me importei. Ele desceu os beijos pela base do meu peito, enquanto abria meu sutiã. Logo depois, desceu para os meus seios, os sugando com mais força do que ontem, enquanto suas mãos me seguravam firmes. Eu gemi baixinho, agoniada com a velocidade em que ele estava indo, mas não queria parar.

De repente, é ele quem para e me encara. Eu o olho confusa e aturdida. Por que ele tinha que parar justo naquela parte?

- Que foi?

- O fogo.

- Fogo? – Eu perguntei, em dúvida. Ele estava com fogo ou...?

- Eu deixei o fogo ligado. – Ele disse e se levantou de supetão, me deixando no sofá. – Eu já volto! Não se mexa! Desculpe! – Ele disse, nervoso, e saiu para a cozinha correndo.

Eu parei, sem saber o que fazer. Então, ouço uma chave na porta de entrada e levo um susto. Pego meu sutiã e minha camiseta e visto correndo. Algum empregado deve estar querendo entrar e não vai ser bonito me ver assim. Assim que termino de colocar, a pessoa abre a porta já gritando:

- Queridooooo! – Eu levantei num pulo, encarando a mulher na minha frente. Toda arrumada e empinada, trabalhada num decote gigantesco. Cheryl. – O que você está fazendo aqui? – Ela me perguntou, me olhando de cima a baixo.

- O que VOCÊ está fazendo aqui? – Eu pergunto, irritada.

- Cheryl? – Liam perguntou, confuso, quando chegou à sala. Assim que ouvi sua voz, virei imediatamente para ele procurando por explicações, cruzando os braços.

- Chega dessa besteira, amor. Eu voltei. – Ela disse com um biquinho e eu voltei a encará-la, confusa.

- Besteira? – Eu falei mais rápido que Liam que continuava aturdido e confuso.

- Não se meta, garota. Aliás, por que você AINDA está aqui? – Cheryl me olhou, colocando as mãos na cintura como se fosse dona da casa. Eu a olhei espantada.

- O que você está fazendo aqui depois que bancou a vadia em L.A.? – Eu respondi, sem conseguir me conter.

- Stéfane. – Ouvi a voz gélida de Liam me repreender e virei para ele atônita.

- Sério que você vai me repreender?

- Você não precisa falar assim. – Ele tentou se explicar e eu fiquei furiosa.

- Falar o quê? Pelo que eu saiba, vocês dois tinham terminado, porque ela estava transando com outro! – Eu a acusei e ela cerrou os olhos para mim.

- Não se meta! Isso é entre Liam e eu!

- Não existe mais Liam e você! – Eu rebati um pouco enciumada.

- Stéfane, deixe nós dois a sós.

- Como é que é? – Eu virei para ele, surpresa.

- Eu só vou conversar com ela. – Ele me pediu, paciente.

- Você ainda vai conversar com ela depois do que ela te fez?

- Liam, por que essa garota está falando como se mandasse em alguma coisa? – Cheryl perguntou, impaciente e eu fuzilei Liam com o olhar para ver o que ele responderia.

- Nós... – Ele tentou falar me encarando e então perdeu a paciência, de repente. – Cheryl, vamos ali na cozinha conversar um segundo.

- Ela chega e você vai correndo, abanando o rabinho de novo?

- Stéfane, não piore as coisas. – Ele me repreendeu com a voz gélida. Era a gota d’água.

- Liam, se você for conversar com ela, eu vou embora. – Eu o intimei. Eu sabia que Liam não funcionava à base de ordens, mas meu orgulho estava ferido. Ele me olhou, surpreso, e veio para perto de mim.

- Você está mesmo exigindo as coisas já?

- Como assim já?

- Faz o quê? Vinte e quatro horas que estamos juntos e você já está tentando mandar em mim? – Ele me perguntou, atônito. Parecia infantil, mas eu sabia que a justificativa era boa. Eu não ia deixar que ele me fizesse de boba e saísse para falar com a Cheryl, enquanto eu esperava pacientemente a sua volta. Eu não estava ali para ficar na lista de espera.

- Sério que depois do que ia acontecer bem aqui se ela não tivesse chego – Eu fiz questão de mostrar o que iria acontecer e vi Cheryl ficar arisca imediatamente. – Você vai mesmo me tratar como se a gente não tivesse nada e eu fosse uma maluca que já quer mandar em você no primeiro encontro?

- Você está agindo como uma maluca agora. – Ele disse, irritado.

- O quê? Ah, ótimo, Liam. Para mim, chega. – Eu disse, mais decepcionada do que irritada. Comecei a pegar minha bolsa para sair. – Estou indo embora.

- Stéfane. – Ele me segurou pelo braço. – Pare com isso. Eu só ia conversar para acertar as coisas. – Ele disse, confuso.

- E depois que acertasse, você me dispensaria? – Eu falei, irônica e ele me soltou.

- Você adora dizer que eu sou o babaca da história.

- O que eu posso dizer, Liam? Você está agindo como um babaca. – Eu falei, seca, e ele cruzou os braços, engolindo em seco para não me dar uma resposta cortada.

- Agora sou eu quem tenho que ficar ouvindo o meu namorado discutir com uma criança? – Cheryl reclamou e nós dois nos viramos para ela, irritados.

- Sou eu que sou criança ou você que está muito velha? Sua vadia velha com síndrome de novinha! – Talvez eu tenha pego um pouco pesado. Mas, aquilo estava apertando para o meu lado e eu estava vendo que estava sobrando ali.

- Stéfane! – Liam gritou comigo, me assustando.

- Ah, foda-se. Fique com ela de uma vez, Liam. Vá ser a putinha da velha. – Eu virei as costas para ele, porque vi que ele estava assustado e irritado com tudo que eu estava falando.

- Ah, ta, depois eu que sou muito infantil! – Ele disparou e eu virei para encará-lo antes de sair.

- O que você quer dizer?

- Olha as coisas que você está falando, Stéfane! Tudo porque eu quis conversar com ela. Foi uma má idéia ficar com uma fã.

- Ficar com uma FÃ? – Eu perguntei, sem acreditar.

- É, porque aí fãs já viajam, acham que vai dar namoro na mesma hora, já mandam, já se apaixonam, já se apegam e grudam. Chegam tomando conta de tudo em VINTE E QUATRO HORAS! – Ele gritou, furioso e eu arqueei as sobrancelhas.

- Duvido que você pegou ela com o mesmo desejo que pegou a “fã” aqui ontem no seu carro. – Eu dei o último golpe, não para atacá-lo, mas porque sabia que aquilo renderia uma ótima briga com Cheryl. Então, virei as costas e saí, batendo a porta atrás de mim.