História Três Amigas, Uma Sorte. - Cherydosa.

Eu estava em choque. Parei, encarando Cheryl na cama. Liam não se movia ao meu lado. Ela levantou da cama num pulo, mostrando o corpo perfeitamente escultural na lingerie. Mas, seu rosto era pura raiva.

- O que significa isso? – Ela gritou para Liam e eu despertei do transe.

- Ei, você realmente acha que pode chegar aqui e pedir satisfações para ele? – Eu interrompi antes que Liam pudesse responder.

- Garota, você pode tentar o quanto quiser, mas é só um passatempo. – Ela me encarou, irritada. Eu olhei para Liam esperando alguma reação.

- Cheryl, nós já conversamos... – Ele começou todo gentil e eu bufei, mas foi Cheryl quem estourou:

- Liam, você falou muitas coisas, mas não citou o seu casinho com essa aí! – Ótimo, agora eu estava surpresa.

- Você não falou que estava comigo? – Eu perguntei, aumentando o tom de voz.

- Eu não tenho obrigação de ficar falando tudo que acontece comigo! – Ele se defendeu e depois virou para mim. – Eu sempre fui muito discreto, ela te viu na minha casa, ué. Eu não tinha porquê ficar colocando você no meio da nossa discussão.

- Ou talvez, você não contou, porque ela não significa nada demais mesmo. – Cheryl acrescentou maldosa, tentando plantar a semente da discórdia. Eu tive que respirar fundo.

- Não deixe ela entrar na sua cabeça. – Liam me alertou e eu cerrei os olhos para ele. Então, virei para Cheryl.

- Que tal você colocar sua roupinha, querida? Obviamente, não vai rolar para mim e muito menos para você. – Eu a alfinetei e Liam me olhou com censura. – Que é? É verdade. Nós não vamos poder terminar nada hoje.

- Stéfane... – Ele falou baixinho e eu revirei os olhos. Nós dois viramos e notamos em Cheryl, empinando o bumbum pela cama, se esticando para pegar a roupa.

- SÉRIO? SÉRIO MESMO? – Eu ralhei assim que vi que Liam parou para observá-la junto comigo.

- O quê? – Ela perguntou inocente e olhou para o seu bumbum, o empinando. Percebi que Liam olhou para o teto, incomodado. Seu rosto estava começando a ficar vermelho. – Ah... Rosas. Bem sugestivo, né? – Ela falou, maliciosa e apontou para Liam. Eu sabia que ela estava se referindo à tatuagem na mão dele e andei a passos largos em sua direção, levantando a mão.

- SUGESTIVO É A MINHA MÃO NA SUA CARA! – Eu ralhei, mas Liam correu para me alcançar, parando ao meu lado.

- Não, Stéfane! – Ele lançou sem tom de censura de sempre, colocando seu braço na minha frente antes que eu avançasse na velha e eu bufei, abaixando a mão. Ela me encarava, fingindo estar chocada.

- Liam, francamente, você tem muita classe para ela.

- Cheryl, não provoque. – Ele lançou o mesmo tom sobre ela e eu estourei.

- Liam, pare de ser tão certinho e gentil. Essa... Essa... IDOSA está me ofendendo e você fica aí com seu tom de pai careta. Mas, que caralho. Se eu soubesse que você era mesmo UM PAI CARETA AO VIVO, eu não teria usado aquela camiseta no show!

- Eu nunca disse que gostei do apelido de Daddy Direction. – Ele se defendeu e eu revirei os olhos, porque ele não estava se concentrando no ponto principal da briga.

- Daddy Direction. Que gracinha! – Cheryl disparou, debochada.

- Você namorava o Daddy Direction, sua monga! – Eu falei em tom cortante e ela fechou o sorriso.

- Oh, agora é ruim namorar o Daddy Direction? – Liam se meteu, falando infantilmente e nós duas olhamos para ele, o analisando. – Sério? Vocês ainda vão pensar antes de responder?

- Cheridosa, você ainda não colocou sua roupa. Será que dá pra agilizar? – Eu decidi mudar de assunto, enquanto ela ainda segurava sua camisa sem colocá-la.

- Que foi? Meu corpo está te incomodando? Aposto que o Liam está adorando a visão. – Ela falou maliciosa, o fazendo corar.

- LIAM! – Eu o censurei e lhe dei um tapa no braço.

- Ai! Eu não falei nada!

- Nem precisa com essa cara! – Eu reclamei, cruzando os braços.

- Eu estou tentando me manter neutro aqui. – Ele se defendeu.

- Você não tem que se manter neutro, você tem que escolher um lado. – Eu o acusei e ele me olhou, confuso.

- Eu não tenho que escolher nada. ISSO AQUI está tudo errado.

- Está mesmo! A vadia da sua ex namorada continua aparecendo na sua casa toda vez que ficamos sozinhos.

- Stéfane, chega! – Liam falou mais alto e eu o olhei, surpresa.

- De novo, Liam?

- De novo o quê?

- Você vai defender ela? Pense bem.

- Eu não estou defendendo ninguém. Acho que respeito é bom com todas as pessoas.

- Uma pessoa que vai para cama com outros caras enquanto está namorando um homem fiel, que se doa inteiro para o relacionamento, é, no mínimo, uma vadia.

- O que é que você sabe sobre o nosso relacionamento, garota? – Cheryl tentou se impor, mas Liam a ignorou, seus olhos me fuzilavam.

- Pare de ficar me colocando no lugar de uma vítima. Você sabe como eu me sinto toda vez que você tenta me defender? Eu me sinto como um corno manso que era pau mandado da ex.

- Desculpa, mas é isso mesmo que você era. – Eu deixei escapar. Estava com raiva de ele estar brigando comigo na frente da Cheryl e, querendo ou não, eu realmente o colocava na posição de vítima. Eu sabia muito bem que ele fazia de tudo por aquela mulher. Mas, ela não fazia nada para ele e ainda o enfiou um belo par de chifres. Liam parou, me olhando ofendido e eu sabia que tinha ido longe demais. Era muito tarde para tentar retirar o que disse.

- Vá embora, Stéfane. – Ele disse, seco. Eu parei, o encarando, incrédula. Cheryl abriu um sorriso triunfante.

- Ótimo. Para mim chega, Liam. Acabou de vez. – Eu disse, finalmente, saindo do quarto. Mas, ele continuou com sua voz calma e cortante ao mesmo tempo:

- Não haja como se o erro não fosse seu. Você passou dos limites e sabe disso. – Eu tive que virar para encará-lo novamente.

- O erro é meu? Por quê? Por que eu sou a única capaz de te falar a verdade quando dói? É por isso que você não me suporta tanto assim? É por isso que você prefere ficar mantendo sua ex por perto?

- Isso não tem nada a ver com a Cheryl. – Ele cerrou os dentes e eu respirei fundo.

- Que seja, Liam. Eu posso ter passado dos limites mesmo. Desculpe. Mas, sinceramente? Você estava prestes a me levar para cama aqui e encontrou sua ex no lugar. Eu não vi você tentando tirá-la daqui ou tentando se desculpar comigo pelo inconveniente. Isso também é uma falta de respeito.

- Por que que sempre eu sou o errado da história? Por que você nunca admite que também está errada?

- Eu pedi desculpas. – Eu continuei falando, calmamente. – Agora... Não vi você se mexer para tirá-la daqui em nenhum momento. Talvez, seja porquê você não quer que ela saia. Então, saio eu. – Eu virei as costas e os deixei lá, ignorando quando Liam tentou me chamar.

--*--

- Vamos levar você a uma ótima balada. Você nunca vai ser reconhecida. – Niall falou, empolgado. Eu estava sentada no sofá da sua casa enquanto o casal mais feliz e o único bem sucedido, atualmente, tentava me arrastar para uma noite de bebidas.

- Eu não sei... – Eu comecei a hesitar. Primeiro, porque meu humor estava péssimo pela briga e, segundo, porque eu realmente estava preferindo voltar para o hotel e curtir uma depressão com a Miriane que não tinha voltado para a casa de Louis ainda.

- Vaaaamos, Stéfane, você está precisando! – Mari tentou me convencer.

- A Miri não vai? – Eu perguntei, esperançosa.

- Não. Eu tentei arrastá-la, mas parece que pegou uma gripe.

- Isso é desculpa. Posso usar esse motivo também para não ir? – Eu perguntei, empolgada.

- Não é desculpa, nós a vimos mais cedo. Estava feio o negócio. TALVEZ SE ALGUÉM PUDESSE IR CUIDAR DELA... – Mari aumentou o tom propositalmente para Louis que estava no balcão, tomando água. Ele, por sua vez, terminou o copo e nos encarou sem mudar a expressão facial séria e nos ignorou completamente, ficando mudo.

- O que há com ele? – Eu perguntei, baixinho, para que ele não me escutasse. Niall balançou a cabeça negativamente.

- Louis está sendo cabeça dura. – Mari reclamou e Niall encolheu os ombros.

- O que eu posso fazer, baixinha? Ele fica o dia inteiro de mal humor, mas o orgulho não deixa ele ir atrás da sua amiga.

- Alguém sabe o real motivo da briga desses dois?

- Não. – Os dois responderam em coro.

- Tudo o que eu sei é o mesmo que você. Louis estava sendo um babaca e descontando o estresse nela. Brigava sem motivo, cortava sem motivo. – Mari respondeu, dando de ombros.

- Eles nunca vão se acertar?

- Quem sabe a bebida faça ele amolecer? – Niall perguntou, empolgado.

- Vamos levar ele junto. – Mari concordou. Agora eu estava curiosa para ver se Louis iria se soltar.

- Tudo bem, vocês me convenceram. Agora vou ter que ir para saber o final dessa história.

--*--

Chegamos à uma balada diferente. Era bem escondida e segundo o próprio Niall, ninguém nos reconheceria lá. Era uma balada salva de paparazzis. Sentamos perto do bar, decididos a começar a beber o mais rápido o possível. Louis não disse uma palavra, se quer, no carro. Já eu aproveitei para falar da Cheryl e do Liam o caminho inteirinho e Nary foram extremamente pacientes e me ouviram, concordando com tudo para não me contrariarem.

Percebi que Louis virou dois copos de tequila de uma vez só e virei para Mari.

- Gente, o que a Miri vê nesse ogro?

- Ele deveria parecer um gatinho quando sorri. – Ela tentou defender nossa amiga, sem muito sucesso.

- Ele não está sorrindo, Mari. – Eu respirei fundo e olhei para a pista de dança. Não queria dançar.

Mas, então, vi do outro lado, um homem sentado num pequeno sofá com um sorriso irônico, várias mulheres em volta. Parecia até um harém. Meu coração acelerou e eu apertei o braço de Mari com toda a força.

- AI, AI, AI! O que foi? – Ela reclamou, enxergando o mesmo que eu. O sorriso perfeito e perigoso. As tatuagens preenchendo sua pele. Os anéis em seus dedos. O clima de poder estava em todo lugar. Zayn Malik.