História Três Amigas, Uma Sorte. - A Mudança.

P.O.V. MARIANY

- O jantar foi ótimo, Nini, obrigada. – Eu agradeci enquanto ele me levou para fora do restaurante, numa sacada enorme. Nós estávamos no 44º andar e dava para ver toda a cidade do alto. O vento gelado do início de outono batia gentilmente no rosto.

- Eu queria te levar num lugar especial hoje. – Ele disse, sem jeito, sorrindo quando chegamos ao parapeito. As pequenas luzes vistas de longe nos prédios.

- Mais especial do que me beijar em público de surpresa? – Eu ri o provocando e ele riu comigo.

- Desculpe. Aquilo não foi planejado, eu juro.

- Tudo bem. Foi legal. – Eu admiti, tímida.

- Na verdade, eu queria falar sobre outra coisa. – Ele começou, pigarreando e nervoso. Eu estranhei imediatamente.

- Que foi?

- Ah... Você vai embora no início da semana. – Pronto. Minha felicidade foi pelo ralo ao lembrar que eu tinha apenas alguns dias ao lado dele.

- Eu sei. Como vamos fazer? Acho que agora... Isso quer dizer que vamos continuar juntos à distância? Vamos tentar? – Eu perguntei, com expectativa. Eu não sabia o que o beijo de hoje significava. Mas, queria continuar com ele, mesmo que fosse à distância. Dar uma chance para nós.

- Na verdade, agora é fim de ano para vocês lá e eu pensei... E se você ficasse? – Eu o olhei surpresa e ele ficou mais nervoso ainda. – Se você quiser, Mary, sem pressão nenhuma. Esse não é seu país e eu sei que é muito para pedir. Talvez, se você quiser ficar mais um tempo por aqui e... Tem a minha casa, você sabe. Você não precisa gastar com hotel. – Ele começou a atropelar as palavras, nervoso com a minha reação. – Mas, se você não quiser ficar lá, eu pago um hotel para você ter o seu espaço. Não é nada...

- Nini. – Eu o interrompi e ele parou de tagarelar. – Você está falando sério?

- Estou. – Ele disse, sem jeito. – Eu não quero que você vá embora ainda. Eu queria que você soubesse que existe a oportunidade de você ficar comigo se quiser. Eu quero muito que você fique.

- Você quer que eu fique? – Eu ainda estava chocada e perguntando coisas tolamente. Ele respirou fundo e me puxou para perto, pela cintura.

- Eu quero que você fique. E, sinceramente, quero que fique na minha casa. Vamos decidir o resto com o tempo. Mas, eu queria que você ficasse mais um pouco. – Ele disse firme. Os olhos azuis em mim e eu sorri, com o coração acelerado.

- Eu quero ficar. – Eu decidi e ele sorriu, empolgado.

- Mesmo?

- Mesmo! – Eu ri e ele me beijou, ávido, depois começou a distribuir beijos pelo meu rosto, me fazendo rir mais ainda.

- Eu estou muito feliz que você vai ficar, baixinha. Eu estava perdido só de pensar que você ia embora para longe. – Eu sorri, passando meus braços em volta do seu pescoço.

- Às vezes, acho que sou a garota mais sortuda do mundo.

- Muita gente não concordaria com você. – Ele me olhou, desconfiado.

- Aquela história de ser a última escolha de todas as meninas de novo, não! – Eu o censurei e ele sorriu, inocente. – Você era o meu favorito sempre.

- Então, acho que eu que sou sortudo. – Ele me deu mais um selinho e depois paramos alguns minutos para olhar a cidade de lá de cima.

- Ah, não! – Eu lembrei e olhei para ele. – Eu só vou morar com você com uma condição.

- Que condição? – Ele me olhou, preocupado.

- A Fany e a Miri vão junto.

- Sério? As duas lá em casa? – Ele me olhou, surpreso.

- Só assim eu vou ficar. Se elas ficarem também. – Eu banquei a mandona e ele sorriu.

- Fechado.

- Vamos.

- Aonde? – Ele me olhou andar, ainda confuso.

- Vamos contar para elas!

- Agora? São dez horas da noite! – Ele reclamou, olhando no relógio.

- Vamos, Niall! – Eu resmunguei, o puxando e ele riu junto comigo, porque, no fundo, ele estava tão empolgado quanto eu.

P.O.V. MARIANY OFF

P.O.V. STÉFANE ON

- Largue esse telefone! – Eu provoquei a Miri, enquanto estávamos sentadas no sofá da casa de Niall. Tínhamos terminado de trazer nossas malas para a casa e os meninos estavam todos lá.

- Me deixeee! – Ela riu, afastando o celular de mim.

- Por que você não larga isso? O que foi que eu perdi? – Mari perguntou, interessada.

- Você acredita que esse Joe idiota fica mandando mensagem às 2 horas da manhã? – Eu contei, rindo e a Miri fez uma careta.

- Nossa! Vocês estão se falando tanto assim? – Mari perguntou, surpresa.

- Isso quando eles não ligam a porra do Skype! – Eu continuei a contar, me divertindo enquanto Miri corava e fazia um biquinho. – Estou torcendo para ele voltar para Londres logo para essa bizarrice toda parar.

- Ele está aonde agora? – Mari perguntou, interessada.

- Em Los Angeles. Mas, ele volta no final de semana para fica-a-ar. – Ela cantarolou, empolgada nos fazendo rir.

- Caramba, que rápidos. – Mari respondeu, surpresa.

- Tecnicamente, a mais lenta de nós foi ela. – Eu tentei defende-la, mas, na verdade, estava mesmo era fazendo piada. – Ela ficou um tempão na deprê no hotel, agora que arranjou um macho, tá agarrando pra não soltar mais.

- Nossa, como vocês são idiotas! – Miri riu, sem jeito, enquanto nós duas caímos na gargalhada. De repente, todas nós paramos ao perceber que Louis estava atrás de nós, no balcão, observando a conversa, irritado. O clima pesou imediatamente. Para a minha salvação, eu vi Liam chegar no jardim e decidi ir falar com ele, abandonando a sala.

--*--

- Oi. – Eu falei, sem jeito e Liam sorriu, ligando o alarme do carro e vindo até mim.

- Oi. Gostou da surpresa? – Ele perguntou com expectativa e eu sorri.

- Foi um bom começo. – Eu ri, o provocando e ele sorriu.

- Realmente, é só o começo.

- O que você quer dizer? – Eu perguntei, desconfiada e ele piscou para mim.

- Você vai ver, Stéfane.

- Você muda tudo, agora me chamar de Fany, nunca, né? – Eu resmunguei enquanto caminhávamos para a casa.

- Eu gosto do seu nome, Stéfane.

- Pare! – Eu pedi e ele começou a rir, se divertindo em me provocar.

P.O.V. STÉFANE OFF

P.O.V. MARIANY ON

Eu segui até o quarto, procurando Niall. Deixei Miri na sala, segura com Harry, porque eu temia que Louis a mataria a qualquer momento. Fany decidiu conversar com Liam, o que me deixou bem mais otimista. O que elas não sabiam era que eu não estava tão otimista sobre o meu relacionamento. Estava tudo ótimo, claro, Niall assumiu o namoro comigo, em público, e ainda me chamou para ficar um tempo na sua casa. O problema é que ele andava esquisito. Tenso, nervoso e escondia o celular direto. Quando eu tentava perguntar sobre o que era, ele guardava o celular, nervoso e abria um sorriso enorme, me tranquilizando.

Ele era tão calmo e alegre, mas eu sabia que quando algo o incomodava, ele se fechava e tentava resolver tudo sozinho, fingindo que estava tudo bem. Aquilo estava começando a me preocupar.

Ao chegar no quarto, ele estava mexendo no celular, enquanto segurava a camiseta que ia vestir.

- Nini? – Eu perguntei e ele deu um pulo, bloqueando o celular e o jogando na cama, voltando a se vestir.

- Oi, baixinha. Eu já estou descendo.

- O que houve?

- Só vim trocar a camiseta. – Ele disse, olhando para mim e eu fingi não estar desconfiada.

- O celular. Algum problema?

- Nada, minha gatinha. Vamos descer? – Ele me perguntou, chegando perto.

- Já vou. – Eu falei, desconfiada e ele assentiu, descendo na minha frente. Eu esperei ouvir seus passos na escada e corri pegar o celular. Senha. Que senha? Potatoes. Não. Mary. Não. Theo. Não também. PotatoesSexy. Não também. Ótimo, eu ia acabar bloqueando o celular dele de vez. Joguei o aparelho na cama, frustrada. Algo estava errado.

P.O.V. MARIANY OFF.

P.O.V. MIRIANE ON.

Harry me encarou no sofá, me censurando. Eu sentia os olhos de Louis atrás de mim também e bufei, me escondendo atrás do celular.

- Vocês mal se conhecem. É impossível ter tanto assunto assim. – Harry resmungou, me encarando.

- Bom, nós temos. – Eu respondi, simplesmente. Não queria falar nada perto de Louis. Mas, era verdade. Joe e eu tínhamos assunto todos os dias e noites. Seja por mensagem, Facetime ou Skype. Algumas vezes, eu saía do quarto, andando pelo hotel de madrugada, enquanto falava com Joe pelo Skype para não acordar Fany. Eram algumas noites indo dormir depois das três ou quatro horas da manhã graças ao fuso horário diferente. Mas, valia a pena. E, ele fazia o mesmo por mim, ligando o Facetime às três da manhã de lá. A luz do abajur era a única iluminação, enquanto ele se mantinha imóvel, deitado, na cama, apenas segurando o celular e dando um sorriso sonolento.

- As tímidas são as mais rápidas. – Louis me alfinetou, me despertando dos meus pensamentos, e eu o encarei, irritada.

- Fui rápida mesmo pra fugir de você e da sua grosseria sem fim. – Eu rebati. Claro que agora que Joe prendia a minha atenção, eu conseguia agir mais naturalmente com Louis.

- Louis é muito carinhoso! – Harry o defendeu e eu virei para ele com um ar malicioso.

- Você sabe bem disso, não é Hazza?

- Que é isso? Não me olhe assim. – Ele se assustou, se endireitando no sofá.

- O que você quer dizer com isso? – Louis perguntou, sentando no sofá também.

- Laaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarry é real! – Eu determinei, batendo no braço do sofá e os dois me olharam irritados.

- Não tente tirar a atenção do assunto principal, mocinha! – Harry me censurou como se fosse meu pai.

- Que bosta, por que você não veste umas roupas mais masculinas e para de ficar desmunhecando? – Louis resmungou para o Harry e eu ri.

- Louis, você também não inspira muita masculinidade.

- Agora você diz isso, não é? O que? Aquele Joe de cabelo rosa inspira muita masculinidade?

- Tecnicamente, ele não está mais de cabelo rosa. Mas, mesmo assim, ninguém diz que ele tem um caso com outro homem. – Eu o alfinetei e ele ficou emburrado.

- Ótimo, então fique com ele de uma vez! – Louis desistiu, irritado.

- Tommo, você está fazendo errado! – Harry tentou ensiná-lo e eu me irritei, me levantando do sofá.

- Claro, Louis! Para você é sempre assim. Agora levantar esse traseiro gordo e lutar por alguma coisa que você quer é pedir demais. Afinal, você acha que sempre vai me ter na mão, não é mesmo? Basta me pedir pra voltar. – Eu discursei, irritada, e joguei a almofada no sofá, saindo da sala.