História Três Amigas, Uma Sorte. - Shawn Mendes

P.O.V. STÉFANE

- Agora que você está saindo com o Niall, você poderia pedir uma coisa para ele. – Eu comecei a falar com medo da resposta.

- O quê? – A Mari perguntou com uma feição desconfiada.

- Talvez, fosse a hora de eu conhecer melhor o Shawn. – Falei fingindo que não era grande coisa, enquanto mexia no celular.

- E o Liam? – Miri perguntou do banheiro, enquanto escovava os dentes. Eu fechei a cara. Como se ela não soubesse do Liam.

- Acho que está na hora de eu desencanar. – Dei de ombros e Mari ficou me analisando desconfiada.

- Você vai mesmo desistir do Liam?

- Eu não tenho muita escolha.

- Ele é legal, Fany. Você devia dar mais uma chance para ele. – Miri falou saindo do banheiro. Eu revirei os olhos, afinal eu nunca saberia se ele é legal. Ele só ficava de papo com ela e não comigo.

- Eu não saberia se ele é legal. Ele mal fala comigo.

- Niall disse que ele é só muito fiel à Cheryl. – Mari tentou se explicar, mas eu a interrompi.

- Só mais um motivo para eu querer desencanar. Se ele é mesmo tão fiel à namorada, nunca vai olhar para mim. – Apesar de olhar para a Miri, pensei. Mari respirou fundo.

- Tudo bem, Fany. Vou perguntar para o Niall. E você, vai ficar com o Louis de uma vez ou não? – Ela perguntou para a Miri.

- Se for para acontecer, vai acontecer. – Miri falou super calma e nos a encaramos como se ela fosse um bicho estranho.

- Da onde você tirou isso?

- Liam me falou ontem. – Ela deu uma risada. – Com certeza, me deixou mais calma. Eu bufei sem conseguir disfarçar meu descontentamento.

- Viu? Ele é um cara legal! – Mari me falou e eu a fuzilei com o olhar.

- Shawn, Mari. Shawn.

- Tá, você quem sabe. – Ela deu de ombros, se dando por vencida.

---*---

Para a minha surpresa, Shawn topou sair comigo. Veio me buscar dois dias depois e me levou a um parque que estava temporariamente na cidade. Segundo ele, o parque era super famoso e todos queriam muito ir. O problema foi que o primeiro brinquedo que ele escolheu foi justo a montanha russa. E eu não reagia muito bem em montanhas russas.

- Vamos, vai ser divertido. – Ele tentou me convencer com um sorriso enorme no rosto. Como eu poderia resistir?

- Eu tenho um pouco de medo. – Falei, evasiva e ele respirou fundo.

- Vamos, Fany, eu te garanto que você não vai se arrepender.

- Tudo bem. – Eu cedi. Sabia que não importava o quanto eu negasse, ele insistiria até eu topar ir com ele.

Sentamos nos nossos bancos e eu coloquei o cinto, me sentindo tensa. Shawn, por outro lado, estava empolgado como se aquilo fosse um sorvete gigante.

A montanha russa começou devagar e eu senti um frio na barriga. Quanto mais ela subia, mais eu começava a sentir o pânico.

- Tudo bem? – Ele perguntou me encarando. Eu o olhei e forcei um sorriso.

- Tudooooooooooooooo! – Pronto, a montanha russa estava descendo à toda velocidade e eu comecei a gritar. Eu nem conseguia me odiar por ficar gritando loucamente ao lado de Shawn, porque aquilo me amedrontava de verdade. Ele gargalhava ao meu lado se divertindo e eu só conseguia gritar. – Que rápido! – Eu exclamei, finalmente, entendendo porque todos queriam ir naquela montanha russa. Ela realmente era muito mais rápida e muito mais alta.

- Solte-se, Fany! – Ele gritou, rindo, e tudo que eu fiz foi o inverso. Tampei os olhos para não enxergar a altura e continuei gritando pateticamente.

E, foi assim até o final. Quando finalmente alcançamos o chão, meu cabelo estava todo bagunçado e eu ainda estava tremendo. Shawn parecia nem notar, para o meu alívio.

- Onde você quer ir agora? – Ele me perguntou, segurando na minha mão.

- N-não sei. – Respondi ainda meio aturdida.

- Vamos no Evolution. – Ele disse, sorridente. Que diabos era Evolution?

Quando chegamos na fila, eu entendi qual brinquedo era e quase saí correndo.

- Você está bem? – Ele perguntou sério, chegando perto de mim.

- Estou. – Eu não estava. Mas, não iria admitir no nosso primeiro encontro que eu estava apavorada com tantos brinquedos e alturas. Ele parecia estar se divertindo tanto, como uma criança, que eu não queria cortar o barato dele.

- Olhe só o seu cabelo. – Ele disse, rindo, tentando arrumar meu cabelo ainda bagunçado da montanha russa.

- A montanha russa é a culpada. – Eu tentei brincar e ele sorriu, me dando um selinho na trave. Eu sorri, me tornando tímida. Afinal, era uma sensação completamente nova saber que ele estava interessado em mim daquela maneira.

Chegou a nossa vez e nós sentamos naquelas cadeiras horríveis novamente. Eu rezei baixinho para que eu não gritasse tanto dessa vez. No entanto, foi ainda pior. O brinquedo girava no alto e descia numa velocidade enorme. Eu fechei os olhos e fiquei torcendo para que aquilo acabasse rápido enquanto Shawn continuava empolgado ao meu lado. Mas, que diabos ele gostava tanto desses brinquedos idiotas?

Finalmente, descemos do brinquedo e eu saí rapidinho para evitar que ele quisesse ir uma segunda vez. Ele me alcançou e começou a andar do meu lado, voltando a segurar na minha mão.

- Que tal uma pipoca? – Ele perguntou quando passávamos por um carrinho que vendia.

- Ok. – Eu aceitei e ele comprou um pacote grande para a gente. Nós dois começamos a andar pelo parque e eu agradeci mentalmente por ele desistir dos brinquedos.

- Então, quanto tempo você vai ficar por aqui?

- Um mês. Depois volto para o Brasil.

- Que pena. – Ele disse, me olhando de canto de olho enquanto andávamos e comíamos a pipoca – Eu adoraria te ter aqui por mais tempo.

- Como assim? – Eu o perguntei, curiosa.

- Ah, você é legal. Vamos sair mais vezes. – Ele disse, encarando o chão e eu sorri. Então teria um segundo encontro mesmo eu sendo uma louca que grita nos brinquedos?

- Eu gostei de te conhecer. – Eu disse, sem jeito e ele sorriu, me olhando.

- Eu também. – Ele tentou jogar uma pipoca no ar para pegar com a boca e não conseguiu. Eu dei uma gargalhada e ele riu comigo. – Espere, eu sei fazer.

- Sabe nada. – Eu o desafiei e ele tentou de novo, sem sucesso. – Shawn, desista. Você está se envergonhando. – Eu o provoquei e ele riu.

- Ei, não me desafie, mocinha. O que eu ganho se conseguir acertar?

- Hum, qualquer coisa que você quiser. – Eu ri, entrando na brincadeira.

- Ótimo. – Ele me olhou nos olhos por um momento e então jogou a pipoca no ar. Milagrosamente, ele acertou dessa vez e comeu a pipoca.

- Você estava encenando! Você sabia desde o início! – Eu o acusei.

- Eu? Por que eu faria isso? Só para conseguir o que eu quisesse de você? – Ele perguntou, se fazendo de inocente. Eu dei um tapa de leve em seu braço.

- Isso não vale!

- Vale, sim! – Ele reclamou e eu saí andando na frente dele, rindo.

- Não vale, não.

- Vale, sim!  - Ele insistiu e jogou uma pipoca em mim. Eu virei para trás surpresa. Ele jogou mais uma no meu rosto. Eu corri até ele e peguei pipoca do pacote, que ele tentou tirar de mim sem sucesso. Comecei a jogar nele e ele começou a jogar em mim.

- Pare com isso! – Eu gargalhava e ele não parava. De repente, ele virou todo o pacote de pipoca em mim e eu parei assustada. Ele ria alto e me puxou para perto.

- Vem aqui, Fany. – Ele começou a tirar as pipocas de mim com cuidado.

- Quantas vezes você trapaceou comigo hoje? – Eu o provoquei e ele sorriu, me encarando.

- Como é?

- Você trapaceou no lance de comer pipocas do ar, e trapaceou jogando todo o pacote em mim! Você é um perigo! – Eu o provoquei e ele riu, tirando a última pipoca que faltava do meu cabelo.

- Sabe no que mais eu sei trapacear? – Ele perguntou, chegando mais perto.

- No que?

- Nisso. – Ele me puxou pela cintura e me beijou, me pegando completamente desprevenida. Era um beijo não tão lento, mas também não era rápido e ávido. Ele me pressionava contra o seu corpo e impunha o ritmo no beijo, pedindo passagem com a língua. Eu passei minhas mãos em volta do pescoço dele e o deixei comandar aquilo. Ele definitivamente beijava bem, concluí, enquanto passava a mão pela nuca dele. Ele subiu uma das mãos e segurou meu rosto, aprofundando o beijo e eu mordi o lábio dele, sem resistir. Logo depois, ele me soltou com um sorriso triunfante no rosto.

- Tudo bem. Pode trapacear mais vezes nisso. Mas, só nisso! – Eu brinquei e ele sorriu, me abraçando. Eu senti seu perfume forte e me senti bem.