1. Spirit Fanfics >
  2. Três Metros Acima Do Céu >
  3. Capítulo 3

História Três Metros Acima Do Céu - Capítulo 3


Escrita por: KeehLc

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Três Metros Acima Do Céu - Capítulo 3

"A vida é pra aprender , a vida é pra curtir."

 

Ali perto, apoiados em motos tão poderosas quanto seus próprios músculos, Zayn, Mark, Stavo, o Ryan, Michael, Luke e mais alguns outros. Nomes improváveis que escondem histórias complicadas. Nenhum deles tem um emprego fixo. E tampouco tem muito dinheiro no bolso. Mas estão à vontade e parecem aproveitar a vida. É tudo o que querem. Além do mais, gostam de brigar e as ocasiões para isso não lhes faltam. Parados ali, na praça Jacini, encostados em suas Harleys, nas velhas 350 Four com os quatro canos de descarga originais, ou com o clássico silencioso quatro em um de ronco mais profundo. Sonhadas, desejadas e finalmente conseguidas dos pais após inúmeras e incansáveis súplicas. Ou então graças ao sacrifício da infeliz poupança de algum desavisado que deixou a carteira no porta-volumes da Moto ou no bolso interno de algum Henry Lloyd dando sopa na hora do recreio.

 

 Lá estão eles, sorrindo satisfeitos, piadistas esculturais, com as mãos pesadas mostrando os sinais das muitas brigas. John Milius iria adorar. As garotas trocam risinhos. Quase todas deram fuga de suas casas com a desculpa de uma soneca tranqüila na casa de alguma amiga, que por sua vez também está ali, filha da mesma mentira. Diana, a menina de fuseau azul e camiseta da mesma cor com pequenos corações mais claros, abre-se num lindo sorriso. 

 

— Ontem fiquei numa boa com William. Comemoramos os seis meses que estamos juntos. "Seis meses", Má fica imaginando. "E pensar que eu já ficaria satisfeita com um só." Ela suspira, então recomeça a sonhar embalada pelas palavras da amiga. 

 

— Fomos comer uma pizza no Baffetto. 

 

— Corta essa, eu também estava lá. 

 

— A que horas? 

 

— Deviam ser mais ou menos onze. - Diana odeia aquela amiga que fica se metendo no relato dela o tempo todo. Sempre aparece alguém para cortar seu sonho. 

 

— Então é isso. A gente já tinha ido embora. Mas vocês querem ouvir a história ou não, afinal? - Ouve-se um coro de "sins" saindo daquelas bocas dos mais variados sabores de batom e de brilhos roubados de vendedores distraídos ou banheiros maternos mais fartos do que muitas perfumarias de pequeno porte. 

 

— Numa hora, apareceu o garçom com uma dúzia de rosas vermelhas enormes. E o William sorria enquanto todas as jovens na pizzaria olhavam para mim emocionadas e morrendo de inveja. - Quase se arrepende da frase, percebendo ao seu redor aqueles mesmos olhares. — Não, não.. Não foi por causa do William Foi pelas rosas! - Uma gargalhada boba faz com que se sintam novamente juntas. — Então, ele me beijou na boca, segurou a minha mão e me deu isso. — Diana mostra às amigas um anel fino com uma pequena pedra azulada, de reflexos quase tão alegres quanto os seus olhos apaixonados. Murmúrios de surpresa e um "Que coisa mais linda!" acompanham a apresentação da pequena jóia. — Depois fomos até lá em casa e ficamos juntos. Os meus pais não estavam, foi maravilhoso. Botei o CD do Jon Mayer, eu adoro. Ficamos deitados na varanda, juntinhos, contando estrelas. 

 

— E tinha muitas? — Marie é, sem dúvida alguma, a mais romântica da turma. 

 

— Um montão! 

 

Perto dali, uma versão diferente. 

 

— O que deu em você, ontem? Parecia meio desligado... Stavo. - O rapaz que usa um tapa-olho sempre preso bem firme. Longa cabeleira encaracolada, um tanto descorada nas pontas, que poderia lembrar um anjo barroco não fosse a sua reputação realmente infernal. 

 

— E então, o que acabou fazendo ontem à noite, William? 

 

— Nada de mais. Fui jantar no Baffetto com a Diana e aí, como os seus pais não estavam, fomos para a casa dela e deixamos rolar. O de sempre, nada especial.. Mudando de assunto, já viram como reformaram o Panda? - William procura despistar mas Stavo não parece disposto a largar o osso. 

 

— Acontece o tempo todo com os lugares como esse, pelo menos a cada três ou quatro anos.. Mas explique-me antes por que não me chamaram? 

 

— Saímos quase sem pensar no assunto, assim, de repente. 

 

— Estranho, você não costuma fazer as coisas sem pensar duas vezes. Tudo indica que a conversa pode acabar mal. Os outros logo percebem. Zayn e Mark param de chutar uma latinha amassada. Eles se aproximam sorrindo. Luke dá uma tragada mais longa no cigarro e faz a costumeira careta. 

 

— Sabem de uma coisa, caras, ontem o William e a Dianinha comemoraram seis meses juntos, e acho que ele decidiu festejar sozinho. 

 

— Que nada. 

 

— É mesmo? Você foi visto comendo uma pizza. E me diga uma coisa, é verdade que está a fim de abrir o seu próprio negócio? Pois é, andam dizendo que você está pensando em montar uma loja de flores. 

 

— Uau! - Todos começam a cutucá-lo com palmadas e cotoveladas nas costas enquanto Stavo lhe dá uma gravata e esfrega com força a sua cabeça. 

 

— Uma florzinha, o menino... 

 

— Me solta. . Isso dói. - E todos os outros caem em cima dele, rindo como se estivessem possuídos, quase sufocando William com seus músculos ana-bolizados. Então, Michael, deixando bem à mostra os incisivos responsáveis pelo apelido, grita quase que numa inspiração súbita. 

 

— Vamos pegar a Diana! Os tênis All Star azuis, com a estrelinha vermelha no meio da rodela de borracha na altura do tornozelo, pulam da Moto e pousam agilmente no chão. Diana só consegue dar uns poucos passos, correndo, mas é logo agarrada pelos braços fortes do Ryan. Os cabelos loiros do rapaz criam um estranho contraste com seus olhos pretos, com as sobrancelhas mal e porcamente remendadas, com aquele nariz mole e achatado, de frágil cartilagem há poucos meses amaciada por um soco bem dado na taberna da Fiermonti. 

 

— Me solta, pára com isso! Luke, Zayn e Michael logo se aproximam. Fingem ajudar a lançar para o ar aqueles cinqüenta e cinco quilos bem distribuídos cuidando de pôr as mãos nos lugares certos. As outras garotas também se aproximam. 

 

— Parem com isto, deixem a Diana em paz. 

 

— Quer dizer que acharam melhor comemorar sozinhos, não é? Agora é a nossa vez de festejar, do nosso jeito! - Voltam a jogar Diana para o ar, rindo e brincando. William, apesar de oferecer rosas de presente e de ser um tanto menor do que os outros, consegue abrir caminho aos trancos e barrancos. Segura Diana bem na hora de ela voltar ao chão e a protege, empurrando Diana atrás de si. 

 

— Agora chega. Já se divertiram o bastante. 

 

— E daí? Vai tomar alguma atitude? - O Ryan sorri e planta-se diante dele de pernas abertas. Os jeans levemente mais claros na altura dos músculos esticam-se. Diana, meio escondida atrás de William, só deixa entrever uma parte do rosto. Por enquanto, conseguiu segurar as lágrimas, mas agora parece até estar prendendo a respiração. 

 

— E aí, o que é que você vai fazer? - William fica encarando fixo o Ryan. 

 

— Sai da minha frente, babaca, você só sabe mesmo encher o saco. - O sorriso debochado desaparece dos lábios do Ryan. 

 

— O que foi que disse? - A raiva faz tremelicar os seus peitorais. William aperta os punhos. Um dedo perdido entre os demais estala com um baque abafado. Diana fecha os olhos, Luke fica com o cigarro a balançar pendurado na boca. Silêncio. De repente um rugido rasga o ar. A moto de Justin aparece num estrondo. A máquina volta a se levantar após inclinar na curva, para logo depois frear e parar bem no meio do grupo. 

 

— E então, caras, quais são as novidades? - Diana pode finalmente voltar a respirar. O Ryan continua a fitar William com ar desafiador. A sombra de um sorriso adia para outra hora a questão. 

 

— Tudo na mesma, Justin. Muita conversa e pouca ação. 

 

— Está a fim de desenferrujar os ossos?

 

A barra de apoio se solta com o estalo de uma mola e segura a moto, fincando-a no chão. Justin desmonta e tira o casaco de couro. 

 

— Algum desafiante? Ele se aproxima de Luke e, o abraçando, tira-lhe das mãos a Heineken que o outro acaba de abrir. 

 

— Oi, Luke. 

 

— Oi. - Luke sorri feliz diante daquela prova de amizade, mas o sorriso morre quando lembra da cerveja perdida. Quando o rosto de Justin baixa novamente após um longo trago, os seus olhos encontram Marie. 

 

— Oi. - Os lábios macios dela, um tanto rosados e pálidos, mal chegam a se mexer enquanto formulam o quase inaudível cumprimento. Os pequenos dentes, brancos e bem nivelados, iluminam-se enquanto os olhos verdes, maravilhosos, tentam inutilmente transmitir todo o seu amor. Marie o encara, incapaz de desviar o olhar, de se mexer, de fazer qualquer coisa, de deter seu pequeno coração que, como um louco, enfrenta um solo digno da guitarra de Clapton. 

 

— Segura. - Justin tira do pulso o Daytona de pulseira metálica e o entrega nas mãos dela. Marie fica olhando enquanto ele se afasta e então aperta o relógio com força, levando-o ao ouvido. Escuta o leve zumbido, o mesmo que alguns dias antes ouviu embaixo do travesseiro quando ele ainda dormia e ela vivia alguns minutos da sua existência somente para observá-lo. Naquela ocasião, no entanto, o tempo parecia ter parado. 

 

Justin sobe com agilidade na marquise da rua Lazzareschi, apoi-ando-se na grade do cinema Odeon. 

 

— E então, quem está comigo? Será que vou precisar mandar um convite impresso? - O Ryan, Mark  e Zayn não fazem cerimônia. Um depois do outro, como macacos com casacos Avirex no lugar da pele cabeluda, galgam a grade sem maiores problemas. Alcançam a marquise com Luke fechando o grupo e arfando para recuperar o fôlego. 

 

— Chega, para mim. Prefiro ser o juiz. — E dá um gole na Heineken que conseguiu milagrosamente não derramar durante a trabalhosa escalada, apenas uma brincadeira de criança para os demais, mas um verdadeiro Everest para ele. As figuras destacam-se na penumbra da noite. 

 

— Estão prontos? — grita Ryan levantando o braço com um movimento repentino.

 

Um esguicho de cerveja respinga logo abaixo em Gabriele, uma graciosa morena que algum tempo está ficando com Jean, o atarracado filho do dono de uma fábrica de gravatas. 

 

— Merda! — desabafa, criando um inesperado contraste com o seu rosto delicado. 

 

— Preste atenção, droga! - As amigas riem enquanto enxugam os respingos de cerveja.

 

Quase em conjunto, uns dez corpos musculosos e bem treinados aprontamse em cima da marquise com os braços esticados e paralelos, rostos retesados, peitos estufados. 

 

— Vamos lá! Um! — grita Luke, e todos os braços flexionam-se sem esforço. Silenciosos e em plena forma, baixam até o mármore frio para logo subir de novo. Nem têm tempo para se recuperar. 

 

— Dois! — E lá descem eles de novo, cada vez mais rápidos e decididos. 

 

-Três! — Mais uma vez como antes. Mais depressa e com mais vontade do que antes. 

 

— Quatro! — Os rostos que mais parecem caretas surrealistas, os narizes que descem todos juntos, marcados por pequenas e espasmódicas rugas. Descem com rapidez e facilidade, quase alcançam o chão para logo voltarem novamente para cima. 

 

— Cinco! — berra Luke, dando um último gole na latinha e soltando-a no ar. 

 

— Seis! — Com um chute sem pulo acerta-a com precisão. 

 

— Sete! — A latinha voa para longe e acaba caindo como uma pedra bem em cima da Moto de Gabriele. 

 

— Você é um babaca mesmo, seu idiota! Não vou ficar aqui nem mais um minuto. 

 

— As amigas caem na gargalhada. - Jean, o namorado dela, pára a malhação e pula da marquise. 

 

— O que é isso, Gabe. Deixa de ser chata. - Ele a segura pelos braços e tenta detê-la. Finalmente consegue pará-la com um beijo, que acaba com a conversa. 

 

— Tá bom, tá bom, mas você tem de fazer com que aquele sujeito se manque. 

 

— Oito! — Luke continua a saltitar alegre em cima da marquise agitando os braços. — Ei, turma, com a desculpa de a garota ter ficado brava um cara já desistiu, mas a competição continua. 

 

— Nove! — Todos riem e, um tanto mais acalorados, os corpos voltam a descer. Jean olha para Gabriele. 

 

— Acha mesmo que vale a pena dizer alguma coisa para um sujeito desses? — Ele segura o rosto dela entre as mãos. — Tenta entender, amorzinho. Ele não sabe o que faz. — Jean demonstra um razoável conhecimento da teoria, mas nenhum da prática, já que logo começa a dar uns amassos em Gabriele apoiandose na Moto dela, bem na frente das outras garotas. 

 

O vozeirão do Ryan, com o sotaque particular daquela sua terra que além da pele morena também lhe deu o apelido, ecoa na praça. 

 

— Ânimo, Luke, já estou ficando com sono! 

 

— Dez!  - Justin baixa com facilidade. A curta camiseta azul deixa à mostra os seus braços. Os músculos estão inchados. O coração pulsa, poderoso, nas veias, mas com batimento ainda lento e tranqüilo. Bem diferente daquela outra vez. Naquele dia o seu jovem coração começara a bater rápido, como enlouquecido.


Notas Finais


Por Favor Meus Amore, Comentem o que acham e Favoritem! Pfvr S2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...