História Três Regras - Fuga Impossível Parte 2

(Terça-Feira)

Quando Felipe recebeu o dispositivo na hora do intervalo, era bem mais aprimorado e maior que o receptor de antes. Thiago e Matheus haviam feito um ótimo trabalho, passando o dispositivo pelo corredor, quando os guardas não olhavam, cada um fazendo algo que o modificava e o aproximava da bomba que precisavam, utilizando os recursos que a máquina de salgadinhos destruída lhes haviam proporcionado. Agora, parecia um caminhão de brinquedo quebrado, mas para Felipe, era uma mina de ouro.

Assim que olhou o corredor e soube que teria tempo até o guarda voltar, se ajoelho e, usando a faca que roubara do refeitório, desaparafusou a capa da tomada que tinha ao lado de sua cama.

Puxou rapidamente os fios que precisava, recolocando a capa, que ficou meio torta já que Felipe não a aparafusou novamente, sabendo que precisaria dos parafusos para mais tarde.

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(Quarta-Feira)

Rafael sentiu quando Felipe colocou o dispositivo dentro de sua calça, enquanto se agarravam no corredor ao lado do refeitório, onde os guardas podiam vê-los e onde não levantariam suspeitas.

-Estou doido para sairmos logo daqui e matar realmente saudades de você.  – Rafael se arrepiou quando Felipe sussurrou aquilo em seu ouvido.

Quando se soltaram, Rafael voltou para o refeitório, onde um pequeno plano já se desenrolava. Baixa Memória estava discutindo com a cozinheira, junto com Authentic enquanto Luba entrava furtivamente na cozinha, pegando alguns eletrodomésticos que os gênios haviam pedido. Os guardas só não entraram para ajudar por que, do lado de fora do refeitório, Guaxinim e Felipe entraram no meio de uma “briga” repentina.

Rafael ouviu os gritos de Felipe, falando para Guaxinim que a loira era dele e sorriu, rolando os olhos pelo motivo inventado da briga.

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Rafael usou o último parafuso. Luba lhe havia entregado os eletrodomésticos requisitados, mas tiveram que arrumar outra distração para que Rafa entrasse em sua cela sem ser revistado. O guarda caiu que nem um pato, já tão cansado pelo turno noturno que nem notou nada estranho.

O objeto em suas mãos agora parecia um cubo mágico, e Rafael quase sentia que estava pronto. Porém, faltava um mínimo detalhe que só Pac saberia fazer.

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(Quinta-Feira)

Pac “passou mal” no refeitório, de modo que foi levado a enfermaria. Se fez vomitar novamente até que a enfermeira mandou o guarda sair e conduziu Pac para o banheiro.

Assim que a moça fechou a porta, Pac a desmaiou em causar nenhum barulho. Pra quem conhecia a anatomia das pessoas de trás pra frente, um aperto no lugar certo fazia milagres.

Abriu o armário do banheiro, encontrando os remédios que precisava. Não dos remédios em si, mas do composto químico deles, além do mais importante: o celular da enfermeira, que ela deixava no bolso do jaleco. Pac escondeu as coisas rapidamente no momento em que a mulher acordou, se desculpando por ter “dormido” em pé.

Pac se livrou, falando que se sentia melhor e que devia ser só a comida ruim mesmo. A moça o deixou ir, acompanhado pelo guarda.

Sozinho em sua cela, pouco depois, Pac quase finalizou a bomba, depois de desmontar totalmente o celular da mulher e fundi-lo de algum modo incrível com a bomba em evolução, no momento parecida com uma caixinha de música, cheia de fios e bem mais pesada.

Sabia que faltava pouco. Logo, estariam livres e dessa vez para sempre.

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(Sexta-Feira)

Mike foi o último a receber a bomba. Sua tarefa era a mais simples e a mais importante: criar o detonador.

Pra isso, precisou de todos os meninos, incluindo Luba, Guaxinim, Baixa e Authentic, para criarem uma confusão na hora do almoço, que envolveu palavrões, socos e comida, muita comida voando.

Mike se deslocou pelo furacão de caos que virara o refeitório, se aproximando de dois guarda que haviam acabado de levar sopa na cara. Puxou os comunicadores de ambos e os escondeu na roupa, saindo de perto o mais rápido possível, sem ser visto.

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Assim que a luz verdinha se acendeu, Mike soube que conseguira. Modificando quase completamente um dos comunicadores e desmontando completamente o outro, ele criara o detonador e o conectara a bomba. A única coisa que faltava agora, era esperar até o dia seguinte.