1. Spirit Fanfics >
  2. Trilogia Aventuras 03: FAMS - A Aventura Continua >
  3. Capítulo 09: "Salvem o futuro" - Parte 02

História Trilogia Aventuras 03: FAMS - A Aventura Continua - Capítulo 09: "Salvem o futuro" - Parte 02


Escrita por: renny_gouveia

Notas do Autor


Trazendo hoje a parte final do arco "Salvem o futuro!". É, eu sei que disse que esse arco poderia ter até três ou quatro partes, mas acabou que deu pra concluir ele em dois, já que o maior foco dele era explorar as batalhas dos demais heróis que não estavam cientes do que acontecia na luta entre Renny (o clone, e depois o verdadeiro) contra Luiz.
Mais ação hoje, ein. Tá ótimo.
Ah, lembrem-se de favoritar a história, e me perdoem, caso algum erro ortográfico sério apareça. Escrever sem ter um amigo revisor por perto é chato. Mas estou dando o meu melhor para dar uma boa narrativa a vocês. Espero continuarem apreciando, e me ajudando com o tempo de vocês, lendo. ;)

Capítulo 10 - Capítulo 09: "Salvem o futuro" - Parte 02


Fanfic / Fanfiction Trilogia Aventuras 03: FAMS - A Aventura Continua - Capítulo 09: "Salvem o futuro" - Parte 02

CAPÍTULO 09

“SALVEM O FUTURO!”

PARTE 02

Dentro do Salão Vênus — como costuma ser conhecido o espaço do Centro de Convenções, onde agora estavam os stands de venda do FAMS e também a área de card game e RPG — Elayne e Eduarda travavam batalhas complicadas, devido ao pouco espaço disponível para se movimentar; sem contar a proximidade que tinham uma da outra. E para o azar delas, Robson e Rony, os irmãos-espectro, possuíam habilidades especiais muito perigosas.

Quando as duas chegaram ali, confiantes de que suas habilidades seriam mais do que suficientes para deter os adversários, Eduarda havia usado um encantamento de barreira nas paredes de vidro do lugar, semelhante ao que Luiz tinha colocado em todo o Centro de Convenções, só que menor e bem mais frágil. Ela tinha feito isso pouco tempo antes de sair do lado de Elayne, ao cruzar a outra entrada que dava acesso ao local; e só nesse momento que ativara a mágica para tornar o seu cosplay real. O objetivo de Eduarda, ao impor o feitiço da barreira, era meramente impedir que a batalha se arrastasse para onde os outros estavam, assim também como para evitar muita distração enquanto lutavam, já que o encantamento embaçava as vidraças com uma luz azulada, incapacitando de ver com muita precisão o que acontecia do lado de fora, nas outras batalhas.

E assim o perigoso confronto começou: Robson ergueu suas mãos e lançou uma rajada de vento contra Eduarda, tão violenta, tão forte, que ela foi arremessada contra uma mesa cheia de blusas logo atrás, rolando para o outro lado dela. Elayne viu o acontecimento à distância, mas não podia fazer nada, pois Rony veio em sua direção.

Robson caminhou, avaliando o silêncio da inimiga. Só havia roupas, mochilas e toucas no chão e sobre a mesa, mas nenhum movimento ou som de dor. Mas ele continuou caminhando, sua face sem expressões talvez entendendo que ela estivesse inconsciente — o que não o impediria de estripá-la. No entanto, subitamente uma figura veloz surgiu do meio das coisas caídas no chão e o atacou, gritando:

— Iluminação! — Rapidamente uma esfera de luz emanou da ponta do cetro da cosplayer, atingindo o cavaleiro e deixando-o confuso enquanto a luz se espalhava pelo seu corpo. Em seguida, Eduarda afastou a mesa que lhe bloqueava o caminho e deu três passos para perto do inimigo, fazendo seu movimento seguinte, após se passarem seis segundos desde que o atingira com seu ataque: — Raaaaa! — ela gritou, apontando o báculo para a luz ao redor do corpo do espectro, incendiando a energia e causando um poderoso dano em seu corpo.

Mas o espectro não hesitou, ignorando qualquer possível dor que sentia (se é que sentia), e atacando a adversária com sua espada. Eduarda se defendeu com o cetro, evitando os ataques mortais enquanto tentava enviar disparo de luz contra o inimigo, mas como via a periculosidade do ataque acabar entrando no campo de batalha da amiga ali perto, ela teve a ideia de convocar sua magia de luz sobre os pés, ganhando impulso para saltar para o canto da parede verde à sua esquerda, atraindo o espectro e o deixando de costas para as vidraças enfeitiçadas.

Do outro lado da sala, as duas espadas tilintavam enquanto se chocavam diversas vezes seguidas, e graças ao feitiço que fazia Elayne manusear as habilidades de Lightning, sua destreza e reflexos eram excelentes, permitindo-lhe desviar e contra-atacar sem muita dificuldade o espectro que a enfrentava.

Tudo parecia caminhar bem para as duas cosplayers, pois Eduarda tinha uma mira excelente, e todos os seus disparos de luz atingiam a armadura do inimigo em cheio, fazendo-o cambalear para trás; e Elayne, com sua espada e magias de propulsão, conseguia golpes limpos e precisos, fortes o bastante para deixar o espectro temporariamente ofegante. Porém, por mais que a batalha parecesse seguir um caminho eficaz, as duas não faziam muito progresso, já que os disparos de luz nem sequer causavam danos na armadura de Robson e a Blazefire Saber, apesar de efetiva em interceptar os ataques da espada de Rony, ainda não havia encostado na armadura negra de Rony sequer uma vez.

Mas o pior estava por vir...

Como que pensando ao mesmo tempo, os dois irmãos resolveram utilizar as habilidades especiais que possuíam contra elas: Robson, que já havia demonstrado seu poder do vento uma vez contra Lux, levantou sua espada e convocou a ira dos ventos, que, sem tardar, vieram como um redemoinho invisível ao seu redor, fazendo camisetas e outros objetos balançarem nas prateleiras; Rony, por outro lado, que ainda não tinha demonstrado seu poder enquanto brincava de espadachim com Lightning, bateu seu pé direito no chão, produzindo um leve tilintar metálico em sua bota de aço negro, e um instante depois a superfície começou a tremer, se deformando lentamente enquanto subia ao encontro de seu alvo.

As duas cosplayers ficaram pasmadas com as habilidades deles, mas Eduarda foi a que menos hesitou, pensando que a ventania não a afetaria muito, já que ela estava próxima ao canto da parede e podia usar sua própria magia de luz para se manter firme no lugar.

— Isso não vai funcionar comigo. Eu vou acabar com você! — Foi apenas o que Eduarda pôde dizer, quando o cavaleiro apontou sua espada para ela, e uma ventania surgiu por trás dela. Por um instante, ela pensou que espectro planejava arrastá-la até ele, tirando-a de seu local de apoio. Mas não. — O q-quê... é isso?... — A respiração da garota começou a falhar, e mesmo que ela inspirasse profundamente, mais e mais, quase não havia oxigênio. Foi aí que ela notou o real objetivo dele: Robson estava retirando o ar dali. Ele planejava matá-la sufocada. E estava dando certo.

De longe, Elayne viu quando Eduarda começava a cair de joelhos no chão, como se estivesse sem fôlego, mas ela não podia ajudar de forma alguma, já que havia milhares de blocos de pedras crescendo ao seu redor, encurralando-a lentamente. Elayne sabia que precisava fazer alguma coisa, não podia deixar que a fileira de pedras continuasse a crescer e avançar ao seu encontro, ou estaria perdida; foi então que ela lembrou que podia manipular as magias de fogo de Lightning, e se sentiu uma idiota por esquecer disso. A cosplayer se concentrou, puxando de dentro de seu corpo as ondas incandescentes, e deu um pulo — um pouco surpresa demais — quando as chamas alaranjadas irromperam ao seu redor, quase como uma aura. Ela se focou um pouco mais e direcionou parte das chamas para sua espada, que reluziu ao contato com o fogo quente e reconfortante, então ela mirou nos blocos de pedras e falou para o cavaleiro:

— Toma essa!

Elayne balançou a espada de um lado para o outro, criando lâminas ou bolas de fogo, e as mesmas voaram de encontro às pedras, explodindo-as com facilidade. Mas a cosplayer não cessou, continuando a destruição, até que as pequenas muralhas já não existissem mais, e a chamas atingissem também o espectro. Quando ela parou, observou com cuidado a névoa de fumaça negra que se formava ao seu redor, sabendo que seus ataques haviam voado contra o cavaleiro, pois ele recuara, balançando sua espada para cortar as chamas.

De repente, Elayne sentiu um movimento atrás de si. E quando ela se virou, sobressaltada, viu a parede se ondular como água, lançando dois tentáculos grossos que a capturaram pelos braços. Elayne bateu na parede ondulante ao ser puxada, e o espectro surgiu no meio da fumaça à sua frente, uma mão apontada para o chão, fazendo-o se deformar e subir ao encontro dela outra vez. A cosplayer entendeu que o inimigo pretendia esmagá-la ao ser pressionada por aquela coluna de pedras que subia, e ela começou a se contorcer de um lado para o outro, na tentativa de se soltar. Quase em pânico, ela olhou para a vidraça, pensando em gritar por ajuda, quando viu o que parecia ser um anjo negro, decapitando alguém — provavelmente um membro do Time Ren —, mas ela não sabia dizer quem, devido a uma luminosidade azul que embaçava o vidro.

Não demorou muito para que os blocos de pedra se pressionassem contra o seu corpo; e ela começou a gemer de dor, quando a parede deformada pressionou seu corpo, cada segundo ficando ainda pior. Do outro lado, basicamente caída no chão, Eduarda já estava ficando roxa, e os olhos lacrimejavam pela falta de ar. Não havia mais forças em seu corpo, e sua visão agora queimava, quase totalmente escurecida.

Parecia não haver esperanças para as duas, tudo estava indo por caminho trágico... até que sons e imagens invadiram suas mentes, e toda a dor e sofrimento desapareceu, tão logo cenas aleatórias do presente e do futuro lhes foram mostradas.

“Salvem o futuro!” Foram as últimas palavras de Renny, e isso, combinado com tudo que elas viram e com toda a responsabilidade que recaía sob seus ombros, produziu uma nova e mais poderosa energia dentro delas, dando-lhes mais motivação do que nunca para sobreviver e lutar.

Ignorando a falta de ar, Eduarda buscou todas as suas forças para ficar de pé e irradiou uma luz tão intensa em seu corpo, que toda a área do Salão Vênus foi tomada pela onda brilhante. E quando isso cegou os olhos de Robson, fazendo-o perder a concentração temporariamente, a cosplayer sentiu um pouco de ar retornar aos seus pulmões. Entretanto ela não se permitiu saborear a sensação boa do ar, apenas inspirou uma rápida e curta vez e, com sua magia, deu um longo salto seguido de cambalhota e parou atrás do espectro.

Quando a luz que irradiava pelo seu corpo reduziu e parte dela se acumulou no cetro, ela fechou o cenho ao ver o espectro meio cego se virando para encará-la, e gritou:

— Centelha final! — De imediato, uma enorme rajada de luz dourada surgiu do cetro, atingindo o espectro.

“Booooommm!” Sobreveio uma grande explosão quando o espectro atingiu a parede, e uma passagem para o lado de fora se abriu, revelando o lado externo do Centro de Convenções.

Eduarda aproveitou o sucesso do ataque e respirou o mais profundamente possível, diversas e diversas vezes, enquanto olhava para o lado e via uma Elayne furiosa liberando uma força sobre-humana para se libertar das amarras de pedras antes que uma de suas costelas se quebrasse com a pressão exercida pela pequena parede que a esmagava. Sem muito trabalho, ela conseguiu se libertar e depois fez esforço para sair do canto encurralado, agarrou a espada que havia caído de suas mãos ao ser capturada, enquanto olhava para Eduarda, de longe, acenando com a cabeça e dando-lhe um meio sorriso — Elayne estava lhe agradecendo pela ajuda involuntária.

A cosplayer de Lightning viu quando Eduarda acenou de volta e correu por uma cratera aberta na parede, depois disso ela se virou para encarar o próprio adversário, que esfregava os olhos, ainda meio cego pela luz que não havia causado nada a ela (talvez por desejo da própria Eduarda). Elayne empunhou sua espada e se preparou para atacar, mas apesar de estar meio cego, Rony sabia da localização da inimiga e acendeu uma aura esverdeada ao redor de seu corpo. De repente, o solo, o teto e as paredes estremeceram, e tudo se moveu, desabando de supetão contra os dois.

Momentos depois, Rony emergiu dos entulhos, do lado de fora do Auditório Vênus em ruínas, e com sua visão já quase totalmente ajustada, ele sentiu o calor escaldante do exterior e viu o céu enegrecido pelas nuvens densas que emergiam do poder de Bruna Timbó, que lutava em algum lugar perto dali.

Com cautela e paciência, Rony encarou os entulhos uma última vez, com a cosplayer totalmente soterrada e, provavelmente morta, antes de avançar para onde seu irmão estava, no meio do asfalto, lutando com a outra garota. Incapaz de sentir emoções, para sorrir pela vitória triunfante de sua batalha, o espectro apenas se virou e começou a caminhar; quando, de repente, os entulhos começaram a se mover, e ele se virou, alerta, vendo uma criatura metálica de pelo menos dois metros de altura emergir dos escombros.

— Aonde pensa que vai? — perguntou Elayne, surgindo de trás da criatura demoníaca conhecida como Odin, uma das principais evocações mágicas de Lightning. — Nossa luta ainda não acabou.

Elayne encarou o espectro com um olhar frio, mas totalmente empolgada por dentro, então apontou sua espada para frente e exclamou com bravura e autoridade:

— Odin, atacar!

A criatura ergueu a grande cimitarra que segurava em uma das mãos, então avançou.

☯ ☯ ☯

O fio da espada longa encostava no pescoço do rapaz, quando Fabiana e Luan se viraram ao ouvir a voz de Alex pedindo por ajuda, enquanto Renato os encarava atentamente, como que para dizer “Eu estou aqui, e vou matar o seu amigo agora”. O tempo estava correndo, e os dois precisavam pensar em algo rapidamente.

Por um mero instante, o espectro moveu sua espada meio centímetro pelo pescoço do rapaz, pronto para matá-lo, e Fabiana precisou agir de imediato, sacando rapidamente de sua mochila uma de suas armas mágicas. Sem ter tempo para escolher a mais adequada, a garota usou a primeira coisa que veio à sua mão, e lançou o que parecia ser um chicote de luz neon contra a espada, que se enroscou nela com força; depois ela deu um puxão e impediu que a espada cortasse a garganta de seu amigo.

— Alex, agora! — ela avisou, quando deu mais um puxão para o lado, tirando, por uma fração de segundo, o equilíbrio perfeito do espectro.

Com um forte solavanco, Alex conseguiu se desprender do braço que o segurava e deu dois longos passos, disparando seus raios de retardamento temporal contra o inimigo. Mas Renato previu o ataque e desviou, já lançando sua espada contra ele. Alex conseguiu evitar o ataque por pouco, cambaleando, e Fabiana caiu no chão ao ser puxada junto com o chicote enroscado na espada em movimento. O cavaleiro era muito forte, isso ela podia admitir, e ela ficou aliviada de saber que Alex também podia usar sua magia para aumentar sua força física, pois se não fosse por isso, ele não teria conseguido se soltar do braço firme do inimigo, mesmo que tenha conseguido tirar o equilíbrio dele com o chicote.

— Pessoal, o que a gente vai fazer? — perguntou Alex, parando ao lado deles, meio ofegante, mais pelo susto da nova tentativa de ataque do inimigo do que da pequena corrida.

Fabiana o olhou de relance, vendo um pequeno filete de sangue escorrendo do pescoço dele, e respondeu:

— Vamos lutar, né. Ou isso, ou a gente se fode.

— Sim, isso é óbvio, né, espertinha. Eu tô querendo dizer a estratégia. Temos que pensar em alguma.

— Eu acho que sei o que podemos fazer — comentou Luan. — Vamos nos dividir, cada um ficando de um lado diferente do meu pai. Ficar todos juntos no mesmo ponto, só vai facilitar as coisas pra ele.

— Boa ideia, cara — parabenizou Alex. — Vamos lá.

— Mas, Luan, se lembre de que essa pessoa que estamos enfrentando não é mais o seu pai, okay? — Luan deu um leve sorriso e assentiu para Fabiana, depois disso cada um deles correu e circulou ao redor de Renato, pronto para a batalha.

Fabiana enrolou o chicote ao redor do ombro e mexeu rapidamente em sua mochila, sacando dois pedaços de metal e ativando a magia deles: o primeiro se transformou numa espada de aço com chamas rosadas dançando em sua lâmina; e o outro virou um escudo médio, com uma grande cabeça de dragão dourada enfeitando seu centro. A garota não era muito boa com magias elementais ou de suporte, mas desde que entrara no Time Ren, notara que sua vocação mais notável era a criação de armas mágicas, das mais simples às mais complexas, e havia um bom arsenal delas em sua mochila, prontas para serem usadas.

“Ka-booom!” Inacreditavelmente, fora Luan o primeiro a atacar, lançando uma de suas bombas de calor contra seu pai, bem no momento em que Alex tentava chamar a atenção dele. O projétil de luz explodiu contra as costas do cavaleiro, e o desengonçou por um instante, o que deu a Alex a chance de disparar seus raios de retardamento para imobilizá-lo e dar um poderoso chute contra o braço dele, fazendo-o largar a espada. Fabiana viu sua chance, e avançou também, sua lâmina pronta para decapitar o espectro. Mas ela não conseguiu!

Fabiana ficou paralisada, sua lâmina a meio metro do pescoço dele.

Luan e Alex viram aquilo, e ficaram sem entender o que havia acontecido.

— O que foi, Fabi? — Alex viu que ela estava assustada, e tremia, deixando-o preocupado principalmente porque o retardamento já começava a falhar, e aos poucos Renato começava a se mover novamente.

Um dos braços do espectro se moveu com esforço para agarrar o pescoço da garota, e Alex entrou em pânico.

— Luan!

A exclamação fora mais do que suficiente para ele saber o que deveria fazer. Luan lutou contra todas as suas forças contra o que ainda o fazia recuar naquele instante e apontou as duas mãos para o cavaleiro negro; depois fagulhas dançaram em suas mãos, e ondas de explosão semelhantes as do personagem Katsuki Bakugo, do anime Boku no Hero Academy, emergiram, explodindo infinitas vezes contra o corpo do espectro.

O feito de Luan, de alguma maneira, fora o bastante para tirar Fabiana do torpor que se encontrava, pois ela recuara tão logo as explosões começaram. Ela cambaleou para trás, tremendo, e gritou:

— Pessoal, tenham cuidado com ele. Ele pode entrar na mente da gente e usar seus piores medos e emoções para nos torturar. — Lágrimas começaram a escorrer dos olhos dela. — Esse maldito é mais perigoso do que parece.

Todos ficaram alertas quando Renato saltou da cortina de fumaça e agarrou a espada no chão, avançando contra Fabiana, que defendeu o ataque repentino usando o escudo. A espada tilintou, em reprovação, mas ele não desistiu, já preparando um novo ataque. Fabiana moveu sua espada e começou uma dança desengonçada contra a do inimigo. Ela tinha a vantagem de portar uma espada mais poderosa, mas o inimigo tinha uma vantagem ainda maior: ele era um excelente espadachim; diferente dela.

Alex sabia que tanto ele quanto Luan não podiam usar seus ataques, sem arriscar atingir a amiga, então os dois correram, avançando para pegá-lo de perto. Renato pressentiu a aproximação deles enquanto atacava a garota, e viu quando o primeiro tentava atingi-lo com um soco enquanto o segundo lançava uma das mãos faiscantes. Com facilidade, ele desviou de ambos os golpes e atacou com sua espada, mas os dois escaparam ilesos — ou quase ilesos...

— Ahhhh! — Alex se esgoelou de dor quando três de seus dedos da mão direita caíram no chão, arrancados pela espada afiada.

Renato não demonstrou emoções pelo feito (como sempre!); apenas preparou-se para lançar um novo ataque, mas Luan percebeu suas intenções e o fez se afastar, ao disparar mais ondas de explosão. O cavaleiro desviou, recuando, e não percebeu quando uma Fabiana furiosa surgiu furtivamente pela sua direita, atacando com sua espada de chamas rosadas. Mesmo assim, ele tinha movimentos velozes, e apesar da inimiga estar quase em cima dele, conseguiu preparar uma manobra de desvio. Mas, por ironia do destino, ele tropeçou num corpo mutilado no chão, perto do painel do Just Dance, e sua esquiva fora parcialmente frustrada.

Fabiana conseguiu ao menos atingir uma parte do cabo da espada do espectro, e a lâmina do assassino caiu no chão mais uma vez. De longe, Luan viu o feito da garota, e sabia que não podia permitir que ele conseguisse pegar sua arma de novo, então disparou duas ondas explosivas, fazendo a espada deslizar pelo chão até onde deveria haver paredes de vidro (transformada em paredes comuns de cimento e tijolos graças ao espectro).

Renato saltou, afastando-se da garota, e correu na direção da espada, mas Luan lançou mais um ataque, e a arma atravessou a parede de cimento, que ondulou como água, fazendo o garoto ouvir algo como vidro se quebrando.

Vendo a corrida frustrada do espectro, Alex lutou contra a tremenda dor que sentia, e disparou o raio temporal com a mão boa, mais uma vez capturando o inimigo.

— Pessoal, eu consegui entender as habilidades dele. — O fato estranho ocorrido com a parede havia feito Luan chegar a uma rápida conclusão sobre todas as habilidades do inimigo. — A especialidade dele é criar ilusões, seja dentro da cabeça da gente, ou fora. As paredes que ele formou nas vidraças são a prova disso. Elas são falsas; não passam de hologramas.

Alex se levantou e Fabiana caminhou até ele, para conferir como estava o amigo; ambos ignorando a revelação de Luan, como se já houvessem sacado tudo aquilo bem depressa (o que o fez se sentir meio bobo).

— Vamos logo... acabar com ele. — Alex fez esforço para se levantar, seu rosto já meio pálido pela quantidade de sangue que havia perdido. Enquanto caminhavam na direção do espectro paralisado, Fabiana retirava uma toalha de rosto de sua mochila com propriedades mágicas e amarrou na mão de Alex, na tentativa de estancar o sangramento; mas ela sabia que ele precisava ir ao hospital logo, pois o tecido não evitaria muita coisa.

Os três ficaram ao redor de Renato, percebendo que, aos poucos, os movimentos dele retornavam outra vez, então se prepararam para dar o golpe de misericórdia, acabando com a luta.

Todavia, de repente uma aura roxa incendiou ao redor do espectro, e os três guerreiros caíram no chão, gritando e esperneando enquanto pesadelos terríveis viravam realidade em suas mentes: Fabiana se viu dentro de uma grande escuridão, diversos zumbis cambaleando ao seu redor e lhe agarrando, arrancando pedaços do seu corpo a dentadas cruéis — a dor mais real do que nunca; Luan estava acorrentado a uma rocha grande, submersa no fundo do mar, se afogando incontáveis vezes sem parar; e Alex estava no inferno, ou que parecia o próprio inferno bíblico, pois estava preso em uma viga de madeira, com diversos demônios de rostos horrendos perfurando-lhe o corpo com estacas pontudas, enquanto podia-se ouvir os sons próximos e distantes de gemidos de dor de outras pessoas no meio daquele lugar flamejante.

Não demorou muito para Renato recuperar seus movimentos e se levantar, encarando as presas caídas no chão, já quase convulsionando. Ele não podia matá-los com sua espada, mas eles definitivamente morreriam por causa de seu poder.

Era o fim dos três!

Logo eles morreriam...

Subitamente, uma estranha interferência psíquica invadiu todo o local onde o cavaleiro e os três combatentes estavam, fazendo a ilusão das paredes oscilarem por breves cinco minutos, antes de desaparecerem totalmente das vidraças que permitiam ver o hall do Centro de Convenções. Sem entender o que havia acontecido, o espectro olhou para baixo, vendo três rostos determinados e furiosos se erguerem.

“Salvem o futuro!”

A mensagem irradiou nas mentes de Alex, Fabiana e Luan, bem após as imagens e a mensagem de Renny chegar ao fim. E, com uma nova motivação preenchendo suas mentes e almas, uma nova fúria e determinação explodiram dentro deles. E os três atacaram o inimigo mais uma vez, não apenas para detê-lo — mas para salvar o mundo.

☯ ☯ ☯

A batalha contra Marcelo, o espectro telepata, parecia não caminhar bem para Ursula, Joana e Lucivanny. Já haviam se passado alguns minutos desde que Ursula conseguira convencer as duas a enfrentar o antigo amigo, mas era difícil atacá-lo e ainda evitar seus ataques ao mesmo tempo.

Ursula fazia o que podia para proteger as duas combatentes com seus escudos, mas Marcelo não possuía apenas uma habilidade especial, já que vez ou outra ele alternava seus ataques, ora lançando projeteis negros e pontiagudos no formato de penas, ora enviando descargas telepáticas que causavam fortes dores de cabeça em suas vitimas. E isso dificultava a ação de Ursula, já que produzir dois tipos de escudos ao mesmo tempo era complicado — sem contar que o cavaleiro a visava, entendendo que ela era o ponto chave para derrotar as adversárias.

No começo da luta, as duas combatentes tentaram avançar juntas pelas laterais, Lucivanny tentando atingir o espectro com as flechas mágicas de calor que ela projetava do arco prateado, enquanto Joana atacava diretamente com a espada comprida, mas Marcelo conseguia evitar os ataques, destruindo a flecha com sua espada e bloqueando a outra lâmina em seguida. Lucivanny viu a agilidade com que o espectro movia sua arma, e, sem perca de tempo, preparou uma nova flecha na hipótese de pegá-lo enquanto se defendia do ataque de Joana; mas ela não conseguiu lançá-la a tempo, quando o espectro usou sua mente e enviou descargas telepáticas, além dos dardos pontiagudos contra elas, ao mesmo tempo. Atrás, Ursula conseguiu criar uma barreira telepática para evitar que as mentes das duas garotas fossem atingidas, mas não pôde criar um escudo físico para evitar as farpas mortais, o que obrigou Joana e Lucivanny a recuar: a primeira se protegendo dos ataques com os braceletes de aço em seus pulsos; e a segunda correndo e desviando em meio ao perigo — um dos dardos lhe atingindo a coxa.

Depois da primeira ação mal sucedida, e incapacitada de correr, Lucivanny permaneceu ao lado de Ursula, gemendo de dor com o projétil fincado em sua coxa; mas aguentou firme, forçando seu corpo a ajudá-la enquanto dava suporte de longe para Joana, que novamente tentava atacar o inimigo com a espada em uma mão e o escudo na outra. Das três, Joana era a única com maiores capacidades de criar uma ofensiva eficaz, já que, quando entrou no Time Ren, usou o conhecimento mágico básico para criar armas semelhantes a da Mulher Maravilha — a super-heroína fictícia dos quadrinhos e desenhos animados que ela tanto amava e se orgulhava —; ganhando, assim, algumas das habilidades da guerreira amazona, como o poder de voar.

Após uma nova tentativa mal sucedida, quando Lucivanny disparou uma flecha contra Marcelo, Joana avançou mais uma vez, golpeando com sua espada e depois jogando seu laço mágico dourado, na tentativa de capturar o cavaleiro; mas ele recuou, voando para trás e esbarrando na parede dos fundos — já preparando uma nova saraivada de dardos. De imediato, Joana aterrissou no chão e se escondeu atrás do grande e redondo escudo mágico, se protegendo quando os projeteis voaram, se chocando e ricocheteando ao atingir o material. Protegida, ela estava atenta, caso o cavaleiro aproveitasse a situação para avançar discretamente com sua espada, mas ele não avançou. Então, de súbito, uma terrível dor invadiu a cabeça dela, a mesma que anteriormente quase a matara (Não! Era ainda pior que antes!), e ela gritou, sentindo seu cérebro chacoalhando por dentro, como se estivesse em um liquidificador.

Joana pensava estar imune aos ataques telepáticos do espectro, por causa de Ursula, e acabou esquecendo-se totalmente que Lucivanny e ela estavam indefesas contra os ataques dos dardos, e provavelmente se protegeram dentro de um escudo físico. Mas os dardos já não estavam se chocando mais contra o escudo e nem voando ao redor, e ela já deveria ter erguido a barreira telepática novamente. A estranheza da situação obrigou Joana a se virar para ver o que havia acontecido com as garotas, e ela ficou atônita ao ver que as duas estavam também caídas de joelhos, sofrendo os efeitos dos ataques telepáticos.

“Mas por quê?...” Joana estava confusa, e era difícil pensar com aquela dor terrível lhe matando, sem contar os barulhos de explosões, das batalhas dos outros membros do Time Ren que estavam perto dali. “Ah, não...” Joana entendeu a situação, quando se deu conta de que a onda de dardos era uma estratégia do espectro para obrigar Ursula a criar um escudo físico, assim ele poderia lançar o ataque psíquico e incapacitá-la de uma vez. “Três coelhinhos com uma cajadada só. Merda!” Com um esforço derradeiro, Joana obrigou seu corpo a se mover, e usou os restos de sua força disponíveis para arremessar seu escudo contra Marcelo.

O ataque veloz pegou o espectro concentrado e desatento de surpresa, atingindo-o no peito. O impacto potente do escudo rachou a armadura dele e o jogou contra a parede, e ele caiu no chão em seguida. Não demorou até Marcelo se levantar do chão mais uma vez e lançar uma nova onda telepática contra Joana e as outras duas; todavia, desta vez, a ofensiva não foi eficaz, totalmente bloqueada por uma Ursula, que estava ofegante e sorridente, apoiada no corrimão perto da escadaria do hall.

— Vai... ter que... ser mais rápido que isso... queridinho... — murmurou Ursula enquanto Joana corria até elas.

— Vocês estão bem? — As duas assentiram, mas Joana podia ver que não. Ambas estavam pálidas, suadas, e sangue escorria pelo nariz de cada uma. Ao ver a expressão ofegante delas, Joana se tocou que também não estava tão melhor quanto elas. — E então, alguma de vocês tem uma estratégia boa pra gente usar contra as duas habilidades dele?

As três se entreolharam, pensativas, mas ao mesmo tempo atentas às ações do inimigo, que permanecia imóvel e observador do outro lado. Então Lucivanny falou:

— Joana, você consegue produzir aquele ataque da Mulher Maravilha? O que ela bate os braceletes.

— Acho que sim — confirmou ela, lembrando-se da onda cinética que a personagem produzia ao chocar os dois braceletes. — Por quê?

— Bom, se tudo der certo, acho que sei como podemos vencer ele.

— Pois é bom esse plano dar certo, porque... — avisou Ursula, seu rosto novamente surpreso ao olhar para o espectro. — Parece que temos novos problemas!

Joana e Lucivanny se viraram e viram quando uma aura branca brilhou ao redor do corpo de Marcelo, enquanto ele voava novamente com olhos fechados e as pernas cruzadas em posição de lótus, enquanto dezenas, não, milhares de milhões de dardos luminosos no formato de penas surgiam — uma infinidade mortal e reluzente pronta para banhar toda a área com a própria morte.

Marcelo abriu os olhos de repente, luzes fluorescentes pairando em seus globos oculares, e ele as encarou friamente, totalmente focado nelas — então as infinitas luzes pontiagudas começaram a se mover na direção delas...

— Preparem-se! — gritou Joana, tomando a frente.

E nesse instante, apenas quatro segundos antes da chuva mortal as atingir, a mensagem telepática de Renny parou o tempo e invadiu a mente das três garotas.

“Salvem o futuro!” é a mensagem que as motivará ainda mais.

Porém... ela será útil para salvar as três da morte eminente?


Notas Finais


Próximo capítulo está previsto para sexta da semana que vem. As batalhas já estão prestes a chegar ao fim, e a conclusão se aproxima. Devem estar se perguntando onde está Sauron, que ainda não deu as caras. Bem, logo, logo ele vai aparecer e o babado vai ficar ainda mais tenso nas batalhas finais.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...