História Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - Relâmpagos Cortam O Céu

Park Jimin

Abril 2017 - 09:44 a.m

Escola Sogang Business

_____ faltou no dia seguinte, não a culpava por isso, deve estar se sentindo humilhada, despedaçada, completamente desolada pelas coisas que minha boca suja disse. Eu sou um tremendo idiota, consigo afastar todos que se importam minimamente comigo, consegui a afastar a garota que mais chegou perto de ter meu afeto depois de tantos anos.

Meus amigos não falam comigo, me ignoraram quando fui dirigir minha palavra á eles. Não era pra menos, eu não percebi, mas estavam lá quando cortei _____ com minhas palavras. Eles não fizeram nada na hora, talvez por estarem tão chocados quanto a garota, mas me ignoraram hoje. Taehyung estava com um olhar triste, já Jungkook estava com um olhar repleto de ódio. Não o culpo também, ele gosta muita da garota. Até algumas amigas de _____ brigaram comigo, garotas que eu nem sabia que existia vieram tirar satisfação comigo e uma delas quase veio para cima de mim, só não me acertou com um chute porque as outras garotas segurou-a antes de terminar o ato. Pessoas que nunca ousaram dirigir-me uma palavra me enfrentaram.

Não culpo ninguém. Eu sou o culpado disso tudo, inteiramente eu, somente eu. Escutei todos os xingamentos, broncas e gritos de cabeça abaixada, não tive forças para responde-los.

Eu sinto falta dos sorrios dela, das risadas, das bufadas que soltava quando eu a irritava minimamente. Sinto falta até de como ficava quieta ao meu lado apenas para poder ficar comigo. Eu sinto falta dela. Seu jeito brasileiro de ser, seu coreano atualizado, porém, com alguns deslizes aqui e ali.

Eu sempre estive acostumado com a solidão, sempre estive acostumado com o olhar enojado ou assustados das pessoas, sempre estive acostumado com o afastamento delas.

Mas a solidão nunca pareceu tão dolorosa quanto agora.

✴

Quando cheguei em casa, peguei meu celular a procura de mensagens, entretanto, ele não vibrou uma vez sequer hoje. Desejei que Taehyung me mandasse uma mensagem, dizendo que marcou de sair com ____ e Jeon para algum lugar qualquer, achando que eu não aceitaria de imediato e mandando alguma ameaça. Mas, se ele me chamasse, eu iria aceitar na mesma hora. Eu queria uma mensagem de qualquer um dos três, eu só queria uma mensagem.

Subi para meu quarto e deixei meu corpo morto cair encima da cama, afundando minha dor e minha tristeza naquele móvel confortável. Eu queria chorar, mas já não me restava lágrimas para fazê-lo. Eu chorei por muito tempo em minha vida, chorei tanto que minhas lágrimas se esgotaram, pelo menos eu acho que esgotaram.

Abril 2017 - 07:23 p.m

Minha casa

A chuva lá fora ficava cada vez pior, os pingos caíam como pedras nas janelas e faziam barulhos violentos, assim como os relâmpagos que cortavam o céu e gritavam assustando Iara e Leslie com o barulho e com a luz branca ofuscante.

Meu pai não estava em casa, viajou em uma turnê com os meninos da banda que cuida e ficará fora por uma semana, eu agradeci e lamentei por isso. Agradeci por não ter que me preocupar em sorrir e esconder minhas lágrimas quando estivesse em sua frente e lamentei por não poder ao menos ouvir sua voz calma me confortando sem saber o que estava acontecendo dentro de mim.

Eu me sentia um misto de emoções. Completamente bagunçada pelo o que acontece no dia anteontem - Quinta-Feira, para ser mais exata-. As palavras de Jimin caíram sobre mim com tanto peso que chorei o resto do dia, chorei na sexta de manhã e fui incapaz de ir a escola, chorei por não conseguir sorrir e chorei até porque não conseguia parar de chorar.

Inúmeras pessoas me mandaram mensagens, pessoas que viram a humilhação, pessoas que ajudei, todos estavam atrás de mim. Jungkook, Taehyung e minha melhor amiga até me ligaram, parecia que, enquanto um discava meu número, um ligava e o outro tentava novamente. Mas eu estava tão... Amargurada, que acabei não atendo seus chamados.

Todas ás vezes que fechava meus olhos, lembrava-me dos olhos enojados e ameaçadores de Park Jimin, lembrava de suas palavras pesadas e de sua voz ríspida. Eu dei um tapa nele, achei que, na hora, eu irei me sentir melhor, mas eu estava enganada. Aquilo só piorou as coisas dentro de mim. Eu não me arrependia por tê-lo agredido daquela forma, afinal, ele mereceu, mas me arrependia por ter perdido a linha que tanto me segurei para não perder.

As palavras que ele dissera me machucou muito mais que o tapa em si.

Agora, aqui estou, jogada no sofá da sala em plena noite de sábado e com o rosto fechado, acho que ninguém me reconheceria caso me visse agora, sem aquele sorriso marcante. A TV estava ligada, nela passava algum filme de comédia, mas eu não prestava atenção por estar ocupada demais com as lágrimas que desciam de meus olhos e os deixava mais vermelhos e inchados do que já estavam.

Esse era um de meus defeitos. Eu segurava tanto as lágrimas, esforçava-me tanto para não chorar que, quando não aguentava mais, acabava soltando tudo de uma vez. Acabava soltando todas as lágrimas que segurei em diversas ocasiões. Às vezes eu esquecia que chorar é humano e faz bem, chorar às vezes pode te aliviar tanto quanto um sorriso.

"Toc Toc"

O som de batidas na porta ecoou pela sala, fitei a peça de madeira forte e escura por longos segundos, perguntando-me quem seria o louco de vir até aqui embaixo dessa chuva.

Meu desanimo era óbvio quando me levantei do sofá, eu praticamente rastejei até a porta. Não me preocupei em perguntar quem era ou olhar no olho mágico, eu estava distante demais para fazer algo do tipo.

Abri a porta e estagnei com o que vi na minha frente. Um Jimin completamente encharcado pela chuva. Seus cabelos pretos estavam tão molhados que sua franja grudou em sua testa e cobriu um pouco de seus olhos, ele estava pálido, tão pálido quando açúcar e tremia por debaixo das roupas molhadas. Seus lábios estremeciam de frio, mas ainda estavam vermelhos. Respirava pesado, quase que arquejando, deve ter corrido uma boa distância para chegar aqui.

- Me desculpe...

Caiu de joelhos na escada redonda de dois degraus que ficava grudada na porta.

- E-eu fui um completo idiota... - balbuciava, percebi que, além da água da chuva, lágrimas molhavam seus olhos e seu rosto. - Eu não queria ter dito aquelas coisas, não era eu, ____, não era eu. Eu sei que te machuquei com aquilo, mas acredite, eu também saí machucado na história. Acho que, no fim, eu acabei como sua mãe. - ele abaixou os olhos. - Eu sou louco, ____. Louco por querer te afastar, louco por dizer aquelas coisas, louco por achar que tinha apenas ódio quando, na verdade, eu sou um poço de tristeza. Eu me sinto sozinho, eu me sinto triste, eu me sinto quebrado. Eu não quero mais isso! Eu não quero mais sofrer desse jeito, não quero mais ficar sem você! - ele praticamente gritava de cabeça abaixa. - ______... - levantou a cabeça e seus olhos se encontraram com os meus. Tão sôfregos quanto suas palavras. - Por favor, ____, me perdoe! Eu sou maluco, já me tornei um faz tempo, mas nenhum hospital, remédio ou médico vai me curar! - suplicou. - Quero que você seja minha cura. Seus braços serão meu hospital, meu médico será sua voz e meu remédio será você.

Jimin...

- Eu estou preso dentro de mim, estou morrendo. Não quero ficar sozinho. - abaixou a cabeça mas logo voltou a erguê-la, olhando-me com uma profundez irreal, exalando sentimentos que eu não consigo encontrar palavras para descrevê-los. - Por favor, ____, salve-me. Me salve de mim mesmo.

Eu estava estagnada, completamente em choque pelo o que estava acontecendo. Não conseguia falar, não conseguia me mexer, até duvidei de que estava mesmo respirando, pois era difícil fazer alguma coisa com toda aquela cena. Eu batalhava contra mim mesma, deveria aceitar, ou fechar a porta em sua cara e esquecê-lo para sempre?