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História Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - Perto da Primavera


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 2 - Perto da Primavera


Fanfic / Fanfiction Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - Perto da Primavera

Março 2017 - 13:23 a.m

Escola Sogang Business

Enquanto os alunos saíam apressados para fora da sala, eu me despedia de minhas amigas calmamente. Pra que a pressa? No final, iria chegar em casa do mesmo jeito.

– Tchau, Kookie! – acenei para meu melhor amigo do outro lado do lugar, ganhando um sorriso e um aceno como retribuição do mesmo.

Feito isso, eu saí daquela sala carregando minha mochila em apenas um ombro. Enquanto passava pelos corredores ganhava alguns sorrisos e alguns acenos, os quais eu retribuía com grande prazer, até avistar uma pessoa ao longe. Com moletom de capuz preto.

Me aproximei do garoto que esbarrou em minha hoje de manhã, tocando em seu ombro de leve e o vendo virar devagar para me ver.

– Oi... – cumprimentei-o com um sorriso.

Ele não respondeu, apenas acenou com a cabeça e voltou a andar, achei estranho, mas tornei a segui-lo. Logo o alcancei novamente, agora caminhando lado a lado.

– Por que está me seguindo? – não continha alteração na voz, ela estava neutra.

– Não estou te seguindo, estou caminhando do seu lado, estaria te seguindo se estivesse atrás de você. – expliquei com o propósito de fazê-lo rir, mas ele continuou sem expressão. – Qual é o seu nome?

– Por que quer saber? – perguntou virando o corredor para saída comigo em seu encalço.

– Porque eu gosto de saber o nome das pessoas – sorri.

– Qual é o seu nome?

– Eu perguntei primeiro! – alaguei.

– Só irei te responder quando responder a minha pergunta.

Ele sorriu, foi a primeira vez que o vi sorrir naquele dia, contudo, não era um sorriso sincero, com emoção, parecia mais um sorriso... Automático. 

– ______ – respondi dando-me por vencida. – Meu nome é ______.

– _____? - repetiu olhando-me. – Nome diferente.

– É porque eu sou estrangeira. – expliquei apontando para meu rosto, aquilo deveria ser óbvio por conta de minha aparência. – Brasileira.

– Ah. – disse apenas.

Quando saímos do colégio a brisa do verão atingiu meu rosto e balançou meus cabelos, trazendo consigo o cheiro das árvores floridas ao redor do lugar. A grama era verde e bem cuidada, as árvores estavam florescendo naquela época do ano e com elas traziam seus perfumes.

Fechei meus olhos afim de curtir aquele momento — um dos momentos que mais amo nos meus dias — e, quando voltei a abri-los, o garoto já não estava ao meu lado, e sim ao longe, andando pelas ruas.

– Você não me disse seu nome! – avisei em um grito por conta da distância.

– Eu sei. – gritou de volta e se virou para me encarar, mas não parou, continuou seu caminho andando de costas.

– Você disse que iria falar! – atraímos a  atenção de alguns alunos, mas eu não me importava com isso.

– Eu menti! – ele sorriu novamente e virou de costas para mim, andando do jeito correto agora.

Dessa vez, por mais que fosse pouco pra cacete, seu sorriso continha um pingo de sentimento. Sinceridade.

~•~

– Cheguei. – avisei com um cantarolar quando entrei em casa. – Papai?

A porta da frente levava a sala, e esse local estava vazio. Olhei para a mesa retangular que ficava ao lado da porta com um vaso de flor, procurava pela bolsa de meu pai, entretanto, ela não estava lá.

Será que ele vai demorar como ontem?

Meu pai trabalhava em uma empresa de entretenimento, no caso, essa se chama Big Hit, ele é como se fosse o "sócio", só não ganha a quantia exata de um. Eu também trabalho, mas somente alguns fins de semana, trabalho em um Pet Shop no final da minha rua, não ganho muito, mas não trabalho lá pelo dinheiro.

Depois de me certificar que meu pai não estava em nenhum lugar do andar de baixo, eu subi as escadas e me encontrei com o segundo andar. O quarto dele estava vazio, a lavanderia também, os banheiros também, então, fui para o meu quarto e o encontrei vazio também. O único ser vivo que está aqui é minha cadela Iara. Meu gato, Leslie, não está aqui, provavelmente deve ter ido na casa da vizinha novamente. Ás vezes tenho medo que aquele sacana me troque por ela.

Iara é uma pastora alemã, adotei ela em um abrigo que também trabalho de vez em quando, ela e Leslie não têm aquela rixa comum entre cães e gatos, na verdade, eles se dão muito bem. Acho que é porque Leslie é preguiçoso demais para brigar, ele prefere debochar do oponente e se deitar na minha cama.

Soltei minha mochila na cama e fui cumprimentar minha bebê.

– Oi!!! – falei animada com aquela voz melosa. – Tudo bem com você, meu amor?

É incrível como os animais conseguem nos fazer de idiotas facilmente, apesar dos bebês também serem uns fofos, os animais sempre conseguem de imediato essas nossas vozes melosas.

– A mamãe vai se trocar e daí vamos dar uma volta, okay?

Ela latiu e eu acabei por sorrir, sabia que ela não entendia tudo que eu dizia, mas alguma coisas já tinha noção. Terminei de afagar sua cabeça e me levantei, indo em direção ao meu guarda e abrindo-o para pegar uma roupa fresca de passeio.

– Vestido? – perguntei e me virei um pouco meu pescoço para ver Iara.

Ela latiu parecendo nervosa, isso é um "não".

– Okay... – passei os dedos pelas peças. – Short e regata?

Mais um não.

– Short e blusa! – sorri e olhei-a esperançosa.

Como eu esperava, ela latiu novamente, mas agora entusiasmada, como se falasse um "sim".

Como Iara queria — às vezes me sinto boba por deixar minha cachorra escolher minhas roupas — peguei um short jeans um pouco acima das coxas e uma blusa de mangas curtas com caimento nos ombros. Depois, peguei um tênis em um armário cheio de sapatos e coloquei no chão ao lado de minha cama. Iara avançou para morder os cadarços, mas eu soltei um "não!" repreendendo-a, então ela se afastou.

Assim que estava pronta, prendi meu cabelo no alto e fui até o espelho, não sou a pessoa mais vaidosa do mundo, mas eu gosto de me arrumar bem. Peguei a corrente de Iara que ficava na minha cômoda ao lado da cama e prendi em sua coleira.

– Prontas! – sorri.

Março 2017 - 13:47 p.m

Uma rua qualquer.

Depois de praticamente darmos a volta no bairro eu senti a vontade repentina de ir no parque mais próximo. Nessa época do ano a água do lago dele ficava cristalina e a gente consegue ver os peixes com mais facilidade, além das flores que desabrocham nos canteiros e nas árvores. Não estamos na primavera ainda, estamos perto, o que nos leva a ver as belezas antecipadas da estação.

– Vamos no parque Iara? – perguntei e ela se animou. – Deixo você tomar sorvete.

Iara ficou empolgada, praticamente começou a correr, levando meu corpo junto. Adorava isso nela, a empolgação, a felicidade, o carinho. Pode não ser muito, mas teve dedo dela, ou melhor, teve pata dela para eu ser tão feliz como sou hoje.

Quando chegamos no parque ele estava consideravelmente vazio, apenas alguns casais e crianças brincavam, mas eram bem poucas. Comecei a andar pela beira do lago, vendo os peixes nadarem e vendo Iara se animar e persegui-los com a cabeça. Ela se distrai fácil. Além daquilo, aproveitei para apreciar as flores nas árvores, não eram grandes variedades de cores por ainda não ser a primavera, mas agradava a vista do mesmo jeito.

Esse parque foi meu refugio por muito tempo, na época em que eu era uma pessoa... Morta? Não literalmente, eu apenas não vivia como queria, eu sobrevivia. Mas, hoje eu devo ser a pessoa mais viva da terra e graças a isso, eu gosto de compartilhar essa minha alegria com as pessoas. Gosto de ver aquelas pessoas fechadas e opacas sorrirem e se tornaram pessoas abertas e brilhantes.

Uma pessoa naquele lugar não estava sorrindo, na verdade, estava sentada em um dos bancos de um jeito desleixado e novamente sem expressão.

– Olá! – cumprimentei-o quando parei na sua frente.

– Meu deus, você está me perseguindo?! – não parecia irritado, apenas incomodado. 

– Não, esse é o meu parque favorito, não tenho culpa de você escolher logo esse para vir

Me sentei ao seu lado sem esperar permissão, ele resmungou, mas não se levantou ou me mandou ir embora, apenas se afastou um pouco.

– Ainda não me disse seu nome... – lembrei.

– E não vou dizer. – estava sendo curto e grosso comigo, coitado, se ele soubesse que eu não me abalo facilmente com esse tipo de comportamento.

– Por que não quer dizer? Ele é um nome estranho? – indaguei curiosa.

– Sua cachorra parece entediada. – mudou de assunto. – Por que não volta a andar com ela?

Olhei para Iara e a mesma olhava-me perdida, não entendendo o que estava acontecendo. Eu queria ficar com ele, mas Iara não tinha que pagar por isso, então, soltei a corrente de sua coleira e deixei que corresse pelo parque.

– Pronto. – apoiei meus cotovelos nas pernas e meu rosto em minhas mãos. – Agora me diga seu nome.

– Aish! Park Jimin, caralho, meu nome é Park Jimin. – praticamente vociferou virando o rosto para não me olhar. – Você é irritante.

– Eu sei, é uma das minhas qualidades. – brinquei

– Isso não é uma qualidade, – ele me olhou. – é um defeito.

– Gosto de pensar que é uma qualidade.

–  Boa sorte então.

Jimin não era o gótico, na verdade, ele apenas era opaco e fechado. Aparentava ser daquele tipo que não se importa com ninguém e nem consigo mesmo, que só vive com um propósito: não quer tirar a própria vida. Para ele vivo ou morto não importa, pois ele já nem chama mais o que faz de viver. Em seus olhos não tinham sonhos, em seus sorrisos não tinham esperança e em suas risadas não tinham alegria, era como se elas fossem automáticas, risadas apenas por fora, porque por dentro ele estava chorando.

– Vai ficar me encarando assim ou o que? – disse ríspido. – Tire uma foto que dura mais.

– Só estou tentando te decifrar. – expliquei sem alterar a voz.

Ele revirou os olhos e virou o rosto na direção oposta novamente.

– Você me parece um cara fechado, não o típico gótico das trevas, e sim uma pessoa triste. – minha voz agora falava com gentileza, quase tão meiga quanto a que uso para falar com animais. – Seus sorrisos são sem sentimentos e você não fala como se estivesse vivo, seus olhos mostram um final obscuro e você não gosta de se abrir pro mundo. Parece que, você já sofreu tanto, que se fechou em um mundo sufocante. Você esconde bem suas emoções.

Park se virou em câmera lenta, olhando-me de forma neutra, mas eu enxergava que estava surpreso por dentro. Eu tenho uma certa mania de ler as pessoas como se fossem livros, descobrir suas histórias, seus pensamentos... Suas emoções.

– Decifrar as pessoas... – falou fitando-me. – Isso é um defeito ou qualidade?

– Talento – respondi orgulhosa. – Diga-me, eu acertei? Consegui decifrá-lo?

–Não. – respondeu de imediato e se levantou. – Eu não tenho tristeza.

Enquanto andava para longe, se virou.

– Eu tenho ódio.

Voltou a ir embora.

Foi então que eu percebi, ele mentia para si mesmo. Dizia que não tinha tristeza, que era apenas um garoto egocêntrico e raivoso, porém, a verdade era outra. Park Jimin era triste sim, ele tinha mágoa, ódio, confusão... Ele era triste, só não queria acreditar nisso.

– Iara! – chamei-a e vi a mesma correr em minha direção. – Vamos para casa, querida.

Começamos a caminhar para fora do parque.

– Iara... – ganhei a atenção da mesma. – Eu vou ter que ajudar uma pessoa.

Park Jimin

Março 2017 - 14:24 p.m

Minha casa

Quando entrei em casa o vazio me deu um tapa no rosto com força. Eu me joguei no sofá e deixei o peso afundar as almofadas, levando consigo o meu cansaço.

Fui naquele parque afim de ficar sozinho, como sempre, mas acabei tendo um encontro inesperado com aquela brasileira. Não a culpo por querer se aproximar, provavelmente ela é o tipo de pessoa que adora se envolver com humanos problemáticos para tentar ajudá-los.

Mas adivinha, eu não vou ser mais um desses humanos. Eu não preciso da ajuda dela. Inúmeras pessoas já tentaram me ajudar, afastei todas sem um pingo de dó, às vezes magoava, às vezes machucava. As únicas pessoas que me importo minimamente são alguns míseros amigos. E nem para eles eu ligo tanto.

–Me decifrar, é? – sussurrei para mim mesmo. – Vamos por quanto tempo essa aí vai conseguir me aturar.


Notas Finais


Agora vai demorar um pouquinho, é só pra compensar o capítulo pequeno de ontem! Beijos❤


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