História Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - O Passado Dele

Park Jimin 

Junho 2017 - 10:34 a.m 

Minha casa 

Aos poucos, abri meus olhos deixando a luz que entrava pela janela me dizer um "olá" amistoso. Antes de qualquer coisa, eu abri um sorriso enorme ao lembrar do que aconteceu hoje de madrugada e ao sentir fios de cabelo roçarem em meu peito, causando-me cócegas. Me remexi embaixo da garota e consegui me desvencilhar de seus braços sem acordá-la, agora apoiando-me em um dos antebraços e fitando-a com paixão. 

_______ é linda, tão inda que dói. Seu rosto sereno enquanto dorme se tornava a melhor paisagem que alguém poderia ter ao acordar, ainda mais porque escapava-lhe um sorriso fraco. Seus cabelos caídos no travesseiro se mesclavam com a cor branca dele, tão brilhantes e macios como os dos comerciais de shampoo. Apesar de estar com as pálpebras fechadas, eu ainda consegui imaginar seu olhar apaixonado que exalava luxúria há um tempo atrás. O sorriso dela deixava-me desconcertado, mesmo que fraco, ainda conseguia me balançar por ter que imaginar o que estava sonhando. 

- Ei, princesinha? - odiava-me por ter que acordá-la, mas ao mesmo tempo estava ansiando para vê-la esfregar os olhos e sorrir com as bochechas fofinhas. - Acorda, amor. 

Bem devagar, a garota abriu os braços e se espreguiçou ainda de olhos fechados, fazendo seu rosto virar uma linda careta. Beijei o canto de seus olhos com carinho, agora observando-a abri-los e exibir um sorriso mais que brilhante. Seus braços rondaram meu pescoço e ela depositou um leve selar na ponta de meu nariz, se afastando em seguida. 

- Estamos muito melosos. - não parecia incomodada com aquilo. 

- Começo de namoro é sempre assim, querida. - afagar sua cabeça era uma das coisas que eu mais gostava. - Depois a magia acaba. 

- Então, quero ficar assim com você pra sempre, a magia não pode acabar! 

- Não vou deixar que apague, jamais! 

Acho que deveríamos nos levantar e ir preparar um café da manhã reforçado, mas acho que concordamos que ficar na cama trocando carícias era bem melhor. 

- Ei, quer conhecer meu pai? Ele volta hoje de viagem. O nome dele é Felipe. - indagou de repente. 

Um certo receio cravou-se em meu peito, não estava entrando em pânico, mas ainda assim um pouco de medo se acomodava em meu âmago. 

- E se ele não gostar de mim? - tentei disfarçar minha ansiedade. 

- Ora, ora, está nervoso? - semicerrou os olhos com um sorriso provocante. - Você não é o Park Jimin todo convencido de si? Está com medo de ser odiado pelo sogrinho? 

Engoli em seco virando meu rosto para o lado, não queria demonstrar que estava me sentindo como um passarinho na jaula. Odiava ser intimidado, odiava mais ainda por ser minha namorada que me intimidava. Tateei os lençóis da cama com dedos inquietos, ainda evitando contato visual com a garota que ria de mim. 

- Relaxa, você é um amorzinho, ele vai gostar se você. - se levantou da cama jogando os lençóis.

- Aonde você vai? - agora olhava-a normal, assim escondendo o momento constrangedor de segundos atrás. 

- Vou pra casa, arrumar algumas coisas antes dele chegar. - já procurava suas roupas, entretanto, só conseguiu o short e a calcinha, pois o resto estava no corredor. 

- Não vai nem tomar café comigo? - usei meu olhar de cachorro abandonado e fiz beicinho. 

- Ah, amor, não faz essa cara. 

_____ veio até mim novamente, sentando em meu colo e abraçando minhas costas. Desci meus olhos para seus seios e, com apenas um olhar, já conseguia sentir minha "animação" voltando. Comecei a distribuir beijos em seus seios no intuito de fazê-la desistir da idéia de ir embora. Minha princesinha soltou um gemido baixo com meus lábios quentes tocando sua pele e agarrou firme os cabelos de minha nuca, deixando um rosnar escapar de minha boca que logo foi abafado por mais beijos que distribuira. 

- J-Jimin... - gemeu em relutância. 

Rodeando sua cintura com meus braços, eu tomei impulso e a joguei para o lado junto com meu corpo, caindo por cima dela. 

- Segundo Round. - voltei a tomar seus seios. 

Junho 2017 - 03:43 p.m 

Minha casa

-Então ele vem aqui hoje? Vocês finalmente pararam de drama... - meu pai falou pacificamente, entretanto, pude perceber um pouco de maldade em seu olhar. 

- Pai... - murmurei desconfiada. - Ele já está nervoso, não fique provocando o garoto. 

- Ah, filha! - gesticulou suspirando alto, fazendo uma careta de súplica. - Uma brincadeirinha só não mata!

- Pai... 

- Por favor! Prometo não exagerar. - juntou as mãos implorando. 

- Tá! - fechei uma de minhas mãos em frente à boca abafando o riso. - Mas não apavore o meu menino!

- Okay... - estreitou os olhos. 

Ele vai aprontar... 

Junho 2017 - 05:43 p.m 

Minha casa

Depois de deixar tudo pronto, inclusive de me aprontar, me juntei ao meu pai no sofá da sala para esperar meu querido namorado. Papai semicerrava os olhos e ria de canto com uma careta engraçada, percebi que iria rir muito com esses dois. 

A campainha tocou, eu e meu pai levantamos em sincronia, ajeitei meu vestido pela décima quinta vez e fui até a porta. Eu não estava particularmente nervosa, um pouco ansiosa. Abri a porta e me dei com um Jimin petrificado, um semblante assustado que chegava à ser cômico. Também prestei atenção em sua roupa, um termo preto de gala, sapatos sociais e gravata azul. Sério que ele se preparou tanto só para conhecer meu pai que está com uma calça jeans surrada e camisa branca? Coitadinho. 

- Então... - pigarrei. - Jimin este é o meu pai, pai este é o Jimin, meu namorado. 

Achei que isso faria ChimChim tomar alguma iniciativa, mas ele permaneceu como uma estátua. Já meu pai levou uma das mãos até o queixo e afagou os fios aparados de barba que lá estavam, semicerrando bem os olhos e curvando os lábios para baixo, como se estivesse estudando meu namorado. 

- Jimin, é? Esse é o seu primeiro nome? - indagou com um tom de voz suspeito. 

Chimchim ficou em silêncio, encarando meu pai de um jeito hilário. Segundos depois, o eficiente cérebro dele processou todas as informações e ele piscou algumas vezes como se estivesse sendo reiniciado. Abafei meu riso com uma de minhas mãos e esperei que respondesse. 

- N-não, meu nome é Park Jimin. - estendeu a mão para meu pai, mas ele ignorou-a friamente, sem nem olhá-la. 

- Hum... 

Meu genitor cerrou ainda mais os olhos, deve estar vendo apenas um borrão agora. Ele acariciava sua barba imaginária enquanto media o garoto dos pés a cabeça, assim, o deixando ainda mais inquieto. Toda aquela cena me fazia ter a enorme vontade de garglhar, mas me segurava, seria muito maldoso. Percebi que uma gota de suor escorrer pela testa de Jimin quando meu pai abriu a boca: 

- Não! Não dá, não aceito. Vocês não vão namorar, acabou aqui tudo entre vocês. Vá embora. - meu pai dizia balançando a cabeça de forma negativa. 

O adulto fechou a porta sem batê-la, olhou para mim com os olhos marejados de tanto segurar a risada. Contorci a boca em uma expressão engraçada e, depois de segundos rindo, ele abriu a porta. Park ainda estava lá, congelado, nem piscava, completamente em choque. 

- Eu tô brincando, rapaz! - o mais velho falava já com um ar descontraído, totalmente diferente do anterior. Passou um dos braços pelos ombros de Jimin e puxou-o para dentro. - Não precisa ficar desse jeito, não sou um monstro que irá abrir teu estômago e comer tuas tripas. Fique tranquilo. Você é muito bem-vindo nessa casa. 

Jimin que ainda mastigava as palavras, piscou os olhos freneticamente enquanto reiniciava seus processador, trocou olhares entre todos ali na sala - apenas nós - e depois suspirou alto, aparentando um grande alívio. Pôs-se á sorrir, relaxando seus músculos da tensão que os seguravam e agora já parecendo mais ameno.

Aparentemente, os dois pareciam que iam se dar bem, afinal, meu pai é "tranquilo" nesse quesito. Por um momento, achei que ia ser ignorada, mas Jimin desvencilhou-se de meu pai e me cumprimentou com um selar nos lábios, depois voltou para meu pai com um sorriso que mal cabia-lhe no rosto. Com certeza ele conquistava tudo com seu eye smile, tão fofinho que machuca.

- Espero que goste de salmão, eu fiz culinária japonesa, salmão grelhado com legumes cozidos e arroz solto, é parecido com o brasileiro, contudo, tem algumas coisinhas especiais. - ele parecia orgulhoso em falar isso. 

- Você que fez, pai? Tem certeza? - minha boca fez um bico de convencimento. 

Felipe torceu o nariz, agora mostrando a língua em uma careta engraçada, parecia até uma criança. 

- Certo, ela que fez. - suspirou como se estivesse desapontado consigo mesmo. - Mas eu ajudei. 

Eu balancei minha cabeça satisfeita com a verdade. O convidado ria, nem tão alto e nem tão baixo, ele emitia uma risada gostosa de se ouvir, relaxada. 

Poucos minutos depois, todos já estávamos sentados em seus lugares na mesa e saboreando aquela deliciosa refeição, modéstia a parte, feita por mim. Posso ser ruim em muitas coisas, como jogos de corrida e futebol, no entanto, a cozinha é quase minha segunda casa. 

Papai e Jimin conservavam normalmente, sem aquela atmosfera pesada de antes, agora os dois falavam sobre assuntos aleatórios enquanto sorriam descontraídos. Meu papel era observá-los, adorava ver como riam alto quando um fazia algum comentário engraçado. Felicidade é o que eu sinto no momento, afinal, tudo parece finalmente entrar nos eixos.

✴ 

Depois do jantar, eu iria levar Jimin até a esquina, mas decidi que seria melhor passarmos no parque antes, uma conversa á sós nos cairia bem essa noite. 

Andamos lado à lado, de mãos dadas como um verdadeiro casal - e finalmente somos -. O parque é próximo de minha casa, então não nos custou muito tempo para chegar lá e sentarmos na grama ao invés dos bancos de madeira clara. Como em noites de filmes românticos, o céu estava limpo, assim, ele nos proporcionava uma bela visão das estrelas e da lua que lá estavam. 

- Então, acho que nem preciso perguntar se você se divertiu, né? - falei entre risadas. 

- Foi tão legal! - esbanjava entusiasmo. - De primeiro eu fiquei muito assustado quando ele me mandou ir embora, mas depois relaxei quando percebi que era apenas uma brincadeira. Seu pai é tão camarada... Tão diferente dos outros. 

- Ah, então quer dizer que você teve muitas namoradas? - fingi um ciúmes excessivo. 

- Não, quer dizer, sim... - apertei meus lábios em um bico e o olhei raivosa. - Aigo, _____! Não me olhe desse jeito, eu não tive muitas namoradas, okay? 

- Tudo bem, idiota! Eu estou brincando. 

Gargalhamos alto, sem se preocupar se aquilo atraíra atenção. 

- O senso de humor da sua família é ótimo. Aliás, quero conhecer sua mãe, se possível. 

Aquele perguntar causou-me um remexer. Eu gostaria muito que ele conhecesse minha mãe, mas tenho medo de levá-lo em um dia que ela esteja lúcida demais, assim, causando uma confusão.  

- Tudo bem. - o desconforto era nítido em minha voz. - Mas eu tenho que ver em qual dia será melhor para levá-lo. Provavelmente ela vai esquecer de você, mamãe não consegue se lembrar das pessoas por muito tempo, nem dos enfermeiros ela lembra. Tenho sorte por ainda lembrar-se de mim. 

A tristeza já batia na porta do meu coração, mas eu não permitiria que entrasse dessa maneira. Park também pareceu perceber isso, portanto, beijou-me na testa e depois me acariciou com um afagar delicado em meu cabelo. 

- Certo, pode me dizer quando eu posso, eu irei. 

Aquela conversa me trouxe uma coisa à tona. Apesar de conversamos diversas vezes, Jiminnie nunca me falou nada à respeito de seus pais. De repente, me senti uma péssima namorada por não ter ao menos a decência de perguntar sobre eles. Hoje de madrugada, quando estive em sua casa, ela obviamente estava vazia, apenas eu e ele estávamos lá. Ou os pais dele estavam viajando, ou não moravam com o filho.

- Ei, Jimin, e os seus pais? Eles moram contigo? - indaguei curiosa. 

- Ah, não. Meu pai morreu quando eu 14 anos, sofreu um acidente de carro, isso foi um dos motivos para eu entrar naquela frieza toda. Eu não estava tão ruim, mas minha ex-namorada mudou isso, ela me traiu e depois fugiu com um cara, abandonou a Coréia e foi viver no Japão com os avós. - o rancor na voz de Jimin me incomodava, podia perceber a tristeza em sua voz, a mágoa por ter sido abandonado. - Já minha mãe mora aqui em Seoul, mas ela é estilista, então está sempre viajando. Nossa casa é um pouco afastada de seu ateliê, então ela comprou um apartamento para si mesma mais perto da empresa e deixou aquela casa todinha para mim. 

- Ah, entendi. - tateei a grama sem motivo, ainda desconfortável lembrando das suas palavras anteriores. - E vocês têm uma relação boa? 

- Sim, temos! Não é como a sua com o seu pai porque estamos bem afastados, mas temos uma boa estrutura. Ela me manda o dinheiro para bancar a casa e as despesas, então, eu não preciso trabalhar por ora, mas depois irei ter de arrumar um emprego. - riu baixo. - Vou marcar para você conhecê-la, ou melhor, você e seu pai. 

- Oh, sim! - sorri animada. - Vai ser muito legal... Isso é, se ela gostar de mim. 

- Ah ela vai, não tem como não gostar de você. - roçou seu nariz no meu, com os olhos apertados e os lábios curvados em um sorriso.

- Eu sou um amorzinho, né? - brinquei retribuindo a carícia. 

- Sim, é. Meu amorzinho. - gente, estamos ficando muito melosos. - Não! 

- O que?! - me assustei com seu grito. 

- Você não é meu amorzinho. - enruguei o cenho, confusa. - É minha princesinha. 

Meu deus, vou ficar diabética com tanta doçura.