História Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - Penúltimo

Park Jimin 

Agosto 2017 - 07:06 p.m

Uma rua qualquer

Minha respiração pesava, mal conseguia me aguentar em pé, pois eu já estava cansado de tanto correr. O calor do momento me dava forças para continuar, o êxtase e a adrenalina percorriam cada centímetro de meu corpo e fazia-me suar frio com o medo do que poderia acontecer caso demorasse demais para chegar. 

Poucos minutos depois, eu já me encontrava na casa da garota. A porta estava aberta, então entrei com o coração na mão, pois aquilo de nada ajudava. Como o sol sumira, nada iluminava aquele lugar, tudo estava escuro, mas eu ainda conseguia enxergar as coisas. Ouvi latidos e miados do primeiro andar, pareciam abafados, como se estivessem presos, pois também aparentavam desespero. 

Subi as escadas em uma velocidade inacreditável, passando primeiro pelo quarto de Felipe e ouvindo as unhas rasparem na madeira freneticamente. Contudo, eu ignorei aquilo e corri para o quarto de _______ que estava com uma brecha aberta, assim emitindo uma luz. A visão que tive quando entrei me fez querer vomitar.

_______ estava amarrada na cama, pés e mãos atados na cabeceira e nos pés da mobília. Sua boca também estava amordaçada, assim contendo os gritos de terror de minha namorada. Seus olhos fitaram-me com uma rebelião de sentimentos; confusão, dor, pavor... Minha garota sofria tanto e nem sabia o porquê. Seu olhar causava-me uma dor súbita, quase tão torturante quanto vê-la morrer lentamente sem poder ajudar, e isso que aconteceria se eu ficasse mais um tempo parado. 

Kayla estava ao lado da cama, estática por ter sido pega de surpresa, segurava uma faca de cortar carne que reluzia ao chocar a lâmina com a luz do quarto. Inúmeras imagens medonhas passaram-me pela cabeça, fazendo novamente meu estômago revirar e minhas entranhas se contorcerem. Eu queria muito chorar, mas se respirar já estava sendo um baita de um desafio, as lágrimas seriam minha derrota. 

- Jimin... - murmurou com os olhos mortos e psicopáticos ainda sobre mim. 

Eu nada disse, apenas deixei que a adrenalina e o êxtase se misturassem em  meu corpo e fizessem uma bela batida de raiva, ódio, nojo, repulsa e, acima de tudo, tristeza. Fui em direção à Kayla com passos pesados e fundos, alcançando-a sem nenhum esforço e apertando seu punho com a faca com força, o que provavelmente deixaria-lhe uma marca roxa. 

Pensei em jogá-la no chão e espancá-la até a morte, mas me lembrei que aquilo seria um pecado imenso, então me contentei apenas em pegar a faca de sua mão e arremesá-la longe. 

Logo Kayla recobrou o raciocínio e começou a agir. Se debatia, me chutava, mordia-me tão forte que fizera cortes superficiais em minha pele. Tentava de todo modo se soltar, entretanto, mesmo com dor, eu a segurava e tentava tirá-la daquele quarto. 

- ACABOU, PORRA, DESISTE! - gritei com um tom tão severo que a mesma se encolheu, mas logo voltou a surtar. 

- Não! Não! Não! - exasperava. - Só acaba quando você for meu!!! 

Kayla estava fora de si, olhando por cima de meus ombros com um olhar psicótico, gritando várias coisas sem nexo. Eu já não aguentava tudo aquilo, estava fraco, cansado, exausto... Precisava dar um fim naquilo. 

Olhei para trás e avistei ______ assistindo a cena confusa, se debatendo para soltar as amarras. Seu rosto estava vermelho e seus olhos inchados por causa do choro. Ver aquilo me doía, com certeza seus pulsos e tornozelos já estavam doloridos por causa da força dos panos. 

Naquela situação era preciso, mas eu nunca mais faria aquele tipo de coisa. 

Sem muita cerimônia, eu empurrei Kayla que foi imediatamente no chão. Ela me olhou assustada e eu quase senti remorso, mas a mesma se virou de costas e tentou se arrastar até a faca, mas eu peguei em seu pé e a puxei de volta, virando seu corpo para mim. Subi em cima dela, deixando meus joelhos um de cada lado de seu corpo, ela tentava, de todo modo, me afastar. Remexia suas pernas embaixo de mim, arranhava meus braços, continuava a gritar coisas sem sentido e tentava pegar a faca que estava não muito longe de si. 

Ergui meu punho no ar, afastando-o completamente de seu rosto. Ela mirou a mão fechada e engoliu em seco, seus lábios tremeram e ela começou a gritar mais forte e tentar pegar a faca. Então, antes que conseguisse, eu a apaguei com um só soco na região entre os olhos. 

Exausto, eu caí para o lado e deixei que o chão frio abaixasse minha temperatura e acalmasse meu sangue que pulsava forte. Estava esgotado, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Me sentia fraco, sem forças nem para respirar, completamente morto. Podia jurar que fumaça saía de minha cabeça como se eu estivesse queimado, dando pipocos no sistema de dentro. Debilitado.

Abri meus olhos com certa dificuldade, voltando, minimamente, para o mundo real. Levantei-me do chão e mirei a garota que respirava com dificuldade presa à cama, já não se debatia e nem gritava, mas olhava-me amedrontada. Caminhei em sua direção em passos enfraquecidos, logo desabando sentado no colchão.

- Vai ficar tudo bem... - falei mais para mim do que para ela. 

Soltei pano por pano, jogando os tecidos longe. Já liberta, ela se jogou em mim e meu corpo inteiro se retraiu com a dor, mas eu a segurei do mesmo jeito é deixei que chorasse em meu ombro assim como eu estava fazendo no seu. 

Ouvi sirenes, indicando que a polícia que liguei no meio do caminho para cá estava à caminho. Finalmente o fim.