Maio 2022 - 10:23 a.m
Uma praia qualquer
Mergulhei novamente, entrando completamente embaixo d'agua e deixando o elemento me envolver e impulsionar meus movimentos de nado. Adorava aquela sensação, a sensação de dominar água, de estar dentro dela e não sentir medo de errar, medo de se afogar. Agora eu podia senti-la, sentir seus "braços" me envolverem e me abraçarem suavemente, espalhado meus cabelos pelo mar e resfriando meu corpo que antes estava quente pelo sol. Mesmo de olhos fechados para o sal não machucar-me, eu podia imaginar um coral ao redor de mim, com inúmeras especies de animais marinhos me fazendo companhia, como se fossem meus familiares.
Todavia, eu ainda não era uma sereia, me sentia como uma, mas não era, então, tratei de voltar para superfície em busca do ar. Conforme me aproximava da areia, mais ficava nítida a imagem de minha família reunida, todos sentados na toalha conversando, brincando ou correndo. Iara estava enlouquecida, não sabia se pulava ou se corria, fazendo Jennie soltar aquela sua risada gostosa de bebê da toda vez que a cadela lhe lambia a face. Leslie estava deitado, completamente diferente de Iara, ele sempre foi mais tranquilo que ela. Papai e mamãe conversavam normalmente, na verdade, mamãe tremia um pouco mas logo voltava à ser estabilizar; não, ela ainda não se lembrava de meu pai, mas à fiz acreditar que ele era um amigo, ou seja, é uma questão de tempo para ela começar à se lembrar dele como se lembrou de Jiminnie. Creio que vai ser difícil deixá-la de volta na clínica depois dessa aproximação toda, mas já fico agradecida por eles terem deixado-a sair pelo menos hoje, seu aniversário, o qual ela não se recordava a data e fingimos que seria apenas um passeio por bom comportamento.
Jimin...
Meu marido estava sentado, com as mãos da nossa filhinha de um ano segurando-lhe os dedos indicadores enquanto ele fingia uma dança só com os braços. Ele sorria, sorria tão amplo que suas orbes sumiram e deram lugar aos dois risquinhos pretos que tanto admiro nele. O cabelo ainda loiro, pois me apaixonei tanto por essa cor que ele resolveu mantê-la por mais um tempo.
Me perco em seu corpo, sua pessoa, sua alma. Me perco nele como um labirinto que pouco me importa a saída, pois quanto mais tempo eu passo dentro dele, mais me sinto aquecida e protegida, mais me sinto amada. Não tenho pressa para sair desse labirinto e nem quero, desejo ficar aqui para sempre, tocando as paredes como se fossem parte de mim, acariciar o coração central como se fosse meu, e de fato era. Jimin é inteiramente meu. Assim como eu sou inteiramente dele.
Park notou minha presença e olhou em minha direção. Nossos olhos se encontraram e eu me arrepiei inteira com seu olhar cálido e profundo, não importa quantas vezes eu o veja, sempre vou ter essa sensação prazerosa de como se fosse a primeira vez. Sorriu de canto, soltando-se delicadamente de nossa filha e deixando-a sob a supervisão de meu pai. Caminhou até mim em câmera lenta, bem, pelo menos eu o via em câmera lenta.
- Sonhando comigo de novo? - perguntou mesmo sabendo a resposta, abraçando minha cintura com firmeza e puxando-me para mais perto com seu jeito possessivo natural.
- Sonho todos os dias. - enlacei meus braços em seu pescoço, encostando minha testa na sua.
- Um sonho que na verdade é a realidade.
- A melhor realidade que eu poderia ter. - rocei meus lábios nos seus antes de iniciar um beijo.
ChimChim tem vários tipos de beijo. Tem aquele que começa frenético e termina calmo, aquele que começa possessivo e termina com nós dois suados e nus em algum cômodo da casa, aquele que começa com singelos selares mas que, no final, sempre acaba em um beijo de verdade. Todavia, entre todas essas opções, eu prefiro o seu beijo que começa terno, porém, ganha intensidade no meio para o fim. No começo ele me mostra o quanto me ama, no meio me mostra o quanto me deseja, e no fim me mostra as duas coisas juntas.
Sinto meus pés serem molhados, mas não preciso abrir meus olhos ou parar o beijo para descobrir o que me molha, pois sinto facilmente a pouca espuma entre meus dedos e o barulho das ondas atrás, acompanhados com baques em meus tornozelos que também atingem Jimin, pois sinto-o sorrir entre o beijo. A água veio nos parabenizar, pois foi um caminho que ela esteve bem presente.
Eu disse para esse homem que o levaria da tristeza à felicidade, e quando eu faço uma promessa, eu à cumpro.
- Ei, promete que vai me amar para sempre? - segredou ele, com a respiração desregulada por estar se recuperando da intensidade o beijo. - Eu prometo que vou te amar para sempre.
- Eu prometo, Park Jimin. - depositei um singelo selar em seus lábios carnudos e picantes. - Te amar para todo sempre.
Eu
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