História Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - Um Piquenique e Um Lago

Março 2017 - 13:52 p.m

 Uma rua qualquer.

Admito que já estava ficando um pouco cansada de tanto andar, pensei que Jimin estivesse me enganando, me fazendo de boba por ter irritado ele. Contudo, quando parou em frente a casa grande e com portão pequeno de aço, percebi que sua casa era realmente longe.

– Aqui é a sua casa? – perguntei surpresa com o jardim bem cuidado.

– Sim. – respondeu abrindo o portão.

– É bonita! –elogiei.

– Sim.

Park pegou um molho de chaves, abriu o portão e entrou no jardim, eu o segui, sabia que estava sendo mal-educada, mas ele não estava se importando.

– Você vai pra escola a pé todos os dias?

– Sim.

– Mas é muito longe!

– Sim.

– Que horas você sai de casa para conseguir chegar lá no horário?

– 06:20. – ele suspirou – Poderia ficar quieta? Sua voz me irrita.

– Tudo bem.

Assim que chegamos em sua porta ele voltou a pegar as chaves no bolso e colocou uma delas na fechadura, virando-a e logo abrindo a porta. Ele entrou, mas se virou para mim e barrou minha passagem, não que eu esperasse que me convidasse para entrar. Achei que iria dizer algo, mas ele apenas sorriu maldoso e bateu a porta com força bem na minha cara.

– Poderia ter me agradecido! – gritei com leve irritação na voz.

– Não pedi que me acompanhasse! – gritou abafado de dentro da casa.

– Poderia ter dito um "Tchau, _____"!

– Tchau, _____! – mesmo com a distância, percebi que estava caindo aos risos dentro do lugar.

Apenas bufei irritada e me virei, todavia, acabei rindo pela situação. Se fosse em um filme, a plateia toda estaria rindo.

Park Jimin

Março 2017 - 13:58 p.m

Minha casa

Aquela garota tinha problemas?  Eu literalmente acabei de bater a porta na cara dela e ela está rindo?

– Maluca... – murmurei enquanto observava a mesma ir embora.

Meus lábios se curvaram em um sorriso involuntário e eu tratei de desfazê-lo na mesma hora.

Park Jimin não sorria.

Park Jimin não ria.

Park Jimin não chorava.

Park Jimin apenas gritava e batia nas pessoas que o irritavam além do limite.

Park Jimin não tinha nenhum sentimento além do ódio.

E isso não vai mudar por causa de uma brasileira maluca.

Meu celular vibrou acordando-me de meus devaneios, era uma mensagem, uma mensagem de Taehyung:

"Eu sei que você está no estilo bem "foda-se" hoje, mas eu quero sair com você e Jeon. Vamos naquele parque um pouco longe da cidade, vamos fazer um piquenique que vai durar a noite toda! Sabe que, se não estiver lá até as 22:30, eu farei questão de te amarrar e te levar no meu porta-malas a força."

Suspirei pesado, não estava afim de sair, na verdade, eu nunca estou, mas hoje eu realmente não estou com saco para pegar minha moto e dirigir até aquele parque distante. Contudo, Taehyung infelizmente não brinca quando quer sair comigo. Ele me enche tanto, tagarela tanto, que eu simplesmente aceito só para não ter que ouvir sua voz grossa. Ele também não brinca quando diz que vai me levar á força, ele já fez aquilo, e não foi nada legal Tae ficar acelerando para passar rápido em barrancos fazendo o carro pular e levar meu corpo junto.

"Tá, eu vou." Respondi apenas.

Não demorou nem um minuto e já me respondeu de volta. Que vício!

"Espero você lá ;-)"

Park Jimin

Março 2017 - 22:30 p.m

No parque marcado

Fiz questão de chegar encima da hora, afinal, Tae odiava isso e é uma forma de castigá-lo por ter me tirado do meu confortável sofá somente para vir aqui ver ele e Jeon Jungkook. Como estacionei minha moto longe, tive de andar um grande percurso até avistar uma toalha quadriculada vermelha estendida na grama.

Taehyung estava lá sentado e tomando alguma bebida que eu não conseguia identificar por conta da distância. Junto com ele estava Jungkook e... ______? O que ela está fazendo aqui? Ah, óbvio, ela está comendo e rindo com os dois garotos porque, com certeza, Jeon chamou-a também. 

Notei que estava diferente, estava bem arrumada, seu vestido era branco e floral, cobria-lhe as pernas por causa de sua posição e tinha um decote em U. Seu cabelo estava um pouco enrolado, na verdade, estava ondulado, uma parte estava presa atrás da orelha e a outra solta. Ela até que estava agradável.

Pensei em me virar e ir embora, mas percebi que era tarde demais quando a garota olhou em volta e seus olhos se encontraram com os meus. Não parecia surpresa, apenas acenou e fez um sinal para que eu me aproximasse, óbvio que ela sabia que eu viria. Logo os dois garotos seguiram o olhar dela e me viram, também acenando e me chamando com gestos.

Respirei fundo e me preparei mentalmente para aquela noite, seria longa, cansativa e com certeza irritante com a brasileira ao meu lado. No fim, andei até eles e me sentei entre Kookie e V, quero evitar ficar perto dessa garota o máximo que eu puder.

– Oi... – eles me cumprimentaram em uníssono. 

– Oi. – respondi frio. Talvez minha frieza não fosse necessária naquele momento, mas ela já me acompanhava há tanto tempo que se tornou natural.

– Achei que não viria – o garoto que chamo de V disse inocente.

– Pra você me amarrar e me jogar no seu porta-malas de novo? – fui ríspido – Não, obrigado.

– Você fez mesmo isso, Tae? – a garota quis saber.

– Foi só uma vez! E ele nem se machucou – o garoto se defendeu.

– Não, apenas fiquei com vários hematomas nos braços e uma puta dor de cabeça!

Eles riram, mas eu permaneci sério.

– Quer alguma coisa, Jiminnie?

Olhei para ______ quase que incrédulo, como descobrira um de meus apelidos?

– Quem te deu a liberdade para me chamar assim? – disse isso e ganhei olhares fuziladores de Jungkook, mas o garoto recuou e desfez os olhares assim que eu o encarei com meus olhos ameaçadores.

– Eu mesma – ela riu como se eu não a tivesse tratado mal – Eles me contaram alguns apelidos seus, Chimchim.

– Aish! – bufei irritado e joguei meu corpo para trás caindo na toalha, o que causou boas risadas nos ali presente – Não me chame assim, eu não gosto.

– E de Oppa?

– Não. 

– Sorrisão?

– Eu nem sorrio para me chamar assim, caralho.

– Fonte de palavrões?

– Gostei, mas não.

– Garoto sem coração?

Abri meus olhos e encarei a garota de canto por estar deitado e ela sentada.

- Talvez...

•

Cansado dos assuntos banais que ali comentavam decidi me levantar e ir até o lago que ficava um pouco afastado da área que estávamos, eu precisava me aproximar da água.  Eu ri algumas vezes com os assuntos, mas risos praticamente sem humor, e aquilo estava me irritando.

Me sentei sozinho na grama e apoiei meus braços em cima dos joelhos, observando o mar de estrelas acima de mim. Ouvi passos atrás de mim, o barulho da grama sendo amassada delatou que alguém me seguiu para acabar com a pouca paz que me restava. Não precisei virar para ver quem era, apenas olhei de canto quando a pessoa se sentou e arrumou o vestido.

– O céu está bonito hoje – ela falou puxando assunto.

A ignorei.

– Vai mesmo ficar me ignorando?

– Já deveria estar acostumada – respondi com um sorriso sacana – Não pedi para você vir até aqui.

– Você deveria ser menos grosso. – apesar do sermão, ela não continha raiva ou frustração na voz.

– E você deveria parar de me encher o saco – revirei os olhos – Se não gosta de minha grosseria, então se afaste. Diga-me, gosta de ser tratada como lixo por todos ou eu sou especial?

– Não gosto de ser tratada que nem lixo por ninguém – respondeu olhando as estrelas – Mas me esforço por quem vale a pena.

– Eu valho a pena? – questionei ainda fitando seu rosto.

– Sim.

– Por quê? – ela virou o rosto para me olhar.

– Porque quero ver você sorrir, não com maldade ou malícia, quero ver seu sorriso alegre, seu sorriso sincero.

Foi inevitável não rir com deboche de suas idiotices, olhei para ela enquanto ria e notei que permanecia com um sorriso no rosto. Puta que pariu! Será que é impossível deixar essa garota verdadeiramente irritada?!

– Boa sorte com isso, idiota – falei sério – Você nunca vai conseguir, pode até tentar, mas não vai conseguir.

Ela levantou a mão e tentou levá-la até o meu rosto, mas eu recuei e voltei a encarar as estrelas, ouvindo-a suspirar e me acompanhar. 

Um vento gelado bateu e percebi que abraçou seu próprio corpo e esfregou as mãos nos braços batendo os dentes.

– Nem adianta, não vou te dar minha jaqueta – avisei.

– Não pedi sua jaqueta. – foi curta.

– Por que não trouxe uma? –:indaguei.

– Eu pensei, mas esqueci em cima da cama.

– Burra.

Ficamos em silêncio.

– Vai ficar aqui por quanto tempo? Os meninos vão sentir sua falta.

– Eles sabem que estou aqui – respondeu – Vou ficar aqui até você ir embora.

– Então vai ficar aqui até de manhã.

– Bem, são 02:37, não vai demorar muito. Gosto de observar as estrelas e ver o sol nascer.

Respirei fundo novamente tentando não surtar e fazer uma besteira. Não iria me arrepender se fizesse, mas quero evitar ouvir broncas dos meninos.

– Então fique, mas em silêncio.

– Como quiser.

Park Jimin

Março 2017 - 03:58 a.m

Perto do lago

Já faz um bom tempo que estamos aqui e ______ realmente não saiu do meu lado, realmente ficou aqui e em silêncio, até chequei algumas vezes para ver se não estava morta, mas ela apenas observava as estrelas e o lago perdida nos próprios pensamentos. Gostaria de saber no que pensava, provavelmente coisas felizes e bobas.

De repente senti um peso em meu ombro direito e não precisei olhar para saber o que era, apenas senti seu cabelo roçar em meu pescoço e ouvi sua respiração calma. Ela estava dormindo.

– Mais essa agora... – balbuciei.

Virei minha cabeça para olhá-la, realmente estava dormindo, seus olhos fechados mostravam a sombra clara que passou nas pálpebras. Sua boca estava entreaberta, atraindo meu olhar para seus lábios bem desenhados, pintados com o batom vinho que passara.

Ela é bonita.

Senti a vontade de sorrir, mas me segurei e me forcei a não curvar os lábios. 

Eu poderia deixá-la na grama para que acordasse sozinha e me odiasse, mas isso traria problemas, tanto com os dois meninos que não vieram atrás de nós e com ela, que poderia me perseguir ainda mais só para me castigar.

Me levantei com nenhum cuidado e deixei ela cair na grama na esperança que acordasse, mas ela continuou dormindo, então fui obrigado a pegá-la nos braços para carregá-la.

– Bem, acho que não tenho escolha.

E comecei a andar com a garota dormindo em meus braços.