História Troia - What's Wrong with Beacon Hills?

Aconteceu no meu primeiro dia de aula na escola nova, penúltimo ano do ensino médio e eu já tinha sido convidada pelo treinador a assistir o treino de Lacrosse em virtude da minha longa ficha de atividades esportivas. Eu tinha sobrevivido ao dia inteiro e no final dele, tudo deu errado.

Eu estava no corredor da escola procurando a porta principal, a escola era grande e eu me perdia o tempo todo. Passei pela porta do vestiário masculino onde os garotos do time estavam e andei mais alguns passos até ouvir um estrondo junto de algo que parecia ser um sibilar de cobra, mas como uma cobra poderia ter feito um barulho tão alto? Virei-me e vi uma mulher à parte inferior de seu corpo tinha dois troncos de serpente no lugar de pernas, sua pele era verde escamosa e ela se aproximava de mim meio que se rastejando como uma cobra, porém ereta. Seus olhos felinos se fixaram no meu rosto e eu não tive coragem de correr ou gritar, só fiquei parada ali, morrendo de medo.  

O rosto dela tão próximo do meu que pude sentir o odor terrível que saia de suas escamas, seu sibilar perto da minha orelha enquanto eu me mantinha estática, o que era aquilo? Fechei os olhos com força e senti o arrepio frio subir pela minha espinha, reprimi o grito na minha garganta ao ouvir algo que se parecia com um... Rugido? Desde quando cobras – ou seja lá o que era aquilo – rugem? Eu não abri os olhos, mas encolhi o corpo e senti aquela coisa grotesca se afastar do meu corpo e então gritei enquanto abria os olhos.

-Que merda é essa? – Passava a mão no meu corpo tentando tirar a sensação de correntes elétricas de medo passando na minha pele, o que talvez tivesse dado certo se eu não tivesse visto o camisa 11 do time de lacrosse com olhos vermelhos brilhantes e presas de lobo, e aquilo no rosto dele não era barba, já que barba não desaparece do nada. O que há de errado com Beacon Hills?

-Calma, a gente esta aqui pra ajudar. – Um garoto pálido disse ao lado do camisa onze, o que não me reconfortou. – Você sabe o que era aquilo que estava tentando te atacar?

-O que vocês são? – Perguntei a um fio de sair correndo que nem uma maluca dali.

-Eu sou humano, cem por cento agora. –O garoto voltou a dizer.

- O que você quer dizer com agora? –Perguntei.

-Longa historia. – Ele disse. – Scott?- Ele chamou pelo garoto que até um segundo atrás tinha garras.

-Eu juro que a gente não vai te machucar, eu preciso que confie em mim. – Ele deu um passo para frente e eu dei um passo para trás.

-Olha, eu não sei o que vocês são, o que aquilo era e não to afim de descobrir. Então, eu vou embora agora. –Disse arrumando a alça da mochila e tentando parar de tremer.

-Só que aquilo estava atrás de você e provavelmente vai voltar, a gente pode ajudar. –O rapaz pálido disse dando alguns passos na minha direção e eu estava assustada demais para recuar.

-O que era aquilo? – Parecia uma pergunta idiota, porque era obvio que eles não sabiam.

- A gente não sabe, – Scott disse. – mas conhecemos alguém que talvez saiba.