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História Trouble - Old Kylie


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


❥ Oi meus amores, como vocês estão?
Eu acabei de ler e responder todos os comentários do capítulo passado, e é unanime, todas ficaram chateadas com a morte do Ben, e na minha humilde opinião não tem como não ficar, Benjamin é o personagem mais fofo dessa fanfic, se não for o personagem mais fofo de todas as minhas histórias :) Ele sempre vai estar no meu coração, no da Ky, e espero que no de vocês também.
Enfim, boa leitura <3

Capítulo 25 - Old Kylie


Fanfic / Fanfiction Trouble - Old Kylie

Kylie Point Of View

Sinto o corpo de Justin próximo ao meu, o mesmo tenta me confortar, puxando-me para mais perto, mas imediatamente eu me afasto. Completamente desnorteada eu me aproximo do corpo morto de Benjamin, sem me importar com o sangue embaixo de minhas pernas, e sobre minhas mãos, quando eu toco sua face machucada com receio. Meus dedos deslizam delicadamente por sua face, enquanto as minhas lágrimas pingam em sua testa bem em cima do corte profundo na horizontal.

Eu apenas quero que ele abra os olhos, e volte para mim.

–– Benjamin, por favor.... –– digo desesperada. As lágrimas não param de rolar por minhas bochechas, e sinto minha pele esquentar. –– Amor abre os olhos, volta pra mim. –– peço gentilmente. –– Justin, faz alguma coisa. Ajuda ele.

–– Kylie, ele está morto. –– diz quase sussurrando.

Uma pequena roda de pessoas se forma ao nosso redor, no mesmo instante em que ouço a sirene altíssima da ambulância se aproximando. Os paramédicos pedem para que eu me afaste, mas eu nego, e é preciso que Justin me puxe para longe. Eu reluto, o estapeio, e tento me soltar a qualquer custo, mas ele mantém seus braços firmes ao redor de minha cintura.

–– Você precisa deixar ele ir. –– ele diz, beijando minha testa, quando estou cansada demais para lutar contra sua força.

Os paramédicos colocam o corpo de Benjamin em um saco preto, e ver isso acaba comigo ainda mais. Eu preferia estar morta, a ter que ver essa cena. Benjamin morreu. Benjamin morreu por mim. Não, não está certo. Eu não mereço isso. Ele não deveria ter feito isso.

A polícia chega, e interroga a nós três: Justin, eu, e o motorista do caminhão, cujo a vida eu ameacei algumas vezes devido a confusão de sentimentos dentro de mim. Após darmos nossos devidos depoimentos, eles nos liberam, e Justin finalmente desvencilha seus braços de mim. James que chegou logo após a polícia, abre a porta do carro, mas eu não entro. Minha cabeça volta a girar, e eu não consigo lidar com a dor. Saio correndo, sem rumo, sem saber para onde ir. Apenas corro, sentindo o vento bater em minha face, e secar o sangue de Benjamin em minhas pernas e mãos.

–– Kylie para, por favor. –– Justin me segura pelo braço, e me puxa.

–– Não me encosta. –– digo grossa. –– Não dá, eu não aguento isso. Estou cansada de ver as pessoas que eu amo morrerem. Primeiro meu irmão, e agora o Ben... Isso não é justo, não é certo.

–– A vida não é justa Kylie, mas...

–– Não. –– o interrompo. –– Não fala nada. Eu não posso lidar com você agora.

–– Falando desse jeito, até parece que eu tenho culpa de alguma coisa.

–– E não tem? –– grito. –– Isso nunca teria acontecido se você tivesse ficado em casa como eu pedi. Porque veio atrás de mim? Porque não pôde atender ao meu simples pedido? Você matou o Benjamin. É isso, você o matou. Além de um traficante de merda, é um assassino. –– me calo quanto sua mão se choca contra minha face em um tapa estalado.

Sinto minhas bochechas queimarem imediatamente. O encaro e vejo sua face arrependida, e olhos quase marejados. Quase imediatamente James se aproxima de Justin, e segura seus braços para trás o imobilizando completamente. Ele nem ao menos tenta lutar contra, apenas mantém seu olhar fixo ao meu.

–– Você passou dos limites garoto. –– James o repreende duramente. –– Tem noção do que acabou de fazer? Você pode ser preso por isso.

–– Kylie, desculpa eu...

–– Fica longe de mim. Eu não quero ver você nunca mais.

.....

Encaro meu reflexo no espelho, meu rosto está pálido, completamente sem vida, exceto por um lugar especifico, minha bochecha esquerda, onde a bofetada de Justin ainda se faz presente. Abaixo de meus olhos, enormes olheiras entregam a noite não dormida. A princípio pensei em passar maquiagem, fingir uma cara saudável e estável, mas logo percebi que nem mesmo a base mais cara do mundo iria enganar alguém.

Estou acabada, essa é a verdade, e sinceramente não me importo. Não me importo com os paparazzis e jornalistas, que esperam como urubus fora do portão de minha casa. Não me importo com as horríveis fotos que estarão estampando os jornais no dia seguinte. Não me importo com nada.

Eu só queria que ele estivesse. Queria que Benjamin estivesse aqui.

–– Querida, está na hora. –– diz papai, ao aparecer na porta no quarto.

Apenas assinto, e ele some atrás da porta. Fecho o zíper do vestido preto de mangas longas, e comprimento até os joelhos. E passo as mãos em meus olhos, que ameaçam derramar mais lágrimas.

Durante o caminho até a catedral nenhuma palavra é proferida, é como se uma nuvem negra estivesse sobre nós. Para ser mais exata, é exatamente assim que me sinto, perseguida por uma nuvem de desgraçada, que estraga qualquer felicidade momentânea em minha vida. A pior parte é saber que a tal nuvem de desgraça sou eu mesma. Estou destinada a ruína.

Os pais de Benjamin quiseram fazer logo o velório, pois não quiseram adiar a dor. O terrível acidente estampou todos os jornais da cidade algumas horas após o ocorrido, e não demorou muito para que os programas de TV estivessem falando sobre o mesmo assunto, exatamente como no dia em que perdi meu irmão, Robert.

A dor é a mesma, talvez possua diferenças que no momento não sou capaz de distinguir, apenas sinto meu coração vazio, despedaço, e a maldita culpa. Perdi duas das poucas pessoas que amo, e em ambas as mortes eu tenho minha parcela de culpa.

Quando o carro para em frente à catedral imediatamente o veículo é rodeado por jornalistas, e involuntariamente dou um pequeno pulo, assustada quando um flash atravessa o vidro e atinge minha vista. Os seguranças fazem seu trabalho, e afastam esses sangues sugas para longe, nos dando a devida passagem. Ao sairmos do carro papai abraça minha cintura, assim como Luke, ambos me tratam como se a qualquer instante eu fosse me despedaçar, e não posso discordar.

A igreja está cheia, completamente lotada, e muitos rostos são familiares. Rodeio meu olhar por todo o lugar, sem saber ao certo o que estou procurando. Mas, no fundo sei exatamente o que me deixa aflita, a possibilidade de ver Justin. Sei que a culpa não é de Justin, ele não fez nada, eu sim. Eu fui para o meio da rua. Eu causei toda aquela situação. Benjamin morreu por minha culpa. As palavras que disse a Justin rodeiam minha mente. Eu fui injusta, estava com raiva, e talvez as duras palavras tenham saído porque eu não queria acreditar que causei a morte da primeira pessoa que amei. A culpa é minha, unicamente minha. Benjamin morreu para salvar, e eu não posso lidar com isso.

–– O que você está fazendo aqui? –– surpreendo-me com a pergunta de Yolanda, a mãe de Benjamin. A mesma que encara com a testa franzida, e nitidamente infeliz com a minha presença. Engulo a seco.

–– Nós queremos prestar nossos sentimentos. –– diz papai, ao perceber que estou entalada com minha própria saliva. –– Seu filho era um ótimo rapaz, Yolanda. –– completa.

–– Todos nós gostávamos muito do Benjamin. –– diz Luke.

–– Vocês podem fazer isso de casa. Não quero essa garota aqui. –– por trás do nariz vermelho, e olhos marejados eu enxergo a raiva que a mesma tem de mim. Se um olhar matasse, eu com certeza já teria passado dessa para a melhor.

–– Por favor, me deixa ficar. –– peço com a voz mansa, quase sussurrando.

–– Você arruinou meu filho, acabou com a vida dele. Sai daqui, agora. –– diz alto, quase gritando e chamando a atenção de algumas pessoas não muito longe de nós.

Corro para fora da igreja o mais rápido possível, ignorando as vozes de meu pai e meu irmão. Com os olhos inundados pelas lágrimas e dificultando minha visão, não vejo o corpo rígido que se choca contra o meu, impedindo-me de prosseguir. Fungo o nariz, e limpo os olhos, para ter uma melhor visão. Me surpreendo completamente ao ver Eleanor encarando-me fixamente.

–– Kylie, você está bem? –– pergunta, estranhamente com a voz mansa.

–– Me diz você. –– esforço-me para me recompor. –– Como você está, agora que sua filha não será mais a esposa de um ricaço?

–– Kylie, não faça isso. –– ela tenta se aproximar, mas eu dou alguns passos para trás. Rapidamente olho para a pequena aglomeração de jornalistas que se juntou atrás de Eleanor, sendo contida dificilmente pelos seguranças. Me decepciono ao perceber que meus passos apressados não me levaram tão longe quando eu havia imaginado.

–– Vai se fuder, mamãe. Você não se importa comigo, nunca se importou, então pare com esse teatro ridículo. –– cuspo as palavras, descontando em Eleanor toda a minha raiva e frustração. –– Está na hora de todos saberem que a dama de ferro, é uma vaca traiçoeira. –– digo alto, para que os jornalistas possam me ouvir.

Eleanor me encara fixamente, completamente calada. Respiro profundamente, me controlando para não estourar com ela, odeio quando ela banca a boa moça, com medo das fofocas que irão sair a seu respeito. Balanço a cabeça negativamente, e tiro os saltos que me incomodam, tacando-os na rua. Começo a caminhar sem saber para onde ir. Apenas quero ficar um pouco sozinha, mas é óbvio que isso não acontece, pois James gruda em mim como um chiclete nojento.

Tudo que eu quero é acordar, e perceber que tudo isso não passou de um grande pesadelo.

–– Será que pode sair do meu pé? –– grito, me virando para ele.

–– Desculpe senhorita Kylie, mas sabe que não posso fazer isso. –– bufo em alto e bom som, propositalmente.

Cruzo os braços em frente ao corpo, e tombo o quadril para o lado. Estou prestes a começar um discurso, longo e ofensivo, mesmo sabendo que James não merece e que isso, é apenas a velha Kylie estourando dentro de mim. Mas, então algo chama minha atenção. Algo que passa despercebido para as outras pessoas na calçada, mas que me atrai como um enorme imã: Avisto dois homens, aparentemente da minha idade, entrarem em um beco não muito longe de onde estou. O olhar suspeito, e as mãos nos bolsos entregam exatamente o que eles pretendem fazer.

Amadores!

Sem medo vou até o beco. Os dois homens me encaram preocupados e surpresos com minha presença, mas principalmente, intimidados pelo olhar de cachorro bravo que James lança para eles. Reviro os olhos, totalmente sem paciência.

–– Relaxem, vocês não estão encrencados. –– dou um passo à frente. –– O que você tem ai? –– o careca de olhos claros encara o moreno, ambos desconfiados.

–– Fica de boa cara, é só mais uma patricinha querendo se divertir. –– diz o moreno.

–– Exatamente! –– concordo.

O careca, ainda apreensivo, se mantém calado por alguns instantes, mas depois de muita insistência do amigo ele tira do bolso um saquinho com cocaína, e dois cigarros de maconha.

–– Ótimo! É exatamente isso que eu estou precisando. –– sorrio de lado, sabendo que em poucos instantes conseguirei um momento em paz, ao menos dentro de minha mente.

–– Já usou isso antes? –– pergunta o careca.

–– Me arrisco a dizer que as drogas e eu somos velhas amigas. –– eles se encaram.

–– Senhorita Kylie...

–– Nem começa, James. –– o interrompo de forma ignorante. –– Caso tenha se esquecido, você não é pago pra ficar palpitando na minha vida. Apenas me proteja de qualquer ameaça de morte e estamos resolvidos.

O moreno organiza a cocaína em carreirinhas em cima de uma tampa de lixo, o que faz com que meu estômago embrulhe. Penso em voltar atrás, completamente enojada, mas ao lembrar que essa é minha melhor opção eu me aproximo. Ao fitar o pó branco, a imagem de Benjamin se mistura com a de Justin em minha mente.

Eu preciso disso. Digo a mim mesma.

Inspiro a primeira carreirinha, e faço o mesmo com as outras duas. Meu nariz arde, e meus olhos lacrimejam. Perdi completamente o jeito, mas mantenho a pose.

–– A garota sabe o que faz. –– diz o moreno com humor.

Pego o baseado que o mesmo havia acendido há instantes atrás e o levo até meus lábios, sugando a droga para dentro de meus pulmões, e soltando-a lentamente. James me encara tristemente, meu nariz continua ardendo, e a sensação me incomoda extremamente. Mas, eu repito mentalmente que fiz a coisa certa, logo esse incômodo valerá a pena.

–– Cara, quem é essa garota? –– ouço o careca cochichar para o outro.

–– Eu sou a vadia da Kylie Jenner. 


Notas Finais


❥ E então, o que acharam? Esse capítulo foi curto, se comparado com os outros, mas por ser o final da fic isso acaba acontecendo mesmo. Ah, falando em final, eu não sei se o próximo capítulo será o último ou o penúltimo, tudo depende de como eu vou encaixar uma parte na outra. Beijão <3


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