História Trouble - Friendship

    Os olhos cor de esmeraldas captaram o vulto escuro passando. Saskura se encontrava sentada e apoiada em uma das paredes próximas a sala "14b", esperando Gaara sair da sua aula de estudo social avançado. Era horário vago e ela teria longos minutos de tédio antes de uma reunião com Tsunade Senju... E a última pessoa que ela esperava estar correndo no corredor como um touro descontrolado era o próprio neto da diretora.
    A Haruno levantou puxando sua bolsa e a enciclopédia de cardiologia junto. Seguindo o rastro do garoto de jaqueta preta e touca laranja. As pernas pequenas porém fortes eram ágeis o suficiente para acompanhar a pressa que o Uzumaki parecia estar.
    - Ei, bobão?! — Ela gritou já na área do pátio onde várias pessoas conversavam ao mesmo tempo. — Naruto?!
    Ele não parou e esse foi o sinal de que o garoto não estava apenas cabulando mais uma aula. Mãos com unhas vermelhas se fecharam na manga da jaqueta de couro e só então olhos extremamente azuis sem foco entraram no seu campo de visão.
    - Naruto, porra o que aconteceu?! — Sakura o virou inteiramente para si.
    Naruto mirou os olhos verdes perfeitamente maquiados, mas sua cabeça fervia e tudo que ele queria era esmurrar uma parede ou chutar alguma coisa. Sakura olhou assustada para suas mãos apertadas em punho.
    - Merda. — Ele sussurrou tentando formar algum pensamento coerente.
    - Vem. — A rosada o puxava em um aperto firme. Logo eles estavam sob uma das árvores no campus, o vento frio não importando para nenhum dos dois. - O que houve?
    - Hey! — A voz conhecida fez uma onda de alívio tomar a garota.
    Gaara se aproximou correndo, seus cabelos cor de sangue em contraste a paisagem desbotada. Sakura olhou para o namorado exigindo uma resposta para a pergunta que ela nem sequer tinha feito.
    - Uchiha — Foi tudo o que ele disse.
    - Sasuke? O quê, vocês se desentenderam de novo no trabalho de vocês? — Sakura perguntou mas ela já sabia que tinha que ser bem mais do que isso para deixar o Uzumaki naquele estado.
    - Não... Ele, droga ele é um maldito cuzão! — Naruto atacou a mochila na grama molhada frustrado. Gaara piscou tentando entender exatamente a situação que havia se passado na sala de aula.
    - Então... — A Haruno tentou de novo.
    - Eles brigaram, a sala toda assistiu... Naruto o que ele fez?
    - Ele, ele me ignorou o fim de semana todo e eu só queria saber como ele estava, eu juro, porra, eu só queria... Droga, eu só queria entender o que se passa naquela cabeça idiota... Dattebayo!
    Sakura arregalou os olhos quase imperceptível, então era ali que estava o problema... A indiferença. A garota passou a mão nos fios cor de rosa. Agora ela se sentia frustrada e nervosa.
    O loiro levantou a cabeça, encarando o casal, agora dois pares de olhos verdes maquiados. Ele não queria essa atenção, ele só queria entender qual era o maldito problema com Sasuke Uchiha... Não qual era o maldito problema com ele?!
    - Hey, babaca. Lembra quando eu disse que Sasuke era uma pessoa diferente? — Sakura segurou a mão dele. — Eu tenho certeza que seja lá o que ele fez, não foi exatamente por querer, isso é como ele acha que é certo em agir.
    - Agir como um maldito otário?! — Naruto sentiu o seu corpo esquentar de novo. — Como se ele pudesse simplesmente agir como se coisas não tivessem acontecido e esperar que eu fizesse o meamo?!
    - Gaara, eu encontro você depois ok? — Sakura disse baixo para o ruivo.
    O garoto respirou fundo e assentiu dando um beijo na bochecha da rosada e uma última olhada para o Uzumaki.
    - Se ajuda, ele saiu correndo logo depois de você, não parecia feliz.
    Isso serviu para atrair a atenção do Uzumaki e fazer Sakura sentir o seu estômago se apertar de nervoso. O Sabaku acenou com dois dedos e voltou em direção ao prédio.
    - Naru, você... Você já o considera como seu amigo, não é? — Foi baixo, mas os dois ouviram. Naruto não precisava responder.
    - Ele é tão idiota... Dattebayo, eu sou um idiota! — Naruto se encostou na árvore.
    - Mas eu não sei se uma pessoa como ele, seria boa para você. Naruto... Sasuke é diferente de nós, ele não tem experiência com nada e provavelmente não sabe o que sequer significa ter um amigo. Ser amigo dele engloba muito mais do que esse trabalho do Iruka, significa entender ele.
    Os olhos azuis se desviaram da grama. Entender o Uchiha... Isso era praticamente impossível.
    - E... Eu não tenho certeza que você vai querer lidar com isso.
    - Que ótimo. — Naruto bufou sarcástico. — É claro que eu não quero, sério aquele Teme... Argh! Tem alguma coisa nele, algo que faz eu querer... Tentar?
    Sakura abaixou o olhar para suas botas afundando na grama molhada.
    - Então continue tentando, eu vou estar aqui para ajudar você Naruto... — Ela se aproximou dando um soquinho no ombro do garoto loiro. — Não deixe que seus receios do passado te impeçam de fazer nada, ok?
    Uzumaki respirou fundo, ele nem sabia explicar exatamente o por que tudo o que Sasuke havia dito o deixava daquele jeito... Talvez a sensação de que o outro garoto estava escondendo algo... Algo muito sério e muito grande... Algo ruim.
    - Sakura, você pode avisar ao Sai que quero falar com ele? — Perguntou incerto.
    Os olhos verdes se estreitaram, mas logo ela balançou a cabeça positivamente.
    - Hum, babaca se quiser dormir lá em casa hoje, vou fazer lasanha.
    - 'tebbayo, não quero ser intoxicado pelo seus incríveis dotes culinários. — Sakura mostrou o dedo do meio e empinou o nariz.
    - Azar o seu, idiota. Tenho uma reunião com a sua avó. — Naruto mostrou a língua em resposta. — Me liga mais tarde.
    O loiro observou a garota correr pela grama. Pegou sua mochila e a touca, mirando o prédio escolar com desdém.
    - Foda-se. — Ele tomou o caminho que levaria aos dormitórios.

    Se alguém tivesse dito que ele iria estar sentado naquele chão frio e cheio de bactérias, a três horas atrás, ele mandaria tal pessoa procurar ajuda psicológica... Mas era ali em frente a porta fechada que Sasuke estava sentado.
    Como havia feito na última hora, ele olhou para o relógio na tela do seu celular e voltou ao corredor vazio. Por ser horário de aula quase ninguém passava ali, tornando o lugar silencioso e sem vida.
    Sasuke se apertou dentro do seu casaco. Ele havia perdido duas aulas, e estava disposto a perder todo o restante das matérias​ do dia... Só esperava não se arrepender... E com esse pensamento ele só se perguntava pela milésima vez, o que ela estava fazendo ali?
    Por que pedir desculpas para Naruto Uzumaki parecia ser tão importante? Não, era quase vitalício, como se não vir falar com o Usuratonkachi fizesse com que seu corpo parasse de funcionar.
    Ele não sabia especificar a emoção, era como quando ele brigava com Itachi, o que estava acontecendo nesse momento aliás. Ele estava evitando o irmão, e por mais que isso chegasse a doer parecia melhor do que ter que lidar com a conversa que Itachi iria querer ter... Aquela que ele estava se recusando a ter a meses.
    E talvez fosse isso... Ele sentia a estranha necessidade de falar com alguém, não poderia ser Itachi, ou sequer Sasori, por razões óbvias... Então a única pessoa que sobrava era...
    - Teme? 
    Os olhos negros se ergueram, os óculos que estavam apoiados sobre seus joelhos não eram exatamente necessários para que ele pudesse ver a expressão do garoto parado a alguns metros de distância.
    Naruto sentiu um leve alívio o percorrer. Quando Gaara havia dito que o Uchiha também tinha deixado a sala, mil e uma teorias foram se formando de onde o idiota poderia ter ido se enfiar... Ali era o último lugar que ele poderia chutar.
    O garoto moreno se levantou devagar, sem saber exatamente o que falar. Aquilo era uma situação completamente nova, onde ele não sabia o que fazer. Isso o deixava nervoso, ter incertezas deixavam as pessoas vulneráveis. Ele não podia ficar vulnerável​.
    Naruto se aproximou devagar, sem saber como agir. Ele queria gritar com Sasuke e o mandar sumir da sua porta... Mas toda a vontade desapareceu ao ver os olhos escuros se abaixando.
    - Eu... Sinto muito.
    Naruto deu outros passos, ainda assim mantendo uma distância segura. Sasuke continuou sem o olhar.
    - Você sente? — O garoto de cabelos pretos assentiu. — Dattebayo, vamos entrar aqui está congelando.
    O Uzumaki destrancou a porta, dando espaço para Sasuke entrar antes de fechar de novo. O garoto apenas parou ali ainda segurando seus livros, agora sem o jaleco, mostrando um casaco de lã cinza, como sempre muito grande para o corpo pequeno dele.
    - Você pode colocar isso ali. — Apontou a escrivaninha. — E sentar se quiser.
    Sasuke depositou os livros com cuidado na mesa de madeira, observando os desenhos em um quadro, junto com fotos e pequenos bilhetes.
    - Eu também quero pedir desculpas. — Ele se virou encontrando Naruto sentado de pernas cruzadas na cama.
    - Por quê?
    - Eu, eu não queria gritar com você. — Naruto estava sendo sincero. — E também, não queria forçar essa história de amizade... Eu só, achei que era natural.
    - Amizade é uma coisa natural? — Sasuke se aproximou um passo.
    - Era para ser, não é? Nós, acho que tenho passado mais tempo com você nas duas últimas semanas do que com os meus amigos de verdade. E mesmo você sendo o Teme mais otário da terra, achei que nós, hum, fôssemos próximos.
    Agora os olhos azuis estudavam as mãozinhas pálidas e quase escondidas pelas mangas se mexendo inquietas.
    - Me desculpe, eu não sabia que essa era a convenção social a ser seguida.
    - Convenção social? Como assim?
    - Convivência levar a amizades? — Sasuke respondeu incerto.
    - Não é exatamente assim que funciona, às vezes você pode conviver com alguém e não querer uma amizade. Depende do que você sente em relação a tal pessoa, como vocês se entendem, se tratam, combinam.
    - Você sente todas essas coisas em relação a mim? — A pergunta mostrava a genuína surpresa e inocência do Uchiha. Naruto desviou sentindo as bochechas queimarem.
    - Hum o que, vai me dizer que você nunca fez amizade, nem com algum coleguinha no jardim da infância?
    Sasuke sentiu o seu corpo se retrair. Mordendo o lábio inferior ele abriu a boca...
    - Eu nunca fui ao jardim de infância.
    - Wow, — Naruto deu uma gargalhada. — Então você é tão gênio que pulou direto para o ensino em uma escola de garotinhos crescidos! — A piada não fez Sasuke sequer dar aquele olhar que ele já conhecia bem. Ele continuou imóvel, como uma estátua de gelo no meio do seu quarto.
    - Não eu... — Sasuke hesitou, talvez aquilo não devesse ser contado. Naruto Uzumaki não necessitava saber desse detalhe da sua vida... E tudo que vinha junto com isso...
    - Sasuke? — Naruto se aproximou da ponta da cama, sua mão se ergueu e como ele esperou Sasuke deu um passo para trás. Olhos cor de ônix o fitaram.
    - Eu nunca fui a escola.
    Naruto franziu o cenho, suas mãos se retraindo. Aquilo poderia ser uma coisa comum não é? Ser educado em casa era até considerado medieval e antiquado nos dias atuais, mas talvez essa fosse a tradição na família do Uchiha... Espera...
    - Seu irmão foi a escola, ele estudava com o meu primo... Então, por que você não?
    Sasuke apertou as mangas do seu casaco. Ele não podia se fazer dizer isso, não para um estranho, não agora. Não para Naruto Uzumaki.
    - Se você não quiser, não precisa me contar. — Naruto sussurrou.
    - Como, como funciona uma amizade?
    O garoto loiro deu um meio sorriso, Sasuke ainda estava imóvel, e ele ainda podia sentir que no fundo o garoto Uchiha estava escondendo mais coisas do que ele poderia sequer começar a fazer ideia. Mas aquilo já era um começo.
    - Bom, primeiro você precisa deixar de ser um cuzão e sentar na minha cama.
    - O que... — Sasuke o olhou confuso por um segundo, antes de finalmente, aquele olhar que parecia querer queimar cada fio de cabelo na cabeça dele apareceu. E isso fez o sorriso mais sincero do dia aparecer no rosto levemente bronzeado. — Dobe.
    - Senta logo, Bastardo. — Sasuke grunhiu mas se sentou com toda a delicadeza no colchão fofo. — E... Você tem que parar de me chamar de coisas maldosas.
    - Eu nunca chamei você de nada maldoso.
    - Acéfalo, neandertal e energúmeno, não são exatamente elogios. 
    - Mas são adjetivos cabíveis a você. — Sasuke rebateu. Naruto revirou os olhos azuis.
    - Dattebayo, e você vai ter que me ajudar a fazer as minhas tarefas, melhor você poderia fazer elas por mim. — Sasuke bufou. — Ok, ok! Você vai ser um péssimo amigo.
    - Eu vou? — Dessa vez a pergunta foi baixinha. Naruto bateu a mão ao lado da perna coberta por jeans pretos do Uchiha...
    - E você tem que aprender a entender o que é sarcasmo.
    - Eu sei o que é sarcasmo, Usuratonkachi.
    - Mas não entende. — O loiro suspirou, fazendo Sasuke cruzar os braços. — E vai ter que me contar coisas importantes. 
    - O que seria importante?
    - Por que você teve um ataque de pânico quando acordei você ontem? — Sasuke se encolheu. — Ou... Por que me perguntou aquilo e depois foi embora sem esperar a resposta?
    Os olhos de Sasuke se cruzaram com os azuis claros de Naruto, o refletindo como dois espelhos. O loiro ergueu a mão e por puro impulso o moreno se afastou. Naruto ignorou isso e colocou a mão com delicadeza no ombro do Uchiha.
    - O principal da amizade é a confiança, Sasuke... 
    A porta foi aberta assustando os dois garotos. Kiba Inuzuka e Shikamaru Nara entraram no quarto e começaram aquela troca de olhares esquisita.
    - Hum, hey Naru e Uchiha. — Shikamaru foi o primeiro a se pronunciar se sentando na cadeira da escrivaninha.
    Kiba continuava encarando o garoto Uchiha Como se ele fosse alguma espécie de ser extraterrestre. E isso fez Sasuke se encolher e levantar da cama em seguida. Naruto piscou fazendo o mesmo por reflexo.
    - Tenho que ir. — O menor dos quatro pegou os livros sobre a escrivaninha e a bolsa ao lado da cadeira. Olhou para os garotos e saiu apressado.
    Naruto olhou também para os outros dois antes de seguir o garoto.
    - Ei, quatro olhos? — Sasuke olhou para Naruto se segurando para não atirar um dos livros pesados na cabeça dele. — Você não oficializou nossa nova amizade.
    - Eu nunca sequer disse que aceitava ser seu amigo. — O moreno retrucou.
    - Aaw, seja um menino bonzinho.
    - Usuratonkachi.
    - Venha aqui e me dê um abraço, Bastardo. — Naruto abriu os braços, mas Sasuke franziu aquele narizinho empinado. — Ok, um aperto de mão.
    Os dois garotos se olharam por um segundo, até Naruto parar nas mãos ocupadas do menor.
    - Eu vou cobrar depois, Teme.
    - Claro, Dobe.
    Sasuke deu dois passos, e então parou abruptamente. Assustando o loiro que o assistia da porta.
    - Você realmente acha que não?
    Dessa vez o cérebro do Uzumaki entendeu a pergunta de imediato. Naruto sorriu e enfiou a mão nos bolsos com um sorriso enorme, típico dele.
    - Eu tenho certeza.
    Sasuke se afastou rápido pelo corredor. Naruto continuou sorrindo.

    Itachi e Sasori conversavam na cozinha quando Sasuke chegou. Ele depositou os livros sobre a mesinha ao lado da porta e tirou seus tênis. Antes de seguir as vozes.
    - Boa noite. — Disse baixo.
    Itachi o olhou com uma expressão que ele não soube dizer e colocou sua taça de vinho sobre o balcão.
    - Boa noite, irmãozinho.
    Sasori deu um leve sorriso que mal mudava a expressão do seu rosto e levantou com uma xícara saindo fumaça, andando devagar com a mão nas costas. 
    - Você está bem? — Sasuke perguntou franzindo as sobrancelhas.
    - Ainda não vou precisar do seu exame rápido. — O ruivo aumentou um pouco mais o sorriso antes de se retirar.
    Sasuke sempre achou o Akasuna estranho, então apenas concordou. Agora eram só ele e Itachi...
    - Desculpe por sábado.
    O Uchiha mais velho, desligou a panela com molho no fogão ao ouvir isso. Era estranho e soava até fora do lugar, seu irmãozinho nunca pedia desculpas, simplesmente porque​ Sasuke nunca errava em nada.
    - Está desculpado. — Itachi colocou uma mexa de cabelo atrás da orelha. — Eu só queria que soubesse que não vou pressionar você a me contar nada. Eu entendo que não queira tocar nesse assunto.
    Sasuke fez um movimento positivo com a cabeça.
    - Mas eu quero que saiba que sempre vou estar disposto a ouvir você Sasuke. — O maior mexeu as mãos sobre o balcão. — Eu sou seu irmão mais velho... Sua única família. E eu sinto muito por não ter estado por perto quando você precisou, mas agora eu estou aqui... Eu quero que você confie em mim.
    "O principal da amizade é a confiança."
    Sasuke deu passos pequenos dando a volta no balcão, seus bracinhos se ergueram trêmulos até estarem em volta da cintura do seu irmão.
    Itachi sorriu inclinando o corpo e correspondendo ao abraço do seu irmãozinho.
    - O jantar vai estar pronto em meia hora. — Anunciou se afastando e tocando dois dedos na testa do menor.

    [...]
    

    Sasuke se encolheu embaixo do seu cobertor, ele já havia tomado seu remédio e era hora de finalmente relaxar... O seu celular vibrou.
    A curiosidade tomou o garoto e mesmo sem os óculos, dedos pálidos destravaram a tela para ler a mensagem recém chegada.
    De: Hoozuki - Oi, quer ir em uma festa amanhã? Estou cruzando meus dedos  para que sim hahaha!
    Antes que o garoto moreno assimilasse do que a mensagem falava o celular começou a tocar, quase fazendo Sasuke cair da cama com o susto. Claro, tinha que ser aquele idiota!
    - Temeeeeee?! 
    - O que você quer a essa hora seu neandertal descerebrado? 
    - 'tebbayo, você ainda está acordado não está? Pare de ser um velhote razinza! — Sasuke fechou os olhos, tentando achar paciência.
    - Fale logo, Usuratonkachi.
    - Bléh, adivinha, você vai em uma festa com a minha ilustre pessoa no sábado.
    - Não.
    - Não foi um convite, quatro olhos. Eu passo aí para pegar você às...
    - Suigetsu Hoozuki me convidou para ir em uma festa também, e ele foi consideravelmente educado perguntando se eu "queria" ir.
    - Dattebayo, que floco de neve apressado. — Naruto resmungou mais para si mesmo. — Mas que pena, porque você vai comigo Uchiha.
    - Mas...
    - Sem mas, lá você vai encontrar o Sui do mesmo jeito, e finalmente perder a sua tão protegida virgindade bucal.
    - Você é um estúpido.
    - Já sei. Boa noite e sonhe com os anjinhos, Teme!
    Sasuke desligou o telefone e revirou os olhos com um leve sorriso, antes de apagar.
    Sem pesadelos dessa vez.