História Trouble Maker (yoonseok) - O ciúmes de Yoongi

Namjoon dormia em sua cadeira enquanto eu contava o ultimo bolo de notas de cem que ele trouxe essa noite, afinal esse era o meu trabalho, cuidar de seus negócios enquanto via-o relaxando em minha frente.

Eu sabia que me meter com Namjoon era perigoso, nada do que ele fazia era certo, mas o que eu recebia supria todos os meus medos e além do mas, ele é meu melhor amigo e eu confio nele.

Jonnie nunca foi do tipo responsável e centrado, desde que o conheci ele sempre fora o garoto encrenca da região, no fundo eu sempre soube que tudo isso era um pedido para que todos lhe dessem atenção, e isso ele sempre conseguia, por bem ou por mal. Mas querendo ou não, ele sempre estava no meio de confusões e brigas, o que fez com que eu me aproximasse mais dele, não por também ser do tipo encrenqueiro mas sim por querer ajuda-lo a sair dessa, sempre fiz o tipo “consciência ” para ele e até hoje faço, por isso ele confia a mim todas as suas rendas e histórico de vendas.

Namjoon trabalhava com seu pai, a princípio o homem negou a ajuda do filho, queria que o garoto seguisse em caminhos direitos mas parou de insistir nisso quando o mesmo se tornou maior de idade e começou o próprio negócio. Logo o pai de Nam o chamou para se juntar aos negócios e agora trabalhavam juntos. É bonito ver pai e filho comandando algo grande, tirando o fato de que o trabalho consistia na entrega de pacotes, caixas e estoques inteiros de drogas para fora do país. Logicamente eles não trabalham apenas com isso, Sr.Kim era dono de uma das maiores redes de carros importados, o que fazia a renda da família ser a maior dentre as do país. E eu era apenas o melhor amigo que administrava corretamente as coisas do filho irresponsável do homem mais poderoso daqui.

Ouvi Yoongi bater na porta e logo coloquei todo o dinheiro na maleta funda, e arrastei o frango apimentado que estávamos comendo para o centro da mesa.

—Eu sei que estão ocupados, fiz um café—. Ouvi o garoto falar enquanto corria para guardar as notas espalhadas. Nam acordou com todo o meu desespero na sala e agora se ajeitava na cadeira.

— Só vou aceitar o café se estiver usando roupas de empregada—. Jonnie disse irônico e ao imaginar a cena meu coração pulou lembrando do pequeno ser colocando as meias delicadas sobre as coxas pálidas. Ele realmente havia ficado incrível com aquilo. Arrumei o cabelo de qualquer jeito e abri a porta, Yoongi permaneceu parado e até estático e então correu deixando as xícaras no chão.

—Yoongi!—. O chamei em um tom alto antes de vê-lo fechar a porta com força. Mas que merda foi essa?

—Bom, acho que já vou indo—. Namjoon falou passando ao meu lado na porta enquanto eu ainda encarava em direção ao quarto de Yoongi.

—Tudo bem, eu já terminei aquilo mesmo—. Disse dando espaço para o outro passar. O acompanhei até a porta e ele acenou enquanto o elevador fechava.

(...)

Yoongi passou boa parte da manhã seguinte no quarto, era feriado e me incomodava o fato dele estar trancado no quarto enquanto poderia estar se divertindo com seus amigos. Fui até a cozinha e observei a louça enorme que se formava na pia, ninguém a lavava a dois dias, poderia usar isso para tirar o mais novo do quarto. Corri até sua porta e bati incessantemente, ouvindo um resmungo do outro lado da porta.

—Desde quando você está aqui para dormir? Pensei que tivéssemos um contrato—. Disse firme tentando parecer sério. Outro resmungo foi ouvido e eu o ouvi abrir a porta.

—Me desculpe, estava estudando—. Ele disse indiferente e saiu do quarto sem olhar em minha direção. —O que quer que eu faça?—. Yoongi estava diferente de todos os outros dias, parecia querer fazer o trabalho, algo que nunca demonstrou nessas semanas.

—Você está bem?—. Perguntei aleatório e ele finalmente olhou para mim e assentiu em resposta.

—Tem louça de dois dias na pia—. Disse por fim e ele logo foi em direção a cozinha sem protestar, esse não era Min Yoongi.

Enquanto o menor se preparava para começar a limpar os pratos eu peguei um pano com a intenção de ajuda-lo.

—Não precisa fazer isso, é meu trabalho—. Disse concentrado nos pratos que ensaboava.

—Quero ajudar, não está no contrato que eu não poderia ajudar—.

—Droga de contrato—. O ouvi dizendo baixo, tão baixo que se não estivéssemos nesse silêncio eu não teria escutado.

Em todo o dia de ontem não conseguia me lembrar de algo que tenha feito para deixa-lo tão chateado assim, porque para mim ele parecia chateado agora. Até mesmo o levei para jantar com sua mãe, poderia ser pelo presente de Nam? Será que ele ainda estava irritado por isso e por eu ter visto-o daquele jeito?.

—Yoongi? Está irritado por ontem?—. Perguntei soando calmo enquanto enxugava os pratos. Ele me olhou de relance e voltou a fitar a louça.

—O que? Sobre ontem? Claro que não Hoseok, quero dizer, não é da minha conta o que faz naquela sala mas fiquei surpreso em saber sobre vocês dois—. Soltou e logo colocou a mão sobre a boca como se acabasse de soltar a pior besteira da vida, uma onda de confusão me acertou no mesmo momento.

—Do que você está falando?—. Deixei a louça de lado e coloquei o pano sobre o ombro para encarar o mais novo, as bochechas coradas e os olhos fechados, ele mesmo estava incrédulo pelo que acabara de dizer.

—Me desculpe, pensei alto de mais—. Disse se virando para a pia.

Peguei-o pelo pulso e o virei em minha direção.

—Está falando sobre mim e Namjoon?—.

Joonie e eu tínhamos uma relação totalmente amigável e também profissional, nunca passamos disso e nem nunca demos a entender isso, Yoongi estava ficando louco por pensar em algo assim.

O garoto tentou se soltar de mim mas eu o segurei pela cintura e o prendi contra a pia. Seus olhos nunca chegavam aos meus, o que já começava a me irritar.

—Ontem quando fui entregar os cafés eu vi a expressão de Namjoon, suas roupas amassadas e os cabelos bagunçados, pensei que tivesse interrompido algo, me senti muito envergonhado por isso, não sabia que tinham esse tipo de relação, principalmente por ele sempre dar em cima de mim. Me desculpe Hoseok—.

—Isso tudo é ciúmes?—. Disse para irrita-lo e ao ver sua expressão tive certeza de que deu certo. Ele revirou os olhos e desviou o olhar para um ponto atrás de mim.

—Me poupe Hoseok, nossa relação é extremamente profissional, não foi isso que disse no primeiro dia do contrato? Eu não filtro nenhum tipo de sentimento por você—. Disse a última frase com uma frieza sem igual.

—Droga de contrato—. Disse num sussurro assim como o menor havia falado.

Eu não conseguia tirar meus olhos de seu rosto, Yoongi era tão bonito e suas expressões sempre deixavam a desejar, o que nunca me dava a certeza do que ele realmente sentia no momento.

—Hoseok! Você está me machucando—. Ele disse me trazendo de volta a realidade e só então percebi a força com que o segurava contra a pia. Me afastei rapidamente e voltei a louça.

—Desculpe, estava pensando demais—. O menor continuou em silêncio terminando a louça.

—Quer sair comigo de novo essa noite? Vou encontrar com os outros aqui perto—. Perguntei encarando o pano, agora molhado, em minhas mãos.

—Preciso estudar, sinto muito—. Respondeu direto, me fazendo engolir as próximas palavras.

Ficamos em silêncio por um bom tempo até terminarmos de arrumar toda a cozinha e voltarmos para o nossos quartos.

(...)

Após um bom banho, e meia hora para me arrumar e arrumar uma roupa para Yoongi, sai do meu quarto e fui até o quarto do outro. Eu realmente queria que ele saísse de casa, e por isso decidi agir dessa forma, leva-lo mesmo contra sua vontade.

Abri a porta sem bater e me deparei com um Yoongi de pijamas encolhido na cama.

—Que merda é essa? Cadê minha privacidade? —. Ele disse assustado puxando o edredom para esconder o pijama que usava.

—Essa é a minha casa, não existe privacidade aqui. Vista isso—. Joguei as roupas na cama e ele observou enquanto eu me sentava do outro lado do quarto. —Alias, adorei seu pijama—.

—Eu disse que não vou Hoseok, preciso estudar—.

Tentou usar essa desculpa novamente esquecendo que eu havia acabado de pega-lo dormindo.

—Você vai comigo, isso não é mais um pedido, é uma ordem—.

Cruzei as pernas na cadeira esperando que ele se levantasse e se arrumasse mas o menor era ainda mais teimoso do que eu esperava. Voltou a se deitar e cobriu a cabeça com o edredom.

—Se eu me levantar daqui será pior, você que sabe—.

Disse preparado para pular em cima do menor e convence-lo a se trocar. O ouvi resmungar e se remexer na cama, sem demorar muito me joguei em cima de seu corpo pequeno fazendo-o rir alto.

—Eu não vou Hobe, já disse. Por favor me deixe em paz—. Ele disse entre risos e eu o apertei em vários lugares até achar sua barriga e iniciar uma seção de cócegas ali.

—Hobe? Só os mais chegados me chamam assim, quem você pensa que é para usar esse apelido? Huh?—. Continuei com as cócegas ouvindo seu riso abafado por debaixo do edredom.

—Por favor pare, eu vou Hobe! Eu vou!—. Finalmente disse puxando o edredom para baixo, bagunçando seu cabelo. Saí de cima do menor e ele pegou a roupa que havia separado para ele.

—Quer que eu use isso? Não seria melhor se eu fosse sem roupa logo?—. Perguntou olhando a camisa branca e totalmente transparente que eu havia escolhido.

—Eu não iria me incomodar, em nenhum dos casos—. Soltei sem pensar e logo senti os olhos escuros me encarando.

—Idiota—. Falou antes de levantar e me deixar em sua cama bagunçada. —Espera que eu me troque com você aqui? Isso já não é de mais?—.

Me levantei e lhe mandei um sorriso de canto que deixou o menor paralisado. Saí do quarto indo para a sala até que se trocasse.

Alguns minutos de espera e logo Yoongi estava saindo do quarto com os cabelos bagunçados, a camisa transparente e um jeans claro. Talvez nós devêssemos ir as compras qualquer dia desses, esse estilo de roupa cai muito bem nele.

—Estou me sentindo nu, sério que você usa essa camisa?—.

—Pare de reclamar, ficou ótimo em você. Agora vamos por que todos já devem estar me esperando—.

Yoongi suspirou e olhou para o chão fazendo a melhor cara de ‘piedade’ que ele conseguia. Pena que não me atingiu. Fui até ele e passando meu braço pela sua cintura o puxei até o elevador.

O caminho foi cheio de um silêncio cortante, me sentia mal por obriga-lo a vir mas me sentiria pior se saísse e o deixasse sozinho em casa. Olhei de relance para o lado e pude ver seu rosto inclinado e seus olhos fixados na paisagem de fora. Eu não sei quando isso aconteceu mas sinto meu corpo todo pedir por esse garoto todas as vezes que o vejo. Eu não entendo esse sentimento, não entendo por que, e não entendo Min Yoongi.

—Eu e Namjoon, nós não temos nada—. Disse tentando puxar um assunto enquanto estacionava o carro do lado do barzinho onde os outros já estavam. —Nunca tivemos nada e aquilo que viu não passa de um desentendimento—. Olhei em sua direção e me surpreendi ao ver que ele já me olhava, intenso, escuro, mas ainda me trazia conforto com aquele olhar.

—Eu não sei o que vi, mas eu vi—. Disse tirando o cinto e tentando abrir a porta, mas esta ainda estava travada.

—Eu não entendo por que está agindo assim, como se eu estivesse mentindo—. Observei enquanto o menor engolia em seco, parecia pensar no que diria a seguir mas não saía nada de sua boca. Um suspiro saiu de seus lábios e logo os mesmo foram prensados um contra o outro.

—Apenas vamos beber e esquecer disso, tudo bem?—. Disse tentando abrir a porta novamente e eu a destravei dando liberdade para que enfim saísse.

—Com tanto que você não me dê trabalho de novo, tudo bem—.

Yoongi me lançou um olhar feroz antes de seguir até a porta e eu agradeci por conseguir tira-lo do sério tão rápido, adorava sua expressão de raiva.