História Trouble Maker (yoonseok) - Estou atrapalhando o casalzinho aí?

Assustadoramente Min Yoongi aceitou e retribuiu o beijo do outro dia. Se eu esperava levar um tapa daqueles por o ter beijado? Era a única coisa que eu esperava daquele garoto. Mas ao contrário do que eu pensava, Yoongi me surpreendeu ao simplesmente retribuir o beijo, o que de certa forma eu achei muito bom.

Beijar Yoongi foi de longe a melhor parte do dia. Mas como nada é um mar de rosas, ainda precisaria conversar com Nam sobre Jimin.

Não que passasse por minha cabeça que poderia ser verdade, isso nunca, Namjoon não é desses. Mas o loirinho estava realmente preocupado com seu amigo e isso era o mínimo que eu poderia fazer para ajuda-lo.

Yoongi havia acabado de chegar do colégio e agora estava esparramado no sofá procurando algo na TV.

Estranhamente ele não tocou no assunto do beijo de ontem, muito menos parecia incomodado com esse fato, ele vivia normalmente, por hora parecia que não havia acontecido.

Joguei as chaves do carro na mesa e caminhei até o sofá livre, já que o garoto tomou completamente o outro.

—Não vai sair essa noite?—. Perguntou o loiro sem desviar os olhos da TV.

—Não, liguei para Namjoon e ele prometeu passar aqui para tirarmos a limpo toda aquela história do Jimin—.

O menor soltou um “hm” e continuou focado em qualquer coisa que ali passava.

Começava a me tirar do sério, fingir que nada aconteceu depois, era pior do que levar um fora na hora. Eu me abri totalmente e me declarei para ele, e agora ele finge que não aconteceu o que aconteceu nessa mesma sala.

—Você se arrepende?—. Minha voz se misturou com o som baixo do aparelho e logo só se ouvia o silêncio.

—C-como assim me arrependo? Eu não to' te entendendo—.

Levantei-me em um pulo e desliguei a TV, permanecendo em frente a mesma. Mas Yoongi desviou a atenção, concentrado agora nos dedos de suas mãos que descansavam sobre seu peito.

—Você pode, por favor, olhar para mim? Eu quero conversar, só isso—.

Os olhos castanhos escuro fixaram em mim e o corpo pequeno se ajeitou no estofado, pondo-se sentado agora.

—Você se arrepende por ontem?—. Voltei a perguntar.

—Não, eu não me arrependo—.

—Então por que está agindo assim depois de eu ter o beijado e principalmente, depois de eu ter dito o que sinto por você?—.

Yoongi ficou calado por um tempo, parecia buscar melhor as palavras dentro de sua própria mente.

—E-eu só não sabia o que fazer, fiquei envergonhado de manhã, não sabia como reagiria a mim, a nós—.

As bochechas pálidas tomaram um tom rosado, as sardas tornavam tudo ainda mais adorável, Yoongi explodiria de vergonha a qualquer momento e eu não segurei o riso.

A feição envergonhada tomou uma irritadiça, as bochechas inflaram e os braços foram cruzados sobre o peito.

—O que? Eu sou uma piada para você? Seu estupido—.

Yoongi levantou-se e rumou ao seu quarto apressadamente e eu o segui adentrando no mesmo antes que a porta fosse fechada.

O menor jogou-se na cama a bufou contra o colchão. Ainda assim era adorável.

—Por que está no meu quarto? Me deixa em paz se veio aqui rir de mim—.

—Ei nervosinho, eu não ri por mal. Você fica adorável quando está com vergonha, e mais ainda quando fica com raiva—. Sentei na beira de sua cama e me virei para analisar o corpo esparramado na mesma.

—Você é um idiota—.

Falou no mesmo momento em que se virou e me empurrou com o pé para fora da cama, sem muito pensar, segurei o pé que me empurrava e o arrastei junto a mim no chão. Logo, Jung Hoseok estava ao chão com Yoongi caído ao seu lado.

—Eu não acredito que me puxou!—. O loirinho protestou com um tom mais alto.

—E eu não acredito que você me empurrou depois de um elogio daqueles. Que criança estranha!—. Disse no mesmo tom em que ele havia usado.

O corpo pequeno se forçou a levantar e veio até mim, sentando sobre minhas pernas. As mãos pálidas se apoiaram sobre meu peito e o rosto raivoso se aproximou de mim.

—Eu não sou uma criança—. Assoprou sobre meu rosto, bagunçando ainda mais os fios sobre minha resta. —Um homem como você não se interessaria por uma criança—.

Os lábios cheinhos e rosados roçaram contra os meus, uma das mãos do menor alcançou meu rosto e a outra desceu pela lateral do meu corpo, segurando firmemente a barra da camisa que eu usava.

—Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí?—. Ouvi uma voz familiar e levei a atenção até a porta do quarto, onde Nam encarava a nós dois no chão.

Yoongi rapidamente levantou e se pôs a sentar na cama, pigarreou e arrumou o cabelo.

—Como entrou aqui?—. Perguntei antes que o clima ficasse pior.

—Bom, esse apartamento é meu, nada mais justo do que eu ter uma chave também—.

O moreno sorriu ladino e balançou uma maleta escura em minha direção.

—Desculpa te trazer trabalho e estragar o clima entre vocês—. Piscou em direção ao menor e se virou, voltando para a sala.

—Desculpa por isso, eu não fazia ideia de que ele tinha uma chave—.

—Tudo bem, não é culpa sua—. Sorriu, algo que eu não esperava dele agora.

—Porque não toma um banho enquanto eu converso com ele hun? Quando nós terminarmos eu peço uma pizza, sei que está com fome—.

O loiro assentiu e pareceu surpreso quando deixei um selar em sua testa antes de deixar o quarto.

                           °•°•

Andando pelo corredor avistei uma cabeleira vermelha em meu sofá, demorei um tempo para perceber de quem se tratava e me surpreendi por Jimin estar ali.

—Oi Jimin, não sabia que viria também—.

O ruivo revirou os olhos escuros e bufou.

—Não é como se eu quisesse estar aqui—. Falou entre dentes.

—Eu combinei de leva-lo a um lugar assim que sairmos daqui—. Nam explicou e eu assenti, sendo acompanhado até o escritório pelo moreno.

Nós entramos no cômodo e nos sentamos como de costume. Namjoonie em uma poltrona a frente da minha, sendo separados pela mesa amadeirada repleta de papéis e do meu computador. O moreno colocou a maleta sobre a mesa e repousou os pés na mesma logo em seguida.

—Achei que aquela fosse a última do mês—.

—E era, essa aqui é de uma aposta que Jimin ganhou recentemente—.

—Jimin? E eu posso ficar a par com isso?—.

—Digamos que eu ande investindo nos talentos dele. Quero dizer, eu não fazia ideia de que ele poderia ser tão bom nas ruas—.

—Então quer dizer que está deixando o garoto correr?—.

Namjoon é inacreditável.

—Qual o problema? Ele gosta e anda me dando lucro, não vou impedi-lo—.

—Você é um puta de um ganancioso, isso é pecado sabia?—.

O moreno riu soprado e deitou a cabeça sobre o encosto.

—Você me ligou dizendo que tinha algo para conversar, desembucha antes que o foquinho lá fora me coma vivo—. Disse fechando os olhos e suspirando alto.

—É exatamente dele que eu quero falar—.

Namjoon ergueu a cabeça para me olhar e arqueou uma sobrancelha, me fazendo continuar.

—Yoongi me disse que Jimin estava andando com uma arma na escola—.

—Uma arma?—

—Sim, você por acaso não tem nada a ver com isso não é? Digo, eu sei que não daria algo assim para ele—.

O moreno se ajeitou na poltrona, debruçando sobre a mesa.

—Não, Hobe, você sabe que eu nunca daria algo assim a ele, principalmente para ir a escola, eu não sou um idiota—.

Mesmo que eu já soubesse que Namjoon não tinha nada a ver com isso, me sentia intrigado a pensar como o mais novo conseguiu tal objeto, e qual a razão de usa-lo na escola.

—O que você ta' fazendo aqui?—.

—Bom, eu moro aqui—.

Ouvi murmurinhos do lado de fora do escritório. Nam me encarou por um tempo e se levantou decidido a sair. Provavelmente sabia que daqueles dois não viria nada pacífico.

—A sua mãe sabe que você virou a putinha de um universitário?—. Jimin perguntou ainda sentado no sofá.

Um sorrisinho brotou em seus lábios ao ver a incredulidade de Yoongi sobre aquelas palavras.

—E a sua, sabe que ela deu a luz a um lunático? Você deveria ir se tratar, Park—.

O silêncio deu lugar ao que parecia um rosnado da parte do ruivo, o mesmo se levantou e seguiu até Yoongi, os dois permaneceram se encarando até que o ruivo puxou algo de sua cintura e apontou ao loiro.

—Vamos Jimin, sem cena, atire. Eu quero ver se é tão doente quanto parece—. Yoongi provocou.

Jimin não atiraria, ele não seria capaz.

—Puta merda viu—. Nam suspirou ao meu lado e puxou a arma que carregava consigo. —Jiminnie, solte a arma e vamos embora, sim?—. Falou apontando o objeto para o ruivo.

O menor deu de ombros e ingatilhou o objeto em mãos, os dois mais novos ainda se entre olhavam como se a vida dependesse disso.

—Jimin! Se não largar a porra dessa arma agora eu atiro, você sabe que eu não hesitaria—. Falou calmo, mas um tom mais alto.

Antes que o ruivo respondesse, um estrondo alto ecoou pelo apartamento e provavelmente pelo prédio todo. Namjoon deu um tiro certeiro na arma segurada por Jimin, este que segurava a própria mão pela dor sentida. Em seguida o moreno guardou a própria arma e arrastou o ruivo para fora.

—Desculpe Hobe, eu falo com o pessoal lá em baixo e dou um jeito no foquinho aqui—.

Os dois saíram do apartamento batendo forte a porta. A arma que antes estava nas mãos de Jimin, agora estava jogada no chão e Yoongi se escorava na parede.

—Yoongi, você queria morrer? Céus o que tem na cabeça dessas crianças?—.

Corri a abraça-lo e quando o segurei ele não recusou, fechei os olhos sentindo a respiração pesada do menor.

—Eu tenho nojo dele agora Hobe, eu tenho nojo do meu melhor amigo—.

Afaguei os fios loiros por um tempo. Não era justo com Yoongi, ele nunca dera um motivo para tudo isso, pelo menos não que eu saiba. Talvez o loiro tivesse razão, Jimin era um lunático e precisasse de tratamento.

—Eu quero pizza de atum—. Falou ignorando todo o momento tenso de minutos atrás.

—Escolha um filme, eu vou pegar o telefone—.