História Trouble Maker (yoonseok) - Os filmes chatos de Hoseok e pizza de atum com vinho

Min Yoongi era de longe uma das pessoas mais indecisas da terra, eu nunca sabia o que queria assistir e assim que achava algo, uma outra coisa me chamava a atenção e me fazia desistir de todas as escolhas feitas anteriormente. Por essas e outras eu evitava comer no Subway, se é que me entendem.

—O que está fazendo?— Perguntou o moreno já com o telefone na orelha.

—Estou procurando um filme, não foi isso que combinamos?—.

—Sim mas essa noite eu quero comer no meu quarto—.

As memórias daquele monte de lixo, chamado de quarto por Hobe, me embrulhou o estômago e fez-me perder o apetite. Deixei o controle de lado e o encarei com desdém.

—Eu nunca seria capaz de comer naquele lixão Hoseok, sou obrigado a entrar lá para limpar e somente por isso que eu me arrisco ali dentro—.

O moreno pareceu ofendido por minhas palavras, mas cá entre nós, eu tinha razão.

—Eu sou bem organizado quando quero, você se surpreenderia se visse o quanto meu quarto está limpo, até mais do que quando você o limpa—.

Agora eu é quem se sentia ofendido. Tudo bem que eu limpava aquele quarto com o maior nojo que existia em mim, mas eu fazia o que podia para organizar aquele cortiço.

—Pois eu duvido que isso seja possível. Você, organizado e limpo?—. Gargalhei.

—Pois veremos, pirralho—.

Alguém do outro lado da linha pareceu atender e logo o mais velho fez os pedidos sem a necessidade de fornecer o endereço, já que sempre pedia do mesmo lugar e se tornou um cliente frequente do mesmo.

Passa por minha cabeça como alguém que vive a base de porcarias consegue manter um corpo tão bom e cheio de curvas. Hoseok tinha ombros largos e braços fortes, suas coxas eram fartas e eu não poderia deixar de mencionar a sua bunda redondinha. E sim, eu reparo muito em tudo isso, como não poderia?.

O corpo escorado na porta agora se aproximava e eu finalmente pude sair do transe em que estava, rezava a qualquer divindade para que Hoseok não me visse babando por seu corpo.

—Pergunto-me se estava admirando a boa vista ou se só estava com a sua habitual cara de tonto—. Riu e se sentou ao meu lado no chão.

—Ah Hoseok, eu não me canso de dizer o quanto você é um idiota—.

—E eu não me canso de dizer o quanto você é adorável quando fica envergonhado—.

O dedo longo do moreno repousou sobre a ponta de meu nariz avermelhado e eu me vi perdido quando aquele sorriso brilhante iluminou o rosto bonito de Hoseok. Céus, meu coração parecia querer pular para fora.

Segui até meu nariz e segurei o dedo que brincava comigo segundos atrás, segurando em volta de sua mão entrelacei nossos dedos e sem demora selei a bochecha morna do mais velho.

—Você é lindo—.

Sussurrei, tomando corarem, contra o rosto alheio e pude vê-lo corar.

Eu poderia morrer ali mesmo, me sentia muito bem ao lado de Hoseok, tão bem que poderia me sentir realizado sem ao menos ter aproveitado a vida. Hoseok me preenchia.

—Vamos para o quarto—. Disse Hoseok acariciando os fios que caiam sobre minha testa.

—O que?—.

—Para procurar o filme antes que a pizza chegue, seu pirralho pervertido—. Bufou e se levantou seguindo pelo corredor.

Suspirei aliviado, Hoseok quase levou um bom tapa por quase estragar o clima romântico com essa proposta repentina.

                       •°`~•°

Meu estômago estava prestes a começar a ingerir a si mesmo. Estávamos a mais de meia hora esperando pela pizza que parecia nunca chegar.

Nesse meio tempo de espera já havíamos terminado uma garrafa de refrigerante e assistido metade do filme, que Hoseok escolheu dizendo ser bom mas na verdade eu estava quase gritando de tédio.

O moreno dava sua total atenção ao filme enquanto eu analisava todos os cantos do quarto, nem parecia aquele mesmo que eu repelia a limpar. Estava limpo e cheirava a pinho, tudo bem organizado e no lugar. Não deixei de pensar que Hoseok é um puta mentiroso e bagunça todo esse lugar para me irritar, ainda agora eu o socaria se ele não estivesse tão submerso no aparelho iluminado. Seria um pecado atrapalhar aquela feição serena e bonita, talvez mais tarde eu me vingue.

O filme tedioso que eu não tinha interesse algum também me deu trégua para pensar em diversas coisas, principalmente em tudo que aconteceu hoje mais cedo.

Hoseok havia conversado com Namjoon mas não havia me contado nada, afinal, depois daquele show de horrores na sala tudo que eu conseguia fazer era sentar e praguejar Jimin.

A sensação de não saber de muita coisa sobre o mais velho voltou como uma bomba quando lembrei-me de Namjoon com a chave do apartamento. “Esse apartamento é meu”. Essa frase me atingiu e me aguçou, muito mais do que eu esperava.

—Hobe?—.

O maior soltou um “hm” para que eu continuasse, eu suspirei e voltei a olha-lo de perfil.

—O que o Namjoon quis dizer sobre esse apartamento ser dele?—.

Hoseok me olhou surpreso e se ajeitou na cama, encostando na cabeceira da mesma.

—Na verdade esse apartamento era dele, o mesmo me deu assim que começamos a trabalhar juntos. Eu precisava de um espaço só meu se fosse trabalhar para ele e então ele me cedeu esse lugar—.

—Vocês trabalham juntos a muito tempo?—.

Vamos lá, eu sou bem curiosinho e finalmente estava conseguindo retirar algo do mais velho, não poderia desperdiçar a oportunidade.

—Estamos nessa desde o terceiro ano escolar, quando Namjoon decidiu seguir com os negócios da família. Naquela época ele não tinha muito em quem confiar e vendo meu desespero por um emprego acabou me chamando para ajuda-lo—.

—Então você ajuda nos negócios da família?—.

Não pude deixar de frisar “negócios” com ironia. Eu posso não saber muito mas não há dúvidas de que os “negócios” da família de Namjoon não cheiram bem.

—Eu cuido da parte do Namjoon já que o mesmo não leva jeito para administrar. Tento me envolver o mínimo possível, apesar de já estar envolvido até a cabeça—.

Hoseok riu e jogou os fios negros para trás. O interfone tocou anunciando que a pizza já estava lá em baixo então o maior se levantou e seguiu para o elevador.

Hoseok voltou ao quarto após alguns minutos e trazia, além da pizza, uma garrafa de vinho e duas taças. Vinho e pizza?

—Você quer escolher outro filme?—. Perguntou desocupando as mãos.

—Ah, por favor!—. Falei já pegando o controle.

Entretanto, a fome era tanta que não pude dar atenção a filme algum, nem ao menos fiz questão de escolher outro. Sentado sobre as pernas e com uma taça de vinho nas mãos, tudo que Min Yoongi processava era o gosto delicioso da sua pizza de atum.

—O que foi?—.

Perguntei ainda com a boca cheia ao perceber Hoseok analisando-me enquanto comia.

—Nada, é que se eu soubesse que come como um animal eu teria comprado uma pizza inteira para você—. Disse antes de morder seu terceiro pedaço.

Ele sabia como me irritar, e fazia sempre que eu estava de bom humor.

—Eu vou comer você se continuar reclamando e me enchendo—. Dei um gole rápido no vinho.

—Isso foi muito sugestivo, não é como se eu fosse reclamar, Yoongi—. Sorriu ladino e deu um gole no líquido avermelhado de sua taça.

Dessa noite não passa, eu teria que soca-lo.

Após levar o resto da comida para a cozinha e arrumar o quarto, Hobe voltou a escolher filmes, estes que eu não aprovava.

—O vamos fazer agora?—. Perguntou quando puxei o controle de sua mão e me neguei a devolver.

O corpo maior veio até mim e deitou ao meu lado, passando um dos braços por meu peito.

—Eu me recuso a assistir os filmes que você escolhe, quantos anos você tem? Sessenta?—.

Nós rimos juntos e Hoseok se aproximou para selar minha bochecha. Ato esse que eu admirava, eu não era o tipo adolescente apaixonado e carente mas nunca recusava as carícias de Hoseok, esse carinho por parte dele me encantava, era puro e significava muito.

—Talvez pudéssemos sair—. Sugeriu o moreno deitando sobre mim e beijando meu pescoço.

—Eu não estou muito afim de sair hoje—. Fechei os olhos apreciando ao lábios finos me fazendo arrepiar.

—Talvez então pudéssemos procurar um jogo, não sei—. Falou com a voz baixa.

O hálito quente batendo contra a tez de meu ombro. As mãos quentes desceram pela lateral do meu corpo e adentraram minha blusa, acariciando minha cintura. Meus braços circundaram o pescoço do mais velho e eu me vi dando espaço para o seu corpo, afastando as pernas.

—Eu sou muito bom em jogos, ganharia de você com facilidade—. Disse, um pouco ofegante pelos beijos que recebia.

Suspirei ao sentir a língua áspera em meu lóbulo e levei uma das mãos a nuca alheia, acariciando os fios ali. Com a outra eu adentrei a camisa de Hoseok e dancei com os dedos sobre suas costas.

Os beijos se intensificaram e quando me vi perdido em meio ao calor, tudo que pude fazer foi me entregar ao corpo que deslizava sobre mim.

Meu lábio inferior foi prensado pelos dentes do moreno, arrancando um arfar baixo de mim. Segurei na barra de sua camisa e forcei-a para uma retirada rápida. Logo Hoseok retirava também a minha sem muita delicadeza.

Os lábios finos desceram sobre meu peito e começaram a marcar-me em diferentes lugares.

—Eu acho melhor pensar em algo melhor do que isso se não quiser que eu te tome para mim—. Disse o moreno voltando a acariciar-me com a língua úmida.

Eu nunca havia sido tão submisso na cama como estava sendo. Quero dizer, minha primeira vez foi com Jimin e depois disso, todas as outras vezes com pessoas aleatórias eu fui o ativo.

—E-eu quero Hobe, quero que me tome, que eu seja só seu—. A voz falhou e era óbvio que o mais velho percebeu.

Tinha medo mas queria muito também. A questão é que eu era...

—Você é virgem?—.

Assenti observando os olhos escuros se aproximarem. Seu nariz tocou o meu e sua mão deixou de apertar-me na cintura para acariciar minha bochecha.

—Eu vou cuidar de você, mas se não quiser, eu fico por baixo essa noite—.

Sorriu abertamente, fazendo todos os meus membros se eletrizarem.

Hoseok era dono de um carinho desumano, já que nenhum ser humano seria capaz de entender ou usa-lo, esse homem veio da lua. Meu coração palpitava sempre que suas ações carinhosas me surpreendiam, eu achava uma graça isso de sua parte. Até mesmo gostava de ser pirraçado pelo mais velho, mas nunca admitiria em voz alta.

Essa noite estava aberto a novas experiências.

Grudei meus lábios nos dele e aprofundei o beijo novamente, eu passaria a noite beijando os lábios finos do moreno, mas agora, nesse instante, eu me sentia intrigado a senti-lo em mim.

—Cuide de mim Hoseok—. Sussurrei contra sua orelha.

As mãos que não paravam, e eu não gostaria que parassem, desceram até o cós de minha calça, desceram o zíper e desabotoaram-na rapidamente. As minhas tomaram o mesmo rumo, abaixando com mais facilidade a roupa do moreno.

O corpo quente sobre o meu se ajeitou entre minhas pernas fazendo com que o contato de nossos membros queimasse meu corpo, um gemido escapou entre meus lábios e um Jung sorridente iniciou uma onda de movimentos com seu quadril. As mãos firmemente apalpavam minhas coxas e me traziam de encontro ao seu corpo como uma necessidade.

—Hoseok-ah, pare de me torturar—. Disse entre um gemido e outro.

O meu pedido foi como um impulso para que o mais velho começasse a simular estocadas em minha entrada ainda sobre o pano de minha box. Logo o corpo quente se levantou deixando o meu sobre a cama bagunçada e rumando para o guarda roupas. Sem muita demora levei as próprias mãos ao único pano que me cobria e desfiz dele, expondo o membro ereto e necessitado de atenção, essa que não tardei a dar enquanto Hobe já voltava para a cama, também despido por completo.

O maior deliciava-se com a cena do meu corpo correspondendo aos toques que eu mesmo me sujeitava. Os suspiros de alívio e prazer, meus dedos escorregavam por meu membro dando início a uma masturbação frenética.

Por uma fração de segundos abri os olhos encarando o moreno que depositava lubrificante sobre os dedos. Logo pude sentir o líquido pastoso e gelado entre as pernas. Um novo gemino arrastou sobre minha garganta.

O corpo todo estremeceu quando o primeiro dedo foi forçado a entrar, então o segundo veio em seguida me fazendo soltar um grito, ardia como o inferno.

—Tudo bem Yoonnie, logo passa—.

A voz sussurrada tentava me acalmar mas todo o meu interior doía e rejeitava aquilo.

Alguns minutos foram o suficiente para faze-lo se retirar e entrar novamente, os movimentos não mais doíam, mesmo que eu ainda me sentisse rasgando por dentro, o prazer amenizava toda a dor. Eu queria mais.

Forcei o quadril de encontro aos dedos longos que me penetravam, Hoseok fixou os olhos em mim e eles brilhavam como se estivesse vendo algo incrível, ele analisava cada um dos meus movimentos, cada um dos meus suspiros e gemidos arrastados, inicialmente eu me senti envergonhado mas eu mandei tudo para a puta que pariu assim que o moreno saiu de mim e voltou a penetrar-me com seu membro.

Minha alma parecia ter saído do corpo, nada daquilo era comparado aos dedos, mesmo que sendo longos, nada me preencheu como agora.

—Tão apertado...—. Sussurrou.

Eu sabia que ele estava sendo delicado ao extremo e isso me acalmava mas sentir meu corpo todo estremecer me gerava um pânico.

O maior enxugou com os dedos algumas das lágrimas que escorriam por minhas bochechas.

—Quer que eu pare?—.

—Mil vezes não—. Respondi, observando os orbes brilhantes.

E então Hobe investiu estocadas lentas e profundas enquanto nossos lábios se chocavam e tremiam com os gemidos um do outro. Com as próprias mãos me masturbava no mesmo ritmo das estocadas, sentindo o suor escorrer pelas têmporas.

Sentia meu corpo todo completamente sensível, todos os movimentos e carícias de Hoseok me faziam gemer ou arfar, como poderia eu, estar em um estados desses?. As estocadas aos poucos se tornaram frenéticas, a consciência nublava com as sensações e o prazer.

Rumei os lábios ao ombro alheio e cravei os dentes sem me importar com a dor que o mais velho sentiria. No mesmo momento algo em mim se revirou e um gemido arrastado saiu sem meu consentimento.

—Sim Hobe, bem ai, faz de novo hun—. Falei com dificuldade.

E ele continuou naquele ponto fazendo meus olhos rodarem e tudo em mim explodir, por dentro e por fora, sujando os dois corpos que ainda se encaixavam com perfeição.

Quando o moreno entrou em exaustão total os movimentos cessaram e o corpo maior caiu sobre mim, se retirando do meu interior. O líquido quente escorrendo por minhas pernas.

Um sorriso largo brilhou em meu rosto. Hoseok e eu havíamos acabado de transar? Sério? Nunca em mil anos algo assim passaria por minha cabeça. E o pior é que eu não me arrependo.

—Foi bom?—. Perguntou o moreno, rolando pro lado e saindo de cima de mim.

—Foi ótimo—.

Me sentei observando-o e voltei a sorrir por ver o sorriso iluminado do maior.

                       •°~`°•

Me recuperava da segunda transa no banheiro e da terceira na cozinha enquanto degustava os últimos pedaços da pizza fria. Eu estava acabado e tinha noção de que amanhã seria um dia doloroso, Hobe também tinha essa noção e por isso saiu para comprar qualquer coisa que achasse que ajudaria, já eu não tinha tanta fé.

Meu celular em cima da mesa de centro vibrou, me tirando dos pensamentos dolorosos sobre minha bunda também dolorida, desde quando tudo em mim se tornou um grande complexo de dor?.

Estendi o braço alcançando o aparelho e ao desbloquear cliquei sobre a notificação de uma mensagem de um número desconhecido.

Número desconhecido:

Yoongi, é o Namjoon. Estou preparando algo para o aniversário do Hoseok, espero que possa ajudar. Não conte nada a ele, por favor. Me ligue quando puder.

Aniversário do Hoseok?