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História Trouble Town - A 'piltie' entre nós


Escrita por: Downpie_

Notas do Autor


gente foi um sacrificio esse capitulo
a atualizaçao da lore de demacia foi meio ruim cof cof
rip

Capítulo 20 - A 'piltie' entre nós


Fanfic / Fanfiction Trouble Town - A 'piltie' entre nós

— Você está comendo vegetais? — Ekko surpreendeu-se ao ver a garçonete servindo Jinx, parecendo um pouco nervosa ao reconhecer a beldade.

Após fugir do lobisomem, eles decidiram parar em uma lanchonete, ele percebeu que a garota estava fraquejando. Ele detestava vê-la assim. Nunca saberia quando seria a última vez que ele a veria vacilar sem poder fazer nada à respeito.

Ekko tentou fazer perguntas sobre o que aconteceu antes deles se encontrarem, mas ela não dizia nada. Conhecendo-a há tantos anos, ele sabia que ela tinha aquele olhar envergonhado de quem escondia algo. Vi em Zaun deveria trazer de volta aquelas memórias ruins.

— É, o médico disse que faz bem. Isso pode me deixar menos pior — Jinx contou, espetando um pedaço de cenoura no garfo e girando-o.

— Você vai no médico? — o rapaz surpreendeu-se, sempre pensou que ela totalmente ignorava a sua situação.

— Ekko, eu preciso te contar umas paradas antes que a Vi te conte do jeito errado — ela suspirou, falando de boca cheia e logo batendo as mãos na mesa e lhe encarando com uma expressão séria. — Então, eu vou no médico de vez em quando sim, mas não é um médico qualquer sabe, é o Viktor e tal... ele é meio babaca, mas eu gosto dele, ele é bem inteligente.

Demoraram alguns segundos para ele digerir a informação. Ekko nunca conheceu Viktor pessoalmente, mas é claro que sabia exatamente quem ele era. Apenas um Barão Químico decadente, um robô amoral e corrupto, como tudo de ruim naquela cidade. Ele sempre imaginou que Jinx pensava do mesmo jeito ou pior, sendo que ela já lhe segredou o que aconteceu entre eles na sua infância.

— Espere, você tem síndrome de Estocolmo ou algo assim? Esse cara te sequestrou e abusou de você, não deveria manter contato com ele — ele falava lentamente, ainda imaginando que aquilo era apenas sua imaginação.

— É, sobre essa história de sequestro, eu menti. Fui eu que o procurei — ela encolheu os ombros, sabendo que ele ficaria um tanto magoado e até desapontado, talvez. — Eu achei que ele podia me curar. Ele me avisou várias vezes que o procedimento era perigoso e podia dar errado, mas eu segui em frente, achando que eu saberia lidar com as consequências. E bem, já que foi ele que causou isso, ele é o único que sabe como funciona, mais ou menos.

— Ele é um mecânico. Por que você não foi num médico de verdade? — o rapaz fingiu que não estava irritado ao saber que ela estava amiga daquele psicopata, porque brigar com ela só pioraria as coisas. De certo modo, se sentiu traído. Ela foi contra tudo o que ele acreditava, o que não seria tão ruim se ela não estivesse sempre encorajando-o em seu idealismo.

 — Eu fui. São todos charlatões que querem me fazer ficar pior — Jinx suspirou. Ele discordava, sabia que tinha gente decente no ramo. — Ok, até teve um que falou que eu poderia morrer mais cedo se eu fizesse quimioterapia, mas eu não quero perder o cabelo.

— Prioridades — ele resmungou. Ele não sabia como se sentia, algo em seu peito estava queimando, uma certa desilusão. Mas, bem, aquilo era o que chamavam de ‘um clássico Jinx’, sempre tomando as decisões erradas e arcando com as consequências do pior jeito possível. Era horrível dizer que ele não estava surpreso.

— Qual é, eu vou morrer cedo do mesmo jeito. Prefiro morrer moderadamente bonita. A mesma coisa sobre aprimoramentos mecânicos — a garota deu de ombros, indiferente. É, ela tinha um argumento.

— Tudo bem, então. Só continue comendo coisas saudáveis, vai te fazer bem — Ekko voltou ao papel de melhor namorado do mundo e lhe deu um terno beijo na bochecha. Bem, a salada, não? Ela estava tentando alguma coisinha, pelo menos.

— Ah, e então, talvez algum dos pilties se aparecer vai te dizer que eu tenho um caso com o Viktor só para te colocar contra mim, mas já quero deixar bem claro de que isso nunca aconteceu e nem vai acontecer — Jinx disse, séria.

— O que fez eles terem essa impressão? — Ekko levantou as sobrancelhas, esperando o pior.

— Bem, o Viktor estava sendo babaca de novo e eu mandei ele se foder por que eu estava morrendo e era culpa dele, ele poderia ao menos fingir que sentia muito, não? Ele ficou meio mal e me deu um abraço. Os policiais chegaram quando a gente ‘tava se abraçando, então né. As pessoas sempre pensam o pior de mim — ela deu uma risada, mas Ekko não achou engraçado. Ela cultivava uma amizade com o sujeito que lhe torturou na infância e a fez doente. — E bem, eu tenho que admitir, eu tinha uma quedinha por ele quando eu o conheci, mas ele não tem sentimentos e ainda é meio robô, vai saber o que ele “aprimorou”, né? Eu até dei em cima dele, mas ele nem ligou. Só depois que percebi que eu não tinha uma quedinha por ele, só um estranho desejo paternal que me faz querer vomitar. Eu só queria que ele se importasse, sabe? Ele me fodeu, metaforicamente.

— Eu não sei o que dizer, eu também quero vomitar — ele resmungou, achando que Jinx lhe deu informações demais.

— Ei, eu nunca trairia você, ok? Você é tipo a melhor coisa da minha vida — ela acariciou o rosto dele de leve, um tanto risonha.

— Eu sou o melhor que você já teve, admita — Ekko a encarou com um sorriso arrogante. É óbvio que ele sabia que ela nunca o trairia, ele confiava nela neste quesito. Ele só queria quebrar o clima, falar sobre algo mais leve. Jinx deu uma gargalhada em resposta à ele, o que o fez rir também, mesmo que não devesse.

— Como eu te considero muito, vou fingir que você não disse isso — ela lhe deu um beijo na bochecha e ele cruzou os braços, indignado. Ele catalogou todos os exes dela em sua mente, tentando pensar em algum que fosse sexy e não fosse sinistro. É, Ekko era o melhor.

— Eu acho isso um ultraje — ele acenou negativamente com a cabeça e ela riu mais ainda.

— Ah, eu acho que eu precisaria de mais uma prova para poder realmente pensar nisso. Hm, será que nosso querido Ekko foi o melhor que eu já tive? — ela tentou fingir-se pensativa, mas continuava risonha.

— Ficaria mais do que feliz em esfregar na sua cara — ele resmungou, fazendo-a rir mais.

— Hm, você está pegando fogo hoje, não? — ela levantou as sobrancelhas, lhe olhando de cima à baixo.

— Não foi isso que eu quis dizer. Quer dizer, mais ou menos — ele deu de ombros, corando de leve. — Caramba, isso soou bem mais obsceno do que eu planejava.

— Você é demais — ela riu mais ainda com a confusão dele, que ficava cada vez mais embaraçado, decidiu tentar mudar de assunto de novo.

— Caham. Como estão seus vegetais, querida? — ele perguntou com seu sotaque piltie fajuto.

— Oh, intensamente verdes, estonteantes! — Jinx respondeu no mesmo sotaque, gesticulando tanto com o garfo que fez um pedaço de vagem voar longe. Eles ficaram falando besteira por um tempo, mas então o riso de Jinx sumiu quando ela olhou para frente e lá estava Vi, entrando com uma expressão severa.

A antiga amiga tinha uma expressão severa no rosto, estava com o uniforme da polícia de Piltover e as manoplas, tirou os óculos de sol e parou à frente deles, engolindo em seco. Parecia mais nervosa do que deveria estar.

— Ahn, quê? — Ekko não poderia estar mais confuso, levantando-se de prontidão, ficando de frente para ela. Já era arriscado ir até Zaun, mas sozinha e de frente à eles? Sorte que estavam em público.

É claro que o rapaz ainda se sentia mal por ter atropelado Vi na noite da festa, mas ele defenderia Jinx se precisasse.

— Ekko, eu preciso conversar com você — Vi soava séria, mas um tanto melancólica. Ela também não deveria ter esquecido do acidente.

— Eu sugiro que você saia daqui se não quiser uma briga — Jinx rosnou, sem nem ao menos olhar para Vi. Sua raiva era severa e cheia de desprezo, algo diferente.

— É, eu me empolguei naquela hora, mas não estava errada, não é mesmo? — Vi suspirou, um tanto embaraçada. Pedir desculpas não era algo a se esperar dela, nunca.

— Você tem razão, né? Não tem nada de mal em você usar coisas que eu confiei à você contra mim como se sei lá, você ainda me conhecesse e basicamente dizer que eu deveria me suicidar. Me inspiro na sua moral, Vi — Jinx esbravejou, apunhalando sua salada.

— Você está morrendo de verdade? — ela engoliu em seco. Ekko franziu o cenho: porque Jinx contou aquilo para ela?

— É — Jinx resmungou, olhando para o chão. — Uma coisa boa, não? Piltover vai ficar chata de novo, do jeito que você e a sua namoradinha gostam. E então você pode continuar fingindo que é uma deles, desesperadamente tentando ser o que os outros querem que você seja. Decepcionante, conhecendo você.

— Não deveria ser assim, sabe? Eu não me esqueci de como costumava ser — ela deu de ombros, embaraçada.

— Do que você está falando? — Ekko interrompeu o momento delas, pois a dúvida era excruciante.

— Ela não te contou? — Vi olhou em volta e então voltou direto para ele, os olhos violeta lhe causando um arrepio nostálgico. Estranhamente, ela lhe lançou um sorriso simpático antes de soltar a bomba. — Eu recuperei a memória.

— Sério? — ele inclinou a cabeça. Se fosse algo bom, Jinx não estaria chateada. Como ele esperava, nada mudou. O passado nunca mudou o presente. — O que vai fazer agora que sabe de tudo?

— Eu não sei. Achei que isso ia resolver tudo, mas só piorou — Vi suspirou, parecendo um tanto desapontada.

— Não me diga — Jinx respondeu ironicamente, cheia de raiva. — Engraçado, você ferrou tudo comigo e com a Caitlyn. Não tem para onde ir.

— É, eu vou resolver as coisas. É o que eu faço, não? — ela não parecia confiante no que dizia.

Ekko totalmente queria abraçar Vi e dizer que estaria lá se ela precisasse, pois ele não desistia de seus amigos, não importando o quê, mas Jinx não reagiria bem.

— Tudo dá certo no final, não? — foi o que ele disse com um sorriso sereno.

— Menos para mim, eu vou morrer — Jinx falou de boca cheia, percebendo o sorriso dele e não parecendo gostar. Ele estava sendo legal com a Vi, não era a mesma coisa que ter uma quedinha pelo Viktor.

— Você ainda está aqui, comigo. Nós vamos aproveitar nosso tempo, seja ele longo ou curto, certo? — Ekko acariciou os cabelos azuis dela de leve, vendo um sorriso sutil nascer nos olhos dela.

— Sem dúvidas você será lembrada — Vi assentiu, sarcástica.

— Perdão, o que veio fazer aqui, mãozuda? É óbvio que você não vai pedir desculpas pelo o que disse, sabe que é inútil, não te perdoaria de qualquer jeito. Não veio me prender, pelo ar estupidamente pacífico. O que você quer? Levar uns tiros? — é óbvio que Jinx não gostou da brincadeira, ela levantou-se, já indo pegar as armas que deixou debaixo da mesa.

— Ei, se acalme, ok? — Ekko segurou os ombros dela, lhe olhando nos olhos do jeito mais sereno que podia. Mesmo que não parecesse concordar totalmente, a garota voltou a ficar sentada. Ele fez sinal para que Vi se sentasse também, o que ela fez.

— Não sei, X — a garota de cabelos rosa deu de ombros, apoiando a cabeça na mão.

— Não pode mais me chamar assim — Jinx rosnou, batendo na mesa. Vi apenas levantou as sobrancelhas.

— Ok, eu já saquei, aquela grande irmandade entre nós está morta e enterrada, pare de dar chilique. Não é como se eu também fosse esquecer do estrago que você causou — ela resmungou, impaciente. — Eu vim aqui falar com o Ekko, já que ele é o único que não está puto comigo, eu suponho. Se você puder nos dar licença...

— Você está brincando, né? — Jinx deu uma risada. — Ekko...

— Na verdade, eu acho que seria bom poder... — ele murmurou, sabendo o quanto a garota ficaria magoada. Ele precisava ter aquela conversa com Vi, era importante.

— Espera, sério? — a garota o encarou, ele continuou olhando para as próprias mãos, engolindo em seco. Ela revirou os olhos, passando pelo colo dele para sair. — Esqueça sobre o que eu disse mais cedo, ok?

— Espere, que parte? — ele não sabia se era a parte de Viktor ou a parte obscena.

— Eu já decidi. Você é o pior — Jinx resmungou, enquanto pegava a mala com suas armas e saía nervosamente. Ekko precisaria de um milagre para resolver aquilo.

— Do que ela está falando? — Vi perguntou assim que ouviu o barulho da porta.

— Eh, nada demais — ele pigarreou. — E então, bem-vinda de volta, huh? Como está sendo com a Caitlyn e tudo mais?

— Bem, eu tive que mentir, roubar e manipular para ter a memória de volta, então ela não está feliz. Já basta todo aquele negócio de eu expor ela para a mídia — Vi suspirou. — Ela ficou comigo no hospital depois de vocês me atropelarem, então ela não me odeia. Não acho que a gente vá reatar. Tudo é diferente agora, sabe?

— Você quer reatar? — Ekko sentia-se aliviado por conseguir conversar normalmente com ela, sem conversar sobre morte e perseguição.

— Eu amo ela pra caralho. Você me conhece, sabe que eu vou de cabeça. Eu faria qualquer coisa por aquela mulher e nem sei se ela ainda me ama depois de toda a merda que eu fiz — ela tamborilou os dedos na mesa. — Ela ficou com medo quando eu disse que queria a memória de volta, sabe? Pensou que eu iria me lembrar de ter outro alguém ou sei lá, me aliar a vocês... daí descubro que nunca teve outro alguém tão importante e que toda essa parada da Jinx não se resolve, eu só fico com pena do que ela se tornou. Cara, ela tinha um futuro brilhante, a porra de um prodígio da química virou aquilo. Não sinto que ainda seja a mesma pessoa.

— Ainda vejo aquela garota nos olhos dela de vez em quando — Ekko suspirou. Era um alívio poder falar sobre aquilo com alguém. — Dói um pouco saber que não posso mais salvá-la, mas ao menos eu ainda posso estar lá quando... você sabe. Ela não precisa passar por isso sozinha.

— Sabe, quando ela me contou o tempo pareceu congelar. Parte de mim queria só ficar lá com ela, ser a irmãzona uma última vez, mas... sei lá, parece errado depois de tudo o que aconteceu. Nenhuma de nós consegue perdoar ou esquecer — ela falou baixo, como se não gostasse de admitir isso ainda. — Você acha que é culpa minha dela ter enlouquecido?

— Nós três dividimos a culpa disso — ele assentiu, respirando fundo. — Talvez se você tivesse ficado, talvez se eu tivesse me declarado antes, talvez se ela nos ouvisse ou sei lá, tivesse dito alguma coisa... mas nada disso aconteceu, huh? Eu não posso voltar tão longe no tempo então tento esquecer isso.

— E então, como é ter toda a pressão de ser o príncipe encantado? Beijar ela era como o que você sonhou? — ele não pôde deixar de notar um toque de amargura na voz dela.

— Eu mantenho minhas promessas, sempre. Eu disse que nunca iria abandonar meus amigos e aqui estou, entre a cruz e a espada — ele abriu os braços, suspirando. — Jinx nunca precisou de um príncipe encantado, ela precisou de um amigo. Alguém que a abraçasse com força quando as alucinações a puxam para longe. Não estou dizendo que é fácil toda essa coisa de assassinato e câncer, mas é, eu amo ela desde a primeira vez que a vi.

— Eu acho que ela te traiu com o Viktor — Vi murmurou, não parecendo muito feliz em dizer aquilo. Jinx fez bem em se explicar anteriormente.

— Ela já me explicou a história, não é bem isso. Decidi confiar nela — Ekko assentiu, sério.

— Boa sorte com isso, garotão — ela levantou as sobrancelhas novamente, provavelmente tomando-o como ingênuo. Felizmente, Jinx era grata por tudo o que Ekko fazia por ela, então ela não iria traí-lo sem motivo. — Bem, eu deveria voltar e tentar falar com a Cait, sei lá. Você não pode me dar um pouco de coragem?

— Eu pensei que seria mais difícil vir aqui, mas tudo bem — foi a vez dele levantar as sobrancelhas de maneira debochada. — Sei lá, só seja honesta sobre tudo. Não minta para consegui-la de volta. Dê um tempo para ela entender, quem sabe ela volte. Se não, paciência.

— Ela é a minha chefe, não dá para simplesmente seguir em frente, sabe? Ela me salvou, não é como se eu fosse esquecer disso — Vi passou as mãos pelo cabelo, nervosa.

— Você deveria dizer isso para ela, não para mim — o rapaz lhe deu um tapinha no ombro.

— Bem, é verdade. Obrigado, Ekko, é bom ter alguém para conversar — ela sorriu, parecendo realmente aliviada.

— É, mas eu sugiro que você não venha mais para cá. Jinx te encontrou antes de mim, então eu aposto que você disse coisas terríveis para ela. Elas poderiam ser verdadeiras, saindo do fundo do seu coração ou sei lá, mas... ela não precisa disso. Não agora — Ekko manteve-se sério, ela encolheu a cabeça. — Sabe, quando nós finalmente ficamos juntos, depois de todos aqueles anos, eu descubro que ela vai morrer. Eu não devo ter muito tempo, Vi. Não faça com que o prazo encurte.

— Como você ainda consegue amar ela depois de tudo o que ela fez? Ela é tipo uma boneca vodu, ela que se ferra mas a dor é sua. Já foi minha, também. Foi até bom perder a memória, só para cortar o laço, seguir em frente. Nós dois sabíamos que ela não teria volta quando vimos aqueles cortes nos braços, as armas... — Vi respirou fundo com certo pesar. — Sabe, agora que eu recuperei a memória é como se ela já tivesse morrido, sabe? Quem ela é agora... só um fantasma.

— Sou um romântico incurável. Você desistiu dela quando viu que as coisas ficaram feias, eu entendo, é difícil e você já estava cheia dos próprios problemas. Mas eu nunca desisto de nada. Não que eu concorde com tudo o que ela faz, mas... ela ainda é a mesma comigo, sabe? Quando nós estamos sozinhos é como se nada tivesse mudado — ele suspirou. Amar Jinx era doloroso, mas isso nunca o parou. — Ela disse o mesmo sobre você, sabe? Essa parada de fantasma. Vocês duas dizem que mudaram tanto, mas ainda é a mesma coisa, só um pouco mais ácida.

— Talvez você esteja certo — ela acariciou a própria nuca, dando de ombros. — Bem, de qualquer jeito, eu deveria ir. Nós duas temos garotas à reconquistar, não?

— Boa sorte — ele assentiu. Vi deu uma leve risada e retirou-se calmamente.

***

Vi saiu com um sorriso no rosto. Era bom saber que Ekko continuava o mesmo, pelo menos. Fácil de conversar, estranhamente sábio, teimoso e a mania de sempre ver o bem nas pessoas, não importando o quê. Vi sempre invejou a confiança dele, sempre parecia saber o que estava fazendo.

Ela pegou um cinturão hexdráulico pela parte de dentro: pela primeira vez na vida, ela pagou pelo tour no Uivo Crescente. Ela poderia ter subido normalmente e pulado por cima, mas ela não era mais assim.

Ekko tinha razão, ela não tinha mudado tanto, só estava no caminho certo. Ela tinha de dizer isso para Caitlyn. Ver o quanto Ekko estava arrasado com a doença de Jinx apenas fez com que Vi pensasse no que faria se algo do tipo acontecesse com Cait. Ela teria de aproveitar seu tempo, sem ser orgulhosa e deixar aquelas brigas acontecerem.

É claro que ela teve de tomar uma dose de coragem para bater na porta do apartamento de sua amada. Ela se atrasou um pouco pois ficou na frente do prédio contando os andares para ver se alguma das luzes de Caitlyn estava acesa e felizmente, sim. O elevador demorava para chegar, então ela teve de subir ao décimo segundo andar pelas escadas, correndo.

Ela tocou a campainha, encostando a cabeça à porta, um tanto cansada. Ela tocou de novo. De novo. Na quarta vez, ela ouviu barulhos e então as trancas da porta foram sendo abertas. Caitlyn tinha o cabelo preso num coque preguiçoso e usava seu roupão de seda, não deveria ter muita coisa por baixo disso.

— Vi, o que você está fazendo aqui? — ela estava corada, não abriu a porta completamente, colocou a cabeça para fora e olhou para os lados.

— Eu precisava ver você — Vi sorriu para ela, sentindo o corpo todo ficar tenso. — Eu posso entrar?

— Agora não é uma boa hora — ela resmungou, engolindo em seco.

— Não consigo mais esperar, sabe? E se nós não tivermos mais tempo? Eu quero passar o resto da minha vida com você — despejar as palavras fazia com que ela se sentisse mais leve, mas ao mesmo tempo seus pulmões estavam em chamas.

— Podemos falar disso depois? — ela soou abatida. — Eu também tenho coisas para dizer, mas agora não. Tenho que trabalhar amanhã.

— Eu também, e daí? O tempo está contra nós, querida. Precisamos aproveitar, sempre é uma boa hora — Vi tentou soar calma, mas falhou miseravelmente.

— Vi, você está bêbada? — Caitlyn a analisou com os frios olhos azuis.

— Não. Eu nunca tive certeza de mais nada na minha vida — ela assentiu, séria. — Por favor, Caitlyn, eu preciso botar isso para fora, se não eu vou morrer.

Vi começou a empurrar a porta e Caitlyn tentou pará-la, o que obviamente não daria certo, já que as duas sabiam quem era a mais forte.

— Vi, não! — ela resmungava. — Ei, é sério, pare! Qual é o seu problema?

O barulho da porta batendo contra a parede ecoou no corredor. Caitlyn fechou os olhos, furiosa. Vi não queria ter sido tão bruta. Ela só estava piorando as coisas como sempre. O barulho de calcanhares apressados batendo no chão de madeira foi ouvido.

— Cait? Está tudo bem? — Era Jayce. Usando um roupão de seda também, provavelmente o que já foi de Vi.

Um tiro daquela maldita bazuca de tubarão direto em seu pescoço teria doído menos. Um tapa na cara, uma bola de demolição, ser atropelada, qualquer coisa teria doído menos. Vi conseguiu imaginar seu pobre coração se quebrando em pedacinhos, pois foi exatamente o que aconteceu.

— Vi, eu... — Caitlyn gaguejou, provavelmente também vendo a imagem do coraçãozinho zaunita se desintegrando.

Vi não conseguia dizer nada, ela apenas olhou para os lados, tentando saber se aquilo era real ou não. Jayce continuava lá, sem expressão alguma. Era bom que ele não se aproximasse, se não levaria um soco. Infelizmente, o babaca continuou no mesmo lugar, então Vi teve que socar a parede, o que provavelmente danificou alguns ossos.

— Eu sinto muito! Eu precisava de você, mas você estava com eles, não? Você não estava aqui quando eu precisei, ele estava — ela esbravejou, parecendo sentir pena da garota traída. Aquilo era uma mentira. Todo mundo sabia que se a xerife a chamasse, Vi viria rastejando, como a grande idiota que era. Jinx estava certa, ela não pertencia a lugar nenhum agora, nem zaunita nem piltovense. 

— Puta merda, Caitlyn — foi o que ela conseguiu dizer.

 

 


Notas Finais


liçao de hoje não discuta com a jonx
ekko não leva jeito com a cremosa tadinho
ai ekko melhor pessoa
eu amo e odeio a vi o que fazer
PUTA MERDA CAITLYN


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