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História Trouble Town - Sem rastros


Escrita por: Downpie_

Notas do Autor


PRIMEIRAMENTE, DESCULPA
Tava passando por um bloqueio criativo mas acho que agora vai
Chorei mt no decorrer desse capítulo
Gente desculpa a demora seriao amo vcs

Capítulo 22 - Sem rastros


Fanfic / Fanfiction Trouble Town - Sem rastros

“Para sempre jovens”

Era o que dizia o bilhete ao lado do abajur, junto de um enorme coração rosa-choque e um X no canto da folha. Ekko olhou em volta, não ouvindo barulho nenhum. Ele ligou os pontos, mas aquilo não o acalmou.

Num pulo ele vasculhou o flat inteiro à procura de algum sinal de vida, o máximo foi um tufo de cabelos azuis no ralo e um pouco de sangue na pia, sem arma do crime. O que era pior, achar o corpo ou a incerteza?

Pensando bem, ele já deveria ter percebido. Ela estava amorosa demais na noite anterior, é claro que ela queria que a última noite fosse memorável, queria que ele soubesse que as últimas palavras foram cheias de emoção enquanto eles juntavam suas testas ao nascer do sol pela janela. Ela o beijou com ternura pois sabia que era a última vez. Ela não disse nada, pois sabia que ele iria convencê-la a ficar, mas ela não aguentava mais a espera ao fim, a cada dia mais doente. Ela deveria ter chorado o caminho todo até sabe-se lá onde.

Ekko sentou-se novamente na cama e enterrou o rosto nas mãos, deixando as lágrimas correrem livremente. Mesmo que ele compreendesse os motivos, não deixava aquilo mais fácil. Ele dizia que estava preparado para perde-la, mas quem estaria? Alguém que significava algo grande demais para palavras há pelo menos dez anos.

O choro não demorou muito tempo, Ekko era um cara de atitudes. Ficar deitado não iria trazê-la de volta — talvez nada iria, mas esse não era o ponto — ele tinha de sair e fazer alguma coisa. Ele andou os arredores e o Sumidouro à procura de sua garota, mas ela realmente havia ido.

Havia um lugar onde ela poderia estar: o Beco Âmbar, com Viktor. Tentando segurar toda a raiva política que tinha dele, o rapaz foi até lá, um lugar deserto onde havia um enorme laboratório por trás de um portão aberto enferrujado. Ekko estava armado, é claro.

Ele entrou pela janela aberta e um alarme soou, fechando tudo e ligando as luzes. Ekko olhou em volta e tentou achar algum jeito de fugir, mas não havia nada. Logo Viktor apareceu com o enfadonho ar de super-vilão para tentar intimidar um adulto.

— Eh, pode parar. Eu não vim roubar nem nada do tipo, eu só quero saber se a Jinx está aqui, se ela não estiver, eu saio numa boa — ele resmungou, entediado.

— Você deve ser o garoto da máquina do tempo, então — Viktor reconheceu, sem realmente responder a pergunta.

— Se é assim que estão me chamando, é — ele deu de ombros. — Jinx está aqui?

— Eu te digo se você me disser sobre a máquina — o robô apontou para o cilindro brilhante nas costas de Ekko, que revirou os olhos.

— Ok, então ela não está aqui — o rapaz resmungou de volta, virando-se para tentar sair.

— Ou é isso que eu quero que você pense, pois é uma armadilha. De qualquer jeito, você já está preso aqui, então ser arrogante não irá agregar nada positivo — ele assentiu por baixo da máscara de ferro.

Ekko respirou fundo e tentou achar um jeito de sair daquilo, mas parecia impossível se toda vez que ele fechava os olhos ele via as tranças azuis esvoaçando. Ele só queria ver o rosto dela mais uma vez, para não se esquecer futuramente.

— Eu não entendo porque ela viu alguma coisa boa em você. Para mim, você é um babaca metido à figurão que não sente remorso de ter arruinado a vida dela. Jinx confiou em você e você estragou tudo de bom que havia nela — Ekko desabafou, suspirando. Viktor apenas o encarou com curiosidade, como se esperasse que o rapaz continuasse. Para que dizer mais? Um robô não tinha arrependimentos.

— Já terminou? — ele soou desinteressado no desprezo do outro. É, mesmo que ele se sentisse mal por Jinx, claro que não contaria isso para Ekko.

— Ok, são fragmentos de um cristal hextec que achei no lixo que penetram o tecido temporal, com um interruptor eu posso controlar quando eles funcionam. Feliz? — Ekko resmungou o básico sobre sua máquina, impaciente.

— Ela acabou de ir embora. Disse que está se preparando para partir — ele falou calmamente, dando um suspiro cansado. Seria pior ainda se ele sentisse alguma coisa. — Boa sorte com seus planos de dominar o mundo sozinho, moleque. Agora já pode sair.

Viktor apertou um botão abaixo da escrivaninha e as portas se abriram. Ekko assentiu e foi-se, correndo em volta dos lugares tentando achar algum rastro de Jinx. Nada. Talvez em Piltover, quem sabe? Ele correu para o penhasco da Selva Fabril para poder pegar o Uivo Crescente de graça.

Bem, ele não sabia onde procurar em Piltover. Ele foi até a Boulevard, Jinx adorava ir lá. Nem se ele procurasse em toda Valoran iria encontrá-la, no fundo ele sabia disso. Sem ter muito o que fazer, ele foi até a casinha de Vi, mas ela parecia ocupada transando com uma garota que não era Caitlyn, mesmo que fosse parecida.

Por via das dúvidas ele bateu na porta amigavelmente. Felizmente, quando Vi atendeu a porta, ela estava de roupão. Ela franziu o cenho ao reconhece-lo.

— O que você está fazendo aqui, pirralho? — ela quis saber.

— Jinx me abandonou. Acho que preciso de uma bebida — o rapaz falou vagarosamente, tentando não soar tão sensível quanto estava.

Vi suspirou e agarrou o ombro dele para puxá-lo para um abraço. Mesmo que ainda fosse totalmente constrangedor que ela estivesse praticamente nua, ele a abraçou de volta com força, pois ele realmente precisava daquilo.

— Vem cá, eu vou te dar um pouco de uísque — ela agachou-se e abriu um armário, tirando uma garrafa de lá e enchendo dois copos. Eles brindaram e Ekko tomou tudo de uma vez, arrependendo-se no segundo seguinte quando sua garganta começou a queimar. Vi riu da cara dele. — Você nunca foi de beber. Vocês brigaram ou ela só..?

— É, ela está cansada de ficar doente — o rapaz murmurou, colocando um pouco mais de bebida em seu copo.

Antes que Vi pudesse dizer algo, uma garota morena e pálida saiu de seu quarto, felizmente coberta por lençóis. Ela coçou a cabeça e sorriu para Ekko quando o reparou, em seguida indo para a cozinha.

— Eh, essa é a Kelly, eu acho — Vi resmungou, parecendo um tanto constrangida.

— Da última vez que a gente se viu você estava decidida a consertar as coisas com a Caitlyn. Parece que não deu muito certo — ele levantou as sobrancelhas, bebendo vagarosamente.

— É, eu corri pro apartamento dela e descobri que ela estava transando com o Jayce. Mas é, eu banquei a legal e fingi que tava tudo bem, mas não está. Eu posso aguentar que ela seja uma enrustida, mas não a esse ponto, puta que pariu — a garota suspirou, desapontada.

— Justo. Talvez ela e o Jayce se mereçam, são dois babacas que acham que o mundo precisa deles — Ekko resmungou. — Eu pensava que ela gostava mesmo de você, sinto muito.

— Meh, eu também. Eu disse que ia esquecer tudo se ela saísse do armário publicamente. Hoje é a chance, ela tem um discurso no marco da cidade para comemorar o centenário da delegacia, ela disse que vai passar aqui para ensaiar, então ela vai receber o troco — Vi olhou maldosamente para a pobre garota que fazia um café na cozinha.

— Não ajuda muito ser uma garota que parece com ela — ele resmungou, dando de ombros.

— Ela não é tãão parecida assim, né? — Vi virou-se para trás e Kelly estava esperando a água esquentar. — Caramba, eu sou patética. Ekko, você pode fingir que a gente...?

— O que você está querendo dizer? — ele franziu o cenho, pensando no pior.

— Nunca vai acontecer nada entre nós, credo. Eu só quero que você finja, para me ajudar a emputecer a Cait! Eu fico te devendo uma — ela pediu, juntando as mãos, quase que implorando. — Sério, só tira a blusa e a gente fica lá na minha cama conversando. Eu vou te amar para sempre se você fizer isso.

— Ugh, eu te odeio — ele resmungou, terminando mais um copo de sua bebida e levantando-se. — Já que eu vou simular um pecado que nunca deveria acontecer, você vai me ajudar a achar a Jinx.

— Beleza — ela assentiu, sorrindo. — Eu tenho certeza de que logo ela vai voltar, não se preocupe. Todo mundo sabe que ela é doidinha por você.

— Ela já é doidinha naturalmente — ele resmungou de volta, fazendo-a rir.

Kelly deu café para eles e os três se deitaram na cama, cobrindo os pés. Ficaram em silêncio, apenas o barulho das xícaras batendo no pires. Ekko ainda queria chorar, Vi provavelmente também queria chorar e Kelly nem sabia o que estava acontecendo.

— Hm, esse é o amigo que eu te falei, o Ekko — Vi falou após algum tempo, percebendo que Kelly poderia estar achando aquilo bizarro.

— E aí? — ela resmungou, tomando mais um gole de café.

— Eu acho que nunca mais vou vê-la de novo — foi o que o rapaz respondeu, encarando a televisão desligada. Ele não conseguia parar de pensar nela. — Ela me deixou um bilhete, disse que seríamos jovens para sempre.

— A namorada dele acabou de abandoná-lo — Vi explicou para a outra garota.

— É, isso é uma droga, sinto muito — ela respondeu, suspirando.

— Bem, espero que você tenha aproveitado seu tempo então, infelizmente todos nós esperávamos isso, eh? Ela não iria quer que nós a víssemos adoecendo, e sinceramente nós também não. Mas é, é estranho que ela saia desse jeito. Ela costuma gostar de chamar a atenção e explodir coisas — Vi coçou a cabeça, resmungando de um jeito um tanto pesaroso. — Droga, a última vez que eu a vi disse coisas tão idiotas. Talvez foram minhas últimas palavras à ela.

— Ela se matou? — Kelly quis saber.

— Talvez — Ekko deu de ombros.

— Eu não acho que ela faria isso. Talvez ela esteja com o Viktor, sei lá.

— Ah, eu já fui lá. Ela falou pra ele que estava ‘se preparando pra partir’. Eu acho que ela vai realmente se matar — o rapaz contou, contornando a boca da xícara com seus dedos, tentando não chorar.

— Temos de esperar para ver. Ainda acho que ela vai...

Vi foi interrompida por um falatório que logo tornou-se a voz de Caitlyn, que logo parou ao abrir a porta do quarto e ver os três debaixo da coberta. Após sorrir maldosamente, Vi pigarreou, soando severa.

— Você não aprendeu a bater na porta? — ela rosnou, mesmo que Ekko pudesse ver que ela estava com um pouco de medo do que podia acontecer.

Kelly encolheu-se no cobertor, parecendo envergonhada. Ekko apenas suspirou, sem acreditar que havia concordado com aquilo, a xerife estava segurando o choro.

— Eu ia pedir sua ajuda com uma coisa, mas você me parece bem ocupada. Sinto muito — a mulher assentiu, virando-se e indo embora.

— Ah, qual é, Cait, você não estava aqui quando eu precisava — Vi resmungou, pulando para fora da cama e derrubando Ekko no chão durante o processo. — Você estava com o Jayce, não estava? Me desculpe se eu não consegui engolir o desaforo!

— Você tem problemas, sério — a xerife rosnou.

O resto da discussão Ekko não conseguiu ouvir, pois elas decidiram gritar na cozinha. E, sendo honesto, ele não realmente queria escutar, só esperava que acontecesse algo certo; que Caitlyn ficasse com ela se o amor fosse real ou apenas fosse embora para deixar a pobre Vi se curar.

— Eu não vou pra cadeia por ter ferido os sentimentos da xerife, não? — Kelly sussurrou, parecendo um tanto preocupado.

— É, não acho que isso seja ilegal — Ekko respondeu, voltando para a cama.

— Eu não dormi com ninguém, sabe? É, eu conheci a Vi ontem na balada a gente deu uns beijos e tal, mas quando chegamos aqui ela já estava dando perda total e dormiu no sofá. A namorada dela, a xerife, dormiu com um cara, né? Deve ser complicado — a garota contou, parecendo nervosa com a situação. Ekko ficou um tanto aliviado com o que ela disse.

— Espero que tudo dê certo — ele respirou fundo.

Não demorou muito para que Vi aparecesse sozinha e um tanto abatida e se jogasse na cama novamente.

— Eu sou uma pessoa horrível — ela resmungou. — Não sei se ela ainda vai sair do armário no discurso de hoje, eu ferrei tudo.

— Ela vai, se realmente te amar — o rapaz afagou os cabelos dela de leve.

Vi ia dizer algo mas foi interrompida pelo telefone tocando. Ela arrastou-se até a cômoda para pegâ-lo e logo franziu o cenho, deixando Ekko um tanto curioso.

— Ah, oi, Jinx — ela disse, fazendo o rapaz se arrepiar todo, mas ela colocou a mão por cima da boca dele antes que ele pudesse gritar para sua namorada voltar para casa. — Sim, eu estou sozinha.

Vi lhe lançou um olhar de aviso e apertou um botão para colocar no viva-voz. Ekko respirou fundo, ouvindo a respiração da garota.

Eh, então, eu acho que isso é um adeus. Eu iria até a sua casa dizer pessoalmente, mas não é seguro. Sabe, por mais que eu te odeie, eu sinto sua falta. Talvez nada disso tivesse acontecido se você não tivesse me abandonado, quem sabe. Eu não te perdoo, mas não sinta que a culpa é totalmente sua, ok? Se você começasse a ficar toda fodida eu provavelmente também teria corrido com medo. Mas, é, não se esqueça de mim.

— Você vai se matar? — a policial engoliu em seco.

Ekko hesitou, temendo a resposta. Kelly estava boquiaberta ao perceber quem era.

Eu não sei. Uma bruxa ioniana disse que poderia me curar se eu fizesse o que ela mandou, mas eu não sei se era real. Eu não quero viver para não conseguir distinguir o real do imaginário, mas talvez fosse verdade, não? Adoecer não é legal — ela parecia à beira do choro e o rapaz queria apenas abraça-la, fazer tudo ir embora.

— O que ela mandou você fazer? — Vi quis saber.

Você vai ver, o grande final. A maior das minhas obras! Os próximos serão só imitadores baratos, pois esse é o meu trágico fim. Sumir para sempre, talvez morrer. Não conte para ninguém, eu pareço muito mais legal se ninguém souber a verdade — ela deu uma risada fraca.

— Mas e o Ekko? — a garota ao telefone o encarou, o garoto que respirava lentamente para não chorar de novo.

Ele vai mudar o mundo! — ela riu novamente, finalmente conseguindo arrancar as lágrimas dele. — Eu comecei a ter alguns apagões, eu estava acabando com ele e isso estava acabando comigo. Mas, ele já deve estar preparado, né? Cuide dele.

— Pode deixar — Vi bagunçou os cabelos dele, que acenava negativamente com a cabeça. Ele não estava preparado, nunca estaria.

— Por que você não se despediu de mim? — ele choramingou. Vi parecia que iria lhe repreender, mas ela viu a dor que ele sentia.

Você realmente acha que eu queria me despedir de você?  — ela demorou algum tempo para responder. — Eu sou sua para sempre. Só... não me esqueça, ok?

Antes que ele pudesse suspirar com pesar novamente, ela desligou. Não havia como ele se esquecer, esse era o problema. O rapaz abraçou Vi, sem conseguir dizer algo.

— Agora nós só esperamos o grande final, seja lá o que isso for — a garota suspirou, abatida.

— Vocês não acham que ela vai explodir a cidade toda ou algo assim? — Kelly os interrompeu, ainda um tanto pasma.

— Acho que é exatamente isso — Ekko franziu o cenho, lembrando do que Jinx era.

— Puta merda, é verdade! Hoje é um dia importante, vai todo mundo estar no centro vendo a elite discursar antes do festival!  A Cait vai estar lá! — Vi arregalou os olhos, colocando a mão na testa.

— Será que a gente vai chegar a tempo? Ela já se despediu de todo mundo! — ele foi procurando seus casacos, andando em círculos em volta da cama.

— Foi bom conhecer vocês — Kelly rosnou.


Notas Finais


Vamo abraçar o ekko vamo
O viktor ficou mal? Eis a questão...
Ekko maior gigolô que você respeita
(a bruxa é a soraka)
obg kelly unica pessoa sensata dessa bagaça
o final vai ser um monte de explosão e don't you forget about me tocando no fundo gg


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