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História Trouble Town - Esconda-se esta noite


Escrita por: Downpie_

Notas do Autor


ok a internet ta ruim entao nao dá pra jogar eu escrevi 2 capítulos e meio só esse ano
ah nossa só fui ver agora que não era domingo kkkkkkkk
ok acho que vou mudar o dia de postagem pra segunda então?
feliz ano novo e espero que todo mundo consiga subir de elo <3
bjs

Capítulo 9 - Esconda-se esta noite


Fanfic / Fanfiction Trouble Town - Esconda-se esta noite

Ekko observava Vi e Caitlyn indo embora quando Jinx puxou seu braço e ele quase escorregou no chão sujo. Quando recuperou-se do susto, sentou-se ao lado dela na mureta paralela à Parede Memorial.

— Você está bem? — ele perguntou, vendo uma das tranças dela balançar à frente do próprio corpo.

— Me sinto vazia — a garota respondeu, curvando-se para perto dele. — Eu pensei que as coisas iam mudar, mas não aconteceu nada além de eu quase chorar na frente dos meus inimigos.

— Você pode chorar agora, se quiser — ele sugeriu.

— Chorar não ia fazer diferença nenhuma — Jinx murmurou, encostando a cabeça no ombro dele, que levantou o braço para puxá-la para perto. Não era seguro ficar andando na rua à altas horas da noite, mas felizmente o mural era um lugar de paz. — Eu não devia ter feito isso, não deveria ter mostrado tudo para ela. Agora ela sabe que eu não sou uma psicopata sádica, só uma esquizofrênica amargurada. Eu não acredito que fui burra o bastante para pensar que ela iria se lembrar.

Ele respirou fundo. Jinx sempre agia como se sua doença não existisse, mas ela até mesmo tinha um nome para aquilo, um nome médico. Isso significava que ela tentou achar ajuda de fora quando Ekko estava longe. Ele nunca pensou que ela pudesse ter algo tão sério, ele sempre chutou que fosse apenas psicose por conta do trauma.

— Não custa ter esperança — ele respondeu, acariciando o cabelo dela.

— Bem, ao menos agora eu sei que ela realmente não vai voltar, não é? Até que é bom ter uma resposta definitiva, mesmo que ela seja decepcionante.

— Então é hora de você fazer novos amigos, Jinx. Começar a viver.

— Você não entendeu? Eu não posso. Ninguém gosta de gente louca, de verdade. Eu não quero viver num disfarce, prefiro que me odeiem do que gostarem de mim por algo que eu não sou.

— Bem, eu gosto de você, do jeito que você realmente é — ele a encarou, sério. Do rosto melancólico dela surgiu o rastro de um sorriso. — Mas é claro, eu não concordo com tudo o que você faz. Os assassinatos e tal... quer dizer, como você se sente quando mata alguém?

— É como se eu tivesse controle. Eu sei o que vai acontecer, só eu posso impedir isso. Isso é bom, sabe? Eu não tenho controle nem da minha própria mente! — ela deu de ombros.

Ekko respirou fundo. Ele estava prestes a contar a ela seu maior segredo, algo que não conseguia contar para ninguém, não conseguia pensar sobre isso. Olhando para a pintura de Ajuna na parede à frente, toda a cena voltou a sua mente. Jinx o via com certa admiração, mas talvez não fosse mais após isso.

— Eu matei alguém, X — Ekko contou, o coração batendo mais forte. A garota subiu a cabeça e inclinou-a, curiosa. — Com as minhas próprias mãos. Foi o cara que matou Ajuna, um piltie gordinho. Eu sinto que fiz a coisa certa, mas... cara, eu não consigo dormir à noite sem pensar que eu posso ter matado o pai de alguém. Talvez uma garotinha tenha ouvido no dia seguinte que seu pai nunca voltaria para a casa... mas ele matou o meu amigo! Eu só fiquei furioso e parti para cima, como se fosse um instinto, eu nem sabia o que estava fazendo... mas eu sabia que Ajuna não seria o único a morrer em Zaun naquela noite.

— Você fez a coisa certa, Ekko — ela acariciou seu rosto, parecendo desajeitada ao tentar consolá-lo. Bem, ser confortado por uma homicida não era tão reconfortante. No dia, ele achou que talvez estivesse se tornando alguém como Jinx, que tinha acessos de raiva e saía mundo à fora com seu instinto homicida. — Não fique se remoendo por causa disso, esse cara não merece a importância que você dá para ele.

Ele não disse mais nada, apenas a abraçou, feliz por poder contar seu segredo à alguém sem ser julgado. Sentia-se mais leve naquele momento pacífico, o único som ouvido era o dos canos à mostra funcionando pela cidade. Os dois apenas encaravam a parede com as figuras que dançavam na luz das velas, e ele conseguiu perceber uma imagem de Vi que não tinha antes.

— Você ainda quer ir jantar no lugar chique? — Jinx perguntou, a voz baixa e desanimada.

— Se você quiser...

— Ekko, não precisa me tratar como uma princesa só porque a gente tá saindo, tá? — ela deu uma leve risada, cutucando a bochecha dele. — Nós dois num restaurante chique não tem nada a ver. Nós somos mais do tipo festa barulhenta do que bailezinho, não acha?

Bem, o pai de Ekko havia dito para sempre tratar a garota que você gostava como uma princesa, mas não era surpreendente que Jinx não se interessasse por isso. Quer dizer, ela saqueava bancos, escalava prédios e espalhava caos, usar um vestido bonitinho para ir num lugar pomposo? Nada a ver.

— Eu só quero que você fique feliz, boneca — ele acariciou o cabelo dela.

— Já estou feliz, mesmo você sendo suuuper meloso — a garota mostrou a língua para ele numa careta e riu novamente. — Tudo está legal do jeito que tá agora. Você não precisa se esforçar tanto. É tipo a mesma coisa, só que a gente se pega — ela deu de ombros, sorrindo tranquilamente.

— Então tudo bem — ele sorriu de volta.

Era bom saber que ela o conhecia melhor do que ninguém e ele a conhecia mais do que ela mesma se conhecia. Isso quebrava todo aquele nervosismo de começo de relacionamento de tentar parecer perfeito, a incerteza e a idealização não existiam ali. Realmente, eles eram apenas melhores amigos que se pegavam. E, talvez, aquela fosse toda a meta de um relacionamento sério, não? 

— Eu quero aproveitar minha noite de liberdade, Ekko — ela lhe lançou aquele conhecido olhar que a criança dentro dele conhecia como ‘não vamos dormir cedo hoje’. Com um sorriso, ela levantou-se e o puxou para ficar de pé, segurando seu pulso para começar a correr.

— O que vamos fazer? — Ekko quis saber, deixando-se ser guiado por ela.

— Nós podemos ir no Balde de Sangue, o que você acha? — ela sorria ao falar da danceteria que eles costumavam frequentar. Ekko não tinha paciência para aqueles lugares, mas como era um dia de semana, não deveria estar tão cheio.

— Claro — ele respondeu, puxando-a para perto.

Eles andavam despreocupadamente na rua de mãos dadas, haviam algumas pessoas andando pela rua, mas ninguém se interessava em um típico casal adolescente na escuridão. A garota colocou seus braços em volta dele e o puxou para um beijo com um sorriso travesso. O rapaz retribuiu fervorosamente, prensando-a contra a parede e passando as mãos pelas costas dela.

— Ekko? — uma voz feminina muito familiar foi ouvida, interrompendo o clima.

Ele largou Jinx, completamente constrangido e olhou para a mulher.

— Oi, mãe — ele murmurou, antes de ativar o Z-Drive para que aquilo nunca tivesse acontecido.

Ele voltou alguns segundos, Jinx ainda despreocupadamente balançava sua mão com a dele enquanto eles andavam, cantarolando alguma coisa bem baixinho. Ela o encarou, e então ele soube que ela iria puxá-lo.

— Minha mãe vai dobrar a esquina daqui a dois segundos — ele sussurrou. Jinx arquejou e soltou a mão dele, arrumando suas tranças e endireitando a postura.

— Eu pareço uma vagabunda? — Jinx quis saber, tentando fazer com que sua blusa se esticasse para baixo. Ela usava a normal combinação de uma camiseta cortada, shorts, meia-calça e botas longas.

— Não, você está linda — ele colocou a franja dela para trás. A mãe de Ekko reapareceu na esquina, usava as típicas roupas simples e olhar cansado de quem trabalhou o dia inteiro. Os pais de Ekko pareciam ser muito mais velhos do que realmente eram por conta do excesso de trabalho. Aquilo o preocupava muito.

— Ekko? — a mãe disse, dessa vez um pouco menos chocada do que da última vez.

— Oi, mãe — ele sorriu. — Eu estava indo encontrar vocês.

Jinx acenou timidamente para a mulher cansada, que apenas assentiu e deu um meio sorriso como resposta. Ekko abraçou sua mãe, que mesmo que parecesse um pouco brava, o abraçou de volta.

Mesmo que Ekko nunca tivesse contado o real motivo de ter levado um tiro na perna para seus pais, eles sempre tiveram opiniões conflituosas em relação à Jinx. Seus pais estavam lá quando Jinx arrombou a porta e chorou por horas seguidas até conseguir contar sobre Vi. Eles começaram a gostar dela, a pobre garota abandonada. E então ela fugiu e começou a assassinar pessoas. Eles sempre aconselharam para que Ekko deixasse isso para lá, pois ele já havia feito seu melhor para deixá-la sã. Agora ela é perigosa, eles diziam. Mas ele estava certo, ela só precisava de um amigo.

O caminho até a casa de Ekko foi curto e silencioso, sua mãe parecia pensar no que dizer para o filho que viajou para a cidade que ele mais odiava para encontrar a pessoa que eles menos queriam que ele encontrasse. Ele não havia se inscrito em nenhuma faculdade em Piltover, por mais incríveis que fossem. Não foi mostrar seu Z-Drive à nenhum Clã no Dia do Progresso. Mas por Jinx, ele foi lá.

— Seu pai vai ficar muito feliz em saber que você voltou — sua mãe quebrou o silêncio enquanto destrancava a porta do apartamento e esperava os adolescentes terminarem de subir a escada.

Com o tilintar das chaves sendo ouvido de novo, a porta foi fechada e os três estavam no pequeno espaço que Ekko chamava de lar. Era estranho que sua casa era menor que o esconderijo de Jinx?

Da cozinha foram-se ouvidos barulhos de panela, e então seu pai apareceu, murmurando algo sobre o lixo e logo sorriu ao ver o filho. Ele também estava cansado, como sempre. Ekko o abraçou, sentindo-se um pouco melhor por estar em casa. Quando o soltou, viu que Jinx olhava para as próprias unhas timidamente e franziu o cenho.

— Ora, faz tempo que não te vejo por aqui — ele inclinou a cabeça, impassível.

— Oi — a garota limitou-se a dizer.

Ekko sabia que era uma péssima ideia levar Jinx à sua casa, mas ele realmente queria ver como seus pais estavam e não queria deixá-la sozinha na rua. Ela sentou-se no sofá de couro velho e suspirou, parecendo calcular cada palavra que iria dizer.

— O jantar está quase pronto, fique à vontade — o pai de Ekko disse, assentindo com a cabeça. Jinx apenas concordou com a cabeça, coçando o próprio nariz.

A mãe de Ekko sorriu gentilmente e foi à cozinha também, ela provavelmente iria conversar com o marido para tentar descobrir o que diabos a menina louca fazia ali. Assim que ela desapareceu pela porta, Jinx encarou Ekko com os olhos arregalados.

— O que eu faço? — ela sussurrou, apertando o joelho dele com nervosismo.

— Fique calma, vai dar tudo certo — Ekko sorriu, tentando tranquilizá-la.

— Uau, agora eu estou calma — Jinx sorriu sarcasticamente para ele.

— Confie em mim, tá? — ele continuou no tom tranquilo, colocando a mão no ombro dela. Ela suspirou e relaxou os ombros, sem nada a dizer.

Não demorou muito até que o jantar ficasse pronto. Arroz, feijão, bife e salada em porções não muito grandes, nada especial, mas Ekko sentiu-se aliviado ao ver um prato de refeição após dias de comer sanduíches e salgadinhos com Jinx.

— Uau, faz tempo que eu não como comida de verdade — a garota leu a mente de Ekko enquanto sentava-se e colocava a franja para trás.

Jinx sentou-se e o pai de Ekko a encarou enquanto ela cortava seus legumes e a mesa estava em silêncio.

— Faz tempo que não te vejo por aí, garota... tenho ouvido falar de algumas coisas... eh, por que voltou à cidade? — o homem perguntou, inquieto. Ekko estava agoniado, achando que algo horrível iria acontecer.

— Eu vim à negócios — a garota respondeu com simplicidade. Os pais de Ekko já olharam para ele como se perguntassem que tipo de negócios ele estava fazendo com uma criminosa.

— As coisas que dizem sobre você nos jornais... não é verdade, certo? — A mãe de Ekko parecia tentar achar algum tipo de redenção na garota.

— Depende de qual jornal você está lendo — a garota tinha certo divertimento na voz. Ekko a encarou como se pedisse para que ela não fizesse piadas enquanto a mãe dele tinha um olhar afoito e preocupado. — Bem, é verdade, mas a culpa não é inteiramente minha, as vozes na cabeça e tal... de vez em quando não dá para controlar. E agora não tem mais volta, não é mesmo?

— Eu pensei que você tinha cuidado disso — a mãe de Ekko franziu o cenho. Ekko apenas estava aliviado por ela não responder algo do tipo ‘explodir tudo é legal’. 

— É, aparentemente não tem cura, só vai consumir o meu cérebro até eu não ter mais consciência — a garota respondeu com calma. Ekko não sabia se ela estava mentindo ou não. Era um ótimo jeito de inverter a imagem de criminosa sádica. — Ekko está me ajudando a ser normal.

O rapaz concordou com a cabeça, um tanto preocupado com a convicção que Jinx tinha em dizer aquelas palavras. Ela mentia tão bem assim?

— E você acha que está funcionando? — o pai quis saber.

— Ah, depende da hora... eu estou me sentindo muito normal agora — ela sorriu de maneira simpática, mas não tranquilizou o casal. Ela continuava a comer com rapidez, parecendo um pouco nervosa.

— Eu também encontrei a Vi lá em Piltover — Ekko quis mudar de assunto o mais rápido possível e disse a primeira coisa que lhe veio a cabeça que não tinha nada a ver com faculdade.

— Ah, é? Nós não soubemos mais nada dela já faz um tempo — a mãe de Ekko também pareceu feliz por mudar de assunto.

— Ela é uma policial namorando outra policial — ele contou. A parte de ela ter perdido a memória e ser o alvo preferido das pegadinhas de Jinx não era importante.

— Ah, que legal! Também receberemos uma visita dela? — o pai quis saber. Eles sempre gostaram mais da responsável Vi.

— Não tão cedo. Ela está passando por tempos complicados — Ekko explicou.

— Talvez nós a encontremos no Dia do Progresso. Nós vamos trabalhar lá — a mãe de Ekko contou, não parecendo feliz. Ele sabia que eles detestavam sair da cidade à trabalho.

— Ainda acho o Dia do Progresso uma baboseira... um bando de pilties comemorando uma chacina — o pai resmungou.

O feriado piltovense realmente era só a comemoração da revolta geológica artificial que dividiu a cidade em dois, destruiu vários distritos de Zaun e ‘criou’ a parte submersa da cidade, tudo em nome do progresso. Zaunitas usavam preto neste dia.

— Você vai apresentar alguma coisa aos Clãs? — a mãe quis saber.

— Nem pensar — Ekko respondeu. — Não vou trocar minhas invenções por trabalho escravo para elitistas. É esse tipo de gente que persegue garotos como o Ajuna.  

Os pais ficaram em silêncio por um tempo, parecendo um pouco surpresos de Ekko finalmente dizer o nome do amigo novamente. É, talvez ter desabafado com Jinx tivesse lhe ajudado a tirar o peso de suas costas. Ele soube que seus pais não insistiriam por ele ter envolvido o assunto proibido.

— E as inscrições nas faculdades, como vão? — seu pai pigarreou.

— Acho que vou acabar fazendo na cidade mesmo. Eu olhei as de fora e nada me interessou muito — Ekko contou. Ele até tinha considerado uma em Noxus, mas logo lembrou-se de como noxianos eram arrogantes e preconceituosos.

— Você é patriota demais, Ekko — sua mãe suspirou. Ele soube que eles teriam aquela discussão novamente e suspirou.

— É, para onde foi aquela história de ‘nunca vou sair da cidade’? — o pai de Ekko tinha um olhar cínico. Jinx apenas olhava de um para o outro, parecendo esperar para ouvir o rapaz levar uma bronca.

— Foi uma emergência, ok? E eu ainda vou precisar voltar para...

— Aproveite e dê uma olhada nas faculdades, então! Nós conseguimos nos cuidar sozinhos, querido. Você precisa estudar. — sua mãe o interrompeu. Ela fez uma pausa e se aproximou um pouco de Jinx para segurar a mão de Ekko, ao lado dela — Não é Piltover que está perdendo, é você. Você acha que essa rebeldia realmente vale tanto a pena? Você já cresceu, tem que começar a tomar as decisões certas.

— Qual é, mãe... — Ekko resmungou. Era engraçado como sua mãe chamava as decisões que ela queria tomar de decisões ‘certas’.

— Não sou eu que decido! — Jinx guinchou ao mesmo tempo, mas parou de falar junto com ele, que a encarou. Os pais de Ekko também a encararam, e então ela pegou mais um pedaço de carne. — Ah, mil perdões. As vozes — ela deu um peteleco na própria cabeça e riu nervosamente.


Notas Finais


(eu tinha quase esquecido que o ekko matou alguém mas eu fui ler a comic da camille e aproveitar pra reler a dele)
quando vc ia na balada com a mina mas vc acabam jantando com seus pais
hm eu ainda to tentando descobrir pq lançaram uma lore nova do ekko mas não traduziram ela (procura aí se chama lullaby é mto triste)
até o próximo capítulo meu povo


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