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História Troublemaker - Take Me To You.


Escrita por: _rachm

Notas do Autor


Notas finais.

Capítulo 22 - Take Me To You.


Selena Gomez Point Of View

Enquanto modelo o tecido entorno do corpo curvilíneo da mulher, policio-me para manter a precisão nos movimentos com os dedos e não espetá-la com alfinetes. Afastada, Mônica observa-me com uma curiosidade que brada em sua face. Sinto que estou falhando miseravelmente em disfarçar a minha aflição.

Nem mesmo os cupcakes trazidos por Charlie me pareceram apetitosos hoje.

Ao longo de todo o dia, tentativas frustradas de fazer-me esquecer sobre a mensagem de Justin foram feitas. Estar sob a expectativa de algo altera gravemente os meus níveis de estresse, visto que posso considerar-me obsessiva por estar no controle das situações. Justin poderia facilmente estar divertindo-se às minhas custas e, no fim do dia, desmarcar. 

Embora a parte racional ativa do meu cérebro sinalize efusivamente para que eu não abaixe a guarda, não tenho forças o bastante para evitar que alguns pensamentos traidores sobre o rumo que esse encontro pode nos levar. Eu definitivamente não estaria preparada para mais gritos e acusações. 

Finalizando o expediente, opto por trocar de roupa e vestir algo mais leve e informal, aproveitando da temperatura amena de uma noite fresca que se inicia. O tecido em um tom róseo modela o meu corpo até o fim das coxas, realçando o castanho chocolate dos meus cabelos que caem por cima das alças como cascatas. Retoco o rímel em meus cílios e o batom, uma tentativa de sorriso à frente do espelho sai frustrada. 

— Você está maravilhosa, Sel. — através do reflexo, Mônica observa pela frontal. Ela sorri, porém, ao notar um semblante tenso cobrindo toda a minha pele facial, a mulher suspira. — Está tudo bem.

— Com tudo bem você quer dizer "não surte, o céu ainda não está caindo sobre a sua cabeça"? — indago e, apesar do tom humorado, este vem tomado por uma angústia evidente.

Ela avança alguns passos até alcançar-me, tocando ambos os lados do meu corpo, ela o sacode levemente, como se esperasse que eu acordasse de um transe.

— Você ficou se controlando durante todo o dia para estar linda e calma quando chegasse a hora, vai surtar agora?

Acabo suspirando, totalmente frustrada. Estou tentada a forjar alguma doença contagiosa e correr o mais rápido para a segurança do meu apartamento. 

— É que isso nunca aconteceu antes... — alego, um pouco atordoada. Nem mesmo os meus pensamentos estão de acordo entre si. —Quero dizer, eu nunca sai com um cara que eu gosto sem saber se é um encontro ou não. Meu Deus, eu nunca gostei de cara nenhum! — constato, sentindo ondas de desespero e preocupação atravessarem as minhas veias. 

— Ela parece uma adolescente apaixonada, é tão fofo. — Samantha soa por detrás do balcão, sua empolgação não parece afetar-se com a minha aflição. 

— Não! — rebato, arrepiando-me involuntariamente com a menção em voz alta de tal sentimento estúpido. — É que o Justin me confunde pra cacete! Eu estou aqui, tentando ser uma mulher direita e fazer a coisa certa e o que ele quer? Sair comigo mesmo tendo uma esposa! Que inferno!

Gradativamente, toda a raiva que habitava em meu corpo retorna e mentalmente, alguns xingamentos relacionados ao louro surgem. 

— Eu não sei o que esperar, afinal, por que ele quer me ver?

— Você não disse que vocês estavam brigados? Ele deve estar querendo consertar as coisas, resolver o passado de vocês. — Mônica sugere, intervindo em meu momento dramático à frente do espelho. 

Caminhamos ao centro do ateliê e tenho a força da minha mesa para sustentar os meus quadris e apoiar o meu corpo.

— É exatamente por isso que brigamos tanto, não há nada para ser consertado. — a minha voz flui fatigada. — Além disso, é muito difícil me manter controlada perto daquele homem, eu não sei se consigo ser a mulher compreensiva o tempo inteiro. — confesso, suspirando posteriormente. Desloco o olhar até a morena e acabo sorrindo, recordando-me de um fato mais importante do que o meu drama pessoal. — Enfim, me fala sobre você e o Chaz, eu preciso me distrair.

Mônica relata sobre as últimas conversas com Chaz de um modo empolgado, aparentando estar realmente disposta a dar algum espaço para a sua vida amorosa após o nascimento de April.

O tempo em que passo escutando-a e acompanhando Samantha em risadas e piadinhas infames sobre a relação do novo casal, é suficiente para que eu me esqueça do aparelho que apita efusivamente em um espaço qualquer da mesa. Suspiro, sem saída. Justin está na frente do prédio me esperando e eu, sentindo parte do meu almoço ameaçando passar pelo canal da minha garganta. 

As garotas me encorajam quando caminho até a porta, contudo, pensamentos negativos sobrevoam a minha mente à todo o momento em que as minhas pernas tremem sobre os degraus das escadas e, no térreo, avisto-o de longe, tendo o capô do carro como apoio e a atenção voltada ao celular em suas mãos. 

Justin nota de imediato a minha presença, acompanho o trajeto de seu olhar pelo meu corpo, consequentemente, sentindo os arrepios que se estendem até a minha nuca.

— Oi. — a voz soa baixa, através do som causado pelo trânsito na rua. O louro sorri, porém, ao tentar repetir o gesto, produzo algo como uma careta. — Você está bem?

Inspirar o ar empoeirado da rua não fora a melhor atitude, porém, trouxe-me firmeza para acenar positivamente.

— Sim.

Entramos no carro e o silêncio se propaga, observo-o de soslaio, Justin mantém um semblante neutro, exibindo uma tranquilidade invejável diante de uma situação, à meu ver, bem embaraçosa. A melodia calma que provém do rádio desfaz gradativamente a tensão atmosférica e, enquanto assisto a metamorfose de cores no céu para dar lugar à escuridão por detrás das estrelas, relaxo contra o estofado de couro. 

— Nem um elogio? — brinco, deslocando o olhar até a face bronzeada do louro. Justin solta uma risada nasal e, sequer desvia a atenção da avenida para dizer com precisão:

— Você está maravilhosa.

— Obrigada. — murmuro, sabendo que estamos próximos o bastante para que soe audível. Temendo que um clima constrangedor se instale, decido manter o tom humorado. — Você deveria ter vindo de azul, sabe o quanto gosto.

— Hm, é eu estive evitando usar essa cor por algum tempo.

Justin sorri de canto ao desviar rapidamente o olhar até mim e, no instante, percebo que ele se refere à mim. Dou risada e, em seguida, permito que a playlist de uma estação de pop seja o único som dentro do carro.

* * *        

Desde à decoração amadeirada, colorida por tons de vermelho e verde, até a música ambiente de um ritmo agitado, encanto-me cada vez mais com o restaurante. Um homem fazia acrobacias com garrafas e fogo, atraindo a minha atenção por algum momento, porém, ao vê-lo realizar o truque à nossa frente ao nos servir bebidas, toda a tensão se dissipa do meu corpo e eu me encontro extremamente entusiasmada e envolvida com o ambiente tropical.

Por alguns minutos, falo de modo desenfreado com um dos garçons sobre pratos típicos e, após uma sessão de risadas com Justin sobre a minha empolgação exagerada, sinto-me confortável e familiarizada com sua presença, mentalizando sistematicamente de que se trata de um jantar com um amigo. 

— Esse lugar é sensacional! — profiro e o sorriso que formo em meus lábios se estende até que os músculos das minhas bochechas doam. 

— É, mas não se anima muito, eu não sei dançar salsa. — ele ri, posteriormente, beberica seu drink de tonalidade escura porém, aparentemente doce. O cheiro é agradável, algo com frutas.

Quando o silêncio nos acompanha novamente, sinto-me obrigada quebrar a atmosfera pacífica entre nós e encontrar um fundamento para esta ocasião. 

— Mas e ai, quando você vai me dizer a finalidade de tudo isso?

Justin franze o cenho, surpreso com a minha seriedade abrupta. 

— Como assim?

— É, você e eu... — pigarreio, devido à uma falha em minhas cordas vocais, provavelmente ocasionada pelo nervosismo que começa a percorrer as minhas veias. — Jantando juntos... Por que?

— Porque eu quero a sua companhia, oras! — aparentemente tranquilo, ele justifica, acrescentando um sorriso brando. Tal gesto parece acender um pavio dentro de mim e reconheço que a hora de controlar as minhas palavras chegara. 

— Justin, eu sei que o que aconteceu...

Ele intervém, produzindo um chiado que me cala. Suas pálpebras se unem e ele inala o ar com certa força, como se necessitasse do mesmo para criar forças e entrar nesta questão. 

— Por favor, será que nós podemos passar algum tempo fingindo que esse passado não existe?— ele pede com suplica, mirando suas esferas carameladas diretamente em meu rosto, contemplando cada mínima mudança em minha expressão confusa. — Eu quero recomeçar, Selena. — explica, em meio à um suspiro longo.— Eu quero esquecer tudo aquilo, toda aquela mágoa, a dor... Tudo.

— Tudo bem. — tento soar calma, embora o tremor em meus dedos denunciem o contrário. Desviar o olhar até o prato ainda vazio é a solução mais segura que encontro. — Mas você entende que essa situação é difícil pra mim?

— Qual situação?

Bufo, levemente aborrecida e incrédula pela desatenção de Justin ou uma possível tentativa de desconversar. 

— Essa! — mantenho a voz baixa, mesmo sob um tom esganiçado. Eu poderia estapear a sua linda face sobre a expressão confusa. —Você sabe o que eu sinto e não posso fazer nada porque tem a Natalie e...

— Uau. — Justin balbucia e solta uma risada leve, isso atiça a minha irritação. — Eu não acredito que a Ashley ficou quieta mesmo.

— Do que está falando?

Provavelmente, a minha feição indica que não demorará para que eu esteja realmente brava, logo, o louro desfaz o sorriso em seus lábios.

— Você não achou, no mínimo, estranho eu ter passado mais de um mês alojado da casa do Ryan? — é uma pergunta retórica, contudo, balanço a cabeça negativamente. — O meu casamento acabou, Selena.

O som foge das minhas cordas vocais e, de um modo estranho, sinto como se todo o restaurante girasse à minha volta. Pisco repetidas vezes e a forma do rosto de Justin obtém nitidez outra vez, entretanto, suas palavras estão embaralhadas em minha mente como um quebra cabeças ou, até mesmo, uma alucinação. Sua voz está vaga e a minha, sem forças. 

— Mas... — apesar de uma aparente serenidade, suponho que seja uma situação melancólica, portanto, me esforço em ser solidária. — Nossa, eu sinto muito...

— Não precisa, você não sente. — Justin diz com bom humor ao dar uma piscadela, acabo rindo, aliviada por não precisar ouvi-lo se lamentar por algum tempo. Eu não consigo disfarçar altruísmo à esse ponto.— Podemos superar isso?

Ainda estou tentando absorver a recente revelação quando suspiro, rendendo-me através de um sorriso ameno. A separação de Justin e Natalie não facilita em minha confusão mental, contudo, impede que eu precise ficar policiando-me para não ser a vadia destruidora de lares. 

— Certo. — ergo a minha mão direita sobre a mesa e profiro em um tom cordial. — Olá, eu sou Selena Gomez.

Ele sorri e repete o gesto, apertando a minha mão sob a sua em um toque suave.

— Justin Bieber.

[...]        

Nos concentramos em qualquer assunto que não nos levasse em direção ao nosso passado, tampouco, à relação sem rótulos que passamos a obter. Havia perdido em minhas memórias a última vez em que desfrutei da companhia de Justin sem estar com uma parte do cérebro trabalhando em alguma preocupação. Brindamos à um jantar delicioso e comentamos os passos surpreendentes de um idoso na pista de dança, mantemos com leveza pouco mais de duas horas os momentos no restaurante latino. Embora o meu interior provocativo gritasse para que eu soltasse alguma piada sobre os olhares curiosos de Justin sobre mim, optei por preservar a paz estabelecida. 

Perambulamos pela calçada e eu me sinto cambalear, o ombro de Justin serve como apoio ao meu corpo, embora a minha confiança em sua estabilidade seja mínima. Talvez ele estivesse pior do que eu. 

— Eu estou tão cheio, sinto que posso explodir à qualquer momento. — reclama, vagueando o olhar por todos os automóveis estacionados em uma única direção. Por instantes, suponho que ele possa ter esquecido onde havia deixado seu carro. Tal pensamento faz com que eu ria sozinha, absorta aos resmungos dele. — E aquele drink não é tão inofensivo quanto pensei.

— É, está tudo girando... — acrescento de um modo embolado, mais uma ou duas doses de álcool e eu poderia totalmente o controle da minha dicção. Voltamos a caminhar e ele mira o controle do alarme na direção exata em que o Land Rover nos aguarda. — Mas se você tivesse aceitado dançar comigo, teria perdido um pouco dessas calorias.

Ele ri com deboche.

— Eu não lhe daria o deleite de me ver pagando um mico daqueles, pode esquecer, Gomez.

Reviro os olhos, paramos lado a lado para que ele abra a porta dianteira para mim e eu não me preocupo em empurrá-lo pelos ombros, rindo em provocação.

— Frouxo. — acuso e, quando estou prestes a adentrar no carro, sinto a pele da minha cintura ser levemente beliscada. 

— Atrevida. — ele retruca, posteriormente, segue até o outro lado para tomar o seu lugar na direção. Nos entreolhamos enquanto suspendo os vidros, liberando a entrada da brisa fresca no ambiente. 

— Ei, vamos à praia? — sugiro, quando já ultrapassamos alguns metros. Tenho um sorriso arteiro no rosto e o louro parece ser incapaz de negar o meu pedido. 

[...]        

O som do ricocheteio das ondas e os respingos suaves de água que estas causam, energiza todo o meu corpo de maneira agradável, como se pudesse trazer o equilíbrio para todos os meus sistemas trabalharem em harmonia. Inspiro com calma, absorvendo a sensação reconfortante da maciez de uma areia clara que acolhe o meu corpo mole e bêbado. Apesar do silêncio entre nós, noto que Justin está inquieto, porém, sou incapaz de cessar o meu próprio momento de paz interna para dizer qualquer coisa. Apenas o meu subconsciente parece querer reagir no momento.

— Hm, isso é tão relaxante... — murmuro, escutando o embargo em minha própria voz. Parece que eu havia acabado de acordar de uma longa noite de sono.

— O cheiro do mar embrulha o meu estômago. — Justin resmunga e a proximidade entre nós me causa preocupação, logo, aviso:

— Se você vomitar em mim, eu nunca mais olho na sua cara. — ele ri e me arrependo de acompanhá-lo, pois quero que ele saiba que falo sério. Sinto-o se mexer até que seu corpo esteja virado em minha direção. 

— Seja mais solidária, estou passando mal. — desvio o olhar à tempo de vê-lo formar um bico em seus lábios, dou risada, desdenhando.

— Quem comeu feito um porco foi você.

Sua respiração ritmada bate contra o lado esquerdo do meu rosto, ele brinca com a barra da camisa social e seu olhar perde o foco, ele parece avoado em seus próprios devaneios. 

Em tempo de contar algumas constelações, ele quebra o silêncio com a voz fraca, apresentando um tom nostálgico. 

— Quem diria que estaríamos aqui, não é?

— A vida é bem surpreendente. — respondo, o meu riso soa fraco mas, suficiente para expressar a minha incredulidade com a situação atual. Eu não esperava dividir um momento reflex ivo com Justin depois de tudo. — Você se arrepende de algo? — indago curiosa, imaginando que estar com a consciência de ter feito tudo corretamente deva ser um deleite.

— Não. — seu tom é ambíguo, no entanto, o álcool em meu organismo não me dá forças o bastante para contestar. — E você?

— Talvez.

— Talvez? — Justin questiona com interesse, sinto seu olhar queimar sobre mim e quando tento manter o rosto na direção contrária, sua mão vai de encontro ao meu queixo, guiando-o. — O que foi?

Prendo o lábio inferior entre os meus dentes em uma tentativa de afastar a tentação em confessá-lo os inúmeros pensamentos que assombram a minha mente. Seu rosto está alinhado com o meu, possibilitando-me enxergar diretamente a linha que circunda suas íris cor-de-mel escurecidas pela noite. Minha boca se alarga por um sorriso abobado, em uma reação involuntária à ternura presente em seus globos oculares. 

— Eu adoro os seus olhos. Eles me acalmam. — admito em um sussurro, como se um segredo estivesse sendo revelado. Talvez fosse, já que apesar da minha obsessão pelos adoráveis olhos caramelados, eu nunca havia mencionado isso para o dono dos mesmos. — Hm, eu não deveria dizer isso.

Eles aderem um brilho intenso e a pele facial do louro enruga levemente por uma careta. 

— Por que? — ondas sonoras me levam à direção de seus lábios rosados, entreabertos parecem convidativos. Essa é a minha deixa para inclinar o meu corpo para frente, pondo-me sentada. O tecido do meu vestido pesa por conta da areia grudada ali. — Sel...

Flexiono os joelhos sem me importar em estar levemente desnuda, eles servem de apoio para o meu rosto. Justin permanece na mesma posição anterior, contudo, sua mão ainda alcança o meu ombro e a diferença de temperatura entre nossas peles causa-me um leve choque elétrico. 

— Justin, por favor. — minha voz soa minguada, me encolho entre os meus braços, querendo proteger-me de qualquer ação. Minha ou dele. — Eu estou fragilizada.

— Fragilizada? — ele ri e eu quase repito o gesto porém, recordo-me à tempo de que estou tentando resistir à ele.

— É, eu bebi muito álcool hoje. — justifico em um tom manhoso, esperando convencê-lo a encerrar o assunto e me levar para casa. 

No entanto, para o meu desespero, Justin ergue seu tronco, sentando ao meu lado. Sua mão afaga os meus cabelos, aguçando o meu desejo e tocá-lo e me aninhar em seu peito. 

— Onde foi parar a mulher corajosa e provocativa que estava tentando arrancar a minha sanidade? — apesar do humor, noto que há uma curiosidade em sua pergunta. 

— Ela não quer se ferrar com as consequências.

Apoio a lateral do meu rosto sobre os meus joelhos e Justin retira alguns fios de cabelo que atravessam a minha visão.

— Encare como uma oportunidade para fazer o que quiser e ter uma boa desculpa amanhã.

— Não há nada que eu queira fazer. — faço menção em fugir novamente de seus olhos expressivos e de um sorriso travesso, todavia, o louro segura o meu rosto em suas mãos quentes. 

— É mesmo? — seu tom sugestivo me assusta e, baseada na quantidade de álcool que ingerimos, sentencio com incredulidade:

— Você deve estar fora de si.

Justin suspira e à medida em que ganha confiança da minha atenção sobre seus lábios, diminui a distância entre nós.

— Então não me deixe voltar para a realidade.

Meu peito se contrai levemente a cada segundo em que a intensidade de nossas respirações rebatando entre si aumenta, gradativamente, o cenário à nossa volta desmancha, o peso em minhas palpebras parece suficiente para que eu não consiga mantê-las separadas e, tudo se torna um grande vácuo quando Justin me beija.

Aguardo os segundos suficiente para que ele caia em si e se afaste, exibindo um semblante aterrorizado e arrependido. No entanto, nada acontece. Suas mãos se movem em meus quadris, despertando os instintos do meu corpo para aprofundar o beijo. .

Oh, Deus.

Demoro algum tempo para obedecer os comandos do meu cérebro, meu raciocínio está fraco, embora eu possa sentir cada célula do meu corpo reagir efusivamente. Na mesma fração de segundos, tudo parece congelar e passar em velocidade, deixando-me em um estado atordoado.

Justin está me beijando.

Pareço a menina apaixonada que beija pela primeira vez o garoto popular da escola, repetindo à mim mesma de que não se trata de uma alucinação. O movimento lento que Justin produz com sua língua libera hormônios que afetam todo o meu corpo, causando-me arrepios extensos. Talvez faltasse um pouco de prudência entre nós e puxar-me para o seu colo não fora a melhor atitude que ele poderia tomar mas, à esta altura, eu não poderia pensar e agir ao mesmo tempo, tudo o que não envolva seus lábios quente e suas mãos firmes tocando a minha cintura se dissipa da minha mente.

— É melhor irmos embora... — digo, quando o fôlego se torna mais necessário do que a minha vontade beijá-lo. Com o corpo na direção da rua, noto que esta encontra-se praticamente deserta devido ao horário.

— Já quer se livrar de mim? — ele brinca, aconchegando-se na curvatura do meu pescoço. Sinto toques suaves de seus lábios úmidos em minha pele e involuntariamente, aperto seu corpo contra o meu. 

— Não, idiota. É que está tarde.

Justin ri do meu tom autoritário e com desânimo, suspira. 

— Certo, vamos então.

* * *        

Retornamos em silêncio ao meu apartamento, apesar dos olhares cúmplices durante o trajeto e selinhos roubados durante os semáforos. Eu me sentia confortável em não dizer algo, não havia nada para ser dito, de todo modo. 

Sinto um calafrio à beira do meu estômago quando ele estaciona, temendo piscar os olhos e estar em minha cama, completamente sozinha e frustrada. 

Justin está com a cabeça inclinada para frente, apoiando-a sobre o volante. Afago seus cabelos, aproximando-me de seu rosto. Deposito um beijo casto em sua bochecha e ele aparenta desapontamento ao virar-se até mim.

— Você está bem? — ele acena positivamente. —Tem certeza que consegue dirigir?

Contragosto e de um modo preguiçoso, ele responde:

— Eu cheguei até aqui.

— Mas eu estava com você. — argumento, suas pálpebras se movem de maneira tão lenta que me fazem pensar que fecharão a qualquer momento. Ele parece cansado, um tom avermelhado circunda seus globos oculares.

— Você não está muito melhor do que eu. — defende-se, rindo em seguida.

— Sobe um pouco, eu faço um café pra você.

Ele não hesita e, quando atravessamos o portão, abraça-me pelos ombros, impregnando-me com seu perfume amadeirado. Pondero em agarrar-me em seu corpo e inalar a fragrância por algum tempo enquanto ele me beija dentro do elevador, contudo, o tempo que passamos dentro deste passa mais rápido do que a minha indecisão. 

Justin me espera na sala de estar durante os poucos minutos em que me ausento para preparar o café, retorno com uma caneca e o encontro de pé, observando o quadro com a pintura da praia de Santa Mônica preso à parede central da sala. 

— Eu adorei esse quadro. Comprou em Milão, não é? — aceno positivamente e o guio até o sofá, entrego-o a porcelana e ele ingere alguns goles do líquido fumegante. — Você gosta de guardar lembranças?

— De tudo o que me faz bem. — sorrio e, apesar de um aparente clima ameno, a tensão entre nós é quase palpável. — Se sente melhor? Um pouco mais sóbrio?

Justin repousa a caneca sobre a mesinha de centro e, quando seu olhar vem de encontro ao meu, o sangue esquenta em minhas veias. 

— Não. — ele suspira. — Por que você não me ajuda com isso?

Novamente, anulamos a distância entre nós, toco seus cabelos, como desejei fazer desde o momento em que o vi, puxando levemente os fios curtos e ralos, o gesto faz com que os lábios de Justin se afastem, liberando um suspiro casto do louro. Minhas mãos arrastam-se por seus ombros, desejando levar consigo o tecido que os cobre, ele abraça o meu tronco e, em um movimento, transpasso uma das pernas sobre seu corpo, pondo-me em seu colo.

Justin desliza sua mão pelo tecido do meu vestido até chegar na ponta, tocando minha pele, arfo entre os seus lábios, demonstrando a minha impaciência com o excesso de roupa que ainda nos separa. Ele suga os meus lábios, prendendo-os entre os seus dentes por alguns segundos antes de iniciar uma trilha de beijos pelo meu queixo até o pescoço.

— Hm, Justin... — soo em um gemido miúdo, pressionando-o contra a minha pele. O incentivo, fazendo-o intensificar a sucção de seus beijos na região da minha nuca, o único lugar possível de deixar marcar imperceptíveis.

Ele contorna os meus quadris e, no mesmo segundo em que as minhas nádegas são fortemente pressionadas, seus dentes percorrem o lóbulo da minha orelha. Contenho outro gemido, que escapa como um suspiro entre nós, Justin parece perdido em cada curva do meu corpo, mantendo os olhos fechados enquanto toca cada parte ao alcance de suas mãos. Sinto o meu corpo tremer, apoiando a testa em seu ombro, sustento-me sobre seu colo, provocando movimentos lentos e uma fricção gostosa entre nós.

— Merda... — ele balbucia e, por sua vez, utiliza sua mão livre para agarrar os fios da minha nuca, puxando-os para si. Gemo em resposta, arrastando a ponta das minhas unhas ao longo de seus braços. — Você é tão gostosa...

A situação parece incontornável e o tesão que sinto em querê-lo dentro de mim atrapalha o meu raciocínio lógico. Apalpando ambos os lados das minhas nádegas, Justin me guia contra o seu colo, fazendo-me rebolar lentamente sobre a sua ereção. Sua língua atravessa o espaço do meu pescoço até o meu busto e, ao pender o tronco para trás, lhe dou o livre acesso aos meus seios. Sinto o local queimar como se tivesse passado um rastro de fogo por ali, meu corpo redescobre as sensações de cada toque dele e, as sucções ainda que sejam por cima de um vestido, elevam o meu nível de excitação ao máximo.

Todavia, quando afasto-me para livrar o meu corpo do tecido que aumenta ainda mais a temperatura da minha pele, obtenho a atenção de seus olhos em mim, ansiosos e transbordando expectativa. Toda a coragem se esvai do meu corpo e, por um lapso da insanidade, me esquivo, erguendo-me até estar de pé.

As minhas pernas perdem a estabilidade e inúmeras partes do meu corpo estão quentes como se estivessem prestes a entrar em combustão enquanto Justin fita-me com uma expressão confusa.

Por uma ironia do destino, o meu lado racional volta a executar sua função com eficiência e eu me lembro que o louro havia acabado de se divorciar. Este momento entre nós fora impulsionado pelo álcool e, possivelmente, o excesso de carência dele. Ou, talvez, ele esteja querendo provar a si mesmo que sou apenas seu desejo sexual.

Porra de sentimentalismo.

— O que foi?

— Ah, eu... Eu acho melhor você dormir aqui, quero dizer, é... — gaguejo, estampando o meu nervosismo.

— Tudo bem. — ele parece compreender a situação, embora esteja claramente desapontado. — O seu sofá parece ser bem confortável.

Sorrio aliviada. Justin ri e cobre seu colo com uma almofada, lançando-me um olhar constrangido.

— Eu vou trazer algumas coisas pra você.

Corro até o meu quarto, retirando dos armários alguns cobertores e um travesseiro. Minhas pernas ainda estão bambas e a minha respiração demora a regularizar, tenho a sensação de que o meu corpo só encontrará o equilíbrio quando não estiver na presença do louro.

— Precisa de mais alguma coisa?

— Talvez. — ele puxa o meu braço, fazendo-me inclinar em sua direção. Une os nossos lábios por alguns segundos e eu sinto-o sorrir. — Bom, estou satisfeito agora.

— Boa noite, Bieber.

— Boa noite.

Observo-o pela última vez antes de seguir até o meu quarto e, ao constatar que estou fodida mentalmente e não fisicamente, suspiro em lamento. Droga, o que farei agora?

 

"Todas as regras que eu tinha você está quebrando, é o risco que eu estou correndo. Em todo lugar que eu olho agora, estou rodeada pelo seu abraço." - Beyoncé.


Notas Finais


That's all folks!

ROLOU JELENAAAAAA! Eu ouvi um amém da igreja? E ai povo, tudo bem?
Então, finalmente, rolou o momento em que todos esperamos ao longo desses vinte e um capítulos. E, como vocês devem ter percebido, não teve flashback. Não teve porque eu senti dó de vocês e de mim também, francamente né gente? Esse capítulo pareceu uma bíblia de tão longo, eu não aguentava mais e tenho certeza que vocês também não. Portanto, pulamos o flashback por hoje, deixa quieto, ninguém percebeu.
ME PERDOEM PELOS ERROS! Um capítulo grande desses, quem consegue corrigir perfeitamente?
Bom, preciso confessar que me assustei um pouco por causa do capítulo passado. O que aconteceu com vocês? Os comentários caíram drasticamente e eu fiquei tipo: UÉ?
Não me abandonem, por favorzinho. Eu prometo que paro de enrolar vocês e não demoro mais pra atualizar.
Enfim, eu espero que vocês tenham gostado desse momento jelena sendo endgame, me digam nos comentários se sim ou não.

Grupo no whatsapp das minhas fanfics, caso queira fazer uma reclamação direta: https://chat.whatsapp.com/6bw7XQ6K7TQBC84tFx7i5L

Minhas outras fanfics:

Irresistible Deal: https://spiritfanfics.com/historia/irresistible-deal-7130789

Misconduct: https://spiritfanfics.com/historia/misconduct-7821008

Até o próximo! Um beijo e um queijo!


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