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História Troublemaker - Walls.


Escrita por: _rachm

Capítulo 23 - Walls.


Selena Gomez Point Of View

O meu estômago revira repetidas vezes enquanto caminho cautelosamente no pavimento, quando encaro o meu rosto pálido e levemente inchado através do espelho no banheiro, suspiro com frustração. É como se uma energia sugasse toda a estabilidade do meu corpo, causando tremores em minha fibra óssea.  Tomo fôlego e respiro algunas vezes. Monto um preparo psicológico. Encorajo à mim mesma. Porém, ao chegar na sala, prestes à sofrer um colapso, encontro uma tranquilidade e silêncio inesperados.

Noto que Justin ainda dorme, seu corpo consiste sobre o sofá de maneira encolhida sob a manta, está de lado, impossibilitando me de enxergar sua face.  Eu não correria o risco em me aproximar, de todo modo.

Sigo até o cômodo posterior e busco nos armários os ingredientes para oferecer um café da manhã decente, os meus dedos ainda estão trêmulos e um farfalhar incontrolável escapa por meus lábios algumas vezes.  Sinto-me patética com sua presença, contudo, não posso deixar de criar algumas situações desastrosas em minha mente. Temo que ele inicie uma discussão ou que me acuse de persuadi-lo, minhas mãos agiriam por conta própria e lhe acertariam uma faca.

É como se uma nova parte de mim estivesse em processo de desenvolvimento e evolução, no entanto, algumas outras insistem em arrancar-me sorrisos quando me recordo da noite anterior. Ele estava nas minhas mãos, como previ que estaria.

O som da chaleira desperta a minha atenção e, ao virar-me para desligar o fogo, ouço passos aproximando-se da cozinha. Giro os calcanhares até que o louro esteja em meu campo de visão, ele ajeita seus trajes com uma mão e a outra utiliza para arrumar timidamente seus fios desgrenhados.

— Oi.

— Oi. — ele responde em um tom quase inaudível, acompanhado de um sorriso fraco.

— Está melhor? — tento soar tranquila e casual, embora atmosfera tensa insista em indicar o contrário. 

— Sim, eu acho... — ele murmura, aparentemente atordoado. — Como eu vim parar aqui?

Um congelamento instantâneo dos meus músculos acontece e, estupefata, fito seu rosto franzido.

— O-o quê?! — estou incrédula, espalmo as mãos sobre a bancada, utilizando-a para o sustento do meu corpo. — Você não se lembra?

— Não... — arfo, completamente desnorteada com seu olhar confuso, intercalando entre o chão e eu. Sinto-me prestes à gritar, no entanro, um pequeno sorriso toma forma nos lábios do louro. — Eu estou brincando com você.

Reviro os olhos, porém, expulso com alívio o ar que havia prendido em meus pulmões. 

— Idiota. —  resmungo, dando-o as costas novamente para desligar o fogão. — Eu preparei o café da manhã.

Ouço sua voz soar de modo provocativo e humorado.

— Torrada queimada e geleia?

— Para de ficar criticando os meus dotes culinários, eu não tenho mais dezesseis anos.

Justin dá risada, debochando do meu tom birrento, contudo, somos imersos por um silêncio constrangedor logo em seguida. O desconforto entre nós se torna visível em uma nova troca de olhares.

— Então... — ele pigarreia, posteriormente, ajeita-se sobre uma das cadeiras que contornam a bancada. —Ah...

— Hm, me deixe adivinhar. — interrompo os balbucios ao que um sorriso sarcástico se forma em meus lábios. — Você está arrependido? — suponho. 

— Não. Absolutamente não. — de modo apressado, seu tom soa consistente. — Eu só queria saber se está tudo bem pra você também.

— Está sim. 

Ele retira uma das torradas do prato e desvia o olhar até o alimento. Analiso sua expressão neutra, demonstrando tranquilidade enquanto desliza uma quantidade mediana de geleia sobre o pão tostado.

Sirvo o suco em um copo separado, suspirando durante o ato.

— Eu só queria dizer que deveríamos ir com calma. — profiro, atraindo a atenção de suas íris reluzentes. —Bem, nós pulamos algumas etapas ontem, não é? Acho que poderíamos ser amigos primeiro.

Suas pupilas dilatam enquanto noto uma mudança brusca em sua feição. Justin demonstra surpresa e, posteriormente, desconfiança. 

— Amigos? É sério?

— É. Por que não seria?

— Eu vou precisar te lembrar sobre como foram os últimos meses? — uma de suas sobrancelhas é arqueada ao dizer. 

— Justin, aquela era eu tentando provar uma coisa idiota para todo mundo. — explico, embora o som em minha garganta engasgue devido a dificuldade em assumir isso. — Agora, sou eu mais consciente sobre os rumos que isso pode nos levar. Eu sou nova nisso e não sei lidar com esse tipo de... Sentimento. — a sombra de um sorriso ameaça surgir em seus lábios, portanto, me apresso. — Além disso, você está passando por uma situação difícil na sua vida, tudo deve estar uma bagunça na sua cabeça.

A tranquilidade que parece exalar pelos poros do louro me causa certa inveja e surpresa, obviamente. Diante de uma situação tão inesperada, imaginei que pudéssemos estar aos berros, trocando acusações neste exato momento.

Justin mantém o cenho franzido, em uma expressão que transpassa dúvida. Ele morde seu lábio inferior e produz um som oco ao estalar a língua, posteriormente. 

— A minha única dúvida na minha cabeça é sobre quando você ficou medrosa assim?

Ele me fita através de seus olhos curiosos, que analisam minuciosamente cada traço em meu rosto. Sinto-me acuada, no entanto, permaneço firme com o corpo consistido de frente para o dele.

— O que?

— É sério, Selena? — sua risada flui com incredulidade, semeada pela ironia. — Nós passamos por tudo aquilo para você chegar e dizer que é melhor sermos amigos?

— Eu estou apenas dizendo para irmos com calma. — defendo-me, embora não demonstre hesitação. —  Não quero que pareça que eu me aproveitei da sua fragilidade.

— E quem foi que disse que eu estou frágil? — ele retruca no mesmo tom, entretanto, logo pondera. — Certo, terminar o meu casamento não foi uma das coisas mais fáceis que eu já fiz na vida mas se eu não te quisesse, não estaria aqui.

Contenho a agitação em meus sentidos ao escutar suas palavras, provavelmente, impulsivas. Deus! É como se uma espera de séculos tivesse acontecido para que eu pudesse finalmente ouvi-lo dizer isto. Porém, não permito que o egoísmo dome as minhas ações novamente. 

— E até quando essa determinação toda vai durar, Justin? — inquiro, inspecionando um possível tom rude que possa surgir sem o meu controle. — Você sabe que é completamente instável sobre nós.

— Ah, eu? — ele ri com sarcasmo. — E você claramente é muito precisa com os seus sentimentos, não é?

Reviro os olhos e, no instante em que vejo-o se inclinar sobre a bancada para tocar a minha mão mais próxima, cruzo os braços.

— Está vendo? Nós já estamos brigando.

— Voltamos à estaca zero?

A doçura reluz no interior do mínimos pontinhos pretos respingados entre o caramelo de suas íris, em uma reação instantânea, sinto arrepios estenderem-se ao longo dos meus braços.  Suspiro, rendendo me.

— Não. — Justin sorri, provavelmente devido ao tom amolecido em que a minha voz soa. — Mas nem sabemos se isso vai dar certo...

— Só que agora não há nada que nos impeça. — insiste e, pondo-se de pé, rodeia a bancada até alcançar me.

Recuo em dois passos, mantendo uma distância segura das minhas mãos trêmulas e seu corpo insuportavelmente atrativo. A missão de ser uma boa moça está cada vez mais árduo.

— Vamos deixar que as coisas se ajeitem naturalmente. — peço de modo sério, tentando transpassar segurança, contudo, uma risada nasal chama a minha atenção. — Que risada é essa?

— A risada de quem sabe muito bem que você será a primeira a desistir. — responde, petulante e debochado.

Deus, esse homem perdeu o juízo. 

— Não me subestime, Bieber. — desafio, ainda que cada músculo em meu corpo aja contra mim, estremecendo naturalmente com a aproximação do louro.

— Eu estou pagando para ver você manter essa decisão.

Ignoro-o, retornando ao meu café da manhã. Empenho-me em mantê-lo distraído com assuntos banais até que ele precise voltar para o seu novo apartamento.

Um cumprimento de mãos seria o gesto mais sensato para nos despedirmos na porta do elevador, porém, Justin pareceu desconsiderar o que eu havia dito quando depositou um beijo lento no canto direito da minha boca, deixando-me inebriada com o aroma agradável que emanava de sua nuca.

Pareço estar flutuando como em um sonho relaxante quando retorno ao meu apartamento e as cenas de horas anteriores ocupam a minha mente no restante do dia.

* * *        

Enquanto ingiro o líquido gasoso artificialmente alaranjado e adocicado, percorro o olhar por vitrines de lojas distintas, agradecendo mentalmente devido ao pouco movimento pós almoço no shopping.

— Obrigada por me ajudar, Sel. — a garota profere ao meu lado, acompanhando-me passo a passo. Seus fios volumosos e encaracolados estão presos em um coque no topo da cabeça, enquanto que as pequenas esmeraldas em seus olhos são veladas pelas lentes escuras do óculos de sol.

— Sem problemas, Sam. — digo ao adentrarmos em mais uma loja. Ela avança em uma arara preenchida com vestidos. — Então, que tipo de festa será?

Permaneço em seu encalço a cada peça que atraia a sua atenção, ela parece entusiasmada, embora a apreensão em não encontrar o traje ideal esteja visível em suas gesticulações exageradas ao dialogar com as vendedoras.

Sinto-me culpada, de certa forma, por não poder presenteá-la com a roupa ideal, porém, reconheço que os meus limites não permitem que eu abandone todos os modelos pendentes do ateliê para criar algo novo especialmente para Samantha.

— Não é uma simples festa, é a minha grande chance.

— Grande chance...? — ela assente efusivamente, enfiando-se entre aa dezenas de cabides que apresentsm conjuntos de croppeds e saias. — Hm, Luke não é? Quer impressioná-lo?

— Quero ser a garota perfeita para ele, Selena. — seu tom vocal flui vagamente, ela suspira em seguida. — Quero que ele não possa olhar para nenhuma outra.

Sorrio, admirada com a pureza de uma paixão adolescente. Quase posso vê-la derreter em expectativa por alguma atenção do, segundo a mesma, garoto mais popular de toda a instituição. Eu não imaginava que esses rótulos poderiam ser tão tipicamente fofos.

— Querida, você não precisa se transformar para conquistar alguém. — alerto ao ve-la analisar uma peça extravagante ao ponto de destoar com seu rosto angelical quando colocada no corpo. — Deixe que ele se apaixone por quem você é de verdade. 

— Para você é fácil falar, era um sucesso no colegial. — Sam inclina o torso em minha direção para que eu consiga enxergar o sorriso sugestivo que surge em seus lábios ao dizer: — A destruidora de corações, não é?

— Quem te falou desse apelido? — ainda que a indignação esteja presente em minha voz, dou risada.

— Tia Mônica.  

— A sua tia é muito exagerada. — desdenho, movimentando a cabeça negativamente. — Não foi dessa forma, eu só não consegui ter um amor naquela época. 

— Hm e agora? — seu olhar curioso sobre mim indica exatamente à que ela se refere, contudo, permaneço sem respostas.

— Agora eu acho que o mais importante é escolhermos uma roupa perfeita pra você.

A garota gargalha da minha desconversa, está acostumada, afinal. Sinto que em alguma parte de mim, uma barreira ainda precisa ser quebrada.

[...]        

Em frente ao grande espelho contornado por uma iluminação fria, ajeito os fios desgrenhados em meus cabelos enquanto fito o meu semblante exausto. Após uma tarde inteira dedicada à um vestido para Samantha, sinto-me como se tivesse atravessado a cidade andando. Meus pés latejam fortemente dentro dos scarpins.

A porta do banheiro é empurrada, no entanto, não me preocupo em checar quem adentra até escutar a voz dócil e baixa soar atrás de mim.

— Olá, Selena.

Meu olhar direciona até sua face límpida, o rosto pálido evidência a tonalidade sutilmente acidentada em suas íris, estas que parecem mudar a cada instante.

— Oi, Natalie. — aperto os lábios contra o outro, em um sorriso casto. — Como está? — embora seja contragosto, tento soar cordial.

— Eu estou bem. — ela responde, embora a opacidade de seus cabelos - normalmente como dourados esvoaçantes - e o semblante abatido denuncie o contrário. —  Mas você... Hm, você deve estar radiante.

Acompanho seu olhar ao analisar-me dos pés à cabeça, não poupando uma expressão de desgosto. Aperto as mãos sobre o mármore gélido, forçando a permanência da calma em minhas veias.

— Por que diz isso?

— Não finja que não sabe do que estou falando. — a mulher retruca se um modo hostil, franzo o cenho, enquanto ela sorri com sarcasmo. — Era tudo o que você queria, não é?
 

Flashback

À medida em que nuvens escuras se aglomeram, levam consigo a luz natural e a sensação relaxante de uma temperatura amena. O som de insetos noturnos começam a surgir, misturando-se à trovoadas alternadas no céu. 

— Nunca iremos sair daqui, por Deus! — esbravejo, cessando duros passos sobre o solo lamacento.

Sinto-me como em um labirinto sem mim, ainda que eu corra ou olhe em infinitas direções, tudo o que vejo são árvores. 

— Tenha um pouco de paciência, vão nos achar. — em seu habitual tom sereno, Justin profere ao parar atrás de mim. Bufo, controlando os meus instintos de socá-lo até que ele reaja como uma pessoa normal que acaba de se perder no meio da mata.

— Achar? Olhe a nossa volta, Justin! — retruco, esticando os braços para que ele tenha uma visão ampla da situação. — Está escurecendo, essa ventania não para e logo irá começar a chover! Nós estamos ferrados aqui!

O nó que se forma em minha garganta acaba embargando o que deveria soar como um grito agoniado. Sinto o corpo rígido do garoto envolver-se ao meu, prendendo me entre seus braços. 

— Escuta, confia em mim, tudo bem? — ele sussurra ao afagar os meus cabelos, as lágrimas molham o meu rosto até espalharem-se por sua camiseta preta. — Vai ficar tudo bem...

— Eu não quero morrer aqui.

O meu choro se intensifica e isso desperta um grito esganiçado de suas cordas vocais.

— Não vamos morrer, para de surtar! Vão nos achar daqui a pouco, acredite. — ele diz ao segurar o meu rosto entre suas mãos, sinto os polegares limparem a umidade em minhas bochechas. — Está com medo? — aceno positivamente, o garoto suspira. — Eu estou aqui.

— Não saia de perto de mim por nada. — aperto o contra mim, posteriormente, ouço o sussurrar o que causa um efeito imediato ao meu corpo, tranquilizando-me levemente. 

— Eu não irei. Vou protegê-la.

 

"Está nas estrelas, foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações. Não estamos quebrados, apenas pendentes e podemos aprender a amar novamente." - Pink. 


Notas Finais


That's all folks!

OI GENTE! Finalmente essa att saiu, sinto que estive escrevendo esse capítulo por um século.
Bom, pode ser que esse capítulo não agrade vocês e eu entenderia. A minha escrita está péssima e eu resolvi mudar todo o capítulo de última hora. Preciso admitir que estou me esforçando muito para não colocar essa fic em hiatus. (prometo que tentarei o máximo possível para não chegar nesse extremo).
Enfim, espero vê-las aí embaixo. Muito obrigada pelos comentários de vocês e por terem paciência com os meus sumiços, desculpa mesmo.

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Até o próximo! Um beijo e um queijo! ❤


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