História Troublemaker - Another Choices.

Justin Bieber Point Of View

O sangue bombeia com força em minhas veias, causando uma temperatura elevada em meu corpo, como se estivesse prestes à entrar em combustão. Os lábios da morena castigam a minha pele que, à esta altura, pode estar em um tom arroxeado.

Nem mesmo um único pensamento coerente surge em minha mente enquanto deixo-me levar pelo desejo ardente que se avoluma sob o toque de Selena. Embora eu esteja perplexo o bastante para me mover, idealizo infinitas situações onde eu estaria tocando-a de todas as maneiras existentes. Fraco, ao mesmo tempo, selvagem, é como me sinto. Incapaz de reagir, contudo, desejando tomá-la para mim, usando toda a minha força.

A morena escorrega sua mão direita, antes concentrada em meus músculos na barriga, até o cós da minha bermuda, onde engancha seu dedo indicador, esbarrando os dedos restantes pelo jeans grosso da bermuda.

O incômodo que se acumula entre as minhas pernas alivia minimamente quando sinto-a tocar aquela região. Com uma das mãos, Selena aperta o meu membro, arrancando-me um grunhido. Tento conter-me, entretanto, quando volto à consciência dos meus atos, agarro seus cabelos, direcionando o encontro de seu rosto ao meu, forçando-a olhar-me. Ela mantém os lábios entreabertos, a carne levemente inchada destes por conta dos beijos proferidos em meu pescoço cativa a minha atenção, como se implorassem para serem massageados por minha língua. Firmo o enrosco dos meus dedos nos fios escuros e um ruído manhoso transpassa em sua garganta. Meu pau lateja em resposta ao ouvi-la desta maneira, enquanto mantém sua mão contornando a minha extensão.

Selena aproxima seu rosto do meu, roçando seus lábios rosados, por onde escapam um hálito quente e doce, em minha bochecha. Movimento a cabeça, buscando o contato direto de nossas bocas, porém, quando estas estão próximas o bastante para quase sentirem a textura uma da outra, a vibração em minha bermuda desperta-me, não causada pelo meu pênis e sim, pelo celular que, segundos depois, começa a tocar.

Afasto-a em um movimento brusco, ocasionando o choque de seu torso contra a bancada de mármore. Deslizo o aparelho do bolso da minha bermuda, deveras apertada, atendendo a chamada e ignorando o olhar de escárnio da morena à minha frente.

— Alô. — prendo a respiração em meus pulmões, sendo tomado por uma dor tão forte em meu peito que, por alguns segundos, penso que o meu coração havia parado de bater. Natalie chama-me, contudo, nenhum som se constrói em minhas cordas vocais.

— Quem é? — Selena sussurra, tornando a ficar próxima à mim. Me afasto, fugindo do toque quente de sua pele.

— Sim, Nattie. É, está chovendo um pouco aqui, não se preocupe, eu irei embora quando passar.

Sou incapaz de absorver tudo o que a loira fala do outro lado da linha, tendo Selena à minha frente, completamente nua. Pela sombra causada por seus movimentos, vejo-a embolar seus cabelos em um coque, enquanto o perfume destes ainda emanam por todo o banheiro e, principalmente, em meu corpo. Despeço-me de maneira distraída da minha esposa, apertando o celular com força em minhas mãos.

— Tinha que ser ela a estraga prazeres — num tom rouco, ela reclama e, se eu pudesse enxergá-la perfeitamente, teria a certeza de vê-la torcendo o nariz em uma careta — Ela tem algum tipo de radar, por acaso?

— Eu nunca fiquei tão aliviado com uma ligação da Natalie... — murmuro à mim mesmo, ainda atordoado com o que acabara de vivenciar. Deus! Onde é que eu estava com a cabeça?

— Aliviado? — a morena dá uma risada nasal, transbordando deboche. — Eu duvido que você não preferia estar me tocando agora.

— Não, eu não preferia. Inclusive, estou feliz que o destino tenha me impedido de fazer uma burrada dessas, eu iria me arrepender muito. — respondo-a apressado, desejando convencer à mim mesmo que, de fato, foi o melhor que poderia ter acontecido. — Além disso, eu não queria isso, não sei o que me deu.

— Ah, claro. Você não queria... — ela desdenha e, em um movimento ágil, arranca o celular da minha mão, começando a buscar algo pelo touch. — Isto está bem óbvio pelo tamanho da sua ereção.

Selena acende a lanterna do celular, deixando-o sobre a bancada do banheiro, iluminando o suficiente para que possamos ver um ao outro. Inclusive, o volume evidente no meio das minhas pernas que, logo trato de esconder com as mãos.

— Termine logo de se vestir, eu... — balbucio, evitando que o meu olhar se perca novamente em seu corpo despido e o meu auto controle se esvaia de vez.

Ao deixar o banheiro, caminho para o mais longe possível do cômodo, tentando preencher os meus pensamentos com qualquer coisa que não fosse o que acabara de acontecer. Contudo, não demora para que a morena reapareça, devidamente vestida e, consigo, traga as lembranças do momento da minha total perda de sanidade.

Volto para casa com os pensamentos conturbados, implorando mentalmente para que demore, ao menos algumas semanas, para que eu volte à encontrá-la. Pelo menos, tempo suficiente para que o desejo que senti por seu corpo tenha se apagado. Ao constatar que ainda estou sozinho em casa, rumo ao banheiro, à fim de banhar-me com a água quente e relaxante, no entanto, o cômodo me remete à momentos recentes.

Apoio as minhas costas nos ladrilhos gélidos, causando-me um leve choque térmico pela diferença de temperatura da água. Fecho os olhos, mergulhando-me nos pensamentos que tanto tentam tomar o controle da minha mente. Vagueio-os na sensação em tê-la novamente em meus braços, quente e macia, soltando gemidos contidos enquanto sua língua toca-me com firmeza.

Deslizo a minha mão pela extensão do meu pênis, recordando-me do quão delicioso e relaxante foi senti-la tocando-o. Selena tomara conta da minha mente de todas as formas imagináveis e, Deus sabe o quanto precisei mentalizar a fidelidade do meu casamento para não ceder à suas provocações. Me sinto desmoronando a cada dia mais, sem forças para lutar contra o sentimento esmagador que se espalha em meu peito. Hoje, tive a prova mais real do quão vulnerável sou à latina.

Mas, droga, ela vem sendo tão sexy e ainda se lembra de cada ponto que me faz desejá-la, conseguindo roubar qualquer resquício de sanidade do meu corpo.

Eu não havia percebido a gravidade da situação até o momento em que gozei na minha própria mão, imaginando o quanto eu desejava que Selena estivesse ali.

[...]

Contribuinte para o meu mau humor, a terça-feira parece estender-se mais do que deveria, de modo que as horas não mudam a cada cinco minutos em que olha no relógio. O horário de almoço está próximo, contudo, é mais seguro que eu permaneça preso às paredes de concreto, já que no instante em que eu visse a luz natural do dia, provavelmente, correria para qualquer lugar distante do estresse deste escritório.

O projeto está sobre a minha mesa, deve ser finalizado em dois dias e, o único desejo que tenho é o de mandar o meu chefe para o inferno e ir à praia, relaxar sob a calmaria das ondas do mar chocando-se entre si.

O toque do meu celular desvia a minha atenção do notebook e, quando vejo o nome que brilha na tela, sinto o meu estômago embrulhar, junto ao meu maxilar que trava automaticamente. Contudo, resolvo atender a chamada e ligar o viva-voz.

— Fala, Selena. — digo, retornando o meu olhar aos arquivos que deveriam estar organizados, à aquela altura.

— Bom dia, meu amor. — em seu usual tom relaxado, ela profere sem qualquer retraimento em me chamar desta forma.

— Vá ao ponto, estou ocupado. — resmungo impaciente e, em um ruído, consigo ouvir a sua risada através do auto falante.

— Só liguei para ouvir a sua voz, tive saudades. — ignoro a sensação estranha em meu peito ao notar sua voz soando tão terna, diante da minha grosseria. — Como está sendo o seu dia?

— Péssimo. Estou estressado. — respondo-a, tentando ao máximo, concentrar-me nos números à minha frente, entretanto, saber que Selena está do outro lado da linha, podendo provocar-me de alguma forma à qualquer momento, me deixa avulso.

— Será que a senhorita poderia parar de lotar a minha caixa de mensagens?

— Eu estou tentando manter um diálogo com você.

— Olha só... — suspiro, controlando o nervosismo que começa a correr por minhas veias. — Dizer que está molhada e me desejando não é exatamente tentar manter um diálogo.

— É o único jeito de chamar a sua atenção, já que nem as mensagens de bom dia, você responde. — ela solta uma risada e eu contenho-me para não fazer o mesmo, conformado que ela não pararia com suas provocações que, embora me tirassem do sério, acabaram se tornando até engraçadas. — Você está me evitando desde sábado.

— Estou te evitando desde que você chegou.

— Ah, então você admite? — sua entonação vocal contém surpresa e só então percebo o que acabara de confidenciar.

— Sim.

— Você sabe que está morrendo de desejo por mim... — ela diminui a voz, como se estivesse prestes a começar a sussurrar. — Não é atoa que ficou daquele jeito no banheiro...

— Selena, eu não preciso desejar você. Eu tenho uma esposa que é maravilhosa, por sinal. — provoco-a de forma debochada, conseguindo ouvi-la bufar discretamente.

— Aposto que eu te dei mais tesão em dez minutos do que a sua querida esposa te deu em anos, que aliás, ela deve ser mais seca do que o deserto do Atacama.

— Será que podemos não falar da Natalie? — peço, sentindo a culpa ameaçar a corroer—me ao me lembrar da loira que, se quer, imagina os pensamentos que ando tendo sobre a latina.

— Foi você quem começou.

— Porque você já está me provocando.

— Você a usa como escudo contra mim?

Seu questionamento pega-me de surpresa. Nunca havia parado para refletir a maneira na qual sempre acabo colocando a loira em nossas conversas, como se precisasse lembrar-me de sua existência para me manter distante de Selena.

— Não. — minto, pigarreando para que a minha voz ecoe com firmeza. — Eu gosto que você lembre que eu sou casado.

— Por que? Acha que isso vai fazer com que eu me afaste? — ela questiona, o humor em sua voz é perceptível. — Afinal, é por isso que você não fica comigo, não é?

— É. — respondo automaticamente, arrependendo-me no instante em que ouço um grito vitorioso provindo do celular. — O que?

— Então é por isso que você não fica comigo. — tento negar, porém, a morena logo me corta. — Justin, peça o divórcio, amor. Estamos no século vinte e um.

— Ah é? — falo com sarcasmo que parece passar despercebido por ela, já que a mesma assente. — E depois?

— E depois nós transamos.

Embora a minha risada tenha soado em deboche, todos os pêlos do meu corpo arrepiam-se com a mera possibilidade de transar com ela.

— As coisas não funcionam assim, Gomez. — torno a concentrar-me à tela do notebook, tentando recuperar a concentração que me fora tirada.

— As coisas pareceram funcionar muito bem assim quando você estava com o pau duro por mim.

— Você estava nua, a situação era completamente diferente. — defendo-me, contendo as lembranças de seu corpo que ameaçam surgir em meus pensamentos. — Eu ficaria daquele jeito por qualquer mulher.

— E deixaria ela dar uns chupões também, enquanto você geme? — alfineta-me em um tom zombeteiro, bufo com irritação, sem respostas à isso.

— Eu não estava gemendo, eu estava...

— Quase gozando nas calças? Eu diria que sim. — ela acha graça, contudo, não a acompanho, sinto as minhas mãos começarem a suar. — Confessa, você não bateu uma depois daquilo?

— Não. E pare de me importunar com esses assuntos. Já disse que estou ocupado.

— Hm, o que você está fazendo?

— Trabalhando, eu já disse. — digitando rapidamente afim de terminar aquele projeto quanto antes, divido a minha atenção entre a preparação da minha apresentação e Selena no telefone.

— Eu já comentei que você fica extremamente gostoso de terno?

— Selena...

— Você nem imagina o que eu queria fazer nessa sua mesa...

— O que você quer agora? Sexo por telefone?

— Você quer? Droga, Justin! Não me dê idéias, eu vou começar a ficar excitada...

— Claro que não! Deus! Eu não sei porquê ainda dou ouvidos à você! — exclamo, desistindo de tentar finalizar o arquivo enquanto a latina trabalha para tirar-me do sério. Massageio as têmporas, sentindo o estresse acumular-se nos músculos das minhas costas.

— Você gosta. Aposto que se diverte quando eu te provoco. — rebate de modo convencido, reviro os olhos.

— Qual é o seu plano, afinal?!

— Te sequestrar e te fazer do meu escravo sexual. — responde e, ainda que pareça séria, sei que obviamente é uma brincadeira. — Você não acredita que eu goste de você?

Minha respiração falha, à medida em que o meu corpo reage de modo imediato à suas palavras. O acelerar dos meus batimentos cardíacos causa-me um desconforto evidente, visto que me encontro sem palavras para respondê-la. Ouvi-la dizer isto, afeta-me da pior maneira que poderia imaginar, sinto-me estúpido por, se quer, cogitar a possibilidade de acreditar em suas palavras. Céus! Onde estou com a cabeça? Estou perdendo o controle, novamente.

— Não. — sussurro, praguejando ao ouvir o quão falha ecoa a minha voz. Selena parecia estar atenta à minha resposta, já que conseguiu escutá-la perfeitamente.

— Você também não me deixa provar o contrário. Eu quero realmente ficar com você. — ela resmunga, usando um tom manhoso e impaciente. — Almoça comigo?

Ainda que eu estivesse prestes à explodir após tudo o que vem acontecendo com relação à latina, sinto-me mais seguro em estar próximo à ela, como se eu estivesse anestesiado com suas provocações, mas não com as reações que elas me causam. Um almoço com Selena não seria de todo mal, de todo modo. Todavia, perante à forma como venho reagindo à cada palavra proferida por ela que contenha segundas intenções, prefiro manter-me em minha zona de segurança, afinal, não é sempre que uma ligação irá me salvar de um erro eterno.

— Agradeço o convite mas, não, obrigado.

— Ah, por favor, Justin! Eu juro que vou me comportar, eu só quero te ver...

— Não, Selena. É a minha resposta definitiva.

Ela solta um chiado entristecido, aceitando a minha decisão. Reavalio a minha resposta, ponderando em mudar de opinião, entretanto, é tarde demais, ela despede-se e desliga a ligação.

Melhor dessa forma, quanto mais longe, mais seguro para mim.

Selena Gomez Point Of View.

Estou prestes à recolher as minhas coisas da mesa quando vejo Sam encaminhar-se à porta e dar espaço para que Charlie entre no ateliê, com uma caixa de papelão em mãos. Ele sorri em minha direção e logo o seu corpo está frente ao meu, quando seus lábios tocam a pele da minha bochecha.

— Oi, linda. Está indo embora? — assinto, indicando a minha bolsa preparada sobre a mesa. — Eu trouxe donuts pra você.

— Está um pouco atrasado, não acha? — dou risada, desconfiada do sorriso de canto que surge em seus lábios. — Você vem sempre após o almoço...

— Hoje foi por uma boa causa. Abra, eu trouxe os seus favoritos.

Acatando o seu pedido, abro a caixa da confeitaria, contudo, surpreendo-me ao tentar pegar uma das rosquinhas e notar que há algo escrito sobre a cobertura de cada uma delas. Cubro com as mãos, os meus lábios abertos em formato de círculo. O moreno sorri, parecendo satisfeito com a minha reação atônita. Nos donuts, está um pedido para sair com ele, o que eu, obviamente, não conseguiria recusar.

— Então, qual é o veredito? — ele fita-me com suas íris verdes e ansiosas.

— Hm, eu não sei... É que eu não costumo comer a sobremesa antes do jantar. — brinco, mordiscando um pedaço de uma das rosquinhas.

Charlie da uma risada, balançando os ombros de modo despojado.

— Acho que todo mundo pode quebrar as regras algum dia.

Sorrio, acenando positivamente. Envio uma mensagem à Ashley, cancelando o nosso encontro no shopping e aceito o braço do homem, estendido à mim. Um encontro casual é tudo o que preciso para terminar perfeitamente a minha noite.

Flashback

A torcida ensandecida vibra a cada jogada, incentivando o time a reverter o placar favorável aos visitantes da casa. Atraindo demasiada atenção, o capitão é ovacionado em suas cestas bem sucedidas, arrancando gritos efusivos de cada espectador do jogo. Ao contrário deles, não sorrio ao vê-lo atravessar rapidamente a quadra enquanto quica repetitivamente a bola no chão, abrigo somente a raiva que percorre com avidez em minhas veias. Embora o meu desejo seja ver os Eagles conquistando a vitória, a cena de poucas horas atrás perturba os meus pensamentos, tirando-me de órbita. Ele estava sendo beijado por Candace, da forma mais suja possível, ele permitiu que ela afundasse a língua asquerosa em sua boca. 

Contornando as medidas da minha cintura, Aaron abraça o meu corpo, permitindo-me sentir o impacto de seus músculos rígidos em minhas costas. Meu subconsciente nota que ele sussurra algo, porém, meu olhar está fixo e impassível na extensão da quadra, onde o loiro controla os fios de cabelo úmidos que grudam em sua testa. 

O placar indica que restam únicos e decisivos cinco segundos de jogo, os Eagles estão com a posse da bola, especificamente, Justin Bieber, o recente capitão deles. Minha atenção é desviada com o movimento suave das mãos de Aaron em meu corpo, pondo-me em sua frente. O gesto é rápido o bastante para que eu possa processar, os lábios do moreno cobrem os meus, ao mesmo tempo em que uma gritaria eufórica inicia. Entretanto, esta cessa antes mesmo que eu tenha tempo para afastar o rosto do garoto. 

Atordoado, o meu olhar se perde entre as feições tomadas por decepção na arquibancada, posteriormente, miro-o na quadra, ao perceber que o jogo está finalizado e perdido. Justin havia errado a cesta e, paralisado, me encara com suas íris douradas efervescentes, transmitindo sua raiva e a culpa que cai sobre mim como uma tonelada. 

"Quão profundo é o seu amor? É como o nirvana? Que me atingiu pra valer de novo." - Calvin Harris.