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História Troublemaker - It Will Always Be You.


Escrita por: _rachm

Capítulo 25 - It Will Always Be You.


Selena Gomez Point Of View

Sinto a maior parte dos membros do meu corpo latejarem, o par de scarpins não parece tão confortável como mais cedo, quando os calcei. O vento carrega os fios embaraçados dos meus cabelos para trás, resfriando imediatamente a minha pele úmida por um leve suor. Havia sido uma péssima ideia caminhar por quase um quilômetro usando saltos, ainda mais depois de um longo evento que durara mais de três horas. Foi proveitoso, de todo modo. Convenções de moda sempre me divertem, mesmo que Mônica tenha me abandonado nesta missão para passar um final de semana romântico com Chaz.

Quando, finalmente, estou diante do saguão do hotel, suspiro com alívio, principalmente pelo ar condicionado que resfria o meu corpo. O clima em Long Beach está seco, me recorda as tardes de verão no Texas.

Refaço o trajeto até o elevador para chegar até o meu quarto, apenas com o intuito de trocar de roupa já que estou faminta, contudo, meus passos são interrompidos por um corpo que se choca bruscamente contra o meu.

— Desculpa... — murmuro, fazendo menção em desviar, porém, algo me chama atenção. — Justin?

Ele me encara com os olhos arregalados, o leve dourado cintilante no interior das íris se intensifica.

— Você nunca vai parar de me perseguir? — ele diz com tom de humor, mas finge surpresa.

— Cala a boca, eu não estou te perseguindo. — reviro os olhos, embora um sorriso se forme em meus lábios. — O que faz aqui?

— Viagem de trabalho e você?

— Convenção de moda. — olho para ambos os lados, um pouco nervosa. — Que coincidência. Está hospedado aqui também?

Ele exibe um grande sorriso ao dizer:

— Sim. Você está sozinha? — aceno positivamente, ele arqueia uma das sobrancelhas, como se estivesse tendo uma ideia. — Então... Quer me fazer companhia no almoço?

Afirmo em um impulso, pois pretendia inventar qualquer desculpa para que não ficássemos sozinhos e entrássemos em algum assunto constrangedor. No entanto, após alguns minutos, a proposta parece ter sido perfeita.

[...]        

Foram momentos agradáveis, exceto pelos cinco minutos em que o Bieber ficou choramingando por eu ter dado, sem querer, um spoiler da nova temporada de Game Of Thrones.

Todo o nervosismo havia se dissipado, embora tê-lo como companhia ainda seja ligeiramente estranho devido à tudo o que aconteceu. Talvez, se eu tivesse deixado as coisas fluirem desde o primeiro momento, após o show da Britney, não estaria passando por esses conflitos.

— Não nos falamos desde o beijo. — ele diz, de repente, desfazendo toda a amenidade do clima entre nós. — Por que fez aquilo?

Suspiro, movimentando os ombros.

— Porque tive vontade.

— E depois fugiu. — rebate.

— Não vamos falar sobre isso agora.

— Por que?

— Sobremesa? — a interrupção de um garçom me salva, desviando o foco do assunto.

— Sim, por favor. — digo, sorrindo educadamente.

Justin poderia insistir por mil anos nessa mesma pergunta e ainda assim não saberia responder com todas as palavras. Não quero escutar da minha própria boca que estou apaixonada por ele enquanto houver qualquer chance para a Natalie.

* * *        

Ao sairmos do restaurante, o céu dá indícios do fim da tarde. A cor que se assemelhava a um azul celeste começa a clarear, mesclando entre o lilás e o alaranjado do sol que começa a se pôr. Devido a pequena distância até o hotel, Justin e eu refazemos o trajeto até o mesmo caminhando, a movimentação de pessoas não é intensa, permitindo-nos andar sem pressa. 

— Quando você vai embora? — indago, apenas para quebrar o silêncio que se instala entre nós.

— Amanhã. — ele diz, em seguida, solta uma forte lufada de ar. — Tenho um encontro importante com o meu advogado. — seu tom vocal é sugestivo.

— Divórcio? — presumo, o louro acena positivamente. — Vocês não assinaram ainda?

Havia se passado pouco mais de um mês, estivemos juntos duas vezes e, na última, não tive oportunidade de perguntar como tudo estava se encaminhando. No entanto, é inevitável que uma faísca de curiosidade se torne perceptível, de fato, ainda temo que ele se arrependa de ter deixado Natalie.

— Ela quer conversar. — Justin explica, fitando-me atentamente. Busca algo em minha expressão, porém, limito-me a apenas apertar os lábios um contra o outro.

Meu estômago revira, é angustiante como isto cria suposições absurdas em minha cabeça. Poderia significar algo e, de repente, lamento por ter me importado tanto com dramas ao invés de ceder aos meus instintos.

— Chances de reconciliação? — pergunto, tento parecer casual, mas acredito que o incômodo em minha voz seja notório. Ele solta uma risada nasal e nega.

— Nenhuma.

Todo o ar preso em meus pulmões escapa pelos meus lábios, a tensão em meus ombros se dissipa automaticamente pois, ainda que possa ter sido uma resposta vaga, obrigo-me a acreditar que não há qualquer dúvida na decisão de Justin. Ele tem algum motivo e eu torço mentalmente para que esse motivo seja eu.

Adentramos no elevador já de volta ao hotel, contudo, a noite mal havia começado e eu me sinto totalmente elétrica e disposta, mesmo que fosse apenas para conversar. 

— O meu andar é o sexto. — Justin informa, assim que o painel indica a chegada do quinto andar. Soa como uma despedida, portanto, me apresso em dizer:

— Nós podemos conversar mais um pouco? — peço. Ele parece surpreso, no entanto, não hesita.

— Claro.

O elevador nos deixa no andar solicitado e, após percorrermos um extenso corredor, Justin cessa os passos na frente de uma das portas e retira o cartão desta do bolso da calça caqui. Ao destravá-la, ele cede espaço para que eu entre.

— Desculpa pela bagunça. — diz, um pouco sem graça. Dou risada.

— Isso é típico de você, não estou surpresa.

A corrente de vento que se espalha pelo cômodo provém da sacada, as janelas estão abertas, presenteando-nos com a bela vista do pôr do sol. Peço para que o louro as mantenha assim, trazem um clima fresco e agradável, além da iluminação natural em todo o quarto. Um carpete de cor escura cobre quase todo o perímetro do cômodo e, rapidamente, me aconchego sentada sobre o mesmo, deixando a minha bolsa em um canto próximo.

— Eu queria muito te entender. — o som rouco que escapa entre os lábios avermelhados atrai o meu olhar atento. Justin mantem sua atenção nos cantos superiores das paredes, aparentemente pensativo. — Mas, puta que pariu Selena, você é um pesadelo.

Ele me faz rir com o tom de frustração em sua voz. Apoio as costas na cama, relaxando os músculos sobre a estrutura. 

— Eu nunca disse que seria fácil lidar comigo. — retruco, defendendo-me. Ouço a mesma frase desde o colegial, ele deveria ter se acostumado.

— Eu já sabia. — admite ao exibir um pequeno sorriso, porém, logo completa: — Mas você me provou isso das piores formas possíveis.

— Você aguentou bem, mesmo dando vários chiliques.

Gargalhamos, no entanto, o som de suas cordas vocais cessa primeiro. Ele me encara com seriedade e, por um instante, penso que ele fará uma nova reclamação.

— Eu não queria ter sido tão rude. — diz, de um modo sereno. — Principalmente naquela vez.

Recordo-me da nossa pior briga recente, a qual me fez pensar em todas as minhas atitudes desde que voltei a pisar em Los Angeles. Ainda que eu queira tranquilizá-lo e confessar que aquelas palavras foram importantes para o meu amadurecimento, não poderia perder a chance de irritá-lo.

— Eu sei. Foi só ciúmes. — provoco-o, o louro revira os olhos para cima, mas acaba soltando uma risada fraca.

— Ah, eu nem vou entrar nesse assunto de novo.

Tento responder, mas as palavras engasgam em minha garganta, posteriormente, fazendo um nó. Observo a tranquilidade em sua face, o modo como ele lida tão bem com a nossa relação e, mais uma vez, sinto-me a pior pessoa do mundo.

Quantas vezes eu teria lhe causado problemas, ao invés de retribuir todo o amor que ele havia me dado?

— Desculpa. — profiro, soa como um sopro, rápido e vago. Ele franze o cenho. — Desculpa por ter te magoado e por ter destruído o seu casamento.

É estranho admitir, pela primeira vez, o que eu realmente fiz. E, apesar de tudo, Justin não parece se importar verdadeiramente. Pelo menos não mais. A mágoa que residia em seus olhos toda vez que ficávamos frente a frente, não existe mais.

— Você não destruiu o meu casamento. Acho que não era mesmo pra ser.

— Vocês estavam ótimos até eu chegar. — argumento. — Bom, não é como se eu estivesse triste por isso mas... Eu nunca quis o seu mal.

— E nem eu o seu. — a firmeza em seu tom vocal transfere a veracidade de sua fala. Ele sorri, tão fraco que parece ser devido à uma lembrança triste. — O meu casamento nem era pra ter começado, eu tinha uma história inacabada.

Um arrepio se estende ao longo da minha espinha. Droga. Respiro fundo e retomo o foco da conversa.

— Mas você a amava.

— Não do jeito que eu deveria. — Justin confessa, meneia a cabeça de um lado para o outro, como se reprovasse sua própria atitude. — Eu não amei a Natalie como esposa, amei como pessoa, era gratidão por ela ter estado comigo quando eu precisei e queria retribuir, foi comodismo.

Nunca havíamos tido um diálogo tão franco até então, aos meus olhos, Natalie seria a esposa dos sonhos.

— Vocês pareciam ter um relacionamento perfeito.

— E era perfeito. Só não era perfeito pra mim.

O impacto que suas palavras me causam faz-me refletir por algum tempo. O quão louco seria se ele tivesse buscado o caos em toda a serenidade da ex-esposa? Seria essa a razão de toda a frustração que ele sentiu ao longo dos anos?

— Por que você voltou? — ele questiona e, só então, noto que está é a primeira vez em que posso respondê-lo sobre isso sem estar no meio de uma discussão.

— Porque eu também tinha uma história inacabada, você acredita? — sorrindo, respondo-o com uma falsa surpresa.

Justin ri, porém, acena negativamente.

— Não.

— Por que?

— Você não sentia nada por mim, Selena.

— Quem disse que eu não sentia? — ele permanece quieto, portanto, continuo: — Eu só não sabia dizer ou explicar mas, você sempre foi especial pra mim.

— É, como o cara que inflava o seu ego. — resmunga, sorrindo com sarcasmo.

Inalo todo o ar possível para os meus pulmões e solto-o depressa. Repito mais algumas vezes, tomando tempo e coragem para o que estava prestes a sair da minha boca. Ao mesmo tempo em que sinto-me completamente insegura, rumando para uma completa escuridão, a necessidade de retirar todo o peso em meu peito prevalece.

Ele está aqui. Justin poderia estar em qualquer outro lugar, talvez ligando para a Natalie e tentando recuperar o que restou do casamento deles, mas ele está aqui. Depois de tudo, ele ainda prefere arriscar uma vida perfeita para estar comigo.

— Não. Como a única pessoa que soube me amar. — ele me olha, totalmente surpreso. — O único que gostou de mim com todos os defeitos, que esteve lá sem esperar reciprocidade. —  sorrio, aliviada por ver o efeito positivo que isso o causa. — Eu nunca poderia me esquecer de você, Justin, porque ninguém mais me fez sentir assim.

Estamos próximos e, obviamente, ele não encontra palavras para responder. Novamente, obedeço aos meus instintos, dedilho sua face até chegar à altura dos lábios, contorno a carne macia com o polegar enquanto diminuo a distância entre nossos rostos.

— Eu sempre vou querer você, Justin.

O louro toma a iniciativa de selar os nossos lábios e o espaço entre nós age como um imã para unir o meu corpo ao dele.

Os arrepios se espalham por toda a minha pele como uma corrente elétrica, sinto como se fosse a primeira vez em que nos beijamos de verdade após anos. Embora tenha acontecido anteriormente, parece a primeira vez. Não há pressa ou qualquer receio, ele me beija com avidez, enroscando os dedos entre os fios de cabelo em minha nuca. O ar se renova em meus pulmões sem que eu puxe, pois a minha necessidade em manter o toque entre nossas bocas é maior do que a de respirar.

Justin inclina o corpo para frente e, consequentemente, deita sobre o meu. Os lábios ágeis descem até a curvatura do meu pescoço, sugando a pele quente desta região. Suspiro, reagindo a todos os espasmos que surgem.

Cada toque parece queimar em minha pele enquanto ele desliza o zíper traseiro do meu vestido para baixo, suas mãos apalpam a minha bunda, acompanhando o trajeto do tecido sendo retirado do meu corpo. O louro morde os lábios, analisando a visão que tem, seus olhos vagueiam em cada curva do meu corpo, com a intensidade de quem desejar cravar sua marca em cada centímetro dele.
 

Flashback

Inclinando o rosto para cima, encontro o par de olhos que transmitem um sentimento que provoca um certo peso na altura do meu estômago. Ele se aproxima, mirando diretamente no pedaço de papel que tenho entre os dedos. Minhas têmporas latejam e, ao pensar na quantidade de sermões que precisarei escutar, sinto vontade de fugir para bem longe.

— Eu estou decepcionado com essa atitude. — ele diz, assim que seu corpo rijo se posiciona à frente do meu, repousado de forma derrotada em uma das cadeiras disponíveis na secretaria do colégio.

Eu esperava por essa reação, no entanto, me admira que ele fale com tanta ênfase, usando o olhar julgador que tanto detesto. Reviro os olhos e, em um gesto de proteção e birra, abraço o meu próprio corpo ainda úmido.

— Se veio aqui para defendê-la, pode ir embora. — resmungo e, embora eu não o encare, presumo que sua expressão se transforme em indignação por minha resposta. 

Ainda que eu tenha perdido a razão, isso não lhe daria o direito de me criticar tão descaradamente, defendendo alguém que mal conhece. Ella deveria saber em qual território estava pisando quando resolveu mexer com tudo o que me pertence. Meus amigos, minha equipe de torcida, meu Justin. Eu não hesitaria em mostrá-la que ela não passa de uma novata sem graça e assim o fiz, porém, os meus planos saíram do controle e acabamos aos tapas até cair na piscina. 

O fim não foi satisfatório, seria difícil explicar essa suspensão. 

— Você percebe o quanto está sendo infantil? — Justin volta a usar um tom vocal autoritário, como se possuísse o direito. Odeio lições de moral. — Prejudicou alguém que só estava tentando ganhar a sua aprovação.

Debocho com um riso sarcástico. Obviamente ela havia convencido à todos com uma falsa meiguice, mascarando o quão dissimulada é.

— Ela estava tentando roubar o meu lugar. — protesto, completamente aborrecida. Encaro-o com seriedade, em seguida, para que o louro finalmente entenda, completo: — Em vários sentidos.

— Oh, não. Você não pode estar falando sério. — ele meneia a cabeça, aparentemente incrédulo. Arqueio uma das sobrancelhas. — Você é tão egoísta, não percebe? Age como uma megera só para mostrar a sua superioridade.

— Eu vi! O sorriso, os olhares, a voz enjoada... — ele revira os olhos enquanto retruco, acabo bufando, totalmente puta por vê-lo desdenhar do que está óbvio pra mim. — Ela claramente estava louca pra flertar com você.

— Você só está com medo de que alguém tem boa quanto você possa chamar atenção na torcida.

Penso em diversas formas de argumentas, no entanto, a raiva que consome cada fibra do meu corpo impede-me de formular frases que não saiam como infinitos xingamentos contra Justin. Logo, ponho-me de pé e, olhando-o firmemente, indago:

— Você acha que ela é boa? — ele não responde pois, evidentemente, nota o quão brava estou e, embora o louro tenha se mantido imóvel, soa como uma afirmação pra mim. — Então fique com ela.

— Selena...

Ele tenta segurar o meu braço quando faço menção em sair, mas não demoro a desvencilhar-me de seu toque. Não quero olhá-lo, ou serei capaz de estapear seu belo rosto.

— Isso, faça o que você sempre faz quando sabe que está errada! — diz, aumentando gradativamente a voz devido a distância que tomo. — Foge.

"Vou te deixar guiar o caminho, pois eu não estou pensando direito. Minha cabeça está girando, não consigo pensar direito. O que está esperando? Me ame como só você faz." - Ellie Goulding.


Notas Finais


That's all folks!

Oi, gente. Hoje estou aqui especialmente por uma pessoa. A própria presidente do fã clube de Troublemaker, alguém que conheci como leitora e hoje já considero como uma amiga. A rainha dos comentários gigantes e dos assuntos aleatórios. Su, feliz aniversário meu anjo, espero que você tenha tido um dia incrível e que a festa dos seus 15 seja um momento épico na sua vida. Te desejo toda a felicidade e sucesso do mundo, muito obrigada por todo o seu apoio, incentivo e por me fazer voltar aqui e postar um capítulo só para te homenagear, hahaha. Você vai ficar reclamando sobre a parte que eu finalizei, mas eu não poderia deixar de te trolar nem no dia do seu aniversário.
Enfim, espero que todas tenham gostado do capítulo.

Um beijo e um queijo! ❤


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