História Troublesome Love Stories - Equilíbrio

Shikamaru sentou-se na varanda do quintal, observando seu pequeno filho brincando. Ele tinha que admitir, se sentindo um pouco velho em pensar dessa forma, mas o tempo passava rápido. Parecia que fazia tão pouco tempo que Temari tinha feito-o sentar no sofá da sala da casa deles e contado que achava que estava grávida. E ali estava o pirralho deles: Cinco anos e cada dia mais perto de entrar na academia ninja.

Shikadai fez alguns gestos como quem desvia de algo e depois joga uma shuriken. Shikamaru riu com a imitação do filho e Shikadai o olhou com aqueles olhos verdes curiosos.

-O que você está fazendo? –perguntou para ele quando ele se aproximou.

-Treinando. –o menino respondeu e sorriu.

-Para que? –perguntou, interessado em saber onde aquela conversa ia chegar. Ele gostava de conversar com o filho, Shikadai era um menino muito esperto.

-Para ser um ninja, né, papai! –ele respondeu e revirou os olho.

Shikamaru riu. Era obvio, mas ele gostava também de ver seu filho usando aquele tom que era tão coisa de sua mulher.

-Então você quer ser um ninja? –ele perguntou mostrando interesse.

-Quero! –Shikadai respondeu empolgado. –Quero ser um ninja forte, igual a mamãe.

Shikamaru levantou uma sobrancelha.

-Igual a mamãe? –repetiu.

-Sim! –Shikadai respondeu com a mesma empolgação.

-E porque igual a mamãe? –perguntou –E não igual o papai?

Shikadai encarou-lhe por algum tempo, parecendo se perguntar se levaria uma bronca ou algo do tipo por falar o que estava em seus pensamentos. Deu de ombro, como quem chega à conclusão que o pai não brigaria com ele por causa daquilo.

-Porque o papai é inteligente. –disse. –Não é forte como a mamãe.

Shikamaru franziu o cenho. As vezes ele se impressionava com as observações do mundo e conclusões que seu filho chegava, mesmo tão novo. Ele sabia que não era um ninja ruim ou algo do tipo, mas Shikadai tinha razão em afirmar que Temari era muito mais forte como ninja que ele. Seu forte, principalmente com o passar dos anos, ficou na inteligência e estratégia. Realmente queria saber como Shikadai conseguia chegar a essas conclusões.

-E ser inteligente é ruim? –resolveu perguntar.

Shikadai inclinou a cabeça, parecendo refletir sua pergunta.

-Não. –respondeu por fim. –Mais ser forte é mais legal.

Shikamaru deu de ombro. Meninos deviam achar isso na idade de Shikadai, provavelmente. Ele próprio não lembrava muito bem como era ter essa idade. Riu internamente ao pensar que, provavelmente, ele achava problemático.

-E você não pode ser os dois? –Shikamaru resolveu ver até onde mais ia a lógica de seu filho.

-Eu... Posso? –ele perguntou confuso.

-Bem –procurou algo que provasse sua pergunta possível –Sua mãe é forte e também é inteligente.

-Mas você é mais, papai. –ele afirmou –Ouvi vovó dizer outro dia que você é um... Como é mesmo que ela falou? Gemio?

-Gênio. –Shikamaru riu.

-Isso!

-Bem... Sim... Realmente.. Não sou forte como sua mãe e nem ela é inteligente como eu.

-Então não dá pra ser os dois, né?

-Eu não sei... –Shikamaru coçou a barbicha em seu queixo –Eu acho que você consegue...

-Eu? –Shikadai perguntou espantado.

-Sim.

-Por que eu?

-Porque você é nosso filho. –Shikamaru respondeu. O menino o olhou como quem não entendeu e então ele continuou –Veja: Você tem um pouco de cada um de nós, entende? Você tem meu cabelo, mas os olhos da sua mãe. Tem o formato do meu rosto, mas o sorriso é igual o dela. Você reclama de fazer as coisas e prefere ir olhar as nuvens comigo em vez de fazer suas obrigações, mas quando coloca algo na cabeça, ninguém tira, igualzinho Temari... Percebe? Você tem um pouquinho do papai, um pouquinho da mamãe. Então, se tem alguém que consegue ser forte e inteligente por igual, esse alguém é você, Shikadai.

O menino fitou-o com um olhar estranho pelo tempo que se seguiu. Pensou se não tinha divagado demais para a criança, quando ele finalmente maneou a cabeça e declarou:

-É, isso faz sentido...

-Não faz? –perguntou e riu.

-Sim, faz. –Shikadai afirmou um pouco mais convicto.

-Então...?

-Então eu vou ser forte igual a mamãe e inteligente igual o papai. –concluiu animadamente.

-Eu acho que é uma boa decisão.

Shikadai sorriu com todos os dentes, como Temari sempre fazia quando eram adolescentes e chegou mais perto dele. Ele sorriu de canto para o filho, bagunçando o cabelo do rabo de cavalo.

-Hey! –ele exclamou, se distanciando.

-O que vocês estão fazendo aí fora? –a voz de Temari veio de dentro da casa.

Shikamaru olhou para sua mulher que parou atrás de si.

-Só tendo uma conversa sobre ser ninja.

Ela sorriu para eles e sentou-se ao seu lado, vendo Shikadai soltar o cabelo que o pai bagunçou e arrumar.

-Ele é tão mais parecido com você. –ela disse quando o filho voltou a sua brincadeira, como se a conversa anterior não tivesse acontecido.

-Não, ele não é. –ele respondeu e Temari olhou para ele confusa –Ele é nosso equilíbrio.

Ela o olhou com as duas sobrancelhas levantadas, mas a expressão logo relaxou e ela sorriu, doce. Assentiu com a cabeça e abraçou seu braço, apoiando a cabeça em seu ombro, os olhos voltaram-se para o pequeno “rei”.