História True (Em revisão) - Esquecer é o caminho mais fácil.

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Saiu de baixo do chuveiro, enrolando a toalha em sua cintura. Parou em frente ao espelho, se sentindo a pessoa mais horrível do mundo, como ele pode esquecer o quanto era ruim amanhecer de ressaca?

Parou em frente a porta, respirando fundo antes de girar a maçaneta da mesma e ao sair do banheiro do outro pode sentir como se o chão estivesse sumindo de baixo de seus pés, ao vê-lo sentando na cama, o encarando.

“É a hora Hansol” – Pensou, tentando demonstrar a expressão facial mais normal possível.

— Byung, não me deixa beber nunca mais! – Disse, tentando obter confiança para seguir com seu plano, Byung Joo não poderia desconfiar de nada ou estava tudo acabado – Como eu cheguei em casa? – Perguntou, tentando se fazer de desentendido para o outro que lhe encarava, como se não tivesse conseguindo entender ainda o que suas palavras significavam.

— Como assim? – Indagou, se levantando da cama – Você não lembra como chegou em casa? – Questionou, se perguntando se Hansol não lembrava mesmo de como tinha chegado em casa, do que tinha acontecido, ele poderia não lembrar?

— Não, não lembro nem como vim parar aqui no seu quarto... – Olhou em volta, tentando a todo custo não encarar o outro nos olhos – Como eu vim parar aqui? E o Jenissi? – Bombardeou o outro de perguntas, melhor deixa-lo confuso do que curioso sobre sua recente amnesia alcoólica.

— Espera... – Byung Joo interviu, antes que ficasse mais confuso – Você não lembra mesmo? De nada? – Insistiu, Hansol não poderia ter esquecido daquilo, não mesmo.

— O que eu fiz? Briguei? Tirei a roupa no meio do salão? – Fez drama, com a maior cara de preocupada que conseguia reproduzir em seu rosto.

Hansol queria, ter arrumado briga e até mesmo ter tirado a roupa na frente de todos, mais se ele pudesse mudar aquilo, sem dúvidas mudaria.

Beijar Byung era a maior loucura que ele poderia fazer nessa terra, depois de se apaixonar por ele, claro.

Agora, somando as duas, Hansol se via sem saída, ele não conseguia respirar direito.

Não conseguia pensar normalmente...

Seu pensamento em Byung Joo, agora mais do que nunca o arrasava.

Ele queria, queria muito, só poder simplesmente parar com toda aquela frescura e beijar o mais novo, até o mesmo enjoar de si e lhe tacar um pé na bunda.

Ele poderia sim, simplesmente fazer aquilo, mais a consequências que viriam a seguir, eram maiores, mais dolorosas do que simplesmente tê-lo bagunçando seus sentimentos.

Ele preferiria morrer de sede e na seca de Byung, do que provar o que o mais novo poderia ter para lhe oferecer e depois, que a paixão do momento passasse, eles se tornaram estranhos, que talvez nem uma amizade, conseguissem levar mais à frente.

Kim Byung Joo era importante assim para Hansol.

Ele não poderia simplesmente apostar todas as suas fixas numa relação que só os mandariam para longe.

Hansol era imaturo, quando se tratava do outro.

Era sentimental, era bobo, era inexperiente.

Aquele era o seu fardo, do qual ele pretendia carregar durante muito tempo, talvez para sempre.

— Hansol, eu preciso te contar algo – Disse Byung, após pensar muito, enquanto encarava seus próprios pés e tentava inutilmente acalmar seu coração.

Não importava se Hansol não lembrava, não importava se ele tinha esquecido do que aconteceu, ou do que ele disse, não importava agora.

Byung Joo não podia mais fugir, não podia continuar a guardar aquilo dentro de seu peito.

Ele não aguentaria, esconder aquilo, não conseguia também continuar o vendo como um simples amigo.

Hansol merecia sua sinceridade, suas desculpas, suas declarações.

Byung tinha que ser rejeitado...

Byung precisava esclarecer as coisas, pelo menos uma vez na vida...

Byung Joo precisava ser aceito, após dizer uma verdade, precisava ser visto sem mascaras, sem mentiras, sem segredos...

— E eu preciso comer... – Fez bico, pedindo para todos os santos que Byung Joo não falasse o que ele estava imaginando - Depois você conta as palhaçadas de aprontei, viu? - Gargalhou, passando a mão na testa, como quem espera ouvir coisas horríveis de coisas que ele fez e não lembra e que não envolva "um beijo dentro de um banheiro escuro".

Ele não conseguiria...

Byung Joo tinha que perceber aquilo, tinha que o poupar.

Porque Byung Joo não podia simplesmente aceitar que aquela lembrança não fugisse de suas memorias?

Porque ele não podia deixar que elas continuassem naquele banheiro?

Porque ele não podia deixa-las lá, escondidas?

Porque ele não podia o poupar de ter que revelar seus sentimentos?

Byung Joo não o amava, como ele amava ele.

Porque você tem que ser egoísta até agora, que eu estou quase te suplicando em silêncio que esqueça isso?

Me trate como os outros, não ligue – pelo menos agora – Para o que aconteceu.

— Eu vou te fazer lembrar... – Sussurrou, tentando com todas as suas forças, não desmoronar. Ele não sabia se o outro havia conseguido ouvir, mais ele pedia, inconscientemente que ele tivesse o ouvido e que, pudesse vir lhe perguntar.

No momento que isso acontecesse, ele sem dúvidas, diria tudo, ou melhor, gritaria para que não tivesse como o outro esquecer.

Ele não conseguia ser tão egoísta quando o assunto envolvia Hansol. Talvez Hansol, não sentisse o mesmo por ele.

Ele não poderia se confessar agora, talvez, o fato dele ter esquecido o que aconteceu fosse sua segunda chance?

Byung Joo não era supersticioso, mais iria cair naquela, pelo menos por hoje.

Ele faria Hansol lembrar.

Faria Hansol, gostar dele.

Se não fosse ele, não poderia ser mais ninguém.

Byung Joo não sabia como amar e muito menos, como era ser amado.

Mais ali, ele se decidiu, que aquilo só poderia acontecer em sua vida se quem o amasse fosse Hansol e quem ele amasse – e a única que ele amaria – Seria ele, Hansol.

O que está acontecendo? – Se perguntou, após ver o outro sair do quarto, após ter dito aquilo.

“Eu vou te fazer lembrar”

Hansol sentiu o ar faltar nos pulmões e as pernas pareciam querer o tirar do chão.

O tempo pareceu parar e nele, Byung Joo se afastava lentamente de si, o dizendo que o faria lembrar?

Porque?

Você não pode parar de me fazer imaginar coisas que nunca iram acontecer? – Pensou, seguindo lentamente o outro.

 Nosso beijo ficara preso naquele banheiro, como se fosse uma outra dimensão, onde as coisas dão certo, onde as pessoas não se separam e não quebram laços, onde o amor não morrer.

“Onde nós dois podemos nos amar” – Pensou, indo em direção a seu quarto para que pudesse se trocar.

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