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História True Hope - Calm


Escrita por: enlouquecer

Notas do Autor


HEEEEEEEEEEY, demorei mas voltei! Quero agradecer pelos +100 favoritos somente com o primeiro capítulo, fico feliz que vocês tenham gostado do enredo da história, do meu bebê, e também não posso esquecer de agradecer a todos comentários maravilhosos, obrigadooo! Esse capítulo ta bem sad life, mas eu gostei muito de escreve-lo, espero que consigam sentir o mesmo que eu quando o escrevi, e não esqueçam de comentar.

LEIAM AS NOTAS FINAIS, E BOA LEITURA!!

Capítulo 2 - Calm


Virei minha cabeça para o outro lado e senti uma luz forte contra meus olhos, me fazendo reprimi-los. Mexi meu corpo minimamente e pude senti-lo todo dolorido. Sentia algumas pontadas na minha cabeça, e minha perna direita estava pesada, muito pesada. Passei a língua pelos meus lábios e o senti seco, completamente seco. Levei minha mão até a região, e ele estava ressecado. Ainda estava sem coragem de abrir meus olhos, eu não lembrava de absolutamente nada para estar com todos esses machucados. Passei a mão pelo meu rosto, e fui ai que pude sentir a maçã dele estar dolorida. Passei os dedos pela a região mais uma vez, e um soltei um gemido baixo de dor. Contei mentalmente até três, e tentei criar coragem para abrir os olhos e poder ver onde estava. 

Um, dois, três...

Abri os olhos minimamente, e encarei os aparelhos ao meu lado confusa. O monitor cardíaco estava razoável, o soro estava descendo sobre o equipo em pouca quantidade, eu tinha uma faixa sobre minha coxa, mesmo não sendo possível de vê-la, eu sentia ela apertando a região e uma pontada inexplicável foi possível sentir no meu coração. Fechei meus olhos outra vez, devido a irritação por conta da luz e respirei fundo, mais uma vez contando mentalmente. Tentei me levantar e ver o que tanto me agonizava, mas minhas costas doíam. Suspirei e mais uma vez tentei levantar, dessa vez eu consegui.  

Tentei não movimentar muito meu antebraço, por estar com a agulha do soro naquele lugar. Levantei o pano que cobria meu corpo e na minha perna tinha uma faixa branca, que estava presa devido a pequenos fechos. Mexi a perna e a deixei cair para fora da maca de hospital. Tentei ficar em pé, mas devido a uma forte dor na coxa eu caí e soltei um gemido alto. O soro agora estava sendo derramado, e a faixa se abriu. Meus olhos se encheram de lágrima assim que viram a imagem da minha coxa com incontáveis pontos cirúrgicos, e eu senti uma vontade de arrancar todos dali. 

– Não. – gritei e levei minha mão até a minha boca, já começando a chorar. A dor e aperto no meu coração percorreu por todo meu corpo, e eu só queria deitar, chorar e chorar! 

Eu não lembrava de nada para poder estar desse jeito que estou agora, nada. Nenhuma lembrança passava pela minha cabeça, e isso está me deixando aterrorizada. Isso não pode estar acontecendo, não comigo, não agora. Está dando tudo certo na minha vida, ela está entrando nos lugares certos. Eu estou finalmente conseguindo superar tudo o que havia acontecido, e eu mais uma vez vou afundar. Isso não deveria estar acontecendo, e me doí no peito saber que tudo o que eu construir, pode ir por água a baixo. Doí mais ainda pensar em que eu posso ser outra vez a garota fraca que fui a anos atrás. 

– NÃOO! – gritei outra vez passando a mão pelo meu cabelo, chorando descontroladamente e sentindo o chão frio. – não, não. – comecei a socar o chão, aquilo me doía tanto, tanto. – por favor. – olhei para cima, e fechei os olhos, deixando outra vez as lágrimas rolarem. 

Ouvi passos firmes e alguém abriu a porta do quarto, me colocando no seus braços e me levando até a maca outra vez. Fechei meus olhos, e não me permiti acreditar em nada que estava acontecendo. Não olhei e nem agradeci a pessoa que me colocou de volta a maca. Ouvi mais passos, e alguém parou na porta, pude perceber. 

– Nádia! – ele gritou desesperado. É o meu avô, eu sei que é. Não respondi, apenas me encolhi na cama. – querida, você está bem? Me responda. – perguntou preocupado. Caminhou até mim e passou suas mãos pelo meus cabelos. 

– Eu não quero passar por isso, vovô, de novo. – reprimi os lábios e voltei a chorar. 

Ele me olhou, me olhou no fundo dos olhos e se afastou de mim. Virou-se para um homem que eu suponha que seja meu médico e assentiu com a cabeça. Eu não entendi nada, fiquei intercalando meus olhares entre os dois, e o médico virou de costas para nós e pegou alguma coisa na mesa. Meu vô segurou em minha mão e a apertou fortemente, e Tayla, minha irmã, entrou na sala correndo. 

– VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COM ELA, NÃO PODE! – gritou apontado o dedo para ele, como o querendo impedir de fazer algo e um homem alto apareceu, a segurando pelos braços e tirando ela dali. 

Meu vô continuou me fitando, em momento algum virou para encarar a menina descontrolada. Eu não sabia o que falar, o que fazer, eu apenas o olhava com um olhar de medo. 

O médico voltou a nos encarar e tinha uma seringa em mãos. Olhou para meu avô com um olhar de desprezo e caminhou até mim. 

– Eu prometo que não vai doer, meu anjo. – falou e sorriu para mim, enquanto encaixava uma injeção em meu braço e tentava me passar uma mensagem de que tudo ficaria bem 

– Não. – sussurrei baixinho e minhas vistas ficaram embaçadas outra vez. 

(...)

Senti minhas pálpebras pesadas, e em pouco tempo elas foram ficando normal outra vez. Encarei os aparelhos de novo e desci meu olhar até a minha perna, que estava doendo. 

Minha cabeça doía mais que o normal e meus olhos já estavam ficando marejados outra vez. Eu me sentia insegura, sentia que estava sozinha e ninguém me ajudaria. Pensar na possibilidade de jogar tudo para os ares por conta desse ferimento, o qual que nem sei a gravidade, me faz querer chorar e só chorar.  

– Nádia? – ouvi a voz embargada de Tayla e virei minha cabeça para encara-la. Ela estava sentada em uma poltrona próxima a minha maca, estava com olheiras e aparentava estar cansada. – me desculpe, eu acabei adormecendo. Está acordada a quanto tempo? – tirou a coberta de suas pernas e veio até mim preocupada, passando as mãos nos meu cabelos. 

– Acordei agora mesmo. – sorri para conforta-la, mas nem eu me sentia assim. – o que aconteceu? – a olhei com um olhar de esperança, preciso que alguém me conte. 

Tayla começou a chorar, e eu a chamei para um abraço. Ela se inclinou até ficar a minha altura e me abraçou forte, subindo e descendo suas mãos em minhas costas. Eu nunca pensei que fosse vê-la chorando de novo, já que ela nunca fez isso na frente das pessoas. A última vez que ela chorou assim, foi no nascimento de seu filho, Nate. Ela se afastou de mim, e me olhou nos olhos. 

– Eu nunca pensei que fosse chorar outra vez. – limpou as lágrimas e sorriu, me fazendo rir junto. – eu vou te contar tudo o que aconteceu, tudo bem? – disse decidida e eu assenti, mas era nítido que ela não queria conversar sobre. – depois de alguns dias que você foi para o México, você me mandou uma mensagem dizendo que ia para a praia de Cacaluta, pegar algumas ondas. Eu concordei, e ai algumas horas depois você foi, até fez um face time comigo lá. – sorriu lembrando. – mas só uma hora depois, alguém ligou para o vovô e falou que você tinha sido atacada por um tubarão, que foi encontrada próxima a superfície. – voltou a chorar de um modo que doía em mim, e eu não me controlei, acabei derrubando algumas lágrimas. – nós fomos correndo pra lá, mas o hospital da cidade não tinha como operar você, então o vovô contratou um helicóptero e nós te trouxemos de volta para cá, você fez a cirurgia e tudo mais, você está bem, não perdeu os movimentos, ok? – segurou em minha mão, e eu senti que ela a pessoa mais amável da minha vida. – você ficou inconsciente por quatro dias, e o médico já havia nos falado que você não ia lembrar de nada que aconteceu lá. Quando ele disse que você estava para acordar, o vovô simplesmente surtou, ele surtou, Nádia! Ele disse que não queria que você sofresse, por causa dos movimentos da sua perna, e então pediu para os médicos te doparem. – secou as lágrimas e seu semblante era que estava de fato abatida. – os médicos te doparam por três dias, e eu só fiquei sabendo disso hoje. Na hora que eu apareci gritando na porta, era pra ele não fazer isso, mas ele não me ouviu. Depois que ele saiu do quarto, eu chamei ele para conversar, mas ele não quis me escutar, e eu falei que eu iria denuncia-lo se ele não parasse de dopar você, porque era errado, ele não podia priva-la, entende? Me desculpa por não ter feito nada por você antes, mas eu não sabia. – tentou se desculpar por algo que não tem mínima culpa e caiu no choro outra vez. 

–Tudo bem, você não tem culpa, não fique assim. – assentiu e limpou o rosto com as costas da mão. – não se culpe, ok? Eu não quero mais te ver assim, vai ficar tudo bem. – a abracei outra vez, sentindo que meu mundo poderia desmoronar a qualquer segundo e eu só necessitasse do abraço dela. 

– Foi horrível só pensar em perder você, todos esses dias foram como tortura. – me apertou mais contra si mesma. – o médico vai vir aqui, ele vai conversar com você agora. – me despi de seus braços e ela voltou a sentar-se na poltrona de cor branca, balançando a perna, inquieta. 

Fiquei olhando seu rostinho angelical, que até faz ela parecer uma garota doce e lembranças nossas passaram pela minha cabeça. Nós duas brincando de boneca quando crianças, nós no cinema sorrindo atoa das piadas mais sem sentido, até as nossas brigas. Acontece que, mesmo eu sendo só um ano mais velha que Tayla, eu sempre protegi ela de tudo. Mas ela sempre foi mais cabeça dura que eu, nunca ouviu nossos conselhos, ela sempre fazia tudo o que dava na telha. E foi assim que com quinze anos ela acabou engravidando. Nunca soubemos quem foi que a engravidou, porque ele simplesmente sumiu do mapa. Nós nunca conseguimos encontra-lo, e Tayla também nunca fez muita questão disso. Hoje com dezoito anos ela é mais independente. Depois do nascimento de Nate, ela mudou totalmente. Eu nunca juguei ela por ter tido um filho tão nova, pelo contrário, sempre estive do seu lado. Eu não era ninguém pra jogar na cara dela que ela foi isso e aquilo, e nem se eu fosse faria isso. 

Ouvi alguns passos e um homem loiro e dos olhos azuis entrou no quarto. Sorriu para Tayla e se aproximou mais da maca onde eu estava. 

– Vejo que alguém está melhor. – falou e sorriu, anotando algo em sua prancheta. – bom, Nádia, nós precisamos conversar sobre algumas coisas, tudo bem? – ele perguntou calmo e eu assenti. – ouvi por alto que você já sabe sobre sua perna, sinto muito. Mas você não perdeu os movimentos dela, relaxa. – tentou me tranquilizar devido a caro de espanto que fiz e sorriu fraco. – ela ainda está um pouco inflamada, e é por esse motivo que você não conseguiu ficar de pé hoje. O estrago não foi tão feio, ele só rasgou uma pequena parte da sua coxa, nada que possa fazer você perder os movimentos. Sua irmã Tayla – virou de costas e apontou para ela – me contou que você pratica surf, mas eu lamento informar que não vai ser mais possível. 

– O que? – fiz uma pergunta a ele, mas acabou saindo mais como um sussurro. 

Abaixei minha cabeça e levei minha mão até minha boca, outra vez já começando a chorar. Eu não sabia que esse ferimento tinha sido tão grave, não fazia ideia. E pensar em ter que parar de praticar o surf, me faz querer chorar e só chorar. 

– Ei, calma. – colocou suas mãos em meus ombros. – eu não disse que você nunca mais poderia praticar surf. Acontece que você não vai aguentar fazer todas as manobras do esporte, nem se quer ficar em cima daquela prancha inclinando o joelho todo momento. – me olhou nos olhos. – mas tem a terapia, você pode fazer a terapia, ela vai te ajudar. Você terá que faze-la por um ano, mas no final vai valer a pena, eu posso te indicar alguns terapeuta. Você vai fazer a terapia, certo? – perguntou esperançoso. 

– O que? Claro! Sim, eu vou com toda certeza. – respondi séria. 

Acontece que eu não posso simplesmente deixar o surf, porque eu me encontrei nele. Quando meu pai morreu, mesmo eu sendo uma criança, fiquei muito cabisbaixa. Eu não queria sair de casa, eu não falava com meus amiguinhos, nada. E ai quando eu comecei a praticar surf, toda a felicidade e vontade de viver voltou. Eu não posso parar de praticar, eu posso superar esse acontecimento e tudo vai voltar a ser como era antes. 

– Mas olha, não vamos criar falsas esperanças, os seus movimentos podem não ser como antes.

 


Notas Finais


*SAD LIFE*
Bom, quero deixar algumas coisas claras sobre a vida da Nádia pra vocês, pra não ficarem confusos. A mãe dela a abandonou quando ela tinha só 5 anos de idade, uma criança chorona ainda. Então foi bem duro pra ela crescer sem o apoio, amor e carinho da mãe. Logo 2 anos depois seu pai faleceu, então só ficou ela, o vô dela, e a Tayla. Por isso que ela falou aquelas coisas, porque a infância dela foi muito conturbada e ele passou por coisas muito difíceis, era só uma pobre criança. E a Tayla teve o Nate com 15 anos por ser uma garota que gostava de curtir a vida, teve belos momentos mas todos eles tem consequências, então é basicamente isso que eu queria esclarecer pra vocês, pra não deixar vocês confusos.
E gente, eu posso demorar pra atualizar, mas não se preocupem, não vou abandonar TH, ok???
Espero que tenham gostado, e por favoooor, não esqueçam de comentar, serve de incentivo e me ajuda a saber o que estão achando, e não esqueçam de comentar no que posso melhorar. BEIJOS!
EEEEE AAAAH, eu postei a minha primeira one hoje, é sobre suicídio e mais coisas, deem uma passada lá, caso gostem desse tipo de one: https://spiritfanfics.com/historia/pensamentos-9824492


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