22 de fevereiro de 2015 (sexta)
Lauren Jauregui Pov
Depois daquela conversa com a Ally, subi para o meu quarto e passei o resto do dia tentando arrumar a bagunça que vivia em minha cabeça, até cair no sono, nem tive tempo de ler a pasta ainda.
Ouço vozes no andar debaixo, provavelmente são os pais de Ally. Decido me juntar a eles no café da manhã. Troco de roupa e desço as escadas.
-Bom dia Sr. e Sra.Brooke. –Sorrio tentando parecer simpática.
-Bom dia Lauren. –Eles respondem em coro.
-Bom dia Ally. –Dou-lhe um beijo no topo de sua cabeça e me sento ao seu lado.
Ver a família da Ally me faz sentir saudade da minha, faz-me lembrar de como éramos felizes antes disso tudo acontecer. Eu poderia estar agora tomando café com os meus pais, e não tentando me vingar da morte deles.
Levanto-me e vou em direção à cozinha, sinto Ally vindo atrás de mim.
-Vai sair? –Ela diz enquanto me vê pegando meu capacete em cima do balcão.
-Vou esfriar um pouco a cabeça, não se preocupe. –Digo sorrindo e vou em sua direção abraçando-a. Sinto sua respiração sendo descarregada em meus ombros.
-Você não tem noção do quanto é forte Lauren.
-Eu aprendi a ser forte, quando percebi que teria que me levantar sozinha. –Digo e respiro fundo. –Bom, vou nessa.
-Toma cuidado! -Ouço a voz de Ally antes de fechar a porta. Subo em minha moto e a brisa fria de Brighton bate contra os meus cabelos antes de colocar o capacete. Ando literalmente sem rumo algum.
Sento-me no banquinho de uma praça no fim do bairro, por sorte está vazia, hoje o tempo está nublado e frio, eu amo quando o tempo está assim, é como se o céu também tivesse seus dias ruins.
-Olha quem está aqui. –Reviro os olhos ao ouvir a voz enjoada da Lorrany que se aproxima.
-O que você quer garota? –Me levanto ficando a sua frente.
-Eu que te pergunto. –Ela fecha a cara e cruza os braços. –O que você quer com Louis? –Não consigo me segurar e solto uma gargalhada alta.
-Está com ciúmes, fofa? –Digo com um tom debochado.
-Ele é meu! –Ela grita e eu reviro os olhos já sem paciência. Parece uma criança de 5 anos brigando por algum brinquedo, o que Louis viu nessa garota?
-Por acaso tem seu nome nele? Me poupe dessa palhaçada né, por favor. –Me viro de costas com o objetivo de sair dali. –Tenho mais o que fazer. –Dou de ombros.
-Eu vi você saindo da casa dele ontem, eu sei que você dormiu com ele. –Lorrany diz e eu automaticamente paro de andar. –Você não vai roubar o Louis de mim, sua puta órfã. –O ódio subiu insanamente pelo meu corpo ao ouvir a ultima palavra sair daqueles lábios imundos, e quando vi já estava em cima da garota a machucando gravemente. Senti alguém me puxar e segurando-me forte, meus olhos ardiam de raiva.
-Sua louca! –Lorrany gritava desesperada com sua cara toda machucada. Bem feito.
-O que deu em você? –Sinto a pessoa me soltar e quando vejo era Louis com uma expressão nada agradável. –Porque fez isso com ela? –Louis me soltou e foi em direção a Lorrany a ajudando a se levantar. Ela também está exagerando.
-Porque eu fiz isso com ela? Olha, foi ela que começou, ela que... –Paro de falar. Se a Lorrany me chamou de órfã, alguém contou pra ela e quem sabe disso é só Ally e Louis. Fico boquiaberta. –Onde eu estava com a cabeça em confiar em você Louis? Quer saber? Vocês dois se merecem. –Digo tentando segurar as lágrimas e os soluços.
-Nunca mais chegue perto dela. –Louis simplesmente se vira levando Lorrany até o seu carro, ele me encara por menos de três segundos e em seguida entra. Babaca.
Eu fico ali parada, imóvel.
Como pude pensar que ele não abriria a boca pra ninguém, eu fui tão tola de ter contado isso para ele. O que eu tinha na cabeça?
. . .
Chego na casa da Ally determinada em colocar meu plano em ação. Pego a pasta vermelha e começo a lê-la, página por página. Tem muitos nomes de pessoas aleatórias, e algumas fotografias. Encontro o nome dos meus pais, e há uma foto do meu pai com vários dados sobre ele. Na última linha está escrito “Dívida: R$ 350.000,00 Data de vencimento: 01 de Julho de 2008.’’ Alguns dias antes dos meus pais serem assassinados. Então foi esse a causa das mortes? Uma mísera dívida que acabou com vidas, incluindo a minha.
Lê essa pasta fez com que eu revivesse todo aquele passado terrível novamente. Fecho ela e a jogo de lado, fazendo com que um envelope preto cai no chão. Pego rapidamente e na frente do envelope está escrito “Contratos’’ Abro, e há algumas folhas com fotos e assinaturas de pessoas desconhecidas, menos uma. Eu reconheço o rosto de um dos filhos da puta que estava presente naquela noite, o mesmo que ligou para o Sr.Tomlinson dizendo que “a missão estava feita”, e que achava graça da situação. Mas ele se meteu com a pessoa errada. Aquela garotinha inocente e fraca que ele viu chorar de medo, agora é uma garota forte que não tem medo de nada, e que vai acabar com sua vida. Continuo lendo e encontro o que eu preciso, todos os dados dele. Pego meu celular e tiro fotos de tudo que eu achei naquela pasta, agora eu vou ter que achar um jeito de devolvê-la para a casa do Louis, mas não quero ver aquele idiota nem pintado de ouro.
Jogo-me na cama morrendo de dor de cabeça, agora só pretendo acordar amanhã, e colocar tudo em prática. Eles que me aguardem. Louis que me aguarde.
23 de fevereiro de 2015 (sábado)
-Amiga você não vai acreditar! –Antes mesmo de abrir os olhos consigo ver o clarão que vem da janela quando Ally abre as cortinas.
-Bom dia pra você também. –Dou um sorriso me sentando na cama. –Que horas são? –Digo junto ao bocejo.
-Oito horas. –Ela diz colocando as mãos na cintura e se pondo em minha frente.
-Ainda? Qual seu problema de me acordar em um pleno sábado as oito da madrugada? –Digo indignada, mas em seguida rio ao ver Ally boquiaberta.
-Madrugada? –Ela me bate com um travesseiro. –Que mau costume vocês da cidade grande tem em! –Rimos juntas.
-Mas diz aí? Qual a nova? –Dou dois tapinhas na cama para que ela se sente ao meu lado.
-A nova é que o prefeito decidiu vir amanhã de última hora, e Brighton avisou que haverá uma grande festa para recebê-lo! –Ally diz toda animada.
-Não to entendendo essa sua animação toda, as festas daqui são tudo sem graça. –Dou de ombros e Ally revira os olhos. –Tenho que te levar para as festas lá em Londres, aquilo ali que é farra de verdade. –Aperto seu nariz e ela imediatamente tira minha mão rindo em seguida.
-Mas vai se reunir Brighton inteira, incluindo gente de cidades vizinhas que vão vim também, vai ser mó festão! –Ela diz, fazendo-me interessar mais. –Sem contar que vai chover gatos de tudo quanto é tipo.
-Agora falou minha língua. –Rimos e vou em direção ao banheiro. Ally me segue.
-Vamos?
-Tá vamos... –Ally bate palmas comemorando antes mesmo de eu terminar a frase. –Mas eu vou arrumar um garoto bem gatinho pra você ficar okay?
-Não sei, você sabe que não me dou muito bem com essas coisas... –Ally se vira e se senta na minha cama. –Eu sou tímida demais, e sou muito sem jeito, não Lauren,eu to super de boa, não se preocupe. –Ela desconversa.
-Nada que uma boa caipirinha não resolva. –Rimos. –Mas é sério, você tem 19 anos e só beijou na boca uma vez, você está perdendo a melhor coisa da vida menina! –Arranco uma gargalhada da Ally. E continuamos conversando em como essa festa podia dar o que falar, e esses fofoqueiros de Brighton terem assunto para o resto da semana.
Ally também me conta que todos estão comentando sobre a surra que dei em Lorrany, e que ela está inventando horrores de mim. Mas aquela vadia não perde por esperar.
-Eu te avisei que aquele Louis não prestava. –Ally disse me dando um leve murro no ombro.
-Mas a hora dele vai chegar amiga não se preocupe. –Minha raiva já é visível apenas por tocar no nome dele.
-Ai Lauren, não gosto quando você fala assim, parece que você é uma má pessoa, mas eu sei que você não é assim. –Ally parece decepcionada.
-Eu não sou uma garota totalmente má, no fundo eu tenho sentimentos, mas apenas pelas pessoas que significam algo na minha vida, agora pelo o resto? O resto eu quero que morra.
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