História Trust Issues - 07. Novo Integrante

Novo Integrante(07) - Trust Issues

Raleigh – Carolina do Norte

☂

Justin Bieber narrando...

A sensação de alívio percorreu meu rosto a partir do momento em que Chloe passou por nós.

— Sabia que vocês iam ter uma recaída, só não façam muito barulho.

Antes que pudesse responder, ela havia desaparecido e não me importei, Violet está gargalhando e eu precisava leva-la antes que a mãe dela descubra. Fomos até seu quarto e pude reparar que não havia mudado nada. Os traços de fotos espalhados pelo um canto do quarto, sua parede imensa com um papel de parede simples de bolinha e uma cama de casal com os belos edredons em cima.

Nem parece que faz tanto tempo que não vinha aqui, me lembro como se fosse ontem. A sorte minha é que nunca cheguei a conhecer a mãe de Violet, sempre estava trabalhando, mas seu pai eu o conheci e ele me adorava, era impossível não gostar daquele homem, ela deve sentir realmente sua falta.

Eu era tão babaca por ter a deixado.

Violet era incrível.

Eu amava aquela menina, era o meu tudo.

E eu a perdi por um erro imaturo.

Coloquei ela sobre sua cama e liguei o chuveiro, Violet precisava tomar um banho.

— Já está entregue. Vai tomar banho. – Ela reclamou baixo, mas seguiu para o banheiro.

Peguei meu celular para ver se alguém havia me ligado, mas era o telefone de Violet tocando e antes que pudesse ver quem era, pude ouvir um estrondo vindo do banheiro.

Porra, fui burro em colocar ela para tomar banho sozinha.

Quando abri a porta, Violet estava de vestido ainda.

— O que aconteceu? – Perguntei-a.

— Cai sem querer.

— Vou dar banho em você antes que acabe se machucando.

— Eu não quero que... – Antes que pudesse de terminar a frase, interrompi-a.

— Não me interessa o que você, vai ser isso e acabou.

— Você não mudou nadinha, né? – Ela mal conseguia pronunciar as palavras e isso me fazia rir.

Ela retirou seu vestido, sem nenhuma vergonha e ficou apenas de lingerie vermelha, oh Deus eu não podia me descontrolar, seu corpo era como uma obra prima, mordi meu lábio inferior só de ver seu corpo.

Tirei minha blusa caso ela tente me molhar, percebi que tentou não olhar para mim.

Balancei a cabeça e fechei os olhos, respirando fundo.

Assim que os abri, Violet estava sem sutiã.

— Puta merda, Violet. – Isto era uma puta de provocação.

— Você já viu isso tudo, não tem problema.

— Seis anos atrás, você mudou e muito nesse tempo. – Respirei fundo antes de tentar qualquer coisa com ela, calma Bieber. — Mas você vai ficar de calcinha.

— Está com medo de não poder se descontrolar, é? – Ela andou em minha direção e fez uma voz sexy. Aquela garota estava tentando me deixar com tesão e estava conseguindo.

— Violet, entra nesse chuveiro e vou estar aqui caso morra.

— Desde quando virou chato?

— Não sou o mesmo cara, Violet. Eu disse a você.

Bufou e entrou no chuveiro.

— Pegue para mim, Justin. – Ela apontou para o condicionador.

Suspirei e abri o box.

Tirei minha blusa para não me molhar, percebi que tentou não olhar para mim.

Dei o condicionador para ela, mas a mesma se desequilibrou e acabou caindo sobre mim e senti seus seios sobre o meu peitoral, eu não estava conseguindo me segurar.

O volume da minha calça já era maior.

Sai do chuveiro, permaneci no celular olhando as redes sociais para não me concentrar em Violet. Ela já havia desligado e estava se enxugando.

— Pode pegar um remédio que está no outro banheiro e um copo de água, por favor? – Aceitei sem hesitar, se eu ficasse mais um minuto naquele local,  iria beijar aquela garota.

Procurei pelo remédio no armário do banheiro por sorte não foi difícil, nem muito barulhento. Desci até a cozinha com cuidado e por fim, peguei o copo e segui até o seu quarto. Porém, quando eu cheguei, Violet estava com a minha camisa deitada dormindo sobre a cama. Ela parecia estar em um sono tão profundo que não me importei em acorda-la.

Ela parecia um anjo dormindo.

Agachei perto de seu rosto e comecei a acariciar seus cabelos, ela continua linda, seu rosto angelical era como se fosse uma obra de arte para os meus olhos.

Beijei sua testa, colocando o remédio e a água sobre a cômoda que havia ao lado, saindo em seguida.

Abri os olhos com dificuldade por causa do despertador. 

Mais um dia.

Antes que eu fosse me arrumar, eu chequei se tinha alguma mensagem de alguém e tinha uma de Aurora e de Peter.

“Vamos sair hoje com o pessoal?

Voltei com Peter!

Xx Aurora.

“Cara você não vai acreditar.

Finalmente consegui voltar com a Aurora!

Valeu por isso, irmão” 

Eu ri ao olhar as mensagens. Isso que acontece quando seus dois melhores amigos são ex-namorados, no caso agora eles voltaram. Não faz muito tempo que eu voltei a falar com Aurora, ela foi minha melhor amiga quando ainda estava na escola e eu pedi desculpa por ter a abandonada, primeiramente ela hesitou, mas concordou em me perdoar e a nossa amizade só se fortalece com o tempo e espero que um dia ela volte a ser como antes, ou até melhor.

Por mais que não faça muito tempo da nossa volta, eu já estava sendo informado sobre ela nos últimos anos, por Peter. Quando fui embora, parei de me comunicar com todos. Porém, por obra do destino, eu esbarrei em Seattle com Peter enquanto ele estava viajando por lá, esperava que ficaria bravo ao me reencontrar, talvez até não me reconhecesse, mas assim que me viu, me deu um grande abraço.

Eu fiquei surpreso.

De verdade.

Nós ficamos conversando durante horas em uma cafeteira que estava próxima aonde estávamos. Falou-me que estava namorando Aurora, disse o quanto a amava e tinha certeza que achou a mulher da sua vida, eu fiquei muito feliz por ele afinal Aurora é incrível. Disse que Miles estava bem, mas sempre que eles citavam meu nome, ficava bravo ou ignorava. Eu não o culpo, éramos grandes amigos mas fiz o que foi melhor para mim.

E para Violet.

Peter até hesitou em falar dela, mas eu fiz questão de saber se ela estava bem e me informou que estava ótima, demorou para ela superar tudo o que aconteceu.

Eu fiquei muito feliz de ouvir isso.

Merecia isso.

Além disso, disse que estava quase namorando um cara e parecia estar apaixonada.

Isso eu não fiquei feliz de ouvir.

Por mais que tenha passado apenas alguns anos, mas naquela época eu não a tinha superado. Deus, doeu demais ouvir aquilo. Porém eu sabia que esse era o melhor para ela.

Hoje em dia, sinto apenas um carinho imenso por Violet.

Ou talvez eu ache que é só isso.

Por fim, Peter pegou meu número e eu o dele, pedi para ele não contar a ninguém que tinha me encontrado ou que estaria se comunicando comigo, nem mesmo para a Aurora. Hesitou de primeira, alegando que nunca escondia nada de sua namorada, mas consegui o convencer que seria melhor pra todos, principalmente pra Violet.

Ele concordou e seguimos o nosso caminho, mas vimos dia após dia até o fim da sua viagem.

Nos últimos anos, trocávamos mensagens o dia inteiro e me informava algumas vezes sobre as pessoas com quem convivia. Às vezes, marcávamos algum lugar para se reencontrar e desde então se tornamos melhores amigos e sou eternamente grato por ele, o considero um irmão para mim talvez no mesmo patamar do que eu tinha com Miles, talvez até mais.

Rapidamente, afastei de meus pensamentos e percebi que estava um pouco atrasado.

Malditos pensamentos.

Arrumei-me rapidamente e segui para o meu carro.

Entrei no mesmo e fui em direção a empresa. Parei no estacionamento e todos olharam para mim. Se eu fosse o mesmo cara de 6 anos atrás, com certeza já iria ter falado com alguma garota. Não queria me gabar, mas a maioria das garotas eram fascinadas por mim e eu me sentia super bem com isso.

Ainda me sinto, talvez.

Respirei fundo e fui em direção a minha sala, desejando bom dia a todos os trabalhadores.

No momento em que adentrei no meu local de trabalho, pude perceber que Violet não se encontrava.

Ri baixo ao lembrar do que aconteceu na noite passada.

Violet não devia estar nada bem.

Afastei dos meus pensamentos assim que Senhor White entrou na sala com uma pilha de papeis.

Tomara que isso não seja para...

— Bom dia, Bieber. – Interrompeu-me antes que eu pudesse concluir a minha frase. — Eu quero que você e Violet ordenhe todos esses documentos, corrigindo-os. Preciso deles para... – Ele parou ao perceber que Violet não se encontrava. — Aliás, aonde está ela?

Merda, Skriver!

— El-ela estava passando mal na noite passada quando fui jantar com meu pai em sua casa. – Menti e o vi arquear as sobrancelhas. — Deve ter sido isso. – Bufou baixo.

— Tudo bem, assim que ela chegar peça a para fazer o que eu acabei de te falar. – Assenti. — Enquanto isso, vá começando. – Engoli seco e ele saiu logo em seguida.

Porra, essa garota tá me devendo a vida inteira.

Pilhas e pilhas de papéis ainda estavam sobre a minha mesa, mas pelo menos já tinha conseguido organizar alguns. Passou apenas uma hora e alguns minutos para que Violet chegasse com uma feição nada agradável, estava de óculos escuros possivelmente para esconder as olheiras.

— Bom dia, senhora pontual.

— Sei que sentiu falta.

 — Está com ressaca?

— Nem me fale. – Suspirou fundo antes que seu semblante mostrasse confusão. — Como você sabe?

— Agradeça por ontem.

— Por? – Caralho, não sabia que estava tão mal.

— Te levar em casa e te dar banho.

— Ah então a camisa é sua, bem que eu reconheci o perfume. – Como ela ainda se lembrava? Ri baixo. — Estava pensando que havia transado com alguém e não lembrava de nada.

— Mas foi isso que aconteceu.

— O quê? – Ela exclamou alto. Segurei para não rir.

— Você devia ter visto sua cara.

— Idiota. – Riu baixo. Talvez seu sorriso seja um dos mais bonitos que eu já vi.

— Sr. White pediu-nos para organizar esses papéis. – Apontei para a pilha imensa e sua feição assustada percorreu seu rosto. — E é para hoje. Já comecei alguns, então me agradeça.

— Eu fico te devendo uma, na verdade duas. – Corrigiu- se rapidamente. — Obrigada, Justin. – Sorri.

Violet pegou uma pilha de papéis, deixando-me apenas com uma. Suspirei aliviado ao ver aquilo desaparecendo da minha mesa. A mesma não demorou muito para sentar e corrigir, encarei por alguns momentos observando-a por estar tão concentrada.

Puta merda, como ela é linda. Seus lábios e a maneira que os lambia toda vez que lia algo, porra ela provoca o mesmo efeito em mim do que antigamente.

Merda, isso não podia estar acontecendo.

Rapidamente, percebi que estava perdendo tempo e comecei para que aquilo tudo terminasse o mais rápido possível.

Já era fim de tarde e era meu ultimo papel a corrigir, enquanto Violet só restava apenas dois. Durante todo esse tempo, apenas fazíamos alguns comentários. Ela se quer chegou a almoçar e deve ter sido isso que chegou ao fim tão rápido. Esperei a para que pudesse fazer um convite.

— Está com fome? – Perguntei a Violet.

— Não vou negar, estou sim.

— Quer ir em algum lugar?

— Quero sim. Tem um Starbucks aqui perto.

— Vamos nesse então.

— Tudo bem.

Ambos guardamos nossas coisas e entregamos os papéis para a secretária do Sr. White e seguimos para a lanchonete ao lado. Violet entrou antes de mim e eu fui atrás dela.

— O que vocês vão querer? – Ela pegou seu bloco de notas e olhou para Violet.

— Bem, eu vou querer apenas um Frappucciono de Creme e um bolo de chocolate.

— E eu um suco de laranja e croissant de frango.

Não demorou para que os pedidos chegassem e eu a encarei durante alguns segundos.

— Para de encarar, Justin Bieber. – Eu comecei a gargalhar. — Você sabe que eu odeio isso.

— Você não mudou nadinha, Violet.

— Nadinha não, eu mudei, mas talvez não tenha sido muito.

— Enfim, me conte o que você fez nos últimos anos, estudos, conquistas... – Hesitei. — Relacionamentos.

— Isso me parece tanto papo de tia, desculpa. – Ela começou a gargalhar e eu ri junto. — Eu entrei para a faculdade como você já sabe, consegui o estágio ano passado e quase namorei um cara, mas não deu certo. – Vi que abaixou o olhar. O que será que tinha acontecido com ambos? — E você?

— Quando eu me mudei, foi difícil me adaptar, mas consegui ir para uma boa faculdade e sobre relacionamentos, eu não tive nenhum, só sexos casuais.

— Era para eu estar surpresa com esta última revelação? – Ela cerrou os olhos rindo e eu ri baixo.

— Acho que não, mas eu não sou tão babaca como antes, acredite. – Olhei nos olhos dela para que ela percebesse que eu não estava mentindo, resolvi mudar o assunto. — Por que não deu certo com o cara? Você não gostava dele?

— É algo complicado. Eu até que gostava dele, cheguei até pensar que estava apaixonada, fiquei com ele algum tempo que você foi embora e desde então, eu e ele ficávamos, mas nada sério. – Deu um gole na sua bebida antes. — Depois de alguns anos, ele me pediu em namoro e eu hesitei, mas acabei concordando, porém não durou mais que 2 meses, agora somos só amigos.

— Você não me disse o motivo de vocês terem terminado.

— Ele era controlador e você sabe muito bem que eu odeio gente que me controle. – Algo me dizia que não era só isso.

— Oh, como eu sei. Sua teimosia me irritava de um jeito. – Revirou os olhos e eu sorri largo. — Mas algo me diz que não foi só isso, pode me contar. – Ouvi a suspirar fundo.

— Você tem razão, como eu disse cheguei a pensar que estava apaixonada por ele, mas me enganei, porque... – Ela hesitou e suspirou fundo mais uma vez. — Porque eu queria te esquecer, já tinha passado anos e não tinha o esquecido, fiquei desesperada porque o odiava, ou pelo menos me fazia acreditar nisso. E como ele era parecido com você então só ajudou, na verdade acho que nunca gostei dele de verdade. – Um silêncio reinou entre nós.

Eu não acredito que ela só estava com ele para me esquecer.

Porra, eu me odeio por ter feito ela passar por isso.

Como eu gostaria de voltar no tempo, Deus!

— E você conseguiu?

— Felizmente, sim.

— Bem... – Estava prestes a falar, quando ela me interrompeu.

— Merda, eu estou muito atrasada. – A olhei e percebi que ela tinha acabado de ver no celular as horas. ­— Desculpa mesmo, Justin. Prometo terminar isto outro dia. - Me deu um beijo na bochecha e antes que pudesse me despedir, pagou a conta rapidamente e saiu com pressa.

Porra!

Eu devia ter ido atrás dela.

Coloquei minhas coisas sobre o sofá em que havia por ali, peguei algo na geladeira para comer e fui para meu quarto, dar uma cochilada.

Acordei com o barulho do meu celular, meu pai estava ligando. Atendi na mesma hora.

— Alô. – Disse com a voz sonolenta e tentando abrir meus olhos.

— Justin?

— Sim. – Pare de enrolar.

— Rose está convidando todos para jantarem aqui. Você vem?

— Hoje é meu dia de ficar com Matthew.

— Traga ele. Já está na hora. – Não sei se era uma boa ideia.

— Está bom.

Meu pai tinha razão, por mais que não fosse uma boa ideia. Estava na hora, eu convivo com esse garoto há muito tempo.

Recebi uma mensagem em que Mellany disse que estava passando aqui para deixar Matt. Com isso, organizei as pequenas coisas em que estavam desorganizadas.

Não demorou muito para que Mellany chegasse com seu filho. Assim que ele me viu, saiu correndo para me dar um abraço.

— E aí, garoto?

— Senti sua falta. – Sua voz doce entrou em meus ouvidos como uma melodia.

— Também senti sua falta. – Peguei sua mão assim que ele desfez de meus braços. — Como vai, Mel?

— Tudo ótimo e você? – Ela disse simpática como sempre.

— Onde está Connor?

— No carro. – Apontou em direção ao carro e acenei para ele.

— Fala aí, cara. – Gritei para que pudesse ouvir.

— Estou esperando você para ver comigo o jogo dos Lakers. – Connor gritou de volta e eu ri.

— Semana que vem, vou estar lá.

— Quero ver.

— Tenho que ir, Justin. – Mel murmurou. — Tchau, meu filho. — Ela agachou e deu um beijo na testa de Matt. — Tchau, Bieber. – Dei dois beijos um em cada bochecha e segui para dentro.

Matt assim que entrou em minha casa foi direto para a TV assistir algum programa, ele já sabia os canais para colocar.

— Hoje vamos jantar na casa de uma pessoa que você vai gostar muito.

— Quem?

— Isso você vai ver mais tarde.

— Assim vou ficar curioso. – Ri alto.

— Vamos nos arrumar para tirar essa curiosidade.

Dei banho nele e não precisei tomar uma ducha para sair, já havia tomado antes dele chegar.

Matt estava com calça jeans e uma blusa social, junto a um tênis. Peguei suas coisas e segui para o meu carro, respirando fundo.

Coloquei o cinto em Matt e fui em direção ao meu destino.

— Pronto, chegamos.

Tirei Matt do carro e seguimos para a porta, apertei a campainha. Por coincidência, Violet que atendeu. Ela estava com um vestido florido e uma rasteirinha.

A mesma olhou para o menino que estava ao meu lado.

­— Quem é este menininho lindo? – Violet sempre gostou de crianças, Matt estava com vergonha mas abriu um sorriso assim que Skriver falou com ele.

Eu tinha que contar a ela, essa era a hora.

— Meu filho.