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História Trusting Him - O destino brinca comigo.


Escrita por: wayvlogia

Notas do Autor


Olá olá cidadãos do Spirit.
Tenham uma ótima leitura e final de semana.

Capítulo 2 - O destino brinca comigo.


Fanfic / Fanfiction Trusting Him - O destino brinca comigo.

P.O.V JORDAN

Acordo muito cedo de um jeito diferente do esperado, um pombo batendo o bico como se tivesse bebido várias e quisesse invadir a casa de alguém.

Não é nem 08:00 da manhã!

Bufo, ainda tonta pelo sono engatinho cambaleando até a janela aonde bato repetidas vezes na janela para espantar o pombo, mas foi em vão, a ave estúpida apenas continuou a me encarar com aqueles olhos cheios de doenças como se não tivesse medo de mim.

Eu tenho um taco de baseball e ele ainda ousa não ter medo de mim.

Abro a janela e abano as mãos para faze-lo ir embora, ele bate as asas afobado sai voando sem rumo meio desnorteado em direção ao nascer do dia. Coço os olhos e olho para a manhã fresca, alguns dos meus novos vizinhos saindo para regar o quintal, pegando jornais na porta de casa, uns dando “ bom dia ”. Essa vizinhança é bem matinal.

Eu como uma pessoa que se preocupa muito com o celular, não o coloquei para carregar ontem, ou seja, meu pai já deve ter mandado várias mensagens perguntando sobre a viagem ou se eu posso ter sido agredida por um mendigo que tentou entrar na minha casa, já não me espanto com as hipóteses que meu pai cria mentalmente.

O vejo ao lado do colchão e logo o coloco para carregar na tomada, revelando zero porcento de bateria. Esfrego os olhos cansados e inchados pela noite mal aproveitada, quase não fechei os olhos de tanto ficar anciosa e talvez bem receosa mas a gente deixa passar.

Eu não sou uma pessoa relaxada, mas também não sou uma pessoa que se preocupa com todas as coisas possíveis. Eu sou um meio termo, digamos.

Levanto deixando a tontura me pegar no flagrante, ainda vendo tudo girar como se eu estivesse em um brinquedo de um parque de diversões, eu me apoio na pia vendo meu reflexo cansado e magricelo, os meus cabelos lisos e castanhos estavam curtos e desgranhados, os cortei-os antes de vir e os deixei na altura dos meus ombros. E eu tenho um ódio eterno pelas minhas sardas, ninguém da minha família tem gene de sardas pipocadas abaixo dos meus olhos verdes, porque eu tive que ter? Eu não gosto de parecer diferente dos demais mas também nem tão parecida.

Eu sou um caso complicado.

Meus olhos vagam até a ponta direita do mármore bege, aonde costumava ficar um copo do Homem-Aranha com três escovas, uma roxa, azul e vermelha, minha, a do meu pai e a de minha mãe. Agora eu tenho uma pasta e uma escova preta nova jogadas como se fossem brinquedos usados.

As pego soltando um suspiro de quem estava com saudades dos pais e ponho a pasta de uma cor bastante azulada e as coloco na boca sentindo o gosto da menta alastrar pela minha língua.

Pra quem me conhece, eu odeio menta.

Contenho uma careta de nojo e esfrego os dentes o mais rápido que posso tentando logo me livrar do gosto horrível ao cuspir tudo na pia e lavar minha boca com água gelada. Bem rápido para acordar meu corpo que ainda insistia em querer voltar a dormir, jogo um jato de água no rosto dando depois rápidos e precisos tapinhas na bochecha, repetindo mentalmente “ acorda Jordan! ”

Saio ainda me arrastando do banheiro limpando o rosto úmido com a bainha do meu pijama.

Sim.

Eu sou uma menina favelada.

Abro minha mala e procuro uma roupa confortável para aquela simples manhã, pego uma calça jeans azul marinho escuro e um daqueles blusão feminino preta com detalhes de rosas vermelhas, coloco uma nova meia e calço um tênis qualquer e saio do meu cômodo vazio apenas trazendo a minha câmera jundo de mim.

Desço as escadarias indo em direção a porta principal saltitando para animar e agitar meu corpo e psicológico. Quando eu acordo, demora um certo tempo até eu raciocinar que eu realmente estou acordada e que isso não é algum tipo de sonho estranho em que se eu abrir a porta vou cair de um penhasco enorme e sem fundo.

Super normal.

Saio caminhando até o quintal a procura de algo para eu tirar uma foto e logo depois pintar um quadro antes dos Mendes chegarem. Não quero nada muito difícil para pintura, algo simples como um pássaro ou as nuvens, só para passar o tempo.

Pego o jornal, que jogado na grama úmida estava, e leio as notícias da contra-capa, não tem nada muito importante, só pessoas divulgando apartamentos ou pedidos de contratos, vou guardar pra caso eu precise pra achar um emprego ( talvez ) fixo. Logo pego a câmera com uma mão e ponho o jornal do bolso de trás da minha calça de jeans. Apoio a câmera na frente dos olhos e tiro algumas fotos como a mão do vizinho regando uma flor em seu pequeno jardim, pombos em cima do meu telhado que provavelmente estavam a espreita para batucar no meu vidro novamente.

Por mais que seja férias de verão, muitos saem pra trabalhar cedo, vi carros passando e pedindo licença para as crianças que já acordadas conversavam com as demais para combinar brincadeiras e joguinhos. Aqui as pessoas são muito amigáveis.

— Bom dia, é a nova moradora do condomínio? — um senhor de idade aparece no meu quintal, talvez tenha entre sessenta e cinco anos a setenta.

— Sim. — estendo a mão para comprimenta-lo — Sou Jordan Crawford, muito prazer.

— Eu sou Ben Affleck, e o prazer é todo meu. — ele aperta minha mão e a balança no ar dando um sorriso gentil. — Já conheceu a vizinhança?

— Bem... Não toda, apenas os Mendes que ontem vieram em minha casa para me receber por aqui. — olho em volta depois para minha câmera.

— Ah sim, eles são muito diferentes do que esperamos que sejam. São gentis e amáveis com todos. — ele põe as mãos para trás das costas e olha para minha câmera. — Gosta de retratar momentos?

Olho para ele, vendo sua formalidade em fala, e depois para minha câmera, ele parece curioso então eu lhe respondo:

— Sim, sempre gostei.

— Do que gosta de capturar? — ele pergunta olhando agora para o céu.

— Natureza, crianças, pessoas comendo... — ele solta um pequeno riso baixo. — ...animais, não sei bem ao certo, acho que tudo. — rio levando as mãos até a bochecha, esfregando as sardas.

Ficamos uns momentos em silêncio até eu ter a oportunidade de tirar a foto do mesmo, Ben, que olhava para o céu sorrindo fraco sem mostrar os dentes, ainda com as mãos atrás das costas, ele me olha ao ver que tirei uma foto sua e faz sinal, sem dizer nada, se poderia ver, eu o estendo a câmera apertando o botão da galeria e a primeira foto que aparece é a dele.

— Me sinto muito bonito. — diz ele engraçado e eu gargalho baixinho e ele me acompanha.

— Ben? — vejo uma senhora vindo em sua direção utilizando um óculos fundo de garrafa, ela apertava os olhos para tentar distinguir as coisas. — É você?

— Sim querida. — ele vai até seu encontro dando apenas alguns passos. — Eu estava aqui com a moradora nova, ela é super simpática.

Eu sou simpática?

Sim, eu sou simpática!

Me sinto bem lisonjeada, talvez.

— Ah, aonde? — ela olha por trás do ombro de Ben e me enxerga, dou uma simples sinalização com a mão e ela sorri vindo até mim. — É essa magricela?

— Querida! — adverte Ben e eue divirto com o jeito inocente dela.

— Que foi? Ela é bonita! — ela para na minha frente. — Olá.

— Oi. — vejo ela sorrir. — Sou Jordan, mas pode me chamar de Jord.

— Ah, sim, sim. Eu sou Ritchie Affleck, mulher do Ben. — ela aperta uma de minhas mãos. — Prazer minha querida.

Eu gostaria de compartilhar que adorei muito eles.

Adorei muito eles!

— Prazer. — continuo a sorrir sem perceber que minhas bochechas já doiam, aponto minha câmera para eles e pergunto: — Pode parecer estranho, mas posso tirar uma foto dos dois?

— Claro, só espera, eu não estou arrumada. — ela ajeita o simples vestido estampado por flores ( que aparentam ser margaridas ) amarelas. — Ben, estou descabelada?

— Você está ótima. — ele arruma o cabelo vendo pelo reflexo do óculos de Ritchie enquanto ela ajeita rapidamente a sua gola da camisa xadrez vermelha.

Sem mais delongas, após ter dado o tempo necessário para eles terminarem de se ajeitar eu tiro duas fotos de ambos, uma deles rindo e se olhando amorosamente, e a outra deles abraçados e Ben beijando o topo da cabeça de Ritchie. Mostro a eles a captura e eles riem pedindo para que qualquer dia, depois que eu terminasse a minha mudança eu fosse tomar um café com eles para nos conhecermos melhor, e eu nem pensei em recusar.

Esse vai ser o primeiro quadro que vou pintar após ter chegado em Toronto.

Eles são o melhor casal de velhinhos que você respeita.

Eles ainda abraçados vão embora conversando sobre ele estar com a camisa amassada e de que ele tinha dito para ela que seu cabelo não estava desorganizado, mas estava. De um outro lado vejo um vulto conhecido caminhando preguiçosamente até minha direção, ela saiu da casa ao lado da minha e bocejava alto ao se despertar.

— Oi Jordan, bom dia. — Aaliyah coça os olhos e sorri fraco para mim. — odeio acordar cedo. — ela resmunga.

— Bom dia, e tenho certeza que ninguém gosta de acordar cedo.— ela ri e amarra o cabelo em um coque alto. — Ainda mais com um pássaro bicando sua janela.

— Foram os pombos né?

— Sim.

Gargalhamos juntas e ficamos em um silêncio bom, ouvindo os pássaros cantarem, carros passarem em uma velocidade baixa, pessoas conversando naturalmente.

— Ah nossa esqueci. — Aaliyah se pronuncia e eu me viro para ela. — duas coisas, a primeira é, minha mãe perguntou se você deseja tomar um café lá em casa, sabemos que você provavelmente não teve tempo para ir ao mercado, então... Você quer?

— Como eu ja disse, a receptividade de vocês é muito agradável, vocês estão sendo muito legais comigo... — ela sorri e faz um joinha balbuciando um “ denada ” — Mas eu não posso atrapalhar seu tempo em família, ainda mais que acho que seu irmão ja chegou...

— Minha mãe falou que não aceita um ‘ não ’ como resposta, muito menos eu. — Ela toma iniciativa e puxa meu braço, me guiando até sua casa.

Não tento recusar ou rejeitar, além do mais, eu estava morrendo de fome pois só estava com a lasanha de ontem no estômago, e a preguiça da manhã ainda estava em mim desde que acordei.

— Ah e qual seria a segunda coisa? — perguntei enquanto passávamos por cima de seu gramado.

— Vi que você tinha feito umas pinturas ontem e eu gostaria de saber se está disposta a me ensinar? Dona Karen disse que pode pagar as aulas. — ela solta meu braço e abre a porta.

— Pagar? Não há necessidade disso... — Antes de terminar, ela intervém arqueando as sombrancelhas.

— Já percebeu que você nega muito? — ela entra em casa e grita pela mãe.

Estou entrando na casa de um famoso.

Meu psicológico está indo para chão.

A ansiedade tomando conta do meu corpo e me arrepiando toda.

Medonho eu estar assim, mas poxa, casa do Shawn Mendes, solo sagrado entende?

Piso no mármore claro da sala de estar e a primeira coisa que percebo são os quadros e as paredes. Uns são fotos da família junta, outros são pinturas de coisas como vasos e flores o que acho que deixou um toque diferente na sala deles.

— Aaliyah? — ouço a voz de Karen antes da mesma aparecer saindo do que deduzir ser a cozinha. — Oh, Jordan, que bom que apareceu!

Ela exclama parecendo felize animada, e vem na minha direção limpando as mãos em um pano de prato bordado. Ela me abraça e me da um beijo de bochecha e eu retribuo por educação, sorrindo logo em seguida.

Aaliyah me leva para a cozinha e eu torço mentalmente para não encontrar nenhum menino de dezenove anos famoso, com estatura alta, olhos mel e bochechas rosadas tomando um cafézinho de boas enquanto uma estranha que ja pintou sua face em um papel e ouve suas músicas entra pois foi convidada pela mãe dele a tomar um café com eles.

Nenhum pouco estranho.

Vejo uma mesa grande com apenas uma pessoa lá, ela arrumava a mesa enquanto eu era empurrada por Aaliyah para sentar a seu lado. Ela parecia ter ficado feliz após receber um sim pela sua proposta de ajudá-la a aprender a pintar. Não sou nenhuma profissional, mas acho que consigo ensina-la o básico para desenhos.

— Fique a vontade Jordan. — Karen se senta na frente de Aaliyah.

— Obrigada pelo convite. — agradeço e ela sorri como se dissesse mentalmente um “ não há de que ”

Vi todas aquelas coisas na mesa e senti uma fome tremenda, a barriga gritou por alimento ou qualquer coisa comestível. Tinham pães diversos, queijos, sucos, muitas coisas deliciosas e tentei focar na etiqueta que deveria ter perto deles. Uma família requintada.

Não comer muito, era o essencial que precisava lembrar. Eu não estou na casa dos meus pais para devorar tudo.

Me estico para pegar o café é uma jovem, a que ajeitava a mesa ao chegar, intervém pegando o café na minha xícara. Ela era jovem mesmo, poderia ter no máximo vinte e cinco anos.

Eu amo chutar a idade que a pessoa aparenta ter. Manias.

— Heather, poderia por gentileza chamar Shawn? — queria enfiar minha cabeça num buraco naquele momento.

— Claro Sra. Mendes. — então ela sai e sobe as escadas sumindo do meu campo de visão.

Help me.

Levo aos lábios a xícara de café não tão quente e bebo alguns goles disfarçando o nervosismo. Aaliyah põe dois pãezinhos recheados que acho ser frango com catupiry em meu prato e eu sorrio em agradecimento, fechando os olhos de leve.

— Mãe, eu preciso terminar uma composição então eu vou tomar um café bem rápido com vocês e... — Levei um susto quando o mesmo entra na cozinha e para atrás de mim, mas eu não me viro. — Ah, quem é?

Me viro e ele é a mesma coisa que em seus clipes, apenas que ele é mais alto que eu pensei que seria. Sorrio fraco tentando conter as bochechas vermelhas.

— Essa é a Jordan que eu falei hoje de manhã, a vizinha que comprou a casa ao lado. — eu levanto e estendo a mão para ele.

— Prazer. — sua mão aperta a minha e ele sorri fofo.

— O prazer é meu. — ele continua a sorrir e solta minha mão indo sentar ao lado da mãe, ou seja, na minha frente.

Sento-me novamente tentando manter normal toda aquela situação louca que estava acontecendo.

— Shawnie, ela pinta quadros maravilhosos! — ela pega a câmera pindurada em meu pescoço. — E também tira fotos!

— Você gosta de tirar fotos? — ele pergunta enquanto colocava um suco no copo.

— Sim, é um hobbie. — tomo um gole do meu café. — tiro fotos para depois retrata-las em um quarto.

— Bem legal, eu também tenho uma câmera. — ele pede para Heather pegar a sua câmera e trazê-la — e é como um hobbie para mim também.

Ficamos em silêncio e eu como os pãezinhos que Aaliyah tinha posto em meu prato a alguns minutos atrás. Heather entrega a câmera de Shawn e observo que a dele é muito melhor que a minha.

Gente rica é outro nível.

Ele sorri acho que ao ver as fotos da sua galeria, Aaliyah comenta algo com a mãe que eu não presto a atenção, Karen me chama logo depois dizendo o seguinte:

— Então você decidiu dar aulas pra minha filha? Que ótimo! — ela diz alegre. — ela sempre quis saber como desenhar melhor, ela tem um dom nessa área artística!

— Mãe! — Aaliyah tapa a cara após repreender Karen.

— Mas é verdade! — diz ela se voltando ao seu chá.

Mudo rapidamente de assunto para não deixar Aaliyah mais constrangida do que ela já se sentia.

— Aaliyah, você conhece os vizinhos da frente né? Os Affleck? — pergunto e ela destapa o rosto e faz que sim com a cabeça. — Tirei uma foto deles hoje mais cedo, quer ver?

Shawn me olha engraçado e depois se volta para a mãe e cochicha algo em seu ouvido que a faz sorrir e rir logo após. Aaliyah se vira e fala:

— Claro, eles são muito legais. — eu mostro pra ela e a mesma sorri com a foto.

— Posso ver também? — Shawn ousa pedir e eu não nego.

— Pode sim. — após deixar Aaliyah ver mais alguns segundos estendo por cima da mesa para ele.

Seus dedos quentes tocam o meu.

Um arrepio percorre desde o topo da minha cabeça até a ponta do meu pé.

Um arrepio bom.

Tiro logo a mão e olho para baixo tentando disfarçar normal. Ele sorri e vejo que ele não apenas viu a foto de Ben e Ritchie, ele vai passando e mostrando para a mãe, vai rindo e Aaliyah fica pedindo para ver também e eu me sinto especial por isso.

Shawn fecha a cara, foca na foto, olha para mim, depois para a tela da câmera.

— Posso te perguntar quem é essa moça? — ele vira a câmera para mim e revela a foto minha e da minha mãe.

Minha mãe sentada em uma cadeira de rodas com roupas formais, eu estava sentada em seu colo, suas mãos abraçavam minhas costas enquanto eu te dava um beijo carinhoso na bochecha. Lembro que nesse dia eu estava em um casamento de uma prima na minha cidade na Califórnia.

— Essa é minha mãe. — falo e ele volta a encarar a foto.

— O que aconteceu com ela? — ele pergunta e Karen o cutuca de leve mas como percebo, intervenho.

— Não tem problema perguntar. — falo para Karen e depois volto-me para Shawn. — Quando eu tinha treze anos minha mãe sofreu um acidente de moto, um caminhão bateu nela e ela acabou virando tetraplégica. — seguro as lágrimas para não escorrerem. — Ela hoje está bem.

— Sinto muito ter tocado no assunto. — ele me devolve a câmera.

— Não tem problema, pelo menos ela está ótima hoje. — disse já esperando as lágrimas secarem.

— Mas ela fez tratamento ou algo do tipo para melhorar? — Karen pergunta se levantando e levando sua xícara na pia.

— Fez vários, porém sua situação era crítica então acabou não havendo melhoras em sua coluna. — aperto os lábios e olho a foto.

Eu lembro desse dia, eu estava em casa brincando com a minha prima quando meu pai chega às pressas do trabalho mais cedo dizendo que mamãe tinha caído de moto e sofrido um acidente.

Minha mãe sempre gostou de andar de moto, era um esporte para ela.

— Que pena, mas pelo menos ela está viva e com saúde, certo? — Aaliyah tenta melhorar a situação.

Observo por uns segundos a expressão de Shawn, e ele parecia arrependido de ter tocado no assunto.

— Claro, ela tenta sempre fazer tudo sozinha, quer ser independente. — eu rio e levo minha xícara até a pia ao lado de Karen. — Acho que sou como ela em relação a dependência.

— Você pinta, desenha? — Shawn pergunta aleatoriamente, mudando de assunto.

— Sim, faço isso desde quando era menor.

— Se você não sabe... — ele muda a forma de como iria falar. — Na verdade eu não contei pra ninguém, mas eu vou lançar um novo álbum e preciso de alguém para me ajudar com a capa, o que .

Sabe quando seu interior quer gritar algo mas você tem que manter a passiva e a normal no meio de toda essa gente importante?

Shawn Mendes pediu ajuda para mim! Eu vou fazer uma capa pra ele!

Pelo menos é isso que eu acho que ele quer dizer.

— Então você está pedindo minha ajuda? — pergunto tentando não gaguejar ou ter um colapso mental.

— Sim, praticamente isso. — ele fala sorrindo. — Bem, ainda não vi seus desenhos, e nem te conheço muito bem, tipo... Acabamos de nos conhecer, mas se Aaliyah vai ter aulas com você acho que você deve ser ótima no que faz.

Minha cabeça tá explodindo lá lá lá lá lá lá.

Estou sendo elogiada, e não é pelos meus pais!

— Eu não sou nenhuma profissional, já vou dizendo. — digo tanto para Aaliyah quanto para Shawn. — Tenho dezoito anos, nem sei que lado artístico eu vou seguir.

— Nova você. — Shawn comenta franzindo o cenho.

— Você também, para ter chegado onde chegou. — quero gritar.

— Temos muito orgulho dele. — Karen passa a mão nos cabelos dele e o mesmo sorri meio constrangido. — Então... Quando vamos lá na sua casa te ajudar?

— Vocês estão em família, não quero atrapalhar o momento, posso fazer isso sozinha.

— Você gosta de negar ajuda né? — Aaliyah revira os olhos mas logo ri. — Não tem mais volta, já terminamos o café, vamos te ajudar sim!

— Ah, vocês vão ajuda-la na casa dela? — pergunta ele.

— Sim, e você também vai. — a mãe da dois tapinhas em seu rosto e joga um olhar de “ discute comigo pra você ver ” e ele apenas balança a cabeça. — Vamos?

— Não sei como agradecer vocês por isso. — Volto para a mesa colocando a câmera no pescoço e pegando os talheres sujos mas Heather os retira da minha mão e eu fico sem reação pra contrariar a mesma.

— Eu estou anciosa, quando eu começo a aprender? — Aaliyah saltita ao meu lado.

— Depois das férias de verão, você já pega o embalo das aulas.

— Ótimo!

Saímos todos da casa comentando sobre qual cômodo começamos a arrumar primeiro e entramos em um acordo de que dois ficam trabalhando nos quartos e dois trabalhando no andar de baixo. Não questionei e nem neguei, além do mais, eu não sabia como arrumar uma casa pós mudança.

— Ok, já avisaram quando seus outros móveis e eletrodomésticos chegam? — Karen pergunta ao entrar na minha casa atrás de mim.

— Entre onze e meio dia, mas aí seria seu horário de almoço, então podemos planejar que depois eu os coloco no lugar. — digo enquanto espero todos entrarem.

Eu vou ver Shawn Mendes empurrando meus móveis.

Jesus Cristo amado.

— Ata querida. — ela ri. — Estou aqui para ajudar, podemos almoçar juntos e depois terminamos.

— Não, que isso. — ajusto meu cabelo que já estava soltando fios rebeldes. — Já tomei um café adorável com vocês hoje, desse jeito eu dou trabalho.

— Fala sério. — Shawn ri e olha pra mãe, apontando para ela. — A minha mãe quase não convida ninguém pra almoçar, tomar café ou jantar em casa, isso que eu estou precisando realmente se chama milagre.

Karen tenta rebater ou não ficar incrédula com o que o filho fala, mas acho que ela percebe que é verdade então fica quieta.

— Ela só convida gente quando realmente gostou da pessoa. — Shawn comenta novamente e aí que Karen lhe dá um leve peteleco. — O que? é verdade!

— É muita consideração de vocês me ajudar, eu estou sozinha nessa. Não sei como vou retribuir. — junto as mãos no peito em agradecimento.

— Não há de quê querida, quando você precisar de algo ou de alguém, estamos sempre a disposição. — Karen diz e sorri respeitosamente.

Meu Deus.

A mãe do Shawn gosta de mim.

Vou dar aulas de desenho pra irmã do Shawn.

Provavelmente, nada concreto porém possível eu faça uma capa para o mesmo.

O que tá acontecendo com os trabalhadores do destino? Estão zoando com a minha cara?


Notas Finais


CURTEM E COMENTEM, É MUITO IMPORTANTE PRA MIM CONTINUAR A FANFIC. OBRIGADINHA.


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