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História Tsukiko-chan Taiyou-kun - Capítulo 10


Escrita por: phmmoura

Capítulo 10 - Capítulo 10


— Vai, Taiyou-kun! — Tsukiko e Rin-nee gritaram em coro, suas vozes tão altas que sobrepuseram a de todos perto delas. Até daquela distância, a garota viu o garoto ficando vermelho e sabia que não tinha nada a ver com a corrida.

— Não acredito que as duas gostam de embaraçar meu filho — disse Shigure-nee, balançando a cabeça. Apesar do que dizia, no entanto, não se incomodou em esconder o sorriso nos lábios.

— Não é isso, mana… Digo, só isso. — Rin-nee acenou a mão enquanto ria sob o olhar rígido da irmã. — Nossa torcida está ajudando ele. Veja!

Taiyou-kun estava em quarto por quase a corrida toda, mas, na última curva, quando Tsukiko e Rin-nee começaram a gritar mais alto, ele conseguiu diminuir a distância.

— Vai, Taiyou-kun! — Tsukiko gritou com tudo que seus pulmões permitiam e nos últimos metros, o garoto conseguiu cruzar a linha de chegada em segundo lugar. — O Taiyou-kun é tão legal e incrível!

Ele inclinou suas costas e apoiou-se nos joelhos para recuperar o fôlego, mas quando olhou por cima o ombro na a direção delas, a garota podia jurar que ele ficou mais vermelho.

— Ele tem tanta sorte de ter tantas meninas bonitas torcendo por ele — disse Rin-nee, o sorriso maldoso nos lábios.

— Você não pode se chamar de menina, pode? Está velha demais pra isso. — Shigure-nee mostrou um sorriso gentil que escondia a maldade de suas palavras.

— Mana! Eu… — Rin-nee tentou, mas não conseguiu pensar em algo para poder responder à sua irmã mais velha.

Tudo que Tsukiko fez foi rir. Rin-nee ainda estava vermelha na hora que Taiyou-kun caminhou até elas.

— Isso foi demais, Taiyou-kun! E pensar que você ultrapassou duas pessoas do clube de atletismo.

— Como você sabia? — perguntou o garoto, aceitando a garrafa de chá que a mãe oferecia.

— Não nos subestime — disse Rin-nee, cruzando os braços e erguendo o queixo. — Sabemos de muitas coisas, meu caro sobrinho.

— Ou quem sabe escutamos as mães deles falando disso pouco antes da corrida começar. Elas estavam sentadas juntas bem ali. — Shigure-nee indicou graciosamente com a cabeça, mostrando seu sorriso costumeiro outra vez. — As duas estavam se gabando que seus filhos poderiam se juntar ao time titular, mas por algum motivo pararam. Por que será?

Tanto Tsukiko quanto Rin-nee riram e rapidamente tentaram disfarçar com uma tossida enquanto as mães do garoto olhavam para elas. Taiyou-kun fez o mesmo, mas engasgou com o chá, tirando mais risadas de Rin-nee, que não conseguiu mais se segurar.

— Quais são os próximos eventos? — perguntou ela, o rosto vermelho.

Shigure-nee tirou um panfleto com o emblema da Teikou da bolsa.

— Vejamos… é a corrida de 400 metros das garotas do primeiro ano depois, então a corrida de obstáculos dos garotos do terceiro ano, aí a das garotas, por fim, a caça ao tesouro de todos os anos antes do almoço.

— Você vai participar de algum deles, Taiyou-kun?

— Vou. A caça ao tesouro — ele respondeu após limpar a boca com as costas da mão, a voz rouca.

— Você está em tantos eventos. Se continuar entre os três primeiros desse jeito, o time verde vai vencer por sua causa — disse Tsukiko com um sorriso brilhante.

— Não tenho tanta certeza disso — replicou ele, as maçãs do rosto com uma tonalidade rosa. O sino anunciando o próximo evento tocou. — Tenho que ir.

Ele terminou sua bebida e saiu antes que elas pudessem dizer qualquer coisa. Elas o observaram se juntar a seus colegas e sentar com o resto do time verde.

— Olha pra ele… é como um herói — comentou Rin-nee quando a maioria dos garotos e garotas se juntaram em volta dele e o parabenizaram.

— Quem é aquela garota? — perguntou Tsukiko após uma garota em especial sentar ao lado de Taiyou-kun, falando com ele com um sorriso e as bochechas um pouco vermelhas.

— Acho que é a Akane-chan. Ela é a garota mais popular do ano do Taiyou e pelo que ouvi, é gentil, cozinha bem e até recebeu confissão até de alguns alunos mais velhos — respondeu Rin-nee.

— Como sabe de tudo isso? — perguntou ela, sem tirar os olhos da garota. Até daquela distância, Tsukiko podia vê-la sorrindo de tudo que Taiyou-kun dizia.

— Meu sobrinho não contou pra você? — Rin-nee a observou, seu sorriso maldoso aparecendo. — Então ele está naquela idade em que já mantém segredos de você… ei, Tsukiko-chan, você estaria, quem sabe, com ciúmes?

— Não! — Tsukiko disse rápido demais. O sorriso da médica aumentou e a garota evitou seus olhos.

De rosto vermelho, ela sentou no lençol e observou as garotas do primeiro ano se prepararem para o evento. A corrida começou e ela torceu para o time verde com Rin-nee, mas logo pegou-se olhando para o Taiyou-kun e a garota, que ainda corava e sorria. Ele nunca falou dela pra mim, pensou.

Os eventos da manhã vieram e foram, mas Tsukiko não prestou muita atenção enquanto torcia sem ânimo. Só quando o locutor chamou os participantes para o último evento antes do almoço que ela voltou a prestar atenção.

Um garoto e uma garota de cada turma de todos os alunos formaram uma fileira, aguardando a professora puxar o gatilho. Taiyou-kun ficou quase no meio, ao lado de um aluno do terceiro ano e uma garota de sua turma. Ela disse algo para ele, mas Tsukiko sabia, pela forma como ele assentira, que não prestou muita atenção. Seus olhos foram para o placar e a mesa com os papéis da caça ao tesouro.

Após os eventos, o time azul tinha uma pequena vantagem. Se Taiyou-kun e os outros membros do time verde não conseguissem ao menos um segundo e terceiro lugar, estariam muito atrás na hora do almoço. Já que ele está em tantos eventos, aposto que o Taiyou-kun vai se culpar, dizendo que se ele apenas tivesse se esforçado mais, pensou Tsukiko, preparando-se para torcer com Rin-nee de novo.

Kaminashi-sensei ergueu a arma cerimonial e todos os participantes pararam de falar, seus olhos fixos na mesa. Ela puxou o gatilho e todos correram até os papéis. A maior parte dos alunos do terceiro ano chegou primeiro à mesa, mas Taiyou-kun não ficou muito para trás.

Ele pegou o papel mais para a esquerda e desdobrou, tão rápido quase o rasgou. Enquanto os outros chegavam até a mesa e pegavam seus papéis, Taiyou-kun encarou o dele, rosto corando. Ele ergueu a cabeça e olhou diretamente para onde sua família e Tsukiko estavam.

— O que você acha que é? — perguntou Rin-nee, esfregando as mãos, sem se incomodar em esconder a excitação enquanto ele vinha correndo até elas. Ela já estava com a bolsa aberta, pronta para providenciar qualquer coisa que ele pudesse precisar como tesouro.

— Vem — ele disse sem ar, agarrando o pulso de Tsukiko com o rosto muito vermelho. Sem perder qualquer segundo, a garota assentiu, tirou os saltos e correu apressada até a mesa com ele. — Aqui! — gritou ele para uma das pessoas, mostrando o papel com um olhar rápido para Tsukiko. Mas, quando ela sorriu para ele, ele desviou o olhar.

— Você é do fundamental II? — perguntou a garota para Tsukiko, olhando-a com suspeita.

— Eu? Ah, sim. Do terceiro ano — respondeu ela, um pouco confusa.

A garota leu o papel de novo e olhou para Taiyou-kun, mordendo seus lábios.

— Temos o primeiro lugar — anunciou com uma voz sem vontade enquanto os outros competidores vieram correndo até a mesa com vários objetos diferentes ou arrastando membros da família.

— Mandou bem, Taiyou! — gritou Rin-nee e pulou para abraçá-lo depois que voltaram.

— Parabéns, filho. Graças a seus esforços, o time verde está na liderança — disse Shigure-nee com um sorriso gentil. Então ela mostrou outro maldoso no instante seguinte. — Falando nisso, o que estava escrito no papel? Para agarrar a Tsukiko-chan com tanta brutalidade… Até eu preciso admitir que me deixou um pouco vermelha. —Ela colocou a palma da mão na bochecha vermelha e desviou o olhar.

— Sim! Eu tinha me esquecido disso. — Rin-nee se voltou para o sobrinho. — O que foi?

Taiyou arregalou os olhos e ficou vermelho de cara. Ele olhou para Tsukiko, quem manteve a boca fechada e foi discretamente para o lado de Rin-nee e então voltou-se contra ele.

— Quero saber também — murmurou Tsukiko, as bochechas coradas. Ela tentou olhar, mas a garota pegou o papel rápido demais para que ela pudesse ler.

Sob os olhares, o garoto ficou ainda mais vermelho.

— Era… uma aluna do fundamental II… — murmurou ele e desviou o olhar.

— Há! Tem algo a mais! — exclamou Rin-nee, mal contendo o sorriso. — Ele está escondendo algo. Vamos fazê-lo falar.

— Irmãzinha querida, está duvidando do meu filho? — Shigure-nee direcionou seu sorriso maldoso que escondia suas verdadeiras intenções para Rin-nee. A médica engoliu em seco e murmurou algo inaudível enquanto desviava o olhar.

Ah, droga… era uma ótima chance pra descobrir, pensou Tsukiko, esforçando-se para deixar o assunto pra lá. É uma pena que a Shigure-nee prefira importunar com a Rin-nee do que com o Taiyou-kun…

— Vamos comer — Rin-nee disse de repente para mudar o assunto. Sua irmã ainda estava sorrindo para ela. — Estou faminta.

Rin-nee se sentou no lençol perto de sua irmã, ainda sem fazer contato visual. Tsukiko estava prestes a pisar no lençol e sentar ao lado de Taiyou-kun quando parou. Seus pés ainda estavam sujos de correr descalça.

— Me deixem me limpar primeiro.

— Desculpe — disse Taiyou-kun, levantando-se. — Eu vou…

— Sem problema. Sei onde fica a torneira — disse ela. Se eu ficar sozinha com ele, não vou conseguir me impedir de perguntar sobre o que estava no papel, sabia Tsukiko. Também estava ciente de que o garoto precisava manter o foco na competição. Vou provocar ele sobre isso depois, pensou, sorrindo.

— Se apresse. — A voz de Rin-nee chegou a ela.

— Sim — ela disse, correndo com os saltos em mãos.

— Quem é aquela garota?  — Tsukiko tinha acabado de terminar de limpar os pés e estava prestes a voltar quando ouviu uma garota falando por perto. — Ela estava aqui no dia de visita dos pais também… Ela é prima ou algo assim?

— É a vizinha do Tai-kun — falou outra garota. — Escutei do Mitobe-kun.

— Vizinha… você acha… que tem algo entre eles? Pra mãe do Tai-kun pedir pra ela vir aqui no lugar dela… Significa que eles são bem próximos, né? — A primeira voz soava ansiosa.

Vizinha? Mitobe-kun? Tai-kun? Estão falando do Taiyou-kun e eu? Tsukiko ainda não percebera, mas ela tinha parado perto das garotas para bisbilhotar. Então ele é chamado de Tai-kun aqui… a ideia colocou um sorriso em seus lábios, mas logo sumiu. É aquela Akane, tenho certeza, Tsukiko sabia sem nem ver quem falava.

— Não sei. — A segunda voz parecia consolar a primeira. — Eu tinha quase certeza de que ele ia te pegar na caça ao tesouro. Até me certifiquei dele pegar o papel com aluna do fundamental bonitinha como planejamos.

Quê? Então era isso que estava escrito? Tsukiko corou e fechou a boca com a mão para impedir sua voz surpresa de escapar. Mas, mesmo assim, não pôde controlar o sorriso.

— Eu também. Ela é mesmo do fundamental II? Parece tão madura…

Como? Eu? Ainda vermelha, Tsukiko esforçou-se para conter a risada. É a última coisa que sinto.

— Ainda vai se confessar pra ele?

Depois dessas palavras, Tsukiko parou de rir e seu rosto voltou ao normal. Ela se inclinou mais perto, com medo de perder algo.

— Sim — disse a primeira garota após um bom tempo. — Se nosso time vencer, vou me confessar pra ele.

Tsukiko as escutou andando de volta para a pista de corrida. Alguém vai se confessar pro Taiyou-kun, ela pensou. A ideia parecia vaga demais para ela. A garota não sabia o que sentir. Ele é só uma criança… mas ela também… e ele já beijou alguém… não foi aquela garota… ele é só um garoto inocente… Mas tem um lado dele que não conheço… Tai-kun…

— Porque demorou tanto? — perguntou Rin-nee no instante em que viu a garota.

— Foi mal — disse ela, com um pequeno sorriso. Ela sentou ao lado de Taiyou-kun, mas não olhou na direção do mesmo.

Shigure-nee desembrulhou as marmitas uma a uma e arranjou a comida no centro deles.

— Obrigado pela comida — eles disseram em coro.

Eles mal terminaram de falar quando a mão de Rin-nee pegou os bolinhos, comendo com uma expressão satisfeita. Aquilo colocou um sorriso de verdade no rosto de Tsukiko. Ainda que ele seja Tai-kun aqui, ainda é o meu Taiyou-kun.

— Filho, coma isso — disse Shigure-nee, passando um rolinho de primavera. As bochechas de Tsukiko ficaram com um tom avermelhado enquanto ela encarava a mãe dele. A mulher olhou para ela e mostrou um sorriso gentil com uma assentida quase imperceptível.

Contendo o fôlego, Tsukiko observou enquanto Taiyou-kun pegava um dos rolinhos e levava até a boca. Com uma expressão vazia, ele mastigou. Tsukiko não soltou respirou nem mesmo depois dele engolir a comida.

— E aí? — ela perguntou com a voz baixa, feliz que ele não notara como o rosto dela estava.

— Um pouco diferente do normal, mas está bom — disse, pegando outro, sem notar o sorriso de ponta a ponta de Tsukiko. Antes que ela pudesse parar, Tsukiko suspirou aliviada.

— Não é ótimo, Tsukiko-chan? — disse Shigure-nee, seu sorriso maldoso de novo. — Eu falei que não precisava se preocupar.

— Shigure-nee! — Tsukiko corou. — Você disse que não ia contar pra ele!

— Mas eu não disse nada.

— Do que vocês estão falando? — perguntou Taiyou-kun, olhando de uma para a outra.

— Eh… — Tsukiko arregalou os olhos e abriu a boca sem qualquer ideia de como explicaria sem se envergonhar.

— A Tsukiko-chan está um pouco nervosa, filho. — Shigure-nee poupou a garota do esforço. — Sabe, foi ela quem cozinhou isso. Especialmente para você.

Quando o garoto virou-se para ela, o rosto de Tsukiko ficou de uma cor alarmante de vermelho.

— Eu… Eu sei que não é tão bom quanto o da sua mãe… nem o seu — murmurou ela, sem olhá-lo nos olhos. Ela sabia que não podia aguentar o rosto dele naquele momento. — Mas prometi a mim mesma que cozinharia para você um dia… Sua mãe esteve me ensinando sempre que tinha tempo…

— Não precisa ficar envergonhada, Tsukiko-chan. Meu filho está feliz em ter uma garota fofa como você cozinhando para ele. Não é, filho? — Shigure virou-se para ele com a mesma expressão enquanto Rin-nee caia para trás, o rosto vermelho de tanto rir.

Taiyou-kun ficou vermelho enquanto comia outro rolinho de primavera em silêncio, olhos fixos na comida.

— Você tem tanta sorte, meu caro sobrinho. É ótimo ter uma garota linda cozinhando para você — disse Rin-nee quando finalmente parou de rir. Mas seu sorriso malicioso não saiu do rosto quando ela se virou para eles.

— E mesmo assim, você não consegue cozinhar nada para a Sawako-chan — comentou Shigure-nee, sem tirar o sorriso do rosto.

— Droga… Devia ter visto essa vindo!

Tsukiko e Taiyou-kun riam e sorriam, mas, sempre que seus olhares se cruzavam, ambos desviavam, vermelhos.

Eles terminaram de comer e conversaram até o sistema de som anunciar que os eventos da tarde começariam em dez minutos. Taiyou-kun levantou-se com uma expressão surpresa, disse até logo a elas e correu para juntar-se ao time verde.

É quase como se tivesse esquecido do evento de hoje, pensou Tsukiko, sorrindo enquanto assistia as costas dele.

Segundo o próprio, Taiyou-kun participaria em só dois eventos à tarde; derrubada do poste e corrida de revezamento. Sendo assim, ele torceria mais para o time verde junto a seus colegas e os alunos do segundo e terceiro ano do mesmo time.

Rin-nee torceu para o time verde, embora a médica não estivesse fazendo tanto barulho quanto nas vezes em que seu sobrinho participou. Tsukiko juntou-se a ela, mas mal assistia aos eventos. Sempre que parava de prestar atenção, seus olhos iam para Taiyou-kun.

O garoto conversava alegremente com seus colegas, tanto garotos quanto garotas, mas mesmo assim era fácil encontrar a Akane. Ele é popular… Mesmo vendo ele interagir com o resto dos colegas, era difícil para ela acreditar nisso.

Ele era tão tímido quando nos conhecemos… Tenho certeza de que eles não conhecem nem metade do Taiyou-kun. Conheço ele bem mais do que o resto… mas eles sabem de um lado dele que não tenho a mínima ideia. Ele não é o Taiyou-kun aqui, é o Tai-kun, o garoto popular, prestes a receber a confissão de uma garota…

— Olha! O Taiyou é o âncora! — O grito de Rin-nee trouxe a mente de Tsukiko de volta para o festival esportivo de Teikou. — Ele não contou pra gente, mana!

— Porque sabia que você faria um escândalo — disse Shigure-nee. — Mas não desaprovo sua atitude. Ele merece uma torcida alta e embaraçosa da nossa parte.

— Sendo assim, vamos torcer até que ele fique mais vermelho que o bastão, Tsukiko! — Rin-nee sorriu para a garota.

Antes que Tsukiko percebesse, era o último evento do festival, a corrida de revezamento do primeiro ano, e Taiyou-kun era o último corredor. A garota olhou para o placar e notou, com certa surpresa, que o time verde conseguira manter a vantagem, mesmo que por pouco. Se o Taiyou-kun ficar em segundo lugar, o time dele vai vencer, pensou ela, depois de somar os pontos.

Ela não conseguiu conter o sorriso, pronta para torcer por ele com tudo que tinha. Mas, de repente, sentiu uma pontada no peito. Se o time dele vencer, significa que aquela garota vai se confessar para ele… Novamente, Tsukiko olhou para a área do time verde. Akane assistia a corrida com muita atenção, suas bochechas com um tom avermelhado.

A professora puxou o gatilho e Rin-nee e quase todo o resto torceu por quem quer que apoiassem. Tsukiko se juntou, torcendo quase sem vontade para o time verde.

Ela olhou de novo, e então notou. Apesar de olhar para o campo, Akane nunca olhou para a corrida. Seus olhos só eram apenas para o Taiyou-kun. Só agora que Tsukiko olhou de verdade para ela. Seu longo cabelo marrom amarrado em um rabo de cavalo e traços pequenos a tornava parecida com uma boneca.

Se uma garota tão linda se confessar a ele… Tsukiko sentiu outra pontada no coração. Ela tirou os olhos da garota e se focou em Taiyou-kun, quem esperava pelo bastão com os lábios pressionados. Sei que ele quer vencer, mas… mas… aí aquela garota…

O bastão estava quase com Taiyou-kun. Só mais dois corredores e seria sua vez de levá-lo até a linha de chegada. Do nada, Tsukiko queria correr até a menina boneca e dizer que o Taiyou-kun pertencia a ela. Ele não era o Tai-kun deles, mas o Taiyou-kun dela.

Quando percebeu o que pensava, o rosto de Tsukiko queimou. Usando as duas mãos, ela escondeu o rosto, mas ainda assistia Taiyou-kun por entre os dedos. Para sua sorte, os espectadores ficavam mais altos e nem Rin-nee notou, ocupada demais gritando, sorrindo e batendo palmas.

Era quase a vez dele e então, bem no fundo do coração de Tsukiko, ela desejou que o Taiyou-kun perdesse. Não… Não posso desejar isso… que tipo de amiga eu seria…

O bastão finalmente estava com ele. Ele correu até a linha de chegada junto aos outros, correndo perto de onde Tsukiko e sua família estavam. Apesar de quão rápido o garoto era, não conseguiu ultrapassar os membros do time de corrida, por mais que fossem do primeiro ano como ele.

Tsukiko olhou para o Taiyou-kun e a garota, seu coração dividido entre ele e ela. Quando ele passou bem na frente dela, as palavras explodiram dela.

— Taiyou-kun! Se você vencer, eu vou num outro encontro com você! — ela gritou com tudo que seus pulmões permitiam e ficou sem ar depois.

No meio das torcidas, era impossível saber se o garoto escutara ou não. Mas quando Tsukiko notou Akane olhando para ela sem acreditar, Tsukiko soube que o Taiyou-kun a escutara também.

Nos últimos metros, Taiyou-kun usou toda a sua energia e alguns centímetros antes da linha de chegada, ele ultrapassou um dos membros da equipe de atletismo e ficou em segundo lugar.

Com um sorriso do fundo de seu coração, Tsukiko pulou e torceu com Rin-nee enquanto Shigure-nee sorria e aplaudia, virando-se para trás e olhando os pais dos membros do time de corrida.

O garoto inclinou as costas para recuperar o fôlego. Mas quando olhou para elas com o rosto vermelho como tomate, Tsukiko sabia que não era por causa da corrida. O rosto dela ficou com um tom mais alarmante de vermelho, mas ela se impediu de desviar o olhar. Quando ele mostrou seu sorriso feliz para ela, ela devolveu um alegre, apesar da vergonha.

— Parabéns, Taiyou-kun — disse Tsukiko enquanto enrolava uma madeixa de cabelo.

— Obrigado — disse, sem olhá-la diretamente nos olhos.

— Então, você ouviu o que eu disse?

— Sim. — Dessa vez, ele desviou os olhos, mas havia um sorriso nos lábios.

— Vou manter minha promessa e dar o melhor encontro que posso oferecer a você — disse ela, as bochechas queimando, mas com um sorriso.



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