Capítulo 5
(Kenma pov's on)
Durante o fim de semana inteiro tive que ficar deitado na cama, mas hoje finalmente vou poder voltar para a escola. Não consigo parar de pensar no que aconteceu entre mim e o Kuroo, acho que não vou conseguir nunca mais encarar Kuroo em toda a minha vida... Suspiro derrotado e me levanto da minha cama indo em direção ao banheiro para fazer a minha higiene. Pego meu celular e a minha PSP e vou até à cozinha:
- Bom dia!
- Bom dia Kenma!- minha mãe e meu pai dizem em uníssono. Pego uma maçã e digo:
- Estou indo, Hinata já deve estar pronto.
- Até logo se cuide.-minha mãe me responde.
Saio de casa, pego meu celular e digito uma mensagem para Hinata:
EU: Estou indo agora para sua casa.
HINATA: Hoje eu não vou desculpa...
EU: Aconteceu algo?
HINATA: Sim…quer dizer não... nada com que se deva preocupar...falamos depois.
EU: Depois das aulas eu vou na sua casa.
HINATA: Ok.
Entrei na escola e me dirigi até à sala com esperança dela estar vazia, mas quando entro deparo-me com quem eu menos queria ver, Kuroo. Ele estava sentado na sua mesa (provavelmente a fazer o tpc de alguma disciplina), quando notou a minha presença, olhou para mim e disse:
- Bom dia Kenma!!! Dormiu bem?
Senti a minha face queimar e corri dali para fora o mais rápido possível até chegar ao banheiro e me trancar. Como eu previa, não consigo mais olhar para Kuroo sem me lembrar no que aconteceu naquele dia:
- Kenma? Você está bem?- ouvi Kuroo me chamar do lado de fora do banheiro.
- Sim, pode ir embora eu já vou.
- Não vou embora enquanto não abrir essa porta e me contar o que se está passando com você e porque começou a correr como um louco quando me viu.
- Não se passa nada, vai embora Kuroo, eu não quero te ver agora.- esperei a resposta de Kuroo, mas parece que ele desistiu e foi embora.
Abri a porta e vi Kuroo me encarando sério, um arrepio percorreu a minha espinha ao notar como o seu olhar estava frio:
- Me conte o que se passa agora.- Kuroo utilizou a sua voz de comando fazendo com que eu me encolhe-se no chão. Ele nunca a tinha utilizado comigo por isso eu estava muito assustado.
- Pare com isso - pedi com o fio de voz que me restava.
- Eu não entendo você Kenma, um dia está todo carente pedindo para eu me deitar com você e no outro foge de mim. Eu estou farto!!!- Kuroo falou com um tom impaciente.
As suas palavras doeram tanto em mim que eu comecei a chorar baixinho sem olhar para ele. Eu estava outra vez a ter uma crise, senti o meu corpo começar a tremer e sangue escorrer do meu nariz sujando o chão, isso sempre acontecia quando doía muito. Kuroo pareceu reparar pois desmanchou a sua figura séria, a substituindo imediatamente por uma preocupada enquanto dizia:
- Meu deus, o que eu fiz... Kenma me desculpe eu não sei o que deu em mim- ele tentou me tocar, mas eu me encolhi ainda mais e me afastei. Eu estava com medo. Medo de Kuroo- Kenma me perdoe, eu não vou lhe fazer mal. Me deixe te ajudar- ele se aproximou hesitante e me abraçou, colocando a minha cabeça no seu pescoço. Surpreendentemente seu cheiro de alfa me acalmou fazendo com que a minha crise parasse. Eu nunca tinha conseguido parar uma crise, eu sempre acabava por desmaiar e acordar na enfermaria, mas o cheiro de Kuroo era tão bom e me transmitia tanta segurança...
- O-obrigado.- falei hesitante, pois ainda estava com um pouco de medo.
- Me desculpe, eu não sei o que deu em mim... eu não vou voltar a fazê-lo.
- Me desculpe a mim também por ter te irritado, mas eu estava com muita vergonha depois daquilo.
- A sério??? Isto tudo por causa daquilo??? Só mesmo você Kenma...
- Eu não consigo controlar, é o instinto...
- Claro, o instinto de esconder no banheiro sempre que fica com vergonha- Kuroo disse com deboche.
Ri, eu era realmente bobo, mas não conseguia evitar. Kuroo começou a rir também e só então reparei como nós estávamos perto um do outro, parámos de rir e passámos a nos encarar até Kuroo pegar meu queixo aproximando os nossos lábios e os selando num beijo terno e cheio de sentimentos, era como se tivéssemos a dizer um ao outro o quanto nos amávamos, mas sem precisarmos de dizer uma única palavra. Separámo-nos e olhamos nos olhos um do outro:
- E-eu te amo Kuroo.- Kuroo surpreendeu-se com o que eu disse mas logo um sorriso brotou nos seus lábios e ele me disse:
- Eu também te amo Kenma.
E voltamos a nos beijar como se mais nada importasse neste momento.
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Quando as aulas terminaram me dirigi até à saída junto a Kuroo:
- Quer que eu te acompanhe até casa Kenma?-Kuroo me perguntou.
- Eu vou a casa de Hinata, por isso não precisa.
- Verdade, ele hoje não veio há escola, sabes o que se passa com ele?
- Não, por isso é que vou lá.
- Tudo bem, mas se acontecer algo contigo me chama.
- Quanta preocupação...
- Claro, eu me preocupo com o que me pertence.- ele disse com um sorriso orgulhoso.
- Pode deixar que eu te aviso se acontecer alguma coisa.- em biquinhos de pés dei um selinho em Kuroo e me dirigi a casa de Hinata.
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Toquei na campainha e esperei até que a porta foi aberta pela mãe de Hinata, que estava com um semblante preocupado:
- Ainda bem que você veio Kenma, eu não sei o que se passa com Hinata, mas ele não sai do quarto há alguns dias.- fiquei ainda mais preocupado, mas me limitei a sorrir e avisei que ia ver como ele estava.
Subi as escadas e bati na porta do quarto do Hinata:
- Hinata é o Kenma, abre a porta se faz favor - ouvi o som da chave a destrancar a porta enquanto esta abria e me dava passagem para entrar naquilo que podia ser comparado ao cenário de um filme de terror. O quarto estava todo escuro e bagunçado, havia pratos com restos de comida espalhados no chão, fedia a vómito e entre os cobertores da cama estava um Hinata com olheiras profundas e olhos inchados (provavelmente devido a noites mal dormidas e a muito chorar) muito pálido e desarrumado a me encarar num pedido mudo de ajuda. Eu nunca tinha visto Hinata assim tão mal, me aproximei dele e disse:
- Meu deus Hinata, o que se passa com você?
Hinata se sentou na cama e então começou a chorar copiosamente, sem saber o que fazer o abracei numa tentativa de o consolar, mas ele apenas chorava mais e mais então perguntei:
- O que se passa Hinata???
- O Kageyama...ele vai embora...
- Como assim ele se vai embora?
- Eu não sei porquê...só sei que ele vai embora.
- Hinata, se acalme e me conte tudo direito desde o início.
- Eu estava a falar com o Kageyama e ele me disse que tinha algo importante para me contar, mas então chegou o Kuroo e o Kageyama se irritou e discutiu com ele. Depois, quando eu estava a me ir embora ele veio falar comigo outra vez e disse que ia embora do pais, aí eu comecei a chorar e fui a correr para casa sem ouvir mais nada.- Hinata disse de uma vez antes de desatar a chorar novamente.
O abracei enquanto fazia cafuné nos seus cabelos e então lhe disse:
- Se acalme Hinata, provavelmente você entendeu errado e não ouviu o que Kageyama lhe queria dizer até ao fim.
- Eu ouvi...ele me vai deixar...ele já não quer saber de mim...
Numa tentativa de mudar de assunto disse:
- Eu trouxe seus doces favoritos, comprei enquanto vinha para cá- falo enquanto tirava do bolso um saquinho e o dava a Hinata. Ele sorriu, enquanto limpava as lágrimas com as costas da mão:
- Obrigado Kenma, ainda bem que eu tenho alguém como você para me animar.
Hinata começou a comer os doces todo animado, mas de repente parou e olhou para mim assustado antes de correr para o banheiro e vomitar tudo na privada. Corri até ele preocupado:
- Hinata você se está a sentir mal?
- Não, está tudo bem deve ser só algo estragado que eu comi.
- Tens a certeza? Se quiseres eu posso ir contigo ao médico.
- NÃO!!!- Hinata gritou assustado.
- Hinata você me está a esconder algo?
Hinata hesitou antes de suspirar e dizer:
- Na verdade eu já estou assim há duas semanas...
- Com que então era só algo estragado!!!
- Kenma, eu tenho medo do que possa ser...
Fiquei um pouco confuso com o que Hinata disse, mas então percebi onde ele queria chegar e os meus olhos se arregalaram:
- Hinata, você acha que...
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