História Tudo acontece quando tem que acontecer - T3ddy - Por que diabos isso acontece?

P.O.V. Alice.

Quando acordei, estava com uma dor de cabeça horrível. Me virei e vi Raul de costas pra mim. Automaticamente lembrei de duas coisas totalmente diferentes. Uma foi como meu coração acelerou quando vi Lucas, mas consegui disfarçar bem. Eu achei que já havia passado isso, mas o jeito que nos olhamos, me deixou inquieta. 

E a outra, foi como Raul foi grosso comigo.

Flashback On

– Que merda você pensa que tá fazendo? – Raul grita assim que chego perto dele.

– Eu não estava fazendo nada demais! Só estava conversando, qual o problema? – retruco em um tom mais baixo. Odeio gritaria.

– Com o seu ex-namorado? Pelo amor de Deus! – disse mais baixo, mas ainda alterado.

Olhei pra trás e Lucas ainda nos encarava. Logo sinto Raul me puxar pelo braço. Eu odeio isso. Chamar atenção. Passei por Mauro e ele me olhou como se perguntasse se estava tudo bem. Eu sorri fraco tentando passar a segurança de que estava tudo certo.

– Já chega, Raul! – digo quando chegamos ao lado de fora.

Puxei meu braço e ele me olhou furioso, caminhando até o carro. Eu o segui sem escolha. Quando chegamos em casa, não tínhamos trocado nem uma palavra. Fui pro meu quarto, tirei meu vestido e me deitei.

Flashback Off

Me levantei da cama devagar para não acordá-lo e fui até o banheiro pra tomar um banho. Vesti um vestido soltinho e fui pra cozinha fazer o almoço. Resolvi fazer algo simples, não estava com cabeça pra isso ou qualquer outra coisa.

Depois de alguns minutos viajando e mexendo as panelas, senti uma mão na minha cintura e um beijo no meu pescoço.

– Bom dia! – Raul disse e eu não consegui retribuir, estava magoada ainda – Não vai me responder? Poxa Alice, me desculpa.

– “Desculpa”, Raul? Você gritou comigo. Fez escândalo na frente de todo mundo! – eu disse triste.

– Me desculpa de verdade, amor. Eu bebi e fiquei fora de mim. Me perdoa. – ele disse segurando minhas mãos. Eu ainda estava magoada, mas discutir não levaria a nada.

– Tudo bem… Vai tomar um banho pra gente almoçar – digo, vendo ele sorrir e me dar um selinho.

Não adiantaria nada, já que quando eu disser que eu veria Lucas novamente, iria surtar outra vez. Os meninos queriam fazer uma festa de boas vindas pra mim, achei fofo e resolvi aceitar. Eu já estava formada em secretariado e fui convidada pra assessorar eles em uma viagem que vão fazer juntos. E claro que aceitei. E Raul também teria que aceitar.

Depois de um tempo, ele voltou e fomos comer. Em silêncio. Era horrível, mas nem tudo são flores.

– Henrique o os outros marcaram de jogar sinuca hoje… – ele disse depois que acabamos de comer. Henrique era seu melhor amigo, gostava dele.

— Vai sim… – digo e ele sorri — E eu vou pra casa do Dani porque os meninos vão fazer uma festa de boas vindas – logo seu sorriso murcha.

— Os mesmos de ontem? – ele me pergunta com uma das sombrancelhas levantada. Assenti – Inclusive, teu ex?

– Ah, Raul! Não começa, por favor. – eu digo me levantando pra colocar meu prato na pia.

— Não começa? Alice, como você quer que eu fique com você indo em festinha com seu ex? – ele pergunta ainda com a voz alterada

— Eu não vou pra “festinha com meu ex” – digo fazendo aspas – Eu vou com os meus amigos que querem me fazer um agrado, se ele vai estar lá ou não, mr faz diferença! – digo firme e ele passa a mão no rosto. Espero que ter rrazão. 

– Não te faz diferença? – pergunta mais calmo, eu assenti. – Poxa, Ali, tenta entender meu lado…

– Eu sei Raul, eu entendo. Só que você vai pra um bar onde tem um monte de mulher, e mesmo assim que não faço show! – digo cruzando os braços e ele se levanta, chegando perto.

– Eu ainda vou ser igual você, madura assim – disse pegando em minas mãos e sorrindo – Você me ensina tanto…

Ele me abraçou e eu o abracei de volta. Raul começou a beijar meu pescoço e fez impulso pra eu enrolar minhas pernas em sua cintura, e assim fez. Ele caminhou comigo até o quarto, sem quebrar o beijo.

{•••}

Me levantei e fui tomar um banho pra me arrumar. Raul ainda estava dormindo, então fiz o mínimo de barulho. Após terminar, fiz uma maquiagem leve e fui me trocar. Fui até o guarda roupa e peguei alguns acessórios.

– Psiu! – escuto e me assusto. Me viro e vejo Raul sorrindo sentado na cama – Linda!

Sorrio e dou um selinho nele. Pego meu celular e borrifo perfume em mim.

– Por que tá passando perfume no peito? Quem vai enfiar a cara aí? – Raul diz e eu reviro os olhos brutalmente. Eu mereço!

– Para de graça! – dou outro selinho nele e desço as escadas com ele atrás de mim. Ele ia sair um pouco mais tarde.

Nos despedimos e eu peguei meu carro, partindo até a casa do Dani e Lukas. Quando cheguei, haviam alguns carros na frente e a música alta já ecoava. Fiquei até receosa de ninguém me atender, mas logo Chris veio me receber com uma menina no pescoço.

– Oi, meu amor! – ele diz sorrindo e me abraça forte.

– Namorada nova? – pergunto animada, porque já me falaram que ele estava um terror.

Ele fez uma careta e eu já entendi que era só mais uma peguete da noite. Cumprimentei ela que sorriu simpaticamente.

– Não quero incomodar vocês, mas não quero entrar sozinha, Chris – digo

– Qual é? A festa é sua, Alice! – ele disse animado e passou o braço pelo meu pescoço também.

Ele caminhou comigo até a sala, onde já havia pessoas conhecidas. Eles gritaram me fazendo ficar com vergonha, sou muito tímida. Fui abraçando calorosamente cada um deles. Quando me mudei senti tanta falta deles, se eu estivesse de TPM com certeza choraria ali mesmo.

– Meu Deus, mulher! Quanto tempo! Como você tá gata! – a Kéfera disse gravando assim que me aproximei dela.

Dei um longo e apertado abraço nela. Depois o Lukas me trouxe uma bebida e eu fiquei conversando com a Kéfera. Dois anos sem se ver, então realmente tínhamos assunto para colocar em dia.

Depois de um tempo, Lucas chegou atraindo a atenção de todos, já que começaram a zoar ele pelo atraso. Meu coração acelerou e eu tentei disfarçar rindo dos meninos. Por que diabos isso ainda acontece? Mascarei meus batimentos descompassos, mas não pude deixar de reparar o quanto ele está lindo. Seu óculos de grau caía perfeitamente bem em seu rosto. Ele veio caminhando até mim sorrindo e eu sorri me levantando.

– Achou que não ia dar o ar de minha presença? – ele diz divertido e me abraça. Eu não poderia estar pensando nisso, mas seu cheiro, seu perfume ainda era o mesmo. Novamente; por que diabos isso acontece?

– Até que não… Seu atraso já é conhecido – digo e ele ri.

– Beleza! – diz rindo e me abraça mais uma vez. Não entendi, mas retribui. Sentia o olhar de todos em cima de nós.

Ele abraçou Kéfera e saiu pra cozinha. Me sentei novamente e Kéfera me encarava maliciosa. Revirei os olhos e ela riu alto. Logo retomamos o assunto.

{•••}

– Agora você vem dançar comigo! – a Kéfera me puxou quando começou Sua Cara da Anitta e Pabllo Vittar.

Ela fazia a coreografia e eu a acompanhava, junto com a Pathy e as outras meninas. Os meninos também tentava nos imitar e eu caía na risada. Até que me viro e vejo Lucas me encarando com um copo na mão e sorrindo de lado. Ele não desvia o olhar de mim e sinto meu rosto pegar fogo. Me viro novamente tentando esquecer e continua a dançar, mesmo sentindo minhas costas queimarem.

– Você ainda arrasa! – Kéfera me abraça, lembrando das vezes que nos encontravamos só pra dançar.

– Que saudade disso tudo! – digo olhando eles, que fazem um coro de “anw”, tipo, que fofa.

Ri e continuei dançando a outra música que tocava. O resto da noite foi todos nós dançando qualquer música de qualquer jeito. Todos vieram conversar comigo pelo menos um pouco. Menos Lucas, que parecia querer manter distância, o que me incomodou de certa forma, já que peguei várias vezes ele me olhando enquanto dançava. Relevei isso e agradeci a todos pela noite, senti muita falta de me divertir assim. Abracei a praticamente todos como despedida, menos ele, propositalmente. Voltei pra SP numa boa, querendo retomar a amizade, mas já que ele não quer, assim será.