História Tudo culpa do cio - Proposta

  A noite já estava caindo e nos não conseguimos sair daquela floresta, estávamos cansados e cheios de fome. Charlotte parecia entender o que estávamos passando, pois ela estava muito quieta e toda vez que ia chorar ela só resmungava ou chorava bem baixinho, para uma criança de uma semana ela é bem esperta. 

  Decidimos parar descansar, me tornei humano novamente e peguei minha filha das costas do grande lobo, Chanyeol se deitou perto de uma árvore ainda em sua forma animal, me aproximei com receio e me deitei ao seu lado para poder me aquecer da noite fria, coloquei nossa filha no nosso meio evitando encostar ela no chão sujo. 

  Mesmo estando um tanto confortável e quentinho, eu não conseguia dormi, não parava de pensar nos riscos que estávamos correndo, do risco que Chanyeol meteu minha filha ao começar a investigar minha vida sabendo que estava com uma ômega que não podia gerar filhos. Todos sabemos que ômegas que não geram filhos ficam loucos, ainda mais se seu alfa tiver um filho ou se apegar a algum filhote. 

  Kai devia estar muito preocupado comigo, mas nesse lugar não pega ária pra que eu possa ligar pro moreno, ele deve estar com dificuldades para cuidar de Abiner, pois aquele baixinho fica muito agitado quando está com fome ou sujo ou até com calor, resumindo ele nunca está satisfeito.

  -baek?-me assustei com a voz grave e um tanto sonolenta do maior.

  -o que foi Chanyeol?- o olhei nos olhos enquanto me ajeitava.

  -me desculpa, é tudo minha culpa por estarmos aqui, por aqueles caras terem feito aquilo com você...

  -tudo bem, mas o que eu queria saber é porque voltou e queria saber de mim, sendo que a alguns meses atrás Você foi embora dizendo que esse bebê era só meu?-me sentei e peguei minha filha que já estava a reclamar de fome, por já estar sem roupas apenas a coloquei perto de meus seios e a deixei mamar.

  -é que o meu padrinho me obrigou a me afastar de você. Pode parecer estranho, mas ele sempre cuidou de mim, desde quando meu pai fugiu com uma beta qualquer e minha mãe morreu de depressão. Então ele disse que eu já estava prometido a uma ômega de uma família brasileira, eu queria ter ficado e visto ela nascer. Quando eu descobri que ela não podia me dar filhos eu me lembrei que eu já tinha um, e era com você, queria saber como estavam, descobri que eram gêmeos, que estava com o Kai e um dos bebês era dele. Eu só queria ser presente na vida da minha filha. -seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele acariciava a cabeça de Charlotte, que mesmo não estando tão presente na vida do pai, podíamos sentir que os dois se amavam.

  -mas você praticamente me humilhou quando fui te contar sobre os bebês, você podia ter me contado o que estava acontecendo, eu fiquei muito triste e Kai me ajudou muito, com o tempo eu aprendi a amar ele, e nossa como eu o amo, mas nunca deixei de pensar em você, eu sempre pensei que minha filha iria sofrer por não ter o pai biológico , mas eu entendi que ela só precisava de quem a ama de verdade, mas você apareceu e eu percebi o quanto se amam mesmo com pouco contado, nunca vou te privar de ver ela.

  -Obrigado por me deixar fazer parte da vida da minha filha mesmo sem que eu mereça -apenas acenei com a cabeça e coloquei a menina a em meu ombro pra faz ela arrotar.

  Depois de ajeitar minha filha Chanyeol me abraçou em sua forma humana, nossa filha estava bem confortável. Eu logo adormeci sentindo o calor daquele alfa, aquele calor do meu corpo parecia também aquecer o meu coração, eu sentia que ainda o amava, mas eu também amo muito o Kai, estou muito confuso.

   Antes do sol nascer já estávamos de pé caminhando pela floresta e cada vez o cheiro do alfa Kai se afasta, eu precisava seguir meus instintos pelo menos uma vez na vida, mas eu tinha medo de estar errado. Deixei isso pra lá e voltei a prestar atenção no caminho, até ouvir passos vindo em nossa direção, respirei fundo e pude sentir o cheiro daquela mulher louca. 

  Peguei no braço do mais velho, que segurava Charlotte, e o puxei para o lado oposto de onde estávamos indo, eu teria que confiar nos meus instintos para pelo menos tentar. Comecei a seguir aquele cheiro tão característico, meus pés já doíam de tanto correr sobre aquele chão cheio de buracos e galhos secos. 

  Quando dei por mim estávamos próximos a uma pequena casinha de madeira, olhei o maior e logo abri a porta, assim que eu abri meu coração acelerou em felicidade, sentado no chão estava Kai e meu pequeno Abiner.  Corri até o alfa e o abracei com todas as minhas forças, que eram bem poucas, eu estava muito feliz em o vê ali, ele tinha vindo atrás de mim.

  -meu amor, eu estava tão preocupado – ele me abraçou bem apertado me fazendo soltar um resmungo de dor.

  -Kai, nos precisamos sair daqui e rápido – me separei do moreno e foi nesse momento que seus olhos bateram no Chanyeol que segurava Charlotte, ele ia falar algo mas logo o cortei- depois eu te explico tudo, agora vamos.

  Me levantei e peguei meu filho no colo, saímos todos de dentro da casa e corremos por onde o moreno nos guiava, uma vez ele me disse que seu pai o levava pra passear em uma floresta da qual ele aprendeu a se transformar em seu lobo. 

  Tenho quase certeza de que era essa floresta, pois logo estávamos na cidade novamente, quando paramos para descansar eu senti algo escorrer por minha barriga, a mesma doía muito pelos esforços, quando eu olhei para ver o que era pude ver sangue, meus pontos tinham se abrido.

  Gritei em desespero e entreguei Abiner a Kai, tentava a todo custo não demonstrar toda essa dor que estava sentindo, eu era ômega pai de dois filhos afinal, não poderia ser fraco, mas estava sendo difícil, os dois alfas me ajudaram a me levantar. 

  Pegamos um táxi e fomos o mais rápido possível para o hospital, por causa da urgência fui o primeiro a ser atendido. Fui levado para sala de cirurgia Onde eles costuraram novamente minha barriga, ela brigaram bastante comigo sobre ter que tomar cuidado, quis jogar na cara deles tudo o que eu passei ontem, mas fiquei na minha.

  Fui levado para o quarto e depois entrou Kai e Chanyeol carregando os bebês, tive que explicar tudo pra Kai, ele abraçou o amigo e acariciou seus cabelos dizendo algo em seu ouvido do qual eu não pude ouvir.

  Depois de algum tempo a porta se abriu em um estrondo e eu pude ver um Luhan entrar desesperado, parecia que tinha acabado de acordar, ele estava parecendo um girassol, com os cabelos apontando para todos os lados, tinha olheiras e pra fechar com chave de ouro ele ainda estava de pijama.

  -baek, você está bem ? Aí meu Deus, claro que não está, olha pra você -ele falava tudo de uma única vez, não entendi quase nada.

  -Luhan, para, eu já estou bem, nada passou de um susto- ele me olhou com aquela cara de quem diz “pode ir contando”, e lá foi eu explicar tudo de novo, ponto por ponto e vírgula por vírgula.

  -aí meu amigo, eu sinto muito, você é muito forte, eu não aguentaria nem metade, mas agora eu estou aqui pra cuidar de você -ele disse sorrindo, mas logo seu celular tocou, ele me pediu licença é foi atender, quando voltou sua cara não era à das melhores – vou ter que ir embora, mas outro dia eu volto pra ficar com você.

  Ele me abraçou e logo saiu da sala, novamente estava eu e minha família meio louca, eu tinha que me resolver com Chanyeol, eu ainda o amo, mas também amo o Kai, e me sinto bem com os dois, mesmo com tudo que o maior me fez passar. Até que eu tive uma idéia, só faltava eles concordarem comigo.

  -meninos, olha vou falar o mais rápido possível, eu amo muito o Jongin, mas também amo o Chanyeol, e nos todos temos filhos pra cuidar então eu proponho que façamos um trio amoroso, o que acham? 

                                Continua...